sábado, 31 de maio de 2014

Bife a rolê de pernil de porco com linguiça de frango

INGREDIENTES 
10 bifes de pernil de porco 
10 pedaços de linguiça de frango, do tamanho do bife 
10 fatias de bacon 
3 tomates 
1 cebola 
Cheiro verde a gosto 

MODO DE PREPARO 
Tempere os bifes com alho, sal, e pimenta a gosto 
Deixe 15 minutos para pegar o tempero 
Abra o bife, coloque a fatia de bacon e a linguiça, enrole e prenda as duas pontas com palito 
Esquente o óleo em uma panela e coloque os bifes enrolados 
Deixe fritar dos dois lados 
Coloque os tomates picados, a cebola picada e água, até cobrir a carne 
Deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos 
Experimente se estão macios 
Acrescente o cheiro verde 
Sirva quente

Basta de fingir

Cristovam Buarque (*) 

O Brasil comemora sua posição de sétimo maior PIB do mundo, mas o PIB per capita rebaixa o país para a 54ª posição no cenário mundial; no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ficamos em 85º lugar. Fingimos ser ricos, apesar da pobreza. 

Nos últimos 20 anos, passamos de 1,66 milhão para 7,04 milhões de matrículas nos cursos superiores, mas quase 40% de nossos universitários sabem ler e escrever mediocremente, poucos sabem a matemática necessária para um bom curso nas áreas de ciências ou engenharias, raros são capazes de ler e falar outro idioma além do Português. 
Fingimos ser possível dar um salto à universidade sem passar pela Educação de Base. 

Comemoramos ter passado de 36 milhões, em 1994, para 50 milhões de matriculados na Educação Básica, em 2014, sem dar atenção ao fato de termos 13 milhões de adultos prisioneiros do analfabetismo; 54,5 milhões de brasileiros com mais de 25 anos não terminaram o Ensino Fundamental e 70 milhões não terminaram o Ensino Médio. 

Fingimos que os matriculados estão estudando, quando sabemos que passam meses sem aulas por causa de paralisações ou falta de professores. 
A partir de 1995, no DF e em Campinas, iniciamos um programa que serve de exemplo ao mundo inteiro, atualmente chamado de Bolsa Família e que transfere por mês, em média, R$ 167,00 por pessoa pobre, o que lhe assegura R$ 5,67 por dia, valor insuficiente para aliviar suas necessidades mais essenciais. 

E fingimos que, com esta transferência, estamos erradicando a pobreza que é caracterizada efetivamente pela falta de acesso aos bens e serviços essenciais que não estamos oferecendo. 

Fingimos ter 94,9 milhões na classe média, sabendo que a renda média mensal per capita dessas pessoas está entre R$ 291 e R$ 1.019, quantia insuficiente para uma vida cômoda, especialmente em um país que não oferece educação e saúde públicas de qualidade. 

Comemoramos o aumento da frota de automóveis de, aproximadamente, 18 milhões, em 1994, para 64,8 milhões, em 2014, fingindo que isto é progresso, mesmo que signifique engarrafamentos monumentais. 

Comemoramos, corretamente, termos desfeito uma ditadura, esquecendo que a democracia está sem partidos e a política se transformou em sinônimo de corrupção. Fingimos ter uma democracia com liberdade de imprensa escrita em um país onde poucos são capazes de ler um texto de jornal. 

Assistimos 56 mil mortos pela violência ao ano, e fingimos ser um país pacífico, sem uma guerra civil em marcha. 

Fingimos ser um país com ambição de grandeza, mas nos contentamos com tão pouco que os governantes se recusam a ouvir críticas sobre a ineficiência dos serviços públicos. Preferem um otimismo ufanista, comparando com o passado que já foi pior, e denunciam como antipatriotas aqueles que ambicionam mais e criticam as prioridades definidas e a incompetência como elas são executadas. 

Antipatriota é achar que o Brasil não tem como ir além, é acreditar nos fingimentos. 

(*) É engenheiro mecânico, economista, educador, professor universitário e político filiado ao PDT

Isto é Santarém

Ponta do Rio Arapiuns – Santarém (PA) -  Foto: Braz Sarubbi Filho 
                                                     

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Barbosa confirma em plenário sua aposentadoria do Supremo

Estadão 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, confirmou em plenário na tarde desta quinta-feira, 29, que deixará a Corte máxima da Justiça no País. No discurso, ele informou que o afastamento das funções será no final de junho por uma decisão pessoal. 

A fala foi curta e objetiva. Barbosa lembrou o julgamento do mensalão como seu maior feito no Supremo. "Tive a felicidade, a satisfação e alegria de passar a compor essa Corte no que talvez seja seu momento mais fecundo de maior importância no cenário político institucional do nosso País", afirmou. 

Barbosa também se disse "deveras honrado" por ter feito parte do colegiado do STF. 

O anúncio foi comentado pelo ministro Marco Aurélio Mello, que desejou "boa sorte" a Barbosa nas próximas empreitadas. Segundo Mello, Barbosa deixa o posto devido a problemas de saúde - o ministro sofre de uma doença na coluna -, mas o presidente do Supremo não comentou a motivação para deixar o cargo. 

"Como mais antigo da sessão, registro sentimento a princípio pessoal, mas que creio ser também dos demais colegas. A cadeira do Supremo tem uma envergadura maior", disse Mello. "Vossa excelência foi relator de uma ação penal importantíssima do que o Supremo, como colegiado, veio a afirmar que a lei é lei para todos e que processo em si não tem capa, processo tem conteúdo", recordou. 

Mello lamentou a saída do colega de Corte, afirmando que ocupar uma cadeira no Supremo é uma honra para a vida toda. "Lamento a saída mas compreendo a decisão tomada, até mesmo a partir do estado de saúde de vossa excelência".

A aposentadoria de Barbosa foi anunciada ainda durante na manhã desta quinta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na quarta, o presidente do Supremo já teria dado sinais de sua decisão ao redistribuir o processo do mensalão.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mais atraso nos portos

Opinião do Estadão 

Dos R$ 54,2 bilhões em investimentos privados que o governo pretendia atrair para os portos brasileiros até 2017 - sendo R$ 31 bilhões entre 2013 e 2015 -, nada ainda foi aplicado e é provável que assim continue até o final do ano. Do ambicioso plano anunciado em dezembro de 2012 pela presidente Dilma Rousseff de modernização e ampliação da capacidade operacional dos portos com maciço investimento privado, para reduzir os custos das exportações, por enquanto só há polêmicas e discussões técnicas que impedem seu início. Os primeiros leilões previstos no plano, de áreas no Porto de Santos (SP) e em cinco portos no Pará, não têm nem data para realização, pois ainda aguardam uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que não tem prazo para decidir. Embora não reconheça oficialmente, nem o governo espera que algo seja feito em 2014. 

O caso dos portos reproduz a maneira voluntariosa, desarticulada, incompleta e ineficiente como o governo Dilma trata os programas de infraestrutura, com prejuízos para a economia nacional. Talvez seja mais dramático por causa das imensas expectativas geradas pelo anúncio tardio das medidas para destravar os investimentos privados num setor crucial para o comércio exterior e cuja deterioração é notória. 

O programa de concessões rodoviárias também demorou para sair do papel e, quando o fez, enfrentou fracassos - como a inexistência de proposta para um dos lotes oferecidos, o que forçou o governo a rever critérios essenciais que balizam os cálculos de retorno dos investimentos. O programa de concessões ferroviárias, como o de portos, continua no campo das boas intenções. 

A reportagem de Lu Aiko Ota publicada pelo Estado (1/4) mostra os problemas administrativos e técnicos que o governo não conseguiu superar para obter a aprovação do TCU. Os leilões de áreas em Santos e nos portos paraenses - que compõem o primeiro dos quatro lotes em que o governo dividiu as áreas que serão oferecidas aos investidores - dependem de três decisões do TCU. 

Duas delas estão ligadas às regras para as licitações; a terceira diz respeito à suspeita de favorecimento à Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), contratada para fazer os estudos e projetos de todas as áreas a serem licitadas. 

Quanto às regras, a ministra Ana Arraes fez 19 restrições aos estudos sobre os leilões que foram encaminhados ao TCU pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) e que foram por ela considerados incompletos, imprecisos e pouco sistematizados - daí a necessidade das correções por ela sugeridas e aprovadas pelo plenário do TCU. 

O governo recorreu de quatro das restrições, o que resultou na abertura de novo processo no TCU, que tem como relator o ministro Aroldo Cedraz. Quanto às outras 15 objeções feitas pela ministra, o governo enviou suas respostas, que ainda estão em exame pela área técnica do TCU. Não há datas para a apresentação do relatório de Cedraz nem para a conclusão da análise técnica das respostas do governo. 

Quanto ao processo referente à escolha da EBP, uma empresa privada, como única responsável por estudos e projetos nas áreas de portos - ela tem essa preferência também nos casos de aeroportos e de rodovias -, já entrou na pauta dos julgamentos do TCU quatro vezes, mas pedidos de vista vêm adiando a decisão. 

Há ainda problemas políticos, como o poder do governo federal de decidir sobre áreas de portos estaduais (o problema surgiu no caso do Porto de Suape, do governo de Pernambuco, chefiado por Eduardo Campos, provável candidato à Presidência da República pelo PSB e sobrinho da ministra Ana Arraes). 

A isso se soma o questionamento que empresas privadas fazem, por enquanto na esfera administrativa, a estimativas oficiais subestimadas de movimentação de cargas em alguns terminais e que podem paralisar alguns leilões. 

"A demora é ruim para o País", resumiu o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilem Mantelli.

Enquanto isso, no País auto suficiente de petróleo

Motoristas fazem fila para comprar gasolina sem imposto em São Paulo 

Estadão 

O Posto Ipiranga da Avenida Sumaré, em São Paulo, teve fila de veículos na manhã desta quarta-feira, 28. Em função do protesto realizado na sexta edição do Dia da Liberdade de Impostos, o litro da gasolina está sendo vendido com desconto de 53% neste posto. 
A redução do preço equivale à carga tributária do produto. 

Sem os impostos, o litro da gasolina, que normalmente sai por R$ 2,899, passa a custar por R$ 1,362. 

A gasolina será vendida com desconto até as 13 horas ou até acabarem os cinco mil litros de combustível comprados para o protesto. Cada veículo pode ser abastecido com no máximo 30 litros. Pagamento em dinheiro. 

A diferença de preço será paga pelos organizadores do ato: o Instituto Ludwig von Mises e o Movimento Endireita Brasil, fundado por Ricardo Salles, um dos organizadores do evento. Segundo ele, o objetivo do protesto é "demonstrar para a população qual o tamanho da carga tributária brasileira e como ela afeta a vida de cada um". 

A data do Dia da Liberdade de Impostos foi escolhida com base em informações do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O cálculo indica que 28 de maio é o último dos 148 dias trabalhados no ano pelo brasileiro apenas para quitar seus impostos. "Até então, você trabalhou para pagar o governo", afirma Salles.

Qualidade musical da safra dos anos 60 e 70 dificilmente será repetida

Toquinho para UOL 

Em seus variados gêneros, a música brasileira sempre foi envolvente, por sua estrutura técnica, por sua essência popular e pelo talento de seus compositores e intérpretes. 

No fluir do tempo e na diversificação dos ritmos, o povo reconhecia a energia nordestina de Luiz Gonzaga, a bossa de Noel Rosa e o eruditismo caipira de Villa-Lobos como eco de seus sentimentos. 

Vibrava com a dolência de Pixinguinha, a brasilidade de Ary Barroso e a simplicidade de Cartola e Nelson Cavaquinho. Sofria com as angústias de Dolores Duran, se apaixonava com a ternura de Lúcio Alves e Dick Farney e se enternecia com a malemolência de Dorival Caymmi. 

Envolvia-se tanto com os arroubos emocionais de Maysa e Lupicínio Rodrigues quanto com a expansividade de Emilinha Borba e Marlene e a suavidade de Elizeth Cardoso, adotando Orlando Silva, Francisco Alves, Silvio Caldas, Cauby Peixoto, Angela Maria e Nelson Gonçalves como guardadores de seu coração. 

Então, a qualidade dessa profusão melódica que tinha o samba tradicional como eixo rítmico começava a extravasar de uma forma diferente nas inflexões vocais de Agostinho dos Santos e nas harmonias dissonantes de Johnny Alf, já prenunciando o que viria a seguir no cenário musical brasileiro. 

Bossa Nova 
Quando Vinicius de Moraes convidou Antonio Carlos Jobim para musicar os poemas da peça "Orfeu da Conceição", em 1956, não imaginava que estava criando um marco de qualidade na história da música popular brasileira. Num admirável ímpeto de criatividade, criaram belezas musicais que invadiam os ouvidos da gente com uma sofisticada simplicidade. 

A música se fazia mais bela em seus quatro componentes: melodia, harmonia, poesia e ritmo. A melodia de Tom trazia informações harmônicas e estruturais de Debussy, de Ravel e de Villa-Lobos. Acrescentou-se a essa nova melodia expressões poéticas também inovadoras, carinhosas, ditas no diminutivo, coisas de um poeta bem-humorado, sensível, preocupado não apenas com a métrica. 

Toda essa transformação vinha embutida na canção "Chega de saudade" e na inovadora batida do violão de João Gilberto anunciando a morada da Bossa Nova. Havia na expressão Bossa Nova uma filosofia universal que a visão poética de Vinicius enxergava:
"... Bossa Nova é mais um olhar que um beijo; mais uma ternura que uma paixão; mais um recado que uma mensagem. 

Bossa Nova é o canto puro e solitário de João Gilberto buscando uma harmonia cada vez mais extremada e simples nas cordas de seu violão; Bossa Nova é a nova inteligência, o novo ritmo, a nova sensibilidade, o novo segredo da mocidade do Brasil...". 

Segredo revelado na melodia de Carlos Lyra, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves e na visão poética de Ronaldo Bôscoli e Newton Mendonça. Logo depois, Baden Powell acrescentaria à Bossa Nova a vibração afro de seu violão, fortalecida pela poesia de Vinicius, que alimentava também, sem economia de versos, as melodias de Edu Lobo e Francis Hime. 

MPB 
Deixando já o caminho a ser trilhado pelos herdeiros da Bossa Nova, entre os quais eu me incluo, geração de talentos incomuns, formada a partir de 1965, com Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Jorge Ben Jor, Paulinho da Viola, Paulo Cesar Pinheiro, João Bosco, Ivan Lins, Djavan, Guilherme Arantes, que em meio à sofisticação da Bossa Nova recuperaram a música de raiz brasileira dando origem ao que passou a ser chamar de MPB. 

Toda essa criatividade avalizada e propagada pelas vozes de Elis Regina, Maria Bethânia e Gal Costa. Instrumentistas de destaque também apareceram, como Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, César Camargo Mariano, Mauro Senise; mais recentemente, Raphael Rabello, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Toninho Ferragutti, Proveta e sua Banda Mantiqueira... 

Até o final do século passado, outros talentos de qualidade se destacaram, como Zeca Baleiro, Zeca Pagodinho, Renato Teixeira, Lenine; as vozes de Maria Rita, Mônica Salmaso, entre outras, mantendo a tradição da variedade musical e da criatividade flexiva da música popular brasileira. Sem dúvida, é uma safra de grandes valores. 

Mas a qualidade da safra dos anos de 1960 e 1970 dificilmente será repetida... 

Nestes primeiros anos do século XXI podemos citar alguns nomes como Chico Saraiva, Antonio Loureiro, Bruno de la Rosa, Diogo Nogueira. E tem muita gente vindo por aí.

A música é nosso maior patrimônio – a mistura de raças nos proporcionou a maior diversidade musical do mundo. 

(*)É cantor, compositor e violonista 

terça-feira, 27 de maio de 2014

BNDES já repassou R$ 1 bi para Odebrecht em porto

Congresso em Foco 

Para evitar “questionamentos desnecessários”, governo e banco mantêm sigilo do empréstimo total de US$ 692 milhões para construtora modernizar terminal em Cuba. Documento menciona parte dos recursos “a fundo perdido”, mas ministério nega que isso esteja relacionado ao segredo. 

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já repassou o equivalente a mais de R$ 1 bilhão à construtora Odebrecht pela reforma do porto de Mariel, em Cuba, um negócio mantido em sigilo, por até 30 anos, pelo governo brasileiro, que considera que a revelação dos detalhes do financiamento “põe em risco as relações internacionais do Brasil” e pode “levantar questionamentos desnecessários”, conforme extrato de classificação de documentos obtido pelo Congresso em Foco. Esses papéis mostram que uma parte do custo do financiamento envolveu parcelas pagas “a fundo perdido pela União” – o governo diz que isso não motivou sigilo. A empreiteira baiana ainda tem o equivalente a mais de R$ 500 milhões a receber do governo brasileiro por essa obra em Cuba. 

Para modernizar o porto de Mariel, o governo cubano, dos irmãos Fidel e Raul Castro, escolheu a construtora brasileira. Depois, o BNDES financiou o empreendimento de US$ 957 milhões com US$ 692 milhões (R$ 1,5 bilhão), repassando os valores integralmente à Odebrecht. Mas os detalhes da operação, como garantias e prazos de pagamento, são mantidos em sigilo pelo Brasil. Um empréstimo da construtora a uma empresa de consultoria, que o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) considera como possibilidade de “desvio de recursos públicos”, deve ser um dos temas de audiência pública com o presidente do banco, Luciano Coutinho, na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara, nesta terça-feira (27). O negócio foi revelado pelo Congresso em Foco no último dia 19. 

Em janeiro, Dilma Rousseff e o presidente Raul Castro inauguraram a reformulação do porto cubano. De acordo com o BNDES, a obra está “praticamente concluída” e, por isso, nem todo o dinheiro foi repassado à Odebrecht, mas só 70%. Os desembolsos são feitos à medida que a construção vai ficando pronta. O BNDES diz que não financia o governo cubano, mas “o exportador brasileiro” de obras e serviços. Em caso de eventual calote de Cuba, hipótese abraçada pela oposição no Congresso, a Odebrecht não será responsabilizada. 

Ministério paga quase R$ 200 mi a consultorias na Copa e nos Jogos

Blog do Rodrigo Mattos (*)

O Ministério do Esporte pagará pelo menos R$ 196 milhões a consultorias para a organização da Copa-2014 e a Olimpíada do Rio-2016. O valor foi obtido em levantamento feito pelo blog nas contas do governo desde 2008 até agora. 

Neste período de seis anos, a pasta destinou dinheiro para pelo menos 11 contratações de consultorias, seja de forma direta ou indireta. Não houve licitação para a maioria dos serviços pagos pelos cofres públicos. Há suspeitas de irregularidades ou comprovação de problemas em alguns casos. 

Mais do que isso, sob o ponto de vista prático da organização dos eventos, a Copa-2014 será realizada no próximo mês, mas boa parte das obras de infraestrutura prometida não ficou pronta. Dez dos 12 estádios tiveram projetos executados de forma mais lenta do que o previsto, e estouraram o prazo dado pela Fifa. 

No caso da Olimpíada, o COI já apontou que a edição atual é a mais problemática da história dos Jogos. Há atrasos na maioria dos projetos olímpicos. Ou seja, as consultorias não serviram para evitar que o ex-jogador Ronaldo ficasse envergonhado com os atrasos. 

“Eventos como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos requerem conhecimento especializado que não está inserido no trabalho rotineiro da administração pública. A contratação de consultorias especializadas tem o objetivo de auxiliar a gestão pública no planejamento, monitoramento e realização dos grandes eventos. A opção por prestação de serviços supre uma demanda específica, pontual e temporal sem a necessidade de aumentar o quadro de funcionários efetivos por meio de concurso'', afirmou o Ministério do Esporte, ressaltando que todas as contratações foram legais. 

Patrocinadores-Fifa isentos de impostos na Copa

Bob Fernandes (*) 

A lei aprovada pelo congresso e sancionada pela presidência, inicialmente em 2010, permite que a Fifa não pague inúmeros impostos na Copa. E não apenas a FIFA. Nenhum dos 14 patrocinadores estrangeiros pagará impostos (os patrocinadores locais são outros 8).  
Em todas as Copas e em todos os países tem sido assim. 
Outra entidade tem proporcionado a mesma condição para seus parceiros: o Comitê Olímpico Internacional (COI). 

Governos e entidades de controle de países têm debatido as imposições de megaeventos como Copa e Olimpíada. 
A Controladoria Geral da União (CGU) do Brasil tem participado desse debate. 

Na Olimpíada de Londres, britânicos engoliram o mesmo tipo de exigências que irrita os brasileiros. E até mais. Prédios residenciais tinham baterias de mísseis nos telhados e Londres teve 17 mil soldados e seguranças. Os Jogos custaram, em reais, 29 bilhões. 
Antes da Olimpíada, 53% da população inglesa era contra. 
Para evitar engarrafamentos e a superlotação no metrô, boa parte dos londrinos trabalhou em casa durante os Jogos. Os ingleses engoliram tudo, menos a isenção de impostos. 

E quem provocou a reação, além de entidades independentes, foi um site, o "38 degrees" . O nome da campanha, iniciada às vésperas da Olimpíada, foi: 
"Patrocinadores olímpicos, paguem a sua parte". 
No site, o nome de cada patrocinador, quanto faturava e como, mundo afora, habitualmente driblava impostos via paraísos fiscais. 

Em poucos dias centenas de milhares de adesões à campanha. 
Nas redes sociais, exposição das marcas multinacionais e a pressão da opinião pública: um a um os grandes patrocinadores abriram mão da isenção de impostos. 
E comunicaram, também via redes sociais, que pagariam os impostos . 

Há um ano, com a reação nas ruas do Brasil, o jornal inglês Guardian constatou: 
- Os brasileiros tiveram coragem de dizer o que os britânicos não tiveram. Mas sem nada quebrar-daquela vez- os britânicos derrubaram na prática a isenção de impostos aprovada por governo e parlamento. 

Faltam três semanas para o início da Copa do Mundo no Brasil. 

PS: Desde o início da tarde desta segunda, 26, o escritório da FIFA no Rio de Janeiro foi contatado. Por telefone, por duas vezes inicialmente, às 14 hs 51 e às 15 e 20. 
O terceiro contato telefônico se deu às 18 hs 16. 
Por recomendação da própria assessoria, o primeiro de dois e-mails foi encaminhado às 15 hs 27. Até o início da manhã desta terça-feira, 27, Terra Magazine ainda não havia recebido resposta para a pergunta enviada. 

(*) Foi redator-chefe de CartaCapital. Trabalhou em IstoÉ (BSB e EUA) e Veja. Repórter da Folha de S.Paulo e JB, fez "São Paulo, Brasil" no GNT/TV Cultura. 
Comentarista da TVGazeta e Rádio Metrópole (BA) C

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Minas quer incentivar uso de macaúba em combustível de aviação

Globo Rural 

O governo de Minas Gerais pretende incentivar a cultura da macaúba como matéria-prima para a produção de biocombustíveis de aviação. Foi o que informou a nesta segunda-feira a Secretaria de Agricultura do Estado (Seapa). 
A intenção é estimular a atividade na agricultura familiar. 

De acordo com a instituição, propostas de incentivo já estão sendo estudadas. 
E, no próximo dia 5, um voo teste será feito a partir do aeroporto de Confins com destino a Brasília, com um avião abastecido 50% com o bioquerosene de macaúba. 

A Secretaria informou que tem trabalhado em conjunto com o setor privado, na chamada Plataforma Brasileira de Bioquerosene, entidade que reúne empresas de aviação com foco na produção de biocombustíveis. A expectativa da entidade é de que até 2020, o bioquerosene já integre 50% da mistura dos combustíveis das aeronaves.

Outra do Joãozinho -

Foto da Transcontinental FM

A Executiva no Céu

Max Gehringer (*)

Foi tudo muito rápido. 
A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou.

Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. 
Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. 
Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes: 

-Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos? 
-No céu. 
-No céu?... 
-É. Tipo assim, o céu. Aquele com querubins voando e coisas do gênero. 
-Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente. 

Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva. 

Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. 
Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa.
E foi aí que o interlocutor sugeriu: 

-Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico. 
-É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária? 
-Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece. 
-Assim? (...) 
-Pois não? 

A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. 
À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro. Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho: 

-Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e... 
-Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio? 
-Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"? 
-Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo. 

Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. 
A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização. 

-Sabe, meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica. 
-É mesmo? 
-Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê? 
-Ah, não sabemos. 
-Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto? 
-Hã? 
-Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. 
Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance. 
-Que interessante. .. 
-Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina". 
-Fantástico! 
-É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver. 
-Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe,certo? 
-Sobre todas as coisas. 
-Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico por exemplo, me parece extremamente atrativo.
-Incrível! 
-É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical. 
-Impressionante! 
-Isso significa que podemos partir para a implementação? 
-Não. Significa que você terá um futuro brilhante ... se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...

(*) É administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial

Acesso a porto ainda é feito por estrada de terra

Estadão 

O porto fluvial de Miritituba, no Pará, é uma grande aposta do agronegócio para escoar a produção do centro do País pelo Norte. Mas, entra governo e sai governo, o acesso a ele continua sendo por uma estrada de terra. Nos três anos da gestão Dilma, a pavimentação do ramal de acesso ao porto, saindo de Rurópolis, avançou só 16,2 quilômetros. 
Já a ligação entre Rurópolis e Santarém avançou 35,5 quilômetros. 

Foi o que constatou o Estado ao comparar os balanços do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de dezembro de 2010, o último do governo Lula, e o relatório de fevereiro. A meta era concluir o asfaltamento da BR-163 até Miritituba em dezembro de 2011. Agora, a previsão é fim de 2015. 

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o trecho atrasou porque a empresa contratada para a obra "fracassou". 
Está em curso novo processo para contratação de empreiteira, o que leva tempo. 
Uma das dificuldades é que a região é bastante chuvosa. O asfaltamento ocorre no período seco. 

Após a pavimentação, o plano é duplicar a BR-163. Mas, aí, vai contar com a iniciativa privada. O trecho compõe a leva de novas rodovias a serem leiloadas a partir de 2015. Atrasos marcam também duas obras emblemáticas do PAC das quais Dilma inaugurou trechos este mês: a Ferrovia Norte-Sul e a Integração do São Francisco. 
A linha férrea inaugurada quinta-feira registrava três anos de atraso só no atual governo.

domingo, 25 de maio de 2014

O pavor dos abastados: a desigualdade e a taxação das riquezas

Leonardo Boff (*) 

Está causando furor entre os leitores de assuntos econômicos, economistas e principalmente pânico entre os muito ricos um livro de 700 páginas escrito em 2013 e publicado em muitos países em 2014. Transformou-se num verdadeiro best-seller. 
Trata-se de uma obra de investigação, cobrindo 250 anos, de um dos mais jovens (43 anos) e brilhantes economistas franceses, Thomas Piketty. 
O livro se intitula O capital no século XXI (Seuil, Paris 2013). 
Aborda fundamentalmente a relação de desigualdade social produzida por heranças, rendas e principalmente pelo processo de acumulação capitalista, tendo como material de análise particularmente a Europa e os USA. 

A tese de base que sustenta é: a desigualdade não é acidental mas o traço característico do capitalismo. Se a desigualdade persisitir e aumentar, a ordem democrática estará fortemente ameaçada. Desde 1960, o comparecimento dos eleitores nos USA diminuiu de 64% (1960) para pouco mais de 50% (1996), embora tenha aumentado ultimamente. 
Tal fato deixa perceber que é uma democracia mais formal que real. 

Esta tese sempre sustentada pelos melhores analistas sociais e repetida muitas vezes pelo autor destas linhas, se confirma: democracia e capitalismo não convivem. 
E se ela se instaura dentro da ordem capitalista, assume formas distorcidas e até traços de farsa. Onde ela entra, estabelece imediatamente relações de desigualdade que, no dialeto da ética, significa relações de exploração e de injustiça. 
A democracia tem por pressuposto básico a igualdade de direitos dos cidadãos e o combate aos privilégios. Quando a desigualdade é ferida, abre-se espaço para o conflito de classes, a criação de elites privilegiadas, a subordinação de grupos, a corrupção, fenômenos visíveis em nossas democracias de baixíssima intensidade. 

Piketty vê nos USA e na Gran Bretanha, onde o capitalismo é triunfante, os países mais desiguais, o que é atestado também por um dos maiores especialistas em desigualdade Richard Wilkinson. Nos USA executivos ganham 331 vezes mais que um trabalhador médio. Eric Hobsbown, numa de suas últimas intervenções antes de sua morte, diz claramente que a economia política ocidental do neoliberalismo “subordinou propositalmente o bem-estar e a justiça social à tirania do PIB, o maior crescimento econômico possível, deliberadamente inigualitário”. 

sábado, 24 de maio de 2014

O livro "O Lado Sujo do Futebol"

Lançado em São Paulo, livro "O Lado Sujo do Futebol" revela esquemas da Era Teixeira na CBF 

R7 Esportes 

Cerca de 700 pessoas prestigiaram nesta sexta-feira (23) o lançamento oficial do livro 
"O Lado Sujo do Futebol - A trama de propinas, negociatas e traições que abalou o esporte mais popular do mundo" (Editora Planeta), de autoria dos repórteres Amaury Ribeiro Jr., Leandro Cipoloni, Luiz Carlos Azenha e Tony Chastinet. Há também lançamentos previstos para ocorrerem na Argentina e no México. 

O jornalista Leandro Cipoloni, chefe de redação da TV Record, afirma que o objetivo do trabalho foi alcançado: fazer um documento histórico sobre uma fase terrível para o futebol brasileiro, em função das manobras que aconteceram fora do campo. 

— O futebol brasileiro foi vencedor dentro de campo, reconhecemos isso no livro, mas fora de campo o futebol brasileiro perdeu muito. 

Além de Cipoloni, Azenha e Ribeiro Jr. também atuam na TV Record, respectivamente, como repórter e jornalista investigativo. Chastinet é jornalista investigativo da TV Bandeirantes. 

A obra relata com detalhes o esquema montado pelo ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e do ex-presidente da Fifa, João Havelange, baseado em propinas, negócios escusos, traições e escândalos durante o período em que ambos comandaram as entidades.  

Ribeiro Jr. considera que a obra já está causando impacto em torcedores, jornalistas e na sociedade em geral, o que mostra um desejo de mudança na estrutura do futebol: 

— As pessoas estão cansadas de tanta corrupção. Este livro já nasce como best-seller. 
As investigações aprofundaram uma série de reportagens da TV Record que denunciaram irregularidades no comando da CBF, contribuindo para a renúncia do então presidente da entidade, Ricardo Teixeira. 

Foram vendidos cerca de 400 exemplares no evento. 
A previsão da editora é de que os 14 mil exemplares distribuídos pelo Brasil irão se esgotar em, no máximo, duas semanas.

Brasil queria sediar a Copa em 17 estádios, revela Blatter

Jamil Chade (*) 

O Brasil está sendo criticado por estar sediando uma Copa fora das dimensões convencionais e com mais estádios que seriam necessários. 
Mas, segundo o presidente da Fifa, Joseph Blatter, os organizadores brasileiros queriam um Mundial ainda maior, com outras cinco cidades além das doze que acabaram sendo escolhidas. Se o projeto brasileiro tivesse sido acatado, a Copa seria mais de duas vezes o tamanho sugerido pela Fifa. 

Em uma entrevista ao jornal suíço Le Temps publicada neste sábado, Blatter conta que o Brasil chegou a propor a construção de 17 estádios para sediar a Copa do Mundo de 2014 e que foi justamente a Fifa que conseguiu convencer autoridades e CBF a reduzir o número para 12.

Em 2007, a Fifa indicou para a CBF que queria entre oito e dez estádios para sediar a Copa. Mas o governo e a CBF acabaram convencendo a Fifa a realizar o Mundial em doze estádios, o que tornou o Brasil a Copa mais cara da história. 

Ao distribuir a Copa em doze sedes, o Brasil ainda criou problemas logísticos para seleções e torcedores. Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, chegou a alertar que os torcedores seriam os que mais sofreriam com a Copa, diante do desafio de terem de viajar pelo País. 

“No início, eles (brasileiros) queriam construir 17 estádios”, disse Blatter. 
Segundo ele, a Fifa conseguiu convencer o país a reduzir esse número para 12. O cartola não revela as cidades que teriam sido propostas. 

O Estado apurou que prefeituras como as de Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Rio Branco, Teresina e Campinas chegaram a fazer campanha junto à CBF para conseguir um lugar na Copa. 

Política – 
Nos bastidores da Fifa, dirigentes revelam ao Estado que a distribuição das sedes foi uma decisão política, tomada pelo governo brasileiro em conjunto com o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. 

Em 2007, no momento que a Fifa anunciou o Brasil como sede da Copa, estavam em Zurique os seguintes governadores: 
Eduardo Braga (AM), Alcides Rodrigues (GO), Ana Júlia Carepa (PA), José Serra (SP), Sérgio Cabral (RJ), Aécio Neves (MG), Binho Marques (AC), José Roberto Arruda (DF), Jacques Wagner (BA), Cid Gomes (CE), Blairo Maggi (MT) e Eduardo Campos (PE). Isso, claro, além de Lula e alguns de seus ministros, entre eles Orlando Silva e Marta Suplicy. 

Agora, Blatter usa justamente esse arranjo político para justificar a presença de cidades como Manas na Copa. 
Para ele, a responsabilidade é exclusivamente das autoridades brasileiras. 
“Não foi uma decisão da Fifa de jogar em Manaus, mas do governo brasileiro”, insistiu. 

Mas ele apontou que o prefeito de Manaus o garantiu que, depois da Copa, seu estádio será utilizado para outras atividades. “Ele não será um elefante branco”. 

Calor - 
Blatter da claros sinais de que a temperatura em Manaus não o preocupa, apesar de o sindicato de atletas ter até mesmo entrado na Justiça contra os horários dos jogos. 

“Os jogadores profissionais jogam no frio, na neve, em todas as condições. Não será a umidade que os vai afetar”, disse. O presidente da Fifa confirmou que os jogos poderão ser interrompidos para que os jogadores possam “respirar beber alguma coisa”. 

No final de 2013, em Roma, Blatter declarou ao Estado que estava “muito preocupado” com o assunto e que precisava ser debatido. ”Temos recebido informes, cartas e pedidos para que haja uma mudança nos horários”, disse no dia 22 de novembro de 2013. 
“É mesmo um problema o calor no Brasil”, declarou. 

Faltando menos de 20 dias para a Copa, Blatter também revela seu estado de espírito. 
“Eu não estou estressado. Mas um pouco nervoso, como um ator antes de subir no palco”, declarou. Blatter garante que não está preocupado com os atrasos no Brasil. 
“Será minha décima Copa do Mundo e sempre existem preocupações três semanas antes da competição”, disse. 

Na Itália, em 1990, ele lembra que os organizadores estavam colocando os assentos nos estádios um dia antes do início da competição. 
“No Brasil, tudo ficará pronto. Os estádios já foram utilizados. Fizemos ensaios”. disse. 

Corrupção - 
Blatter ainda anunciou que os investidores independentes da Fifa devem concluir antes ou durante a Copa do Mundo um informe sobre o que de fato ocorreu com a escolha da Copa de 2022 no Catar, permeada por suspeitas de corrupção. 

Segundo Blatter, tanto ele quanto Valcke foram interrogados pelo investigador, o americano Michal Garcia. Outros membros do Comitê Executivo também foram alvo de interrogatórios, depois das indicações de que o Catar poderia ter comprado votos. 
Entre os dirigentes esportivos que votaram pelo Catar está Ricardo Teixeira.

(*) Graduado em Relações Internacionais pela PUC/SP , é mestre  em Relações Internacionais pela Universidade de Genebra, Suíça. Correspondente internacional do Estadão 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Shania Twain confirma dueto com Paula Fernandes

Caras.com.br 


Shania Twain
Em dezembro do ano passado, Paula Fernandes realizou o sonho de conhecer a diva do country Shania Twain. 

Na época, os fãs levantaram suspeitas sobre um suposto dueto entre a brasileira e a artista canadense, mas ninguém tinha confirmado nada até agora. 

Nesta quinta-feira, 22, Shania avisou no Twitter que gravou uma nova versão do hit You're Still The One, lançado em 1988, com Paula. 

"Existe algum dueto que você gostaria de fazer?", perguntou um fã. "Acabei de fazer 'You're Still The One' com a Paula Fernandes", respondeu. 

Agora as fãs ficam na expectativa para saber quando a música será divulgada. Além disso, Shania também disse que quer vir ao Brasil. "Temos que fazer isso acontecer", falou. 

Paula está ficando craque em gravar com artistas internacionais. Ela já fez um dueto com Taylor Swift, Michael Bolton e Juanes.

Enquanto essa nova versão não vem, vamos relembrar :  'You're Still The One" com Shania Twain 

https://www.youtube.com/watch?v=KNZH-emehxA

A fumaça do noticiário

Luciano Martins Costa para Observatório da Imprensa 

Pesquisas de intenção de voto são um grande incentivo para a criatividade nas redações: com base em dados parciais, e muitas vezes sem considerar elementos conjunturais que influenciam as respostas dos consultados, os editores tascam suas versões com a mesma convicção de um apostador diante do guichê do Jóquei Clube. 

Para quem duvida que há um viés homogêneo na mídia tradicional do país, basta comparar a interpretação apresentada nas edições de sexta-feira (23/5) pelos três principais jornais de circulação nacional à última pesquisa eleitoral do Ibope. 

Os números indicam uma reversão na tendência apresentada nas duas consultas anteriores, que mostravam uma queda acentuada na preferência dada à reeleição da atual presidente da República. No entanto, agora os jornais se prendem apenas aos indicadores mais recentes, esquecendo o que disseram na consulta anterior, feita entre os dias 10 e 14 de abril: se o leitor for reler as edições do dia 15 do mês passado, vai encontrar uma profusão de opiniões falando em “tendência de queda” da presidente. 

Por que razão, quando a candidata reverte o quadro e volta aos índices de preferência registrados em março, quando tinha 40% das intenções de voto, o critério passa a ser outro? 

São poucos os fatos capazes de mudar a convicção de um grande número de indivíduos ao mesmo tempo. Entre março e abril, segundo a imprensa, a queda nas chances de reeleição de Dilma Rousseff foi provocada pela inflação – a bem da verdade, de um bombardeio de más notícias, destacadas pelos jornais, sobre oscilações de preços de alguns produtos. 

Se o catastrofismo da imprensa influenciou os eleitores no mês passado, o que teria feito com que a tendência fosse revertida, devolvendo à presidente os mesmos 40% de março? 

Os analistas selecionados pelos jornais dizem que a mudança foi causada por um anúncio do partido situacionista, acenando com o risco de retrocesso caso a oposição ganhe a eleição presidencial. Isso equivale a considerar que basta uma boa equipe de marqueteiros e qualquer um pode mudar a opinião de uma enorme massa de eleitores? 
Claro que não: os jornalistas sabem que a opinião é influenciada por uma enorme complexidade de fatores, e que um filme de dez minutos na TV não seria capaz de reverter a tendência do eleitorado. 

Uma paçoca e uma tubaína 
O único texto que faz alguma justiça ao leitor mais crítico foi publicado pelo Globo, e tem como título a melhor interpretação que se pode fazer do atual momento político: 
“Um enigma eleitoral”. Ali se observa que Dilma Rousseff se mantém na liderança da disputa, e que nove em cada dez eleitores se dizem “satisfeitos” ou “muito satisfeitos” com a vida que levam, porém dois terços querem mudanças no próximo governo e 67% querem uma mudança sem Dilma. 

Para completar a análise, seria interessante refletir sobre a origem desse desejo de mudança em um contexto de ampla satisfação. Ganha uma paçoca quem especular que a satisfação de “nove entre dez” brasileiros é produzida pela percepção racional de que sua vida melhorou nos últimos anos. Ganha uma tubaína quem acrescentar que o desejo de mudança nasce do aumento da consciência do cidadão sobre a permanência de problemas estruturais na política e nas instituições públicas. Ganha a paçoca e a tubaína quem somar as duas coisas e observar que a imprensa esconde a parte boa da realidade e exacerba a parte ruim. 

Portanto, não é completamente correta nenhuma análise sobre pesquisas de intenção de voto que não levar em conta a influência do noticiário no estado de espírito dos eleitores. Ao bombardear a sociedade com um noticiário negativo e sem tréguas, a imprensa produz um pessimismo que se personifica na figura da chefe do Executivo. No entanto, a realidade acaba se impondo, e produz a contradição vista pelo articulista do Globo. 

Como se vê, é um enigma de fácil solução. 

A leitura do conjunto de jornais mostra que a imprensa não consegue admitir que, apesar de sua campanha catastrofista, a sociedade vai discernindo a realidade em meio à fumaça do noticiário. A leitura dos indicadores da pesquisa induz à conclusão de que o eleitor está menos suscetível à influência da mídia. 

Pelos números do Ibope, todos os candidatos ganharam alguns pontos. 
Só a imprensa perdeu.

(*) Jornalista e escritor 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Gestão Blairo Maggi fez pagamentos milionários a empresas investigadas

Fátima News 

A gestão do senador Blairo Maggi (PR) no governo de Mato Grosso (2003-2010) fez pagamentos milionários a empresas suspeitas de abastecer um esquema de caixa dois no Estado. Blairo e outras autoridades de Mato Grosso, como o próprio governador Silval Barbosa (PMDB), são investigadas pela operação Ararath, da Polícia Federal. 

A PF pediu buscas na casa, no escritório e na sede das empresas de Maggi, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) negou. Houve buscas na casa do governador Barbosa, que chegou a ser detido por posse ilegal de arma. 
O principal delator do suposto esquema é o empresário Gércio Mendonça Jr., conhecido como Júnior Mendonça. Ele presta informações em regime de delação premiada (em troca de benefícios na acusação). 

A Amazônia Petróleo (rede de postos de combustíveis) e a Globo Fomento (factoring), empresas de Mendonça Jr., são apontadas pela PF como uma espécie de "banco clandestino" , que desde a gestão Blairo recebia empréstimos privados fraudulentos e recursos desviados de cofres do Executivo, Legislativo e Judiciário de MT. 
O senador nega manter relações com o empresário. 

LINCE CONSTRUTORA 
Mendonça Jr., por exemplo, reconheceu à PF que a Globo Fomento recebeu em 2008 um depósito de R$ 2 milhões da Lince Construtora e Incorporadora, de Cuiabá (MT). 

Disse que o depósito foi feito "a mando de terceiro", não sabendo dizer se do grupo de Éder Moraes (PMDB), ex-secretário da Fazenda de Blairo e da Copa na gestão Barbosa, ou se do grupo do presidente afastado da Assembleia de MT, José Riva (PSD). 
Riva e Moraes foram presos na última terça (20) dentro da quinta fase da operação Ararath. O empresário disse nunca ter mantido relação comercial com a Lince. 

"O que por essa razão gera convicção no depoente [Mendonça Jr.] que [o dinheiro] seja de um grupo político ou de outro", diz trecho de decisão da Justiça Federal que autorizou a quinta fase da operação. Para a PF, há "fortes indícios" de lavagem de dinheiro e de desvio de recursos públicos na operação, já que a Lince recebeu, também em 2008, pagamentos de R$ 6,22 milhões do governo Blairo, por obras e serviços de engenharia. 

A Lince e as casas de seus dois sócios foram alvo de buscas na operação Ararath nesta semana. A reportagem não conseguiu contato com a empresa -o número que aparece na lista telefônica está fora do ar. 

Copa do Mundo: popularidade em baixa faz empresas ′fugirem′ do evento

Folha de São Paulo 

Rafael Alcadipani
A perda de popularidade da Copa já fez algumas empresas desembarcarem de projetos ligados ao evento, de acordo com Rafael Alcadipani, professor da FGV e um dos maiores especialistas em estudos organizacionais no país. O cenário que recebe o torneio também escancara a improdutividade brasileira. 

Desde o início dos protestos, no ano passado, o acadêmico Rafael Alcadipani envolveu-se em um trabalho de campo para conhecer a organização da polícia nos confrontos.
Para Alcadipani, as manifestações e greves esperadas para a Copa preocupam não só o governo, mas também as empresas, que pressionam governantes para coibir os atos. 

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista. 
Folha – O descontentamento popular com o evento já fez as empresas repensarem suas estratégias? Como? 
Rafael Alcadipani – Muitas empresas pagaram valores altos para associar as suas imagens à Copa. Porém, com a queda de popularidade do evento, algumas destas companhias estão notando que pode ser prejudicial a suas marcas estarem associadas a uma Copa que não está ganhando o coração do brasileiro. Tenho registros de empresas que pretendiam patrocinar eventos, mas que estão muito preocupadas em não serem alvo de protestos e greves. Alguns destes eventos foram sutilmente cancelados. No ano passado, houve ataques a totens corporativos alusivos à Copa em diversas cidades, e não interessa a nenhum patrocinador estar envolvido com algo impopular. Um número expressivo de patrocinadores passou a associar sua imagem à seleção, não mais à Copa, um produto impopular. A marca “Copa no Brasil” é um fiasco. O que resta, do ponto de vista publicitário, é explorar a imagem da seleção. O caso das Fan Fests que tiveram suas organizações repensadas também exemplifica isso. 

F - Falta um mês. Vai ter Copa?
R - Vai. O problema é como. Essa semana a situação já esquentou em São Paulo e no Rio e não se percebe clima de Copa. As pessoas estão com medo do que pode acontecer durante o torneio e esse temor já atinge as empresas. A invasão das empreiteiras nessa semana mostra que marcas ligadas à Copa podem, sim, sofrer represálias de manifestantes. Essas imagens correm o mundo e isso é muito prejudicial para os negócios. 

F - Em artigo para o “Financial Times” em 2013 o senhor dizia que, além da corrupção, a ineficiência é o maior entrave para uma Copa de sucesso. Agora voltamos a ouvir “New York Times” e “Economist” questionando a competência e a produtividade do país. Isso prejudica a atração de investimentos? 
R - Sem dúvida, os atrasos nas obras da Copa e a falta de infraestrutura vão escancarar tudo isso. No fim, o mundo todo vai saber do quanto sofremos nos aeroportos, da violência e das dificuldades de locomoção nos centros urbanos. Estamos acostumados no Brasil com padrões de serviços ruins e caros. Um trabalhador nos EUA produz em um dia o que um brasileiro leva seis dias para fazer. O potencial novo investidor que ainda desconhece essa realidade terá mais noção dos problemas do país, algo que parecia muito distante nos últimos anos, quando o Brasil parecia finalmente ter mudado de patamar. 

F- A possibilidade de exibir o Brasil a um público internacional foi uma das razões que levaram o país a desejar o evento. O chute foi errado? 
R - Foi decidido que teríamos a Copa em uma época áurea do lulismo. Receber Copa e Olimpíada era visto por muitos como o sinal de que o Brasil tinha finalmente dado certo. Hoje, o modelo de desenvolvimento lulista começa a fazer água, e o equívoco de ter embarcado nesta aventura é cada vez mais evidente. E quando o país fica, de fato, em evidência, o que temos para mostrar? No ano passado, o “Times” publicou na capa de seu caderno esportivo o caso de um árbitro decapitado no Maranhão. Recentemente, um torcedor foi atingido por uma privada. É claro que esses fatos só ganharam repercussão mundial por causa da Copa. 

F - Qual é a visão de empresários e acadêmicos sobre os movimentos para criminalizar os protestos? Há preocupação no ambiente corporativo com seu patrimônio? E com as marcas? 
R - O empresariado evita se meter neste tipo de discussão de forma aberta e clara. 
Tanto que muitos dos bancos depredados em protestos não prestam queixa à polícia e não querem se envolver com medo de atrair mídia negativa. Nos bastidores, as empresas pressionam o governo para procurar coibir manifestações. Trata-se de um evento bilionário, e os protestos podem causar prejuízos. Não interessa nem ao governo nem às empresas, muitas da quais financiadoras de campanhas eleitorais, ter manifestação durante a Copa. O maior patrimônio de uma empresa é sua marca, e qualquer exposição negativa preocupa. Alguns acadêmicos da área de negócios também tendem a ser conservadores e se posicionarem pela criminalização. 

F - O senhor está fazendo também um trabalho de campo sobre a segurança nos protestos. No ano passado, houve saques e depredação de lojas. Como a repressão policial terá impacto nos negócios? 
R - Fica muito desagradável para uma marca ter policiais com escudos e cassetetes protegendo algum elemento de publicidade nas ruas, como totens alusivos à Copa do Mundo ou a fachada de seus estabelecimentos. Deixa evidente que o equilíbrio social está rompido. É uma imagem muito impactante a da polícia de choque protegendo um banco, por exemplo. O efeito para a marca pode ser nocivo. Além disso, o clima de tensão e a forte presença da polícia e do exército retira das ruas a espontaneidade ideal para os negócios. E não podemos esquecer que se pensava a princípio que a Copa seria uma grande festa, onde muita coisa seria vendida. Ainda é incerto o que irá acontecer, mas a repressão policial pode ser bem negativa para os negócios em geral. 

F - O senhor esteve em uma audiência com o ministro da Justiça recentemente em que imagino que tenha sido questionado sobre riscos de manifestações na Copa. Quais são os receios do governo do ponto de vista institucional? 
R - Eu acredito que o conteúdo desse tipo de reunião é reservado. Todavia, o governo federal está, com razão, tentando prever as dificuldades que um evento como este pode trazer ao Brasil. 

F - A Copa é bom negócio para o Brasil? 
R - Experiências anteriores revelam que megaeventos esportivos podem não ser tão benéficos como se acreditava quando foram pleiteados. Na Olimpíada de Inverno no Canadá e na Copa do Japão e da Coreia, eventos que já passaram e é possível analisar o legado deixado, houve custos subestimados e benefícios superestimados. Gera lucro para a Fifa e exposição gigantesca para seus patrocinadores. Diferentemente da Copa de 1950, que foi acessível aos brasileiros, a de 2014 é um evento essencialmente corporativo. É um excelente negócio para a Fifa, mas não tão bom para o Brasil, que ficará com estádios caros, de manutenção custosa, sem falar no prejuízo de imagem. Parte das obras de infraestrutura simplesmente não estará pronta. A Copa está se relevando um péssimo negócio para o país. 

F - E se o Brasil vencer a Copa? O que muda na nossa imagem entre as multinacionais? O Neymar pode salvar a pátria? 
R - Acho que nem o Pelé pode nos salvar. Acredito que a questão não é se ganhamos ou perdemos a Copa. Sem dúvida, a eliminação logo no início do torneio teria um impacto negativo. Porém, mesmo ganhando, o mundo já sabe de vários de nossos problemas. 
O dano já está aí, e a mídia internacional é hábil. A questão não é se ganhamos ou perdemos a Copa dentro das quatro linhas, mas sim se ganhamos ou perdemos no planejamento e na execução do evento, evento que tem se mostrado um grande erro.