Tolmasquim diz que Belo Monte poderá ser antecipada em 6 meses
A obra da usina hidrelétrica de Belo Monte poderá ser antecipada em seis meses, informou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, mesmo com a modificação que será feita no projeto e a entrada de novos participantes no consórcio vencedor com a venda de participações das empreiteiras.
Segundo Tolmasquim, a primeira máquina da usina deverá entrar em operação em meados de 2014 e não em 2015, como está previsto em contrato, já que a Licença de Instalação (LI) deve ser antecipada do fim do ano para outubro.
"Eu tenho escutado o grupo vencedor falar em até seis meses, era 2015 e seria meados de 2014 a primeira máquina", afirmou Tolmasquim a jornalistas após palestra no XI Encontro dos Conselheiros da Previ, maior fundo de pensão da América Latina, dos funcionários do Banco do Brasil.
O executivo disse achar natural que novas empresas entrem no consórcio vencedor a partir do momento que as empreiteiras manifestaram intenção de vender participações desde que sejam garantidas na construção da usina.
"O setor privado está disposto a reduzir sua participação desde que elas tenham uma prioridade na obra, podem ceder espaço para outro investidor, e é essa negociação que está sendo feita agora", explicou Tolmasquim.
Ele minimizou o fato de o valor da usina poder ser maior do que o previsto pelo governo, em torno de R$ 20 bilhões, dizendo que o importante é que será mantida a tarifa de R$ 78 para o mercado cativo, enquanto no mercado livre o consórcio poderá conseguir um valor mais elevado.
"Não pode olhar só o valor da tarifa, tem a do mercado cativo e do mercado livre, e tem outros fatores que tem na conta, como a taxa de retorno que o grupo está trabalhando, tem a questão do subsídio dos equipamentos pelo BNDES, que não estava se falando antes, o fluxo de caixa é uma junção de tudo isso", explicou.
Para Tolmasquim, as especulações de que a obra poderá custar até R$ 25 bilhões é bem melhor do que os R$ 33 bilhões que foram estimados por analistas antes da realização do leilão.
Ele lembrou também que o consórcio vai otimizar o projeto, o que poderá significar redução de custos, já que em vez de dois canais o projeto deverá contar apenas com um. A mudança, porém, não implicará problemas para obter a Licença de Instalação em menor prazo.
"Está dentro das otimizações passíveis de ocorrer, não altera a geração, não altera o impacto ambiental", afirmou o executivo.
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