quinta-feira, 31 de julho de 2014

Enfim uma boa notícia

Lucro da Vale quase quadruplica no trimestre e alcança R$ 3,19 bilhões 

Valor Econômico 

A Vale encerrou o segundo trimestre de 2014 com lucro líquido de R$ 3,19 bilhões, mais de três vezes superior ou 283% acima do observado em igual período no ano passado (R$ 832 milhões). A receita líquida da mineradora, por sua vez, ficou praticamente estável, somando R$ 22,08 bilhões no segundo trimestre, apenas 0,1% acima do verificado em igual intervalo em 2013. 

No entanto, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) ficou 10,2% menor no segundo trimestre, se situando em R$ 9,1 bilhões. 

Ainda de acordo com a companhia, o resultado financeiro melhorou em 98,2% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período no ano passado, mas ainda assim ficou negativo em R$ 128,5 milhões. 

A empresa informou também ter apurado ganho de R$ 1,9 bilhão no desempenho do segundo trimestre, ante igual período no ano passado, devido à valorização do real.

10 desafios para o agronegócio brasileiro

Globo Rural 

Durante o seminário “Biotecnologia e Inovação”, organizado pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo, Maurício Antônio Lopes, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou os desafios que o agronegócio brasileiro precisa superar nos próximos anos. 
Maurício Antonio Lopes 

De acordo com ele, ser capaz de prever o futuro por meio do uso de novas tecnologias é o caminho para tomar decisões mais acertadas. “A biotecnologia encontrou terreno fértil no Brasil, quando o país fez a opção por um modelo de desenvolvimento agrícola baseado na ciência”. 

Para o presidente da Embrapa, a agricultura deixou de ser apenas uma fonte de alimentos para se ramificar em múltiplas atividades. “Reconhecer essa multifuncionalidade e enfrentar aparentes obstáculos como oportunidades de crescimento é o que vai fazer a diferença no futuro.” 

Saiba agora quais os itens que, segundo ele, devem estar na lista de prioridades do agronegócio brasileiro como desafios a serem superados com ajuda da tecnologia: 

1) Estresses hídricos 
De acordo com dados da Organização Nacional das Nações Unidas (ONU), 70% da água do planeta é destinada à irrigação agrícola. Sendo o recurso natural indispensável para a manutenção das lavouras. “Diante dessa dependência, contribuir para a prevenção de crises hídricas é algo que deve fazer parte da rotina do produtor”, diz Lopes. 
Além do uso consciente de água, ele recomenda a opção por Sistemas de Plantio Direto, que aumentam a infiltração de água no solo e reabastecem os lençóis freáticos. 

2) Mudanças climáticas 
Para acompanhar a instabilidade do clima, o presidente da Embrapa aconselha o uso de ferramentas para diminuir perdas na lavoura. Saber que vai haver uma geada ou um período prolongado de seca é fundamental no cenário em que vivemos hoje. Serviços de meteorologia e a agricultura de precisão são tecnologias chave para o produtor não ficar refém das adversidades climáticas. 

3) Emissões na agropecuária 
“Ao lado da necessidade de abastecer a população mundial e atender sua demanda por alimento, está o compromisso de praticar ações sustentáveis”, diz Lopes. Para ele, nesse contexto, descarbonizar a produção agrícola passou a ser ainda mais importante. 

4) Desperdício de alimentos 
Durante sua palestra, Lopes também frisou que, segundo a FAO, 30% dos alimentos produzidos anualmente no mundo são desperdiçados. Segundo ele, solucionar esse gargalo também é papel do setor agrícola, responsável pela produção, transporte e comércio de alimentos. 

5) Mão de obra no campo 
“Hoje, o Brasil também lida com a falta de mão de obra no campo e com a necessidade de mecanizar as lavouras. Precisamos tornar o trabalho rural atrativo para os jovens e capacitá-los para exercer funções técnicas”, argumenta. 

6) Nutrição e saúde 
Frente o problema da subnutrição e da obesidade, a alimentação como forma de prevenir doenças também tem estado em pauta. “Nesse sentido, cabe ao setor agrícola apoiar políticas públicas pelo consumo de alimentos saudáveis e de qualidade”, diz. 

7) Segurança biológica
Em um mundo em que o mercado de importações e exportações se tornou realidade, a preocupação com a biossegurança é inevitável. “Daí a necessidade de estarmos a par das leis do país e investir no controle de pragas e contaminantes”, afirma o presidente da Embrapa. 

8) Energia No caso do agronegócio, a produção de energia é um mercado com amplas possibilidades e que precisa receber a devida atenção. “As oportunidades vão desde a produção de biocombustíveis até a obtenção de energias limpas, como a biomassa”. /;/;/;/ 9) Preocupação social Mais do que um provedor de alimentos para a cidade, o campo é a casa de milhares de brasileiros. “Sendo que nosso objetivo deve ser sempre proporcionar qualidade de vida para essas pessoas e lutar por sua inclusão social”, lembra Lopes. /;/;/;/ 10) Turismo rural Comparando o potencial brasileiro ao de países europeus, o presidente da Embrapa também destacou a possibilidade de aumentar investimentos no turismo rural que, segundo ele, ainda é subaproveitado no país.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Vírus da PED que afeta suínos pode elevar preço da carne

Jornal Valor Econômico 

Um vírus que mata suínos jovens, atingiu fazendas de 22 estados americanos, reduzindo a oferta de carne suína e levando operadores e investidores a apostarem em preços recordes para o suíno este ano. O contrato futuro de suíno magro subiu na semana passada para seu maior valor em sete semanas e aumentou 6% desde meados de dezembro. 

O vírus da diarreia epidêmica suína, ou vírus da PED, pelas iniciais em inglês, apareceu nos EUA pela primeira vez em abril de 2013 e matou milhares de leitões desde então. 
O vírus, que leva a um quadro grave de diarreia e vômito, é fatal apenas para suínos jovens e não representa ameaça à saúde humana ou à segurança alimentar, segundo veterinários especializados em suínos. A variedade americana do vírus é quase idêntica à que reduziu a produção chinesa de suínos em 2012. 
 Para combater a doença, muitos suinocultores americanos estão redobrando as práticas de segurança, como desinfetar equipamentos e calçados dos trabalhadores. Mas muitos dizem considerar a doença difícil de evitar. 

“Essa é a doença mais difícil que já passamos”, disse Mike Brandherm, diretor-geral da Hitch Pork Producers, do Estado de Oklahoma que perdeu 30 mil leitões em seis semanas num surto ocorrido em 2013. “Foi surpreendente a velocidade com que a doença se propagou. A gente se sente impotente”. Embora os surtos nas fazendas da Hitch venham sendo menores desde então, a unidade continua a perder de 500 a 600 leitões por semana, disse Brandherm. 

“Ainda não voltamos aos níveis de produção de antes da doença”, disse. 
 O impacto sobre a oferta de carne suína deverá contribuir também para a alta dos preços do toucinho e das costeletas para os consumidores americanos. 

Os preços da carne suína no varejo deverão alcançar novo recorde este ano, quebrando o recorde nominal de todos os tempos de US$ 3,81 a libra-peso (453,59 g) alcançado em outubro, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 
O USDA projeta aumento de 2% a 3% dos preços no varejo para 2014, após a alta de aproximadamente 1% de 2013. 

As preocupações com o vírus elevaram os preços no mercado futuro de suínos nos últimos meses. Mas muitos operadores disseram que o impacto não será sentido de forma significativa antes do segundo e do terceiro trimestres, porque a doença começou a se acelerar em outubro e os leitões levam cerca de seis meses para alcançar o peso de abate. 

No dia 3 os preços alcançaram os níveis mais elevados para um contrato de primeira posição em sete semanas. 

Há fatores que poderão neutralizar o impacto da doença sobre a produção, como fato de que os criadores americanos de suínos deverão expandir seus rebanhos este ano para aproveitar a queda dos preços das rações. O custo do milho, principal ingrediente da ração, caiu cerca de 40% nos últimos 12 meses devido à grande safra dos EUA, o que melhorou a rentabilidade dos produtores.

Os criadores também estão fazendo seus animais ganharem mais peso porque a ração está barata e porque podem obter preços mais elevados das processadoras de carne pelo aumento de peso.

Mesmo com o setor se preparando para uma menor oferta, a previsão do USDA é de que produção de carne suína vai subir 2% em 2014 em relação ao ano passado, para 10,7 milhões de toneladas. Isso deve ocorrer, segundo o USDA, por conta da alta do peso dos animais. 

Analistas observam que houve apostas equivocadas sobre o efeito na oferta de carne suína. Os operadores que previram um grande impacto, por exemplo, se surpreenderam no início de dezembro ao constatar que a oferta tinha ficado igual à do mesmo período de 2012. Isso fez com que os preços no mercado futuro alcançassem sua maior baixa de oito meses em 11 de dezembro. 

O setor tenta desenvolver vacinas para combater o vírus da PED, mas até agora não há nenhuma de uso generalizado. Os pesquisadores não sabem ao certo como o vírus, identificado pela primeira vez no Reino Unido em 1971, entrou nos EUA. 

Brasil - 
No Brasil, a perspectiva para as cotações da carne suína é positiva, informa o Rabobank, refletindo consumo doméstico robusto (puxado pela Copa do Mundo e período de inverno) e pelo alto preço de carnes concorrentes. O banco estima que os números para a produção e exportação do país em 2014 vão ser semelhantes aos de 2013, sugerindo recuperação após o fraco desempenho no primeiro semestre.

Conforme o Rabobank, a principal vantagem competitiva do Brasil é que o país se mantém livre de problemas sanitários.

Para a China, também são positivas as expectativas, com previsão de alta dos preços, o que seria importante para uma recuperação do fraco primeiro semestre. O preço da carne suína deve continuar baixo na maior parte do terceiro trimestre, mas provavelmente deve ocorrer forte recuperação a partir do fim de período, puxado pela elevação da demanda sazonal e menor oferta provocada pelo abate de matrizes nos últimos meses, informa o Rabobank. 

A cumplicidade da safadeza governo e clubes bate a porta

Lei de Responsabilidade Fiscal pode se restringir à dívida dos clubes 

Blog do Noblat 

Transparência na execução do dinheiro gasto pelos clubes, proibição de antecipação de receitas além do mandato da diretoria vigente e renegociação das dívidas dos times brasileiros, cujo valor atualmente passa de R$ 4 bilhões. 
É o que prevê o projeto que institui a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, do deputado federal Otávio Leite (RJ), que está em seu segundo mandato na Câmara. 

O projeto substitutivo está pronto para ser votado pelo plenário da Câmara. 
Ele prevê a apresentação de Certidão Negativa de Débito (CND) que comprove a quitação das parcelas renegociadas para a disputa de campeonatos – sob pena de rebaixamento no torneio. 

Na prática, o único ponto que deve passar é a renegociação das dívidas dos clubes, cujo pagamento seria feito ao longo de 25 anos. 

Em reunião com a presidente Dilma Rousseff, na semana passada, doze dirigentes brasileiros pediram para pôr em votação apenas a renegociação das dívidas dos clubes com a União. 

O que é a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte? 
A proposta significa um marco zero do futebol brasileiro, a começar por impor aos clubes um ajuste contábil e administrativo. O projeto permite que os clubes saiam do atoleiro sem anistia ou perdão de dívidas. Possibilita à União recuperar créditos hoje intangíveis. O projeto de lei inclui todos os débitos dos clubes com o INSS, com o Imposto de Renda, com o FGTS, com o Banco Central e com a Timemania em um único montante, parcelado em até 25 anos. 

Como garantir que o clube pague as parcelas? 
É simples o motivo. Se o clube não pagar, ele será rebaixado. 

Será contemplado outro esporte além do futebol? 
Poderão usar os preceitos da lei os clubes de futebol, os clubes sociais, os clubes desportivos, as federações desportivas de outras modalidades, por uma questão de isonomia. 

Quais são as obrigações básicas e as regras de governança para os clubes previstas no projeto? 
Não gastar mais do que arrecada. Significa austeridade fiscal, déficit tendendo a zero, proibição de antecipação de receitas que invadam o mandato da diretoria vigente e transparência em balanços, para combater as alquimias contábeis. O clube tem que apresentar a Certidão Negativa de Débito um mês antes de cada competição. 

Isso não significa que o clube pode dever o ano inteiro e regularizar sua pendência apenas um mês antes da competição? 
Anualmente, se exigirá a apresentação de um documento que comprove que o clube está quite com o pagamento das suas obrigações. Mesmo assim, a gente impôs que o máximo que o clube pode atrasar são 2 meses, para combater utilizações maldosas em final de mandato. 

Como ficará o parcelamento da dívida dos clubes? O que garante que a conta não vai sobrar para o contribuinte? 
Hoje, a execução fiscal das dívidas vem se revelando inócua. O governo federal nada recebe. O parcelamento, acompanhado de uma taxa de juros que mantém o valor real, trará receitas para a União. Além disso, o clube passará a ter condições de angariar novos patrocínios. 

Os clubes não precisam aprender a gastar menos do que arrecada? 
O projeto, ao impor uma série de exigências preliminares ao parcelamento, alterará de uma forma inovadora o modo administrativo dos clubes. Haverá problema? Sim. Os salários vão ter que ir para um valor médio menor. Os atletas sabem disso. O importante é que as obrigações sejam cumpridas, inclusive diminuindo o atraso dos salários. 

Não é exorbitante o salário dos jogadores dos grandes clubes brasileiros? 
Desde a década de 1980, nós assistimos uma inflação, sobretudo nos grandes clubes, dos salários dos jogadores, com o agravante de que não há a correlata capacidade de receita para fazer frente às irresponsabilidades. Não é por acaso que a justiça do trabalho está abarrotada de ações provenientes de maus contratos realizados por cartolas. 

O que fazer para evitar que cartolas usem os times e façam dívidas enormes? 
Os clubes têm autonomia, como associação livre. O cartola não poderá mais fazer dinheiro com as receitas dos mandatos vindouros. Isso provocará uma redução dessas manobras que acabam por engordas as dividas dos clubes, como uma verdadeira bola de neve.

Por que o senhor retirou do seu parecer os pontos que dizem respeito à Confederação Brasileira de Futebol? 
As propostas relativas à CBF são todas de minha autoria. O meu substitutivo foi aprovado em comissão especial da Câmara. Durante um mês eu tentei aprová-lo, mas não dava quórum. O presidente da Câmara (Henrique Eduardo Alves) falou que, permanecendo os itens da CBF, o projeto não seria votado. Os clubes se desesperaram e enviaram um documento pedindo para retirar a proposta relativa à Confederação Brasileira de Futebol. Assim, a votação foi viabilizada na comissão. O projeto agora está no plenário e pode receber novas emendas, inclusive para reintroduzir esses itens.

terça-feira, 29 de julho de 2014

O eleitor bolado

Ruth de Aquino (*) 

O eleitor brasileiro está bolado. Não sabe mais em quem quer votar. É bem mais fácil encontrar quem diga “tudo menos Dilma” ou “tudo menos Aécio”. 
Nesta eleição das eleições, o grande campeão antecipado parece ser o voto da rejeição. 
A maior batalha do eleitor consciente é contra o oportunismo e as ilusões do marketing. 
Se o Brasil quiser mais tempo para debater os temas incluídos naquelas três letrinhas mágicas, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o melhor candidato é o segundo turno. 

Até agora, na ressaca da Copa e no recesso sem-vergonha do Congresso, o eleitor só sabe que todos os candidatos prometem mudar. E que a coerência morreu. 
A presidente petista Dilma Rousseff anuncia que terá comitê evangélico e esquece que um dia defendeu o direito das mulheres ao aborto. Promete subir em todos os palanques. Quer ressuscitar o perfil satírico da Dilma Bolada, criado por um publicitário no Facebook, com o dobro de seguidores do perfil oficial. 

O candidato tucano Aécio Neves defende o programa Mais Médicos e qualquer outro projeto que o aproxime do povão. Eduardo Campos, do PSB, tem duas caras- metades que nunca deram liga: Marina e Alckmin. Todos os candidatos prometem transparência, eficiência e mudança. 

Mistérios da Saúde Masculina

Mônica Tarantino (*) 

Estudo inédito da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), realizado em parceria com a indústria farmacêutica Bayer, revelou que 51% dos homens não vão ao médico com regularidade para manter uma rotina de exames preventivos e ignoram informações que poderiam ajudar a conservar a saúde. O trabalho avaliou as respostas de 3.500 homens acima de 40 anos em sete cidades brasileiras. Estima-se que a população masculina brasileira seja de 95 milhões, um terço deles acima dos 40 anos (PNAD/IBGE, 2011). 

Os resultados dessa pesquisa permitem algumas reflexões e conclusões. 
Se um em cada dois brasileiros acima dos 40 anos evita conferir o estado geral e o funcionamento do corpinho de vez em quando, significa que apostam na sorte em vez de usar os recursos disponíveis para se prevenir e evitar que o colesterol ou a pressão arterial elevada evoluam sem controle até causar danos ao organismo. O mesmo vale para aqueles que se sentem constrangidos diante de alguma disfunção sexual. 
Segundo os especialistas, ainda são minoria os homens que conversam com médicos, com as mulheres ou amigos sobre o tema antes que se torne por demais evidente ou passe a se repetir. 

Mais um dado do levantamento da SBU é que 83% dos homens desconhecem os possíveis sintomas da andropausa. Ela pode atingir até 20% dos homens acima dos 45 anos. Corresponde a uma queda vertiginosa na produção de testosterona, o hormônio responsável pelas características masculinas. Quando isso ocorre, há falta de desejo sexual, perda de massa óssea e cansaço exagerado, entre outros sinais. 
É fundamental diferenciar essa condição da queda natural na quantidade da testosterona sentida a partir dos 40 anos, mas de apenas 1% por ano, na média. 
No Brasil, não faz muito tempo, médicos denunciaram o consumo exagerado de testosterona por causa de modismos que conduzem ao entendimento errado do termo andropausa, ao diagnóstico equivocado (há problemas como tumores que causam sintomas parecidos) e ao consumo indevido de remédios. 

Também chamou minha atenção um comentário do médico Carlos Corradi, presidente da SBU, sobre os homens que chegam até o consultório do urologista.
"Dos que vão ao médico, 90% são levados pela companheira. Nesse ponto, a participação da mulher é muito importante. Elas têm papel preponderante na prevenção de doenças como o câncer de próstata", observa o médico. Apesar de não ser novidade que as mulheres se empenham em fazer os homens ao seu redor cuidarem da saúde, essa observação me deixou assustada. É transferência de responsabilidade demais para as mulheres. No limite, significa empreender, ainda que à revelia, o cuidado constante com a saúde do outro para que ele tenha boa qualidade de vida nos anos que virão. 
Como se isso fosse possível. 

A pesquisa foi feita com homens acima dos 40 anos, mas quem tem filho adolescente ou convive com homens mais jovens sabe que eles tendem a repetir o comportamento dos mais velhos. Só vão se cuidar quando a feridinha não fecha mais e causa febre ou a dor se torna incapacitante. Um amigo próximo só foi ao pronto-socorro depois de ficar quatro dias com dores fortes no ombro esquerdo, nas costas e no peito. 
Primeiro achou que era um torcicolo (gigantesco, não?), depois que era pneumonia. 
Foi ao cinema, ao teatro, jantou fora. E só quando as dores começaram a se tornar insuportáveis dirigiu-se ao hospital. Era um infarto. 

O preço desse estilo "a gente vai levando" é alto. Segundo o Ministério da Saúde, das 665.551 mortes masculinas em 2011, cerca de 175.000 foram causadas por doenças do aparelho circulatório. Outras 66.000 ocorreram por problemas respiratórios e mais 98.000 por câncer. Evidentemente, muitas dessas vidas poderiam ter sido salvas se as doenças que as causaram tivessem sido descobertas no início.
"Diversas enfermidades podem ser evitadas com a ajuda do conhecimento, da desmistificação e do engajamento destes homens a um estilo de vida mais saudável", observa Corradi. 

Meninos, assim não vai. Seria bem legal vocês superarem os próprios limites e se sentirem responsáveis pelo seu corpo inteiro e não por algumas partes apenas. Isso pouparia às parceiras e amig@s o susto de ajudá-los a correr atrás do prejuízo. Melhoraria a convivência e diminuiria a tensão entre casais. Independentemente do gênero, ir ao médico é chato, sala de espera é chato, perceber que alguns médicos não sabem o que fazer com você e nem olham direito pra sua cara também é chato. Optar por comida saudável e o cara preferir sempre a opção mais trash também é cansativo. Porém mais chato do que tudo isso é cobrar o outro, que finge que não é com ele, para que cuide do próprio corpo. 

Estranho, não é? 

(*) É repórter da revista Isto É

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Morre aos 87 anos o escritor Ariano Suassuna

Portal R7 

Morreu no final da tarde desta quarta-feira (23), às 17h15, no Recife, o escritor paraibano Ariano Suassuna de 87 anos. A notícia foi confirmada por meio um boletim médico divulgado pelo Real Hospital Português, onde o dramaturgo estava internado deste a última segunda-feira (21). 

De acordo com o comunicado, Suassuna teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana. Em agosto de 2013, o escritor havia sido internado no mesmo hospital em razão de um infarto. Depois de seis dias, Suassuna recebeu alta.
Na época, o boletim médico divulgado informou que o quadro de saúde do dramaturgo havia evoluído clinicamente e que ele deveria continuar recebendo tratamento em casa. 

Nascido em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, Ariano Suassuna cresceu no Sertão paraibano. Desde 1990, ocupava a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo Suassuna colaborou brilhantemente para a televisão e para o cinema. 

Em 1999, Ariano teve a obra O Auto da Compadecida adaptada pela telinha, pelas mãos de Guel Arraes. Até abril deste ano, Suassuna foi secretário da Assessoria Especial do então governador de Pernambuco. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Crível, bem focada e previsível

Antônio Delfim Netto (*) 

Uma das características da sociedade civilizada é que ela deve internalizar uma distribuição moralmente aceitável do que foi produzido. Isso favorece a coesão e a estabilidade sociais e gera um ambiente de mobilidade criadora. É preciso construir instituições econômicas que ajudem a diminuir a tendência à concentração de renda e do patrimônio que é promovida pelo livre funcionamento dos mercados, mesmo quando absolutamente competitivos. E mais. É preciso construir instituições políticas, que controlem os mercados que propiciam práticas monopolísticas e criminalizem o capitalismo de "compadres" ou de "partidos". Tanto nos regimes democráticos como nos autoritários, eles são a fonte da corrupção que leva à desestabilização social.

Reconhecer as virtudes inegáveis da organização da produção através dos mercados, para obter ao mesmo tempo a plena liberdade de escolha dos cidadãos e uma certa eficiência produtiva, não obriga à aceitação que ela produz, simultaneamente, uma "justa" e irrecorrível distribuição de renda (isto é, do que foi produzido). 
A organização dos trabalhadores e a conquista do sufrágio universal entre o fim do século XIX e o início do século XX reduziram as diferenças de poder entre o capital e o trabalho e deixaram claro que a distribuição do produzido é um problema político, que tem implicações econômicas de longo prazo. É hoje claro que se trata de uma escolha ideológica do grupo que detém o poder político. 

Para simplificar podemos dividi-los em dois: 
1) o que acredita num Estado com poder limitado, que não pode determinar a evolução da distribuição de renda. Ela é produto da propriedade privada que é garantia da liberdade individual, produz a eficiência produtiva pela proteção aos "mercados" e gera a meritocracia na distribuição da renda; 
2) o que acredita que a produção é feita por todos e, portanto, deve ser repartida igualmente, sem preocupar-se com a liberdade individual. 

São duas visões antagônicas que, na melhor das hipóteses, podem ser relativamente conciliadas pela aceitação de uma lógica consequencialista. 
Por exemplo: qual delas é mais favorável a um crescimento robusto com uma distribuição de renda que cresça monotonicamente para um nível moralmente aceitável? 
Isso produziria uma espécie de satisfação com a vida crescente por parte dos cidadãos. Trata-se de uma questão de fato, que só pode ser resolvida empiricamente. 

O problema é que sabemos muito pouco a respeito dos efeitos recíprocos do crescimento apoiado na organização dos mercados e o nível de "bem-estar" (uma espécie de "felicidade" da população) que produz cada combinação: velocidade do crescimento versus velocidade da redução da desigualdade. 
Não se conhece a "preferência" da sociedade, isto é, quanto ela está disposta a ceder de crescimento (de investimento que reduz o "bem-estar" ao longo do prazo) por conta de uma diminuição da desigualdade (que aumenta o "bem-estar" no curto prazo). 
O raciocínio implica uma hipótese discutível, porque um nível de desigualdade menor produz mais coesão social e, eventualmente, pode aumentar a eficiência produtiva. 

O gráfico abaixo mostra a "essência" do processo econômico e mostra a relação conflituosa entre crescimento e distribuição. 
A mão de obra (L) opera o estoque de capital e (K) e produz o PIB . 
O produzido só pode ter dois destinos: ser distribuído (consumido) ou ser investido e aumentar o estoque de capital. É claro que quando aumenta a distribuição (C) diminui o investimento (I). O fluxo de distribuição (C) para a mão de obra (L) determina o nível de "bem-estar". O fluxo do investimento (I) para o estoque de capital (K) determina a taxa de crescimento. Quando aumenta o PIB (pelo aumento simultâneo da mão de obra e do estoque de capital), pode haver ao mesmo tempo crescimento e a distribuição. 
Quando diminui a taxa de aumento da mão de obra, a única forma de crescer é aumentar a sua produtividade pela ampliação do estoque de capital.
A revolução demográfica que vivemos condicionará, assim, toda a nossa política social e econômica futura. 

Entre 2003 e 2010, tivemos um bônus do exterior (a melhora das relações de troca), que aumentou o PIB e possibilitou a distribuição sem comprometer o crescimento, como está sugerido no gráfico. Mas isso terminou em 2011, o que ajuda a entender parte da redução dos últimos quatro anos do crescimento. A situação hoje é outra. 

Precisamos de uma crível, bem focada e previsível política econômica e social que, sem nos levar à regressão distributiva, dê ênfase aos investimentos públicos e privados para acelerar o crescimento, condição necessária para continuar a construção da sociedade civilizada preconizada pela Constituição de 1988. 

(*) É professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. E-mail: contatodelfimnetto@terra.com.br

TSE não fará teste publico das urnas eletrônicas antes das eleições

O Globo 

Apesar de reconhecer que “os testes de segurança das urnas eletrônicas fazem parte do conjunto de atividades que garantem a melhoria contínua deste projeto”, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não fará nenhum antes das eleições de outubro. 
Desde 2012, aliás, quando uma equipe de técnicos da Universidade de Brasília (UnB) simulou uma eleição com 475 votos na urna eletrônica e conseguiu colocá-los na ordem em que foram digitados, o tribunal não expõe seus sistemas e aparelhos à prova de técnicos independentes. Mesmo assim, continua a afirmar que eles são seguros e invioláveis. 

Para especialistas em computação, o TSE se arrisca ao dispensar as contribuições e os ajustes que poderiam florescer em testes públicos independentes e erra ao adotar uma postura de extrema confiança em relação a seus sistemas de registro, transmissão e contagem de votos. Muitos lembram que, recentemente, até mesmo as comunicações da presidente Dilma Rousseff foram rastreadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA) americana. 

— Eu aguardava ansiosamente os testes de 2014 para verificar pelo menos se os problemas de segurança que descobrimos (em 2012) haviam sido corrigidos — disse ao GLOBO o professor de computação Diego Aranha, hoje trabalhando na Unicamp. — Mas isso não vai acontecer e lamento por isso. Eu realmente acredito que as urnas eletrônicas brasileiras seriam viradas pelo avesso se pudéssemos fazer testes realistas e sem restrições nelas. 
Mas o TSE nos impede. 

Em 2012, Diego e três técnicos da UnB se cadastraram no TSE para participar de um teste público das urnas e, segundo contam, conseguiram provar a vulnerabilidade delas sem precisar abri-las. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Novo templo

O “bi$po” Edir Macedo acha que Deus resolveu mudar de residência. Deixou o céu e… 

Ricardo Setti (*) 

Todas as religiões acreditam ter um acesso de algum tipo ao divino. 

O bi$po” Edir Macedo, dono da Rede Record de Televisão e chefe da Igreja Universal do Reino de Deus, porém, principal idealizador do chamado “Templo de Salomão” — gigantesca construção de 100 mil metros quadrados no bairro do Brás, em São Paulo, que custou perto de 700 milhões de reais para ser o principal da igreja — vai mais longe. 

Se outros templos de outras religiões monoteístas se consideram um lugar sagrado, onde Deus de alguma forma se faz presente, para Edir Macedo o “Templo de Salomão” é muito mais. 

O templo pretende reproduzir o mítico Primeiro Templo dos judeus que teria sido construído no século X a. C. pelo soberano do Reino Unido de Israel e Judá, Salomão, e destruído pelos babilônios cinco séculos depois, e sobre o qual não há evidências arqueológicas confiáveis. 

Pois bem, o templo do bairro do Brás, para o “bi$po” Edir Macedo, é — modestamente — “o lugar que Deus escolheu para morar”. 

(*) Jornalista é colunista da revista Veja

Raposa felpuda

Opinião do Estadão 

Como velho político, Lula parece ter entendido o recado de que a população quer outra política. Mudou, então, a sua prática política? Não. Simplesmente mudou o discurso, mantendo a sua velha estratégia. Falar mal da política, mas continuar atuando como uma felpuda raposa política. 

Em recente vídeo para jovens, divulgado pelo seu instituto - que é um dos polos coordenadores da campanha da reeleição de Dilma -, o ex-presidente propôs uma reforma política feita por iniciativa popular que acabe com "partidos laranja" e "partidos de aluguel". Ele deseja "um projeto de lei que possa mudar substancialmente a política brasileira, ter partidos mais sérios, acabar com os partidos laranjas, os partidos de aluguel, acabar com partidos que utilizam seu tempo para fazer negócio". 
Nem parece ser ele quem manda no Partido dos Trabalhadores (PT), partido que, nos últimos meses, promoveu uma das mais profícuas trocas entre cargos de confiança no governo federal por tempo de propaganda política na TV. A população está cansada é dessa hipocrisia: o maior promotor - e maior beneficiário - do sistema político atual pregando virtuosamente a sua reforma. 

Com o mesmo descaramento, como se o PT não tivesse sido o partido que mais recebeu doações de empresas privadas nos últimos anos, Lula afirmou que é "radicalmente" contra o financiamento privado de campanha. E ainda expôs os seus motivos. 
Segundo o político Lula, o financiamento público "é a forma mais honesta na face da terra de financiar uma campanha para não permitir que os empresários tenham influência na eleição da pessoa". 

No site do Instituto Lula, ao lado do vídeo, está ainda a notícia de que empresários organizaram um jantar em homenagem "às realizações de seu governo" em 2011. 
Vê-se que o homenageado muito se orgulha desse tributo, mantendo-o em destaque durante anos. Como se o seu governo não tivesse produzido o maior escândalo de corrupção do Brasil contemporâneo, defendeu a fiscalização para garantir a transparência no uso dos recursos pelo partido. Quer também um projeto de lei de iniciativa popular "que possa mudar substancialmente a política brasileira". 

Se houvesse de fato essa disposição, bastaria pedir ao seu partido, que conta com ampla maioria no Congresso, para que a realize. Mas isso nem de longe é a sua intenção. 
No vídeo, ele simplesmente atua como o mais político dos políticos, e ainda trata o espectador como um ignorante da realidade política nacional. 
Num esforço por se mostrar próximo da população, o ex-presidente Lula reconheceu que não são apenas os jovens que estão desencantados com a política, mas toda a sociedade. 

E afirmou: "A política está apodrecida, aqui no Brasil e em várias partes do mundo, porque há uma negação, uma rejeição a político". A política está apodrecida não pela rejeição da população. Isso é um dos efeitos do problema. A política está apodrecida porque políticos, como o ex-presidente, que se dizem "modernos", continuam fazendo o que faziam os coronéis que condenam. 

Para completar coerentemente a miríade de incoerências, Lula disse ainda que, numa eventual reforma política, apoiará o voto em lista. Cada eleitor votaria no partido, e não em candidatos específicos. Segundo o ex-presidente, seria um avanço, já que "o deputado não pode ser um deputado avulso, tem que ser um deputado do partido". 
Ora, o mais personalista dos políticos diz que prefere voto no partido? 
E diz isso na mesma semana em que Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, afirmou que é candidato a deputado federal pelo PT simplesmente por causa da insistência de Lula, que conta com Sanchez para alavancar outros candidatos petistas, já que os tradicionalmente "bons de voto" do PT em São Paulo estão na cadeia. 

A incoerência de Lula não é nova, mas há um ponto que preocupa especialmente.
Dilma falou em assembleia constituinte para uma reforma política quando começou a perder o jogo na opinião pública, após as manifestações de junho de 2013. 
Lula volta agora ao mesmo tema, numa época em que a cada semana a popularidade da candidata é abalada. 

Seria isso um sinal de que o lulo-dilmismo quer mudar as regras do jogo justamente no momento em que o seu time começa a ficar atrás no placar?

Nem a Globo aceita o arrogante treinador

Globo revoltada com a CBF. A emissora dona do monopólio do futebol no país não aceita a volta de Dunga à Seleção. Confronto sério à vista. Ou Dunga deixará de ser Dunga. Como Felipão não foi Felipão… 

Cosme Rímoli (*) 

Para bom entendedor, uma última mensagem no Fantástico vale muita coisa. 
A Globo fez questão de avisar. 
Dunga, o novo treinador da Seleção, teve 85% de rejeição na pesquisa que a emissora fez com seu público. 
E fez questão de divulgá-la com destaque. Ou seja. 
O ressentimento ainda não acabou. 

Marin e Marco Polo não terão o apoio da rede de televisão que detém o monopólio do futebol e da Seleção no país. 
O prejuízo com o vexame na Copa do Mundo foi palpável para a emissora. 
Havia várias campanhas publicitárias engatilhadas com um eventual título. 

A derrota afeta também os campeonatos internos. 
Nos Brasileiros da Série A e da Série B, de propriedade da emissora. 
Que os mostra na tevê aberta e a cabo, na Sportv. 
O clima de ressaca com a derrota do Brasil é generalizado. 

Executivos da Globo sonhavam com uma revolução depois de Felipão. 
A contratação de um executivo com trânsito internacional como Leonardo. 
E a aposta em um técnico estrangeiro. 
De renome. Guardiola, Mourinho, Jürgen Klopp. 
Até o argentino Sampaoli que comanda o Chile. 

A Globo esperava e queria uma revolução. 
Daria novo ânimo para o futebol, produto que assume como seu. 

A confirmação de Gilmar Rinaldi já abalou a relação com Marin e Marco Polo. 
Foi um balde de água fria. 
Por mais idôneo que Rinaldi seja, e é, colocar um empresário para tomar conta de todas as seleções é simbólico. 
Inaceitável. 
Mas o melhor estava reservado para o nome do técnico. 

Nunca um treinador havia rompido com a Globo como Dunga. 
Ele enfrentou o então presidente Ricardo Teixeira em plena Copa da África do Sul. 
Ele havia encarcerado a Seleção em um clube de golfe. 
Proibido o acesso dos jornalistas. 
E as entrevistas mesmo nas folgas. 

domingo, 20 de julho de 2014

'Impostômetro' da ACSP atinge R$ 900 bilhões neste domingo

Terra 

O "impostômetro" da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) atingiu a marca de R$ 900 bilhões por volta das duas da manhã deste domingo. 
O painel, instalado na sede da entidade, no centro da capital paulista, informa os valores pagos pelos brasileiros em impostos, taxas e contribuições para União, estados e municípios. 

No ano passado, o mesmo valor só foi atingido no dia 27 de julho, o que sinaliza aumento da carga tributária de um ano para o outro, destaca a ACSP. 

Atualmente, a carga tributária brasileira é de aproximadamente 36% do PIB.
Para o presidente da ACSP, Rogério Amato, o patamar deve ser superior em 2014.
“A arrecadação tributária deverá superar os crescimentos do PIB e da taxa de inflação, graças, principalmente, aos parcelamentos de débitos que deverão gerar recursos adicionais para o fisco", disse em comunicado. 

Em abril de 2005, o "impostômetro" foi implantado pela ACSP, com o objetivo de chamar a atenção dos brasileiros para o grande volume de tributos pagos pelos consumidores. Os valores que aparecem no painel são calculados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

sábado, 19 de julho de 2014

Mais um ???

Principal revista de economia do Brasil aponta Itaquerão como o maior golpe de dinheiro público do país 

Revista Exame 

A conceituada revista Exame, principal revista de economia do Brasil, aponta o estádio do Corinthians como o maior golpe de dinheiro público do país. 

“O maior mistério da Copa” é o título da edição. 

Uma das afirmações feitas pela Exame é que o estádio do Corinthians é o maior golpe ao erário que a Copa do mundo do Brasil teve. 
 A CEF – Caixa Econômica Federal emprestou para construção deste estádio, que é um estádio privado, R$ 750 milhões, com influência de Lula. Mas e pra pagar? 

O buraco parece ser bem mais embaixo do que se pensa. 

https://www.youtube.com/watch?v=d_IKQ-GdOZk#t=124

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Uma safadeza sem limites

Deputados e senador custam mais de R$ 1 bilhão por ano 

Congresso em Foco

Os custos para a manutenção dos salários e benefícios atrelados aos deputados e senadores já chegam passam de R$ 1 bilhão por ano. De acordo com levantamento exclusivo do Congresso em Foco, as despesas para cada deputado somam R$ 143 mil por mês.
No caso dos senadores, a conta é mais salgada, são R$ 160 mil mensais. 

Ao final de um ano, a despesa total será de R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 939,2 milhões gerados pelos 513 deputados e R$ 164,8 milhões pelos 81 senadores. 
Em média, cada deputado custa R$ 1,8 milhão por ano; a despesa anual com um senador é de R$ 2 milhões. 

Com despesas correntes desse montante, é possível apurar que, no recesso parlamentar “branco”, que começou nesta sexta-feira (18) e vai até as eleições de outubro, serão gastos R$ 228 milhões, como mostrou o Congresso em Foco. 
Nesse período de 79 dias, os deputados e senadores só vão se reunir para votar projetos em quatro dias. 

Parlamentares custarão R$ 228 milhões no recesso 
O cálculo do Congresso em Foco inclui o subsídio parlamentar, de R$ 26.723 por mês, e uma série de benefícios como ajudas de custo, auxílio-moradia, verba de gabinete para contratar mais de 20 funcionários, verbas para bancar passagens aéreas, locação de veículos, serviços de segurança, combustíveis, correspondências, telefones, além de ressarcimentos médicos e odontológicos. Os salários, afora os encargos trabalhistas, somam R$ 206 milhões por ano na conta da Câmara e do Senado. 

Veja a lista completa de benefícios 

Passagens 
Na Câmara e no Senado, os parlamentares têm direito ao chamado “cotão”, apelido da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceaps), uma verba multiuso que serve para pagar inúmeras despesas, mas, principalmente, passagens aéreas, combustíveis e aluguel de veículos. Sozinho, o benefício custa até R$ 253 milhões por ano às duas Casas. 

A verba varia de estado para estado.
Entre os deputados, a média é de R$ 35 mil mensais; entre os senadores, de R$ 34 mil. Deputados do Distrito Federal recebem R$ 27.977,26, enquanto os de Roraima, R$ 41.612,80. No Senado, o benefício varia de R$ 21.045,20, para parlamentares do Distrito Federal e de Goiás, a até 44.276,60, para os do Amazonas. 

Os senadores têm uma vantagem sobre os colegas da Câmara. 
Para eles, as despesas com serviços postais, telefone fixo e celular e assinaturas de jornais são pagas à parte, fora do cotão. É permitido aos senadores o uso ilimitado do telefone celular. 

Funcionários 
Outro benefício importante para um deputado e senador é a contratação de servidores em seu gabinete em Brasília ou nos escritórios estaduais. 
Essa medida custa cerca de R$ 606 milhões por ano à Câmara e ao Senado, bem mais que os salários e o cotão. 

Na Câmara, são R$ 78 mil por mês disponíveis para contratar ate servidores comissionados, os chamados secretários parlamentares. 
No Senado, não há um valor específico, mas uma lista de cargos que podem ser preenchidos. Cada gabinete tem direito a possuir até 61 funcionários, sendo até seis efetivos. Uma estimativa da ONG Transparência Brasil aponta que isso significa uma despesa mensal de R$ 82 mil. 

Quatro rodas 
Os deputados têm direito a apenas 11 carros oficiais. 
Eles são destinados ao presidente da Câmara, ao outros seis integrantes titulares da Mesa, ao procurador parlamentar, à procuradora da Mulher, ao ouvidor da Casa e ao presidente do Conselho de Ética. 

No Senado, cada parlamentar tem direito a um veículo oficial, que é alugado pela Casa para esse benefício. O combustível para rodar em Brasília é garantido. São 320 litros de gasolina ou 420 litros de álcool todo mês. 

Pelos menos para os deputados que não têm carro oficial, o combustível tem que ser comprado por eles mesmos. Mas podem usar a verba do cotão para isso, a mesma que garante o aluguel de veículos se necessário. 
A compra de gasolina e álcool, porém, é limitada a R$ 4.500 por mês. 

Estimativas 
Uma parte dos benefícios sequer pode ser estimada, como as assinaturas de jornais no Senado e os materiais impressos na Câmara, ou a disponibilidade de apartamentos funcionais em Brasília. O levantamento usou como base os valores máximos disponíveis para deputados e senadores e, quando foi possível, os gastos efetivamente feitos em cada tipo de benefício.

Super-lanche de SP tem 5 hambúrgueres e custa R$ 89,80

Terra 

A hamburgueria Big Kahuna Burger, inaugurada há um ano, tem em seu cardápio lanches gigantes. Mas, em seu novo lançamento, a proposta fica ainda maior. 
O lanche Ezequiel 25.17 é uma pirâmide de cinco hambúrgueres de carne de 150 g cada – o que dá 750 g no total. 

Completam o sanduíche dez fatias de bacon, quatro fatias de queijo cheddar, quatro de mozarela, duas de queijo estepe - totalizando 10 fatias de queijos diferentes - e ainda alface, tomate, cebola roxa, crispy onions e maionese da casa.

A hamburgueria tem opções gourmet e combinações de ingredientes inusitados, além dos sabores tradicionais. A decoração da casa tem objetos dos anos 70, inclusive com algumas pequenas televisões portáteis que passam o filme 'Pulp Ficton' do cineasta Quentin Tarantino, que foi a inspiração da casa. 

Ao comprar o lanche, que custa R$ 89,80, o cliente ganha a camiseta com a frase 
“Eu comi o burger Ezequiel 25.17”, segundo a assessoria da lanchonete. Você se arrisca? 

Big Kahuna Burger 
Endereço: Al. Lorena, 53, Jardins, SP Telefone: (11) 3051-6268. 
Horário de funcionamento: de terça a quinta-feira, das 12h às 15h, e das 19h às 23h; de sexta-feira, das 12h às 15h e das 19h às 24h; aos sábados, das 13h às 24h (não abre às segundas-feiras)

Morre, aos 73 anos, o escritor João Ubaldo Ribeiro

UOL 

O escritor João Ubaldo Ribeiro, autor de obras como "A Casa dos Budas Ditosos" e "Sargento Getúlio", morreu na madrugada desta sexta-feira (18), aos 73 anos, vítima de embolia pulmonar. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da ABL (Academia Brasileira de Letras), onde ele ocupava a cadeira 34. 
Com mais 20 títulos publicados em 16 países, teve diversas obras adaptadas para o cinema, teatro e TV. 

O velório, inicialmente marcado para as 10h, foi adiado para as 13h no Salão dos Poetas Românticos na sede da ABL, no Rio (av. Presidente Wilson, 203, Castelo), e será aberto ao público até as 19h. Depois será restrito a familiares e amigos.
O corpo do escritor será enterrado no sábado no mausoléu da ABL, no cemitério São João Batista, também no Rio. O horário ainda não foi definido --a família aguarda a chegada de Manuela, filha do escritor, que mora na Alemanha e deve chegar ao Brasil na madrugada de sábado, por volta das 5h30. 

O presidente da ABL, Gerado Holanda Cavalcanti, determinou cumprimento de luto por três dias e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro. "É uma grande perda para a Academia, para o romance e o jornalismo nacionais. João Ubaldo Ribeiro deixa uma obra de excelência. Estamos todos muito chocados com a notícia", declarou Cavalcanti. 

João Ubaldo, que também é pai do apresentador e ex-VJ da MTV Bento Ribeiro, passou mal em sua casa no Leblon, no Rio de Janeiro. Um funcionário do prédio onde o escritor morava há cerca de 20 anos disse ao programa GloboNews que, por volta das 3h da manhã, a família pediu por ajuda médica, mas que não houve tempo de prestar socorro. 
A morte do escritor foi declarada às 5h.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O salmo de Wagner Moura

Frei Betto (*) 

Diante da censura da Arquidiocese do Rio ao uso da imagem do Cristo Redentor no filme “Inútil paisagem”, de José Padilha, fico em posição inusitada: sou homem de Igreja; sou contra censuras a obras de arte; e sou companheiro de Wagner Moura em encontros de oração e meditação, dos quais participam artistas e jornalistas. 

Por que a fala do personagem do Wagner seria ofensiva? 
A meu ver, ela não ofende Jesus; ao contrário, reconhece que a imagem em placas de pedra-sabão é expressão da presença invisível dele, a quem se dirige inconformado. 

Encaro a fala do personagem como a do salmista que protesta contra Javé, acusando-o de indiferença e omissão: “Ó Deus, não fiques calado, não fiques mudo e inerte, ó Deus!” (Salmo 83). “Por que me rejeitas, Javé, e escondes tua face longe de mim?” (Salmo 88). 

O personagem de Wagner Moura, magoado porque Cristo não atendeu às preces concernentes à sua relação com a personagem Clara, suplica que o Redentor saia da imobilidade pétrea e vá “lá embaixo” e interfira para que haja mais amor, a polícia não atue como assassina, evite as inundações que afogam vidas, propicie escolas a todas as crianças. 

Na fala de Wagner há uma crítica teológica pertinente: é um erro nós, cristãos, esperarmos que Deus atue em nosso lugar. Oramos para que ele nos infunda fé, esperança e amor, para que sejamos capazes de agir como Jesus agiu. 

Deus jamais é tapa-buraco de nossa omissão. 
Ele age através de nós, que somos seus “templos vivos”, segundo Paulo na Carta aos Coríntios (3, 16-17). Sonho com uma Igreja que censure, sim, governos e poderosos que, por suas decisões, apoiam policiais torturadores e assassinos, sonegam educação de qualidade às crianças pobres, e condenam milhares de “templos vivos” à miséria, à exclusão, a uma vida ingrata e infeliz. 

Uma criação artística não deve sofrer censura, exceto a que procede do gosto do público. 

Equivoca-se quem sobe ao Corcovado na expectativa de encontrar Cristo. 
Ele não está naquele bloco de granito. Está “lá embaixo”, e quem “não tem amor” jamais será capaz de encontrá-lo onde ele mesmo disse estar: em quem tem fome, sede, está enfermo, é imigrante ou carente de bens tão essenciais como a roupa do corpo (Mateus 25, 31-46). 

O Antigo Testamento relata como os hebreus insistiam em adorar Javé através da veneração a um bezerro de ouro ou frondoso carvalho. 
Procedimento condenado pelos profetas como idólatra. 
Será que Deus exigia dos hebreus alto grau de abstração, a ponto de prescindir de qualquer referência sensível ao prestar-lhe culto? 
Ao contrário, Javé queria apenas que o vissem no próximo. 

O Cristo Redentor é um monumento público, como a Estátua da Liberdade e a Torre Eiffel. Embora seja patrimônio da Arquidiocese, é símbolo da Cidade Maravilhosa e foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno. 
Seu valor simbólico ultrapassa-lhe o estatuto patrimonial. 
Tombado desde 1937 pelo Iphan, é considerado pela Unesco patrimônio mundial, por se situar no Rio, eleita, em 2012, cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. 

A fala censurada repete, noutras palavras, o que já está dito por artistas como Chico Buarque em “Subúrbio” (“Lá tem Jesus / E está de costas”); e Zélia Duncan em “Braços cruzados” (“Eu quero menos abandono, mais cuidado/Cristo Redentor/Eu vi seus braços cruzados, tudo é ilusão”). 

O papa Bento XVI, ao visitar Auschwitz em 2010, exclamou:
“Por que, Senhor, permaneceste em silêncio? Onde estava Deus nesses dias?” 
O próprio Jesus se queixou de Deus: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Marcos 15, 34). 

Queixar-se a Deus é uma forma de oração. 

(*) É escritor e religioso dominicano

Ou renúncia na CBF, ou não compareçam aos estádios

Bob Fernandes (*) 

Ninguém aguenta mais o defunto, sabemos, mas como pior será o defunto redivivo voltemos ao tema. Marin, ele mesmo um quase, apresenta Gilmar Rinaldi como Coordenador de seleções. 

Gilmar, terceiro goleiro na seleção de 94, era até há pouco agente de jogadores, por aí. 

Por mais que ele venha ser sério no cargo, é muito estranho iniciar assim uma suposta "renovação", algo que deveria de saída atrair a confiança de quem não confia em Marin & Del Nero & Cia por saberem quem são, o que fazem e já fizeram na vida. 

Dizem e dirão que é "utopia" etc e é mesmo, mas insistamos: ou essa caquerada toda renuncia e assim possibilita uma reestruturação verdadeira de CBF, estatutos, federações, clubes, ou nada vai acontecer pra valer no futebol brasileiro. Nada. 

Os italianos caíram fora da Copa e, no mesmo dia, renunciaram o técnico Prandelli e toda a cúpula da federação. Os alemães iniciaram sua renovação, há mais de uma década, limpando o lixo e afastando roedores que infestavam seu futebol. 

Triste e patético esses debates e enquetes sobre quem será o "novo técnico" e quetais, uma fórmula óbvia pra escapar da desastrosa performance na Copa. 
Atuação reveladora, em todos os quadrantes, do que é, do que cada vez mais se torna o futebol brasileiro. 

Um futebol que tem nas sombras o homem que decide quem é grande e quem é pequeno, quem vai ter e quem não vai ter dinheiro. Não são os clubes com milhões e milhões de torcedores e a razão de ser do futebol e do negócio que decidem seu destino, é um homem. Um homem que fala e age em nome de outros homens. Um homem, apropriadamente no caso, chamado… Pinto. 

Isso, de Gilmar, Marin, Del Nero, não vai levar a lugar algum, até a Brazuca sabe.
Vai apenas permitir que os verdadeiros donos do negócio futebol e seus aliados, a turma das bolas, ganhe tempo, empreste discurso a quem disso precisa pra se recompor e tocar o barco de novo, no mesmo rumo. 

Basta ver alegrinhos e alegrinhas, saltitantes na performance jornalismo & entretenimento anunciando cheios e cheias de gracinhas "a volta do Brasileirão". Aquele com jogos medíocres às 10 da noite e série B às terças e sextas. Quase sempre com estádios vazios, ou quase. O torcedor é um detalhe. 

Ridículo, constrangedor, e pior ainda ver tanta gente embarcando nisso acriticamente. 
Já está evidente do como será mais essa farsa. Assim sendo, é retomar a campanha que, anos depois de iniciada, levaria à queda da gangsteria no Bahêa. 

Uma hora cola: Público Zero. Não compareçam aos estádios. 
Mexam no bolso de patrocinadores, da Tv que manda e desmanda, dos jogadores, do escambau. Só assim a casa cai. Um, dois meses sem ninguém ir aos estádios – a não ser os financiados, aquela bandidagem organizada- e todos seriam enxotados do navio. 

(*) Jornalista . Foi redator-chefe de CartaCapital

O custo da vagabundagem oficial dos nossos parlamentares

Parlamentares custarão R$ 228 milhões no “recesso branco” 

Congresso em Foco 

Nos próximos 79 dias, os parlamentares só serão chamados a comparecer a Brasília quatro vezes. Até lá, porém, vão deixar uma conta salgada para o contribuinte arcar. 
Apenas entre salários e benefícios atrelados aos gabinetes dos 594 deputados e senadores, os cofres públicos vão bancar R$ 228 milhões nesse período. 
O valor é expressivo. Daria, por exemplo, para custear o programa Bolsa Família durante um ano para 299 mil famílias, ou mais de um milhão de pessoas. 
Também permitiria construir um bairro inteiro de uma cidade, erguendo-se mais de 3.400 casas populares de dois quartos e 58 metros quadrados, de acordo com os custos do estado de São Paulo. O cálculo é de levantamento exclusivo do Congresso em Foco sobre os custos do Legislativo diretamente atrelados aos congressistas. 
A Câmara e o Senado começam, nesta sexta-feira (18), um longo “recesso branco”, que vai até as eleições de outubro. Mesmo praticamente sem votações, as despesas serão mantidas como se houvesse trabalho normal nas duas Casas até 5 de outubro.
Por acordo entre as lideranças partidárias, a prioridade nesse período será a campanha eleitoral. Antes dessa data, os deputados devem fazer um “esforço concentrado” em 5 e 6 de agosto e em 2 e 3 de setembro. Até o momento, os senadores só combinaram votações em 5 e 6 de agosto. 

Entretanto, os salários permanecerão os mesmos. 
Assim, de 18 de julho a 5 de outubro, serão gastos, conforme o levantamento do Congresso em Foco, R$ 378 mil com cada deputado e R$ 422 mil com cada senador. 
No período, os 594 membros da Câmara vão custar R$ 194 milhões. 
Os 81 senadores, R$ 34 milhões. 

Copa do Mundo 
Os gastos públicos com plenário vazio já estão correndo por conta do contribuinte. 
A fatura chega a R$ 332 milhões quando são somados os custos dos parlamentares ainda em junho, mês das tradicionais festas de São João, das convenções partidárias e do começo da Copa do Mundo. Desde o mês passado, o Congresso tem atividades esparsas, reunindo-se esporadicamente com um “esforço concentrado” aqui e outro ali. 

Na Câmara, por exemplo, foram marcadas apenas sessões em quatro dias depois da Copa. Mas só houve votações nos dias 1º, 2 e 15 de julho, quando foram aprovadas propostas como a polêmica pensão para a atleta Laís Souza, o texto-base da profissão de motorista e a indicação de Bruno Dantas para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). 

Mantidas como se houvesse trabalho normal no Congresso, as despesas não agradaram a todos. “Deputados e senadores não podem conceder-se faltas remuneradas fora dos casos admitidos em normas legais”, reclamou o colunista Jânio de Freitas, na Folha de S.Paulo. “A Constituição e os Regimentos Internos da Câmara e do Senado não foram alterados.” 

Compatibilidade com eleição 
De acordo com as leis brasileiras, os deputados e senadores só poderiam entrar em recesso se tivessem votado, até esta quinta-feira (17), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano. Mas isso não aconteceu. Por lei, o recesso deveria ser suspenso até a votação da norma. O que também não vai acontecer. 
As atividades no plenário ficarão suspensas, mas o presidente do Congresso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), não enxerga “recesso branco”. 

“Quando se deixa apenas de convocar a ordem do dia, não há recesso”, afirmou ele na terça-feira passada (15). “Nós vamos é compatibilizar o funcionamento do Congresso com a realização das eleições”, continuou. 

Na Câmara, o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), chegou a nomear uma comissão representativa para atuar no recesso branco. 
De acordo com as regras do Parlamento, isso só poderia ser feito se o recesso acontecesse oficialmente. 

“Dificilmente teríamos quórum nas próximas semanas em razão das campanhas eleitorais, que é uma realidade do país”, afirmou Alves, ao justificar desmarcar as sessões, na terça-feira. “Então seria difícil o quórum. Essa foi a decisão unânime dos senhores líderes”, disse o presidente da Câmara. 

Sem estimativa 
O cálculo do Congresso em Foco inclui o subsídio parlamentar, de R$ 26.723 por mês, e uma série de benefícios como ajudas de custo, auxílio-moradia, verba de gabinete para contratar mais de 20 funcionários, verbas para bancar passagens aéreas, locação de veículos, serviços de segurança, combustíveis, correspondências, telefones, além de ressarcimentos médicos e odontológicos. 

Uma parte dos benefícios sequer pode ser estimada, como as assinaturas de jornais no Senado e os materiais impressos na Câmara, ou a oferta de apartamentos funcionais em Brasília. O levantamento usou como base os valores máximos disponíveis para deputados e senadores e, quando foi possível, os gastos efetivamente feitos em cada tipo de benefício. 

QUANTO CUSTA 
Um deputado em um mês: R$ 143.847,91 
Um senador em um mês: R$ 160.567,13 
Um deputado de hoje até as eleições: R$ 378.799,49 
Um senador de hoje até as eleições: R$ 422.826,78 
Total dos 594 parlamentares de hoje até as eleições: R$ 228.573.107,16