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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Hoje é dia da Caesalpinia echinata (Pau brasil)

Google Wikipédia 

Etimologia
"Brasil", brázil, etc. derivam do toscano verçí, verzi e verzino, que era o nome da madeira utilizada na tinturarias venezianas. Verzino, por sua vez, deriva do árabe wars, que designa uma planta tintória do Iêmen . 
Outra versão aponta que a palavra se origina do português Brasa, ou abrasado, devido a tonalidade escura da madeira. 

Caesalpinia é uma homenagem ao médico e botânico de Arezzo, na Itália, Andrea Cesalpino, por parte do frade e botânico francês Charles Plumier . 

Echinata significa, traduzido do latim, "com espinhos". É uma referência ao fato de as vagens do pau-brasil terem espinhos, fato único dentro de seu gênero, o Caesalpinia. "Arabutã", "ibirapitanga", "ibirapiranga", "ibirapitá" e "orabutã" são derivados dos termos tupis ïbi'rá, "pau" e pi'tãga, "vermelho" .

Em alguns idiomas, como o francês e o italiano, a árvore pau-brasil chama-se "pernambuco", devido ao fato de a Zona da Mata Pernambucana, à época do Brasil Colônia, ter sido o local de maior incidência de pau-brasil, e de uma qualidade tão superior que regulava o preço no comércio europeu. 

Características 
A árvore alcança entre dez e quinze metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens. 

As folhas são compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes. 

As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem quatro pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro, encontram-se dez estames e um pistilo com ovário súpero alongado.

Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de uma a cinco sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão. 

Ocorrência 
Na floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, a partir do extremo nordeste do Brasil até o Rio de Janeiro,6 ou seja, nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. 

Encontra-se na lista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis de espécies ameaçadas de extinção na categoria "vulnerável" e na da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais na categoria "em perigo".

O município pernambucano de São Lourenço da Mata é considerado a capital nacional do Pau-Brasil. Na Estação Ecológica de Tapacurá, pertencente à Universidade Federal Rural de Pernambuco, foram plantadas 50 mil mudas da espécie.
Também em Pernambuco está situado o único museu destinado ao pau-brasil no país, localizado no município de Glória do Goitá. 

Usos e história 
Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil. 

Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. 
Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl Friedrich Philipp von Martius. 

A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. 
Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos). 

O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. 
As atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta. 

No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. 
Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos. 

Em 1924, Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau-Brasil". 

A madeira do pau-brasil pode ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. 
Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, canetas e joias. 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

China é melhor país para energias renováveis; Brasil é 9º

Exame.com 

A China continua, invicta, no topo do ranking de países mais atraentes para energias renováveis no mundo. 

Só no ano passado, nada menos do que 90 bilhões de dólares foram investidos na diversificação da matriz energética do país a partir de fontes mais limpas. 

Tal volume representa quase um terço do total investido em renováveis em todo o mundo no período, que atingiu vultosos 300 bilhões de dólares. 

Os dados são da edição mais recente do Renewable Energy Country Atractiveness Index (RECAI). 

Atualizado trimestralmente pela Ernst & Young (EY), o ranking avalia as barreiras e oportunidades para os investidores externos acessarem o mercado de fontes renováveis em 40 países. 

No ranking mundial, o Brasil permanece em 9º lugar, consolidando sua posição como um dos principais destinos de investimentos do mundo e o mais atrativo na América Latina. 

A metodologia adotada para calcular a pontuação considera o grau de estabilidade macroeconômica, ambiente para negócios, priorização para as fontes renováveis, condições de financiamentos para empreendimentos e atratividade dos projetos. 

Segundo a consultoria, a atual volatilidade dos preços do petróleo e os desafios geopolíticos reforçam a importância da diversificação energética como um meio dos países alcançarem maior segurança energética.

sábado, 28 de março de 2015

Sem palavras


Floresta Amazônica perde importância no combate ao aquecimento global

Uol Ciências 

A capacidade da floresta amazônica de absorver o excesso de dióxido de carbono na atmosfera está diminuindo com o tempo, segundo divulgaram pesquisadores na semana passada. Essa descoberta sugere que limitar as mudanças climáticas pode ser mais difícil do que se esperava. 

Por décadas, as florestas e mares da Terra têm absorvido cerca de metade da poluição causada pelo carbono que as pessoas jogam na atmosfera. Assim, conseguiram limitar o aquecimento do planeta causado por essas emissões. 

Em grande parte, as florestas e oceanos se mantiveram constantes enquanto as emissões aumentaram muito. Isso surpreendeu muitos cientistas, mas também foi um aviso de que esse grande "reservatório de carbono" pode não durar para sempre. 

Em um amplo estudo, realizado ao longo de 30 anos, que analisou 189 mil árvores distribuídas em 321 terrenos na bacia Amazônica, pesquisadores liderados por um grupo da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriram que a absorção de dióxido de carbono no local teve seu auge nos anos 90, com cerca de 2 bilhões de toneladas por ano, e desde então caiu pela metade. 

Inicialmente, disseram os pesquisadores, a Amazônia respondeu bem aos níveis cada vez maiores de dióxido de carbono, que tem a capacidade de aumentar o crescimento das plantas, mas esse fenômeno parece estar diminuindo. Entre os motivos talvez estejam as secas e outros causadores de estresse, mas o fator principal parece ser o fato de que a aceleração inicial do crescimento agilizou o metabolismo das árvores. 

"Com o tempo, o estímulo ao crescimento alimentado por esse sistema faz com que as árvores vivam mais depressa e, assim, morram mais jovens", explica Oliver L. Phillips, ecologista tropical da Universidade de Leeds e um dos líderes da pesquisa. 

Serão necessárias mais pesquisas, mas os cientistas dizem que os modelos de previsão do clima que assumem que a Amazônia é um reservatório de carbono contínuo e robusto podem ser otimistas demais. 

Em uma escala global, estudos sugerem que as florestas ainda estão absorvendo muito mais carbono do que soltam na atmosfera, mesmo que estresses como incêndios e ataques de besouros aumentem por causa das mudanças climáticas. Na essência, a ascensão das forças de crescimento ultrapassava a das forças de morte nas florestas do mundo. 

A maior questão agora é se isso vai mudar. Será que outras florestas além da Amazônia, como a floresta boreal que circunda o hemisfério Norte, vão eventualmente fazer o mesmo e diminuir seu potencial de absorção de carbono? 

Isso significaria que a civilização humana terá menos ajuda das árvores, e que, para limitar o aquecimento global a níveis toleráveis, os corte nas emissões de carbono precisariam ser ainda mais agudos do que o pensado anteriormente. 

"As florestas estão nos fazendo um imenso favor, mas não podemos contar com elas para resolver o problema do carbono. Ao invés disso, será necessário aumentar o corte das emissões para estabilizar nosso clima", avisa Phillips.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Brasil desperdiça mais de seis Cantareiras por ano

IstoÉ Independente 

O prejuízo financeiro com as perdas de água em todo o País chega a R$ 8 bilhões ao ano, aponta estudo feito pelo Instituto Trata Brasil. 

Segundo o levantamento, o volume de água produzido pelas empresas de saneamento brasileiras, mas que não foi faturado por causa de vazamentos ou fraudes na rede de distribuição, chegou a 6,5 trilhões de litros em 2013, mais de seis vezes a capacidade total do Sistema Cantareira. 

O estudo feito em parceria com a empresa de consultoria GO Associados considerou os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2013, divulgados em janeiro deste ano pelo Ministério das Cidades. Segundo o relatório, 37% de toda a água produzida no País é perdida na rede de distribuição. Em relação ao volume de água que não é faturado pelas companhias, o índice chega a 39%. Segundo o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, as perdas financeiras com água equivalem a 80% dos investimentos realizados em água e esgoto no País em 2013. 

"É muito dinheiro para um setor que precisa investir muitos recursos para recuperar o atraso de pelo menos duas décadas, principalmente no que diz respeito ao tratamento de esgoto e à redução de perdas", afirma. 

O estudo mostra que se houvesse uma queda de 15% nas perdas financeiras em cinco anos, ou seja, de 39% para 33%, a economia seria de R$ 3,8 bilhões. O Estado do Amapá, no Norte do País, é o que apresenta o pior índice: 76,5%. O melhor é o do Paraná, no Sul, com 22,5%. Em São Paulo, as perdas financeiras, em 2013, eram de 32,1%. 

Do volume total de água perdida no Brasil, 3,5 trilhões de litros foram por vazamentos na rede, que deram um prejuízo de R$ 1 bilhão. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Recuperar florestas nas áreas de mananciais pode garantir nossa água

Revista Época - Blog do Planeta 

Nestes últimos meses, a água que parecia algo simples e abundante virou motivo de preocupação para todos. Especialmente na Região Sudeste do Brasil, a escassez hídrica tem impactado o cotidiano das pessoas nas cidades e as atividades econômicas como a geração de energia, a agricultura e a indústria. 

Os motivos desta situação são vários. Não apenas os problemas de gestão dos recursos hídricos e de desperdícios, mas tivemos uma menor quantidade de chuvas que, provavelmente, foi provocada por fatores de escala global como as mudanças climáticas e a degradação da Amazônia. 

De qualquer forma, um consenso é a necessidade de se cuidar melhor dos mananciais. Além de evitar a poluição dos rios e das represas, é preciso preservar o solo e a vegetação nas bacias produtoras de água. Árvores não produzem água, mas garantem a sua quantidade e qualidade. Elas ajudam a regular a vazão atenuando as enxurradas maiores e freando o fluxo das águas. 

Com as árvores, a maior parte das águas fica no solo e na vegetação, sendo liberada aos poucos para as represas. Por isso, não dependemos somente da chuva que cai sobre as represas para enchê-las, toda a bacia acima delas é importante para se regularizar a vazão. A área total dos lagos, mesmo os maiores, é muito pequena em relação à bacia hidrográfica, que é todo o território que recebe as águas de chuva e de onde, depois, elas fluem. 

Nos últimos meses, além das informações sobre temperaturas e chuvas virou rotina falar dos níveis dos reservatórios na imprensa, com ou sem volume morto. Muitas vezes tem acontecido desses níveis aumentarem sem ter chovido no dia. Isso é uma evidência do papel do solo e da vegetação acima das represas no armazenamento das águas, que demora alguns dias para chegar aos reservatórios. 

A vegetação também contribui para a qualidade das águas, pois funciona como filtro retendo o solo arrastado pelas enxurradas e poluentes diversos. O assoreamento e a diminuição do volume útil dos reservatórios são amenizados quando se tem matas ciliares. 

A recuperação florestal, apesar de necessária para toda a sociedade como para os moradores e proprietários no meio rural, ainda não é feita em grande escala. Isso se deve a diversos motivos: sociais, culturais, técnicos e econômicos. Os custos, às vezes, são elevados e há uma resistência do agricultor em perder áreas que seriam destinadas à produção. Por isso, cada vez mais se pensa na ideia de incentivos econômicos para quem preserva recupera o meio ambiente em benefício de todos. Ressalta-se que isto não se aplica quando o corte da vegetação foi feito de forma ilegal, nestes casos a recuperação é de responsabilidade de quem degradou. 

Precisamos, cada vez mais, de ações de recuperação ambiental onde os custos da recuperação são compartilhados entre agricultores e a sociedade, por meio do governo, mas também de ações voluntárias. 

Além da recuperação das matas ciliares, estes projetos devem ter a conservação dos solos agrícolas, a melhoria da irrigação, a diminuição da poluição no meio rural e o saneamento ambiental com tratamento de esgoto e lixo de forma adequada para estas comunidades. Ações desse tipo só acontecem com uma série de parcerias, de ONGs a empresas do poder público de vários níveis e, principalmente, dos agricultores e suas associações. 

Projetos como o Plantando Águas, que desenvolvemos na Iniciativa Verde, é um exemplo daqueles que combinam diferentes abordagens ao promover a recuperação de florestas nativas, implantação de sistemas agroflorestais produtivos e o saneamento com tecnologias sociais (como fossas biodigestoras e jardins filtrantes). 

Com esses tipos de projetos, estamos fazendo a nossa parte plantando, até agora, um milhão de árvores nativas ou o equivalente a 600 hectares de florestas. Destes, mais de 50 hectares estão nas cabeceiras do Sistema Cantareira, responsável por parte da água da Região Metropolitana de São Paulo .

terça-feira, 3 de março de 2015

Utilização de lodo de esgoto na agricultura é analisada

Agro Link 

Uma publicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/ Meio Ambiente) (Jaguariúna, SP) discute sobre a questão do nitrogênio (N) disponível no solo quando se usa lodo de esgoto (resíduo sólido urbano gerado durante o tratamento de esgotos) como fertilizante orgânico. 

A aplicação deste resíduo em solo agrícola é regulamentada no Brasil pela Resolução nº 375/2006 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados. 

A resolução contempla a recomendação da dose de lodo em função do teor e da disponibilidade de nitrogênio. Segundo os procedimentos, calcula-se a dose a ser aplicada no campo de três maneiras diferentes, em função dos seguintes parâmetros: poder de neutralização/acidificação; teor de metais pesados e teor e disponibilidade do nitrogênio. Das três doses obtidas, aquela que apresentar a menor quantidade de resíduo a ser aplicada ao solo deve ser adotada. 

Com exceção de lodos calados, o cálculo de dose com base na disponibilidade de nitrogênio é o mais utilizado. Neste caso, a dose ou taxa de aplicação é dada pelo quociente entre a quantidade de nitrogênio recomendada para a cultura a ser implantada e a quantidade de nitrogênio disponibilizada pelo lodo durante o ciclo da cultura.

As dificuldades estão centradas na estimativa da disponibilidade de nitrogênio proveniente não só do lodo, mas também da mistura solo e lodo. 

Este elemento está presente no lodo e solo preferencialmente na forma orgânica, não disponível para plantas. Portanto, deve ocorrer a mineralização do nitrogênio orgânico para que se garanta o fornecimento do nutriente para as plantas. O nitrogênio mineralizado corresponde ao nitrogênio disponível. 

Os autores Adriana M. M. Pires e Cristiano Alberto de Andrade alertam que este cálculo ainda pode ser melhorado em alguns pontos, evitando-se aplicação em excesso de nitrogênio no solo. Um dos problemas em destaque refere-se ao fato de que não é considerada a disponibilização de nitrogênio proveniente de aplicações anteriores de lodo de esgoto quando se calcula a dose a ser aplicada. 

A mineralização de nitrogênio em um solo onde lodo de esgoto foi adicionado continuará ocorrendo de forma mais lenta após o ciclo da cultura. Assim, se no próximo plantio não for considerada esta quantidade remanescente disponibilizada, pode-se estar aplicando excesso deste nutriente. 

Os pesquisadores salientam que "mesmo com lacunas no conhecimento, o cálculo de dose indicado na Resolução nº 375 do Conama tem sido utilizado com sucesso e, até que novos resultados sejam gerados, recomenda-se que continue sendo adotado". 

Vale ainda destacar que, dada a matriz orgânica do lodo de esgoto, os conhecimentos até então adquiridos em relação ao comportamento de nitrogênio quando adicionado ao solo via este resíduo podem ser utilizados para outros fertilizantes orgânicos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A crise hídrica no Brasil

Falta d'água ameaça segurança alimentar no Brasil, diz chefe da FAO

BBC Brasil 


José Graziano da Silva 
A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco não só o abastecimento de suas cidades, mas também a oferta de alimentos nos mercados do país, diz o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança alimentar (FAO). 

"Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos", diz Graziano. 
Segundo ele, a estiagem deve resultar em preços mais altos nas prateleiras nos próximos meses. 

Em entrevista à BBC Brasil, o chefe da FAO afirma ainda que o Brasil terá de ampliar seus estoques de alimentos e privilegiar culturas mais resistentes a secas, fenômeno que deve se tornar cada vez mais frequente por causa das mudanças climáticas. 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista, concedida durante a última cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica, na semana passada. 

BBC Brasil - A crise hídrica que o Brasil atravessa pode afetar a segurança alimentar do país? 
José Graziano - Sem dúvida. Tenho desde 1987 uma pequena chácara perto de Campinas (SP) e nunca meu poço tinha secado. Cheguei a perder árvores frutíferas. É um exemplo de como o Brasil, que não faz uso da irrigação em grande escala e se beneficia muito de um sistema de chuvas regulares, tem sua produção afetada por uma seca como essa. 

BBC Brasil - A seca é um efeito das mudanças climáticas? 
Graziano - Na FAO, a nossa avaliação é que neste ano o impacto do El Niño (superaquecimento das águas do Pacífico que esquenta a atmosfera) foi muito maior que o esperado. Nunca havia chegado ao ponto de ameaçar o abastecimento urbano, como estamos vendo em São Paulo. Estamos atravessando o período das águas no Brasil e deveria estar chovendo muito mais do que está. Tivemos deficiência hídrica de praticamente um metro d'água na região centro-sul do Brasil. Espera-se a normalização das chuvas no próximo ano agrícola, que começa em setembro, mas até lá vamos enfrentar resíduos da falta de água e todos os agravantes que isso tem. 

BBC Brasil - Quais agravantes? 
Graziano - Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos. Até mesmo da cana de açúcar, que é bastante insensível ao regime de chuvas. Isso vai resultar em aumento de preços. Aliás, estamos vendo muita oscilação de preços resultante do impacto das mudanças climáticas. Há uma irregularidade da produção. Situações de seca, que antes se repetiam a cada cem anos, agora ocorrem a cada 20 anos. O jeito é ter estoques. O Brasil tem alguns estoques bons, como o de milho, fruto da boa colheita do ano passado, mas não tem em outras áreas. Precisa até importar trigo. 

BBC Brasil - Como reduzir os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola? Graziano - Estamos trabalhando muito com a adaptação de culturas à seca. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estatal ligada ao Ministério da Agricultura) já tomou essa iniciativa e está desenvolvendo variedades até de arroz adaptado à seca. Também devemos substituir culturas. A quinoa demanda muito menos água que o arroz e tem um valor nutritivo muito maior. Estamos promovendo a substituição do trigo nas regiões tropicais e a recuperação de produtos tradicionais. A mandioca, por exemplo, que tinha sido abandonada, hoje está em alta no Caribe, onde está sendo adicionada à confecção do pão para reduzir a dependência da importação do trigo. Outra possibilidade é expandir a irrigação para evitar crises de abastecimento. 

BBC Brasil - Aumentar a irrigação não é incompatível com o cenário atual, com reservatórios cada vez mais vazios? 
Graziano - Temos menos água armazenada em São Paulo, mas na Cantareira. A (represa) Billings está cheia. Precisa haver um sistema de integração dessas bacias, porque a distribuição das chuvas é muito errática. Essa prática é muito usada na Ásia. E temos de ter a capacidade de absorver a água da chuva. Na minha chácara, por exemplo, comprei cisternas plásticas e hoje tenho capacidade de armazenar pelo menos 20 mil litros de água da chuva. 

BBC Brasil - A crise hídrica e a instabilidade na produção de alimentos gerada pelas mudanças climáticas indicam a necessidade de repensar o modelo agrícola do país, hoje muito voltado a commodities para exportação, como a soja? 
Graziano - Eu diria que se trata mais de pensar em mudanças tecnológicas. No passado, utilizamos intensivamente a mecanização. Hoje estamos promovendo o cultivo mínimo, que significa não arar o solo e manter a vegetação que o cobre. Isso facilita a absorção da água e preserva a matéria orgânica. A Argentina tem hoje mais de 90% de suas áreas de soja e milho baseadas em cultivo mínimo e tem aumentado a produtividade mesmo na seca.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Brasil renova acordo contra soja de desmatamento ilegal na Amazônia

UOL 

Os altos preços da soja levaram a um aumento no plantio em áreas recém desmatadas na Amazônia, mas o cultivo da oleaginosa corresponde a uma parcela muito pequena do desmatamento ilegal na região, disseram o governo brasileiro e ambientalistas nesta terça-feira (25), em evento de renovação da chamada Moratória da Soja. 

"Houve pressão dos elevados preços da commodities que levaram alguns produtores a plantar soja em áreas desmatadas ilegalmente", disse a Ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira. 

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa empresas responsáveis pela compra de 80 por cento da soja do Brasil, assinou acordo com o governo para estender até maio de 2016 a Moratória da Soja, em que é bloqueada a compra de soja cultivada em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia.

Imagens de satélite mostraram que a área de soja plantada em áreas de desmatamento ilegal cresceu 61%, para 47.028 hectares na temporada 2013/14, na comparação com a safra anterior. 

A área representa apenas 1,1 por cento do total desmatado nos três Estados da Amazônia onde o grão é cultivado --Mato Grosso, Pará e Rondônia-- desde que a moratória foi assinada em 2006. 

"Claramente, a soja não é a causa por trás do desmatamento da Amazônia", disse o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli. 

Especialistas dizem que a abertura de pastagens para gado é o principal motivo da expansão da fronteira agrícola sobre áreas de floresta amazônica. 

O diretor da Campanha da Amazônia do Greenpeace no Brasil, Paulo Adario, que assinou a moratória em nome de grupos da sociedade civil, disse que os patamares elevados dos grãos encorajaram sojicultores a plantar em terras ilegais, mesmo sob risco de multa ou perda do acesso ao crédito. 

No entanto, ele disse que a moratória da soja tem funcionado bem no Brasil e sua renovação é crítica "para evitar jogar mais combustível na fogueira do desmatamento da maior floresta tropical do planeta". 

Ambientalistas temem que o novo corredor logístico para grãos no norte do país, com portos na região amazônica, poderá aumentar o desmatamento, que no último ano subiu pela primeira vez desde 2005. 

A destruição da maior floresta equatorial do mundo acelerou no ano passado com uma alta de 29 por cento, de acordo com dados liberados pelo governo brasileiro em setembro. 
Dados de satélite para os 12 meses que antecederam julho de 2013 mostraram que 5.891 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados na Amazônia brasileira, área aproximadamente equivalente ao tamanho do Distrito Federal.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A Amazônia NÃO fica no Brasil? É isso mesmo, Dilma? I

Instituto Eco Amazônia 

No debate ocorrido na TV Record, Dilma Rousseff (PT) disse que entre as obras de integração do seu governo está a “linha de transmissão que liga a AMAZÔNIA AO BRASIL”. 

É claro que não passa de um ato falho da presidente, mas é um ótimo ponto de partida para algumas reflexões. A verdade é que para muitos brasileiros a Amazônia ainda é algo totalmente exótico: Amazônia lá e nós aqui. Esquecemos que dependemos dos serviços ecossistêmicos da maior floresta tropical do mundo, como a regulação do clima. 

Mas, o consumo final da maior parte dos produtos que geram desmatamento estão nas grandes cidades, como a carne de boi. O consumo consciente desses produtos, como questionar a origem, é uma ótima forma de combatermos o desmatamento. 
Para cuidar, é preciso conhecer: é essa a nossa missão aqui no Instituto Eco Amazônia. 

Também preocupa a possibilidade de, ao invés de deslize, a afirmação da presidente ser um reflexo do que ela realmente pensa. Afinal, este é o governo que defende a construção de centenas de hidroelétricas na Amazônia. 

Será que ao confundir que a Amazônia não é no Brasil, ela deixou escapar que pensa que a Amazônia não "É" o Brasil? 
Ou seja, um pensamento parecido com o "nacional-desenvolvimentismo" da ditadura milhar, que considerava a floresta uma ameaça à integridade nacional? 

Desmatamento aumenta: 
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) da ONG Imazon, detectou que em setembro deste ano houve um aumento do desmatamento de 290% em relação a setembro de 2013. 

Já a degradação florestal, quando não há o desmatamento total, aumentou 3.797%. 
Enquanto isso, o governo adiou mais uma vez a divulgação dos dados oficiais para depois do segundo turno. Por que será?

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Como funciona a “lavagem” de madeira ilegal na Amazônia

Revista Exame 

O governo adiou a divulgação dos novos números do desmatamento na Amazônia para depois das eleições, alimentando suspeitas de que os resultados não são bons. 
Em 2013, segundo os últimos dados, a derrubada de florestas voltou a crescer após uma década em queda. Uma nova denúncia, feita pelo grupo ambientalista Greenpeace, reforça essa ideia. 

Com ajuda de tecnologia de rastreamento por satélite, a ONG revelou um esquema de “lavagem” de madeira ilegal que destrói silenciosamente a floresta no Pará, estado que mais produz e exporta madeira da Amazônia. 

Entre agosto e setembro de 2014, ativistas da organização ambiental viveram perto de Santarém, centro da indústria madeireira da região, e colocaram rastreadores GPS nos caminhões dos madeireiros para monitorar suas atividades. 
O local escolhido é atravessado por rotas de caminhões madeireiros que fazem o trajeto entre as áreas públicas de florestas no oeste do Estado e as serrarias da região. 

Segundo a investigação, durante o dia, os caminhões vazios avançam floresta adentro e, uma vez carregados, viajam durante a noite, quando a fiscalização era menor. 
O trajeto era o mesmo: eles saíam das áreas de extração ilegal até as madeireiras em Santarém e arredores. 

Na investigação, os ativistas identificaram três serrarias que recebem as cargas ilegais. Essas mesmas empresas, de acordo documentos oficiais, recebem madeira de áreas de planos de manejo florestais autorizados. 
O manejo florestal sustentável é a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema. 

Porém, análise de imagens de satélite feita pelo Greenpeace mostra que não houve nenhuma atividade madeireira na maioria dessas áreas de manejo autorizado no período, "o que indica que esses planos estão servindo para fornecer créditos e documentação oficial para 'lavar' a madeira ilegal". 

Conforme a denúncia, abastecidas com madeira ilegal, estas serrarias exportam regularmente para a Europa, China, Japão e Estados Unidos – a despeito das leis que proíbem a comercialização de madeira ilegal em alguns desses mercados. 
Enquanto isso, segundo ao ONG, as terras públicas de onde a madeira está sendo roubada apresentam sinais claros de exploração, com madeira estocada em grandes clareiras abertas na mata e diversas estradas ligando esses caminhos. 

De acordo com a coordenadora do Greenpeace Marina Lacorte, a facilidade de “fabricação” de “créditos” de madeira sem lastro permite que toda a exploração ilegal encontre documentação oficial, “pois os sistemas que deveriam impedir a madeira ilegal servem,na maioria das vezes, para lavá-la, dando a aparência de legalidade à uma madeira que pode ter sido extraída de áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação". 

Procurada por EXAME.com, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Pará (SEMA) informou em nota que a investigação da ONG “mostra que é necessário aperfeiçoar os mecanismos de controle e monitoramento para impedir a extração ilegal de florestas no Pará”. 

Uma das principais medidas para coibir a exploração ilegal de madeira, segundo a Secretaria, é implementar sistemas e mecanismos que permitam rastrear as toras de madeira obtidas a partir da árvores autorizadas pelo órgão ambiental, impedindo que árvores não autorizadas sejam exploradas e comercializadas ilegalmente. 

Na mesma nota, a SEMA diz que um novo sistema de licenciamento e monitoramento de Planos de Manejo Florestais denominado Sisflora II será implantado até o segundo semestre de 2015. Neste novo sistema, o controle das toras de madeiras será feita a partir de “chips”, permitindo rastrear e confirmar a origem da madeira, de forma a coibir que sejam adquiridas pelas empresas do setor florestal madeiras vindas de áreas exploradas ilegalmente.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Aproveitamento da casca do coco

Beneficiamento da casca de coco verde para a produção de fibra e pó 

Embrapa 

Para diminuir o impacto ambiental negativo do caminho do consumo da água-de-coco, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu o processo de beneficiamento da casca do coco verde, obtendo-se pó e fibra. 
O pó pode ser usado como ingrediente para a formulação de substratos agrícolas e composto orgânico. 

A fibra pode ser usada como matéria-prima para o artesanato, para a confecção de vasos e placas para o plantio, em substituição ao xaxim, para estofamento de veículos e para fabricação de biomantas, que podem ser usadas na contenção de encostas ou de áreas degradadas e em decoração de interiores. 

O processo de obtenção do pó e da fibra é feito mecanicamente, com a utilização de um conjunto de equipamentos desenvolvidos em parceria com a metalúrgica FORTALMAG. 

A produção de pó e fibra da casca de coco verde é constituída basicamente de três etapas: 
Trituração - a casca é cortada e triturada; 
Prensagem - via compressão mecânica, para extração da umidade e do excesso de sais; Seleção - realizada por uma máquina, para a separação das fibras do pó. 

Processo: Processo agroindustrial 
Ano de Lançamento: 2004 
Onde Encontrar:
Embrapa Agroindústria Tropical Rua Dra. Sara Mesquita, 2270 – Bairro Pici CEP 60511-110 Telefone: (85) 3391-7100 Fax: (85) 3391-7109

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Resíduos de arroz = Banda de rodagem de pneus

Goodyear converte resíduos da colheita de arroz em banda de rodagem de pneus 

Agrolink 

Os resíduos de casca de arroz que antes eram enviados para aterros estão agora ajudando a Goodyear Tire & Rubber Company a produzir pneus energeticamente eficientes. 
A Goodyear anuncia que vai utilizar as cinzas que sobraram da queima da casca de arroz para produzir eletricidade, como fonte ecológica de sílica para uso em seus pneus. 

A empresa testou a sílica derivada da cinza de casca de arroz nos últimos dois anos, em seu Centro de Inovação em Akron e descobriu que seu impacto sobre o desempenho dos pneus é igual ao das fontes tradicionais. Atualmente, a Goodyear está em processo de negociação com fornecedores para comprar a cinza de arroz para uso em seus pneus. 
“O uso da cinza de arroz dará à Goodyear uma fonte alternativa de sílica com custo menor, ajudando também a reduzir a quantidade de resíduos de arroz que é enviada para os aterros”, disse Joseph Zekoski, Diretor Técnico Interino. 
“Esta é uma vitória para a Goodyear, para nossos clientes e para o meio ambiente”. 

Todos os anos, mais de 700 milhões de toneladas de arroz são colhidas em todo o mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, e o descarte da casca de arroz é um desafio ambiental. 
Como resultado, muitas vezes, as cascas são queimadas para gerar eletricidade e reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros. 

A sílica é misturada com borracha nas bandas de rodagem dos pneus para aumentar a resistência da borracha e ajudar a reduzir a resistência à rolagem, melhorando assim a economia de combustível. Ela também pode ter um impacto positivo na tração de um pneu em superfícies molhadas. 

"Os esforços de inovação da Goodyear estão focados em tornar os pneus mais ecológicos - em seus materiais, no seu desempenho e no processo de fabricação", disse Zekoski.
"Por exemplo, continuamos a explorar formas de aumentar a eficiência de combustível dos pneus. Nós nos esforçamos para ajudar os consumidores a manter seus pneus operando de forma otimizada, por meio de inovações, como a Tecnologia de Manutenção de Ar (AMT, sigla em inglês). E analisamos os recursos renováveis, incluindo óleo de soja, para substituir os materiais à base de petróleo nos pneus ".

sábado, 9 de agosto de 2014

Efeitos da poluição paulistana

Em 16 anos, poluição do ar pode matar até 256 mil em SP, aponta estudo da USP 

Estadão 

A poluição atmosférica pode matar até 256 mil pessoas nos próximos 16 anos no Estado. Nesse período, a concentração de material particulado no ar ainda provocará a internação de 1 milhão de pessoas, e um gasto público estimado em mais de R$ 1,5 bilhão, de acordo com projeção inédita do Instituto Saúde e Sustentabilidade, realizada por pesquisadores da USP. A estimativa prevê que ao menos 25% das mortes, ou 59 mil, ocorram na capital paulista. 

Os resultados indicam que, no atual cenário, a poluição pode matar até seis vezes mais do que a Aids ou três vezes mais do que acidentes de trânsito e câncer de mama. 
A população de risco, ou seja, as pessoas que já sofrem com doenças circulatórias, respiratórias e do coração, serão as mais afetadas, assim como crianças com menos de 5 anos que têm infecção nas vias aéreas ou pneumonia. 

Entre as causas mais prováveis de mortes provocadas pela poluição, o câncer poderá ser o responsável por quase 30 mil casos até 2030 em todos os municípios de São Paulo. 
Asma, bronquite e outras doenças respiratórias extremamente agravadas pela poluição podem representar outros 93 mil óbitos, já contando a estimativa de crianças atingidas no período. 

Doutora em Patologia pela Faculdade de Medicina da USP e uma das autoras da pesquisa, Evangelina Vormittag afirma que a magnitude dos resultados obtidos pela projeção, que tem como base dados de 2011, comprova a necessidade de o poder público implementar medidas mais rigorosas para o controle da poluição do ar. 

Nessa lista estão formas alternativas de energia, incentivo ao transporte não poluente, como bicicleta e ônibus elétrico, redução do número de carros em circulação e obrigatoriedade de veículos a diesel utilizarem filtros em seus escapamentos. 
O programa de instalação de faixas exclusivas de ônibus e de ciclovias na capital, desenvolvido pelo prefeito Fernando Haddad (PT), é indicado como bom exemplo, ainda que os resultados para a saúde pública não estejam mensurados. 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Amazônia tem oceano subterrâneo

Revista Exame 

A Amazônia possui uma reserva de água subterrânea com volume estimado em mais de 160 trilhões de metros cúbicos, estimou Francisco de Assis Matos de Abreu, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que terminou no dia 27 de julho, no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco. 

O volume é 3,5 vezes maior do que o do Aquífero Guarani – depósito de água doce subterrânea que abrange os territórios do Uruguai, da Argentina, do Paraguai e principalmente do Brasil, com 1,2 milhão de quilômetros quadrados (km2) de extensão. 

“A reserva subterrânea representa mais de 80% do total da água da Amazônia. A água dos rios amazônicos, por exemplo, representa somente 8% do sistema hidrológico do bioma e as águas atmosféricas têm, mais ou menos, esse mesmo percentual de participação”, disse Abreu durante o evento. 

O conhecimento sobre esse “oceano subterrâneo”, contudo, ainda é muito escasso e precisa ser aprimorado tanto para avaliar a possibilidade de uso para abastecimento humano como para preservá-lo em razão de sua importância para o equilíbrio do ciclo hidrográfico regional. 

De acordo com Abreu, as pesquisas sobre o Aquífero Amazônia foram iniciadas há apenas 10 anos, quando ele e outros pesquisadores da UFPA e da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizaram um estudo sobre o Aquífero Alter do Chão, no distrito de Santarém (PA). 

O estudo indicou que o aquífero, situado em meio ao cenário de uma das mais belas praias fluviais do país, teria um depósito de água doce subterrânea com volume estimado em 86,4 trilhões de metros cúbicos. 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Pirarucu com chip

 Pirarucu da Amazônia tem chip implantado para evitar pesca predatória

UOL 

Chips estão sendo usados para identificar pirarucus na Amazônia. O equipamento eletrônico é implantado nos peixes usados para gerar filhotes em cativeiro, evitando que exemplares sejam retirados indevidamente da natureza. 

O chip começou a ser utilizado nos peixes reprodutores em 2009, por um programa implantado na região para a criação em cativeiro, o Projeto Pirarucu da Amazônia. Desde 2011, no entanto, o chip passou a ser uma exigência do Ibama e do Ministério da Pesca e Aquicultura. 

A criadora Simone Yokoyama afirma que a identificação também é importante para controlar melhor os cruzamentos. Como os pirarucus só se reproduzem com os pares que escolhem, é importante que não sejam colocados em tanques separados, diz. 

O chip custa R$ 12 e deve ser implantado em todo pirarucu usado para a produção de filhotes, assim que atinge a fase adulta, afirma João Machado, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que coordena o Projeto Pirarucu. 

Em Rondônia, que concentra a maioria das criações da espécie, cerca de 500 animais reprodutores têm o chip implantado, de acordo com o Sebrae. 

Com o chip, o peixe ganha um número de identificação com dados da fazenda a que pertence. Um equipamento que lembra um leitor de código de barras pode ser usado pelos fiscais para encontrar o número dos peixes e verificar se estão com o registro em dia. 

De acordo com a produtora Simone Yokoyama, da Piscicultura Boa Esperança, de Pimenta Bueno (RO), cada nota fiscal emitida com a venda de filhotes de peixes para a engorda leva também o número de identificação de seus pais. 

"Se o Ibama quiser verificar a origem dos alevinos [os filhotes de peixe], pode conseguir na nota de venda o número dos pais, ir até a propriedade onde estão registrados, para ver se realmente existem e se estão regularizados", diz Machado, do Sebrae. 

O chip também é usado pelo Projeto Pirarucu da Amazônia para identificar os casais que dão origem ao maior número de filhotes e aos animais mais saudáveis e selecioná-los para o melhoramento genético.

Produção em 2014 deve ser de 1,5 mil quilos de pirarucu 
A carne do peixe, que chega a atingir 2 metros e 250 kg, está entre as mais valorizadas da Amazônia. Os produtores recebem cerca de R$ 8,50 pelo quilo do animal, que é vendido ao atingir 13 kg. 

O consumidor final paga cerca de R$ 20 pelo quilo do peixe na região amazônica.
Em São Paulo, a faixa é de R$ 36 o quilo. 

De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio ao Empresário), a estimativa é que 1,5 mil toneladas do peixe sejam levadas ao mercado em 2014. A produção de 2013 foi de apenas 400 toneladas. 

De acordo com Maria Fernanda Nince, secretária nacional de Ordenamento e Planejamento da Aquicultura, atualmente há 233 unidades produtivas no Brasil. 

O Norte concentra 66% dos produtores, enquanto que o Centro-Oeste concentra 15%; o Sudeste tem 12%; o Nordeste, 11%; e o Sul 2%.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Plantas do Pantanal combatem a dengue

Estadão 

Num acervo de 4.400 plantas coletadas no Pantanal Mato-Grossense, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz encontraram três espécies que inibem a replicação do vírus da dengue. Os extratos vegetais foram testados em células infectadas com os vírus dos tipos 2 e 3. A pesquisa caminha agora para nova fase, a de testes em animais, para avaliar a toxicidade. 
Arbusto eteraceae

O trabalho se tornou possível por causa de uma estratégia que tomou fôlego nos últimos cinco anos na Fiocruz - a de descentralizar as atividades e fazer ciência no interior do País, aproveitando as diferenças regionais. A instituição já está em nove Estados, além do Rio de Janeiro - Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Amazonas, Rondônia, Ceará, Mato Grosso do Sul e Piauí. Está em negociação a abertura de um polo no Rio Grande do Sul. 

No Mato Grosso do Sul, os trabalhos se dividiram em várias linhas de pesquisa - da saúde indígena à busca por novas moléculas a partir da flora local, além da formação de mão de obra. 

O diretor da Fiocruz-MS, Rivaldo Venâncio da Cunha, diz que a primeira etapa do trabalho em Campo Grande foi identificar as instituições que poderiam ser parceiras da Fiocruz. "Não vamos repetir o que eles já estão fazendo. A história não começa com a chegada da Fiocruz." Nessa busca por parceiros, chegaram à Universidade Anhanguera-Uniderp, onde o curso de Agronomia já tinha catalogado 4 mil plantas do Pantanal mato-grossense. 

Ao testarem as possibilidades terapêuticas das plantas, os pesquisadores chegaram a três famílias capazes de inibir a replicação do vírus da dengue. "Uma delas teve atividade fenomenal. Vamos tentar sintetizar a molécula e testar em modelo vivo", disse a pesquisadora Jislaine Guilhermino. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste foram escolhidas como prioritárias por causa de "vazios de desenvolvimento de ciência e tecnologia", diz o presidente da instituição, Paulo Gadelha. 

Tecnologia. 
Se no início do século 20 cientistas como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Artur Neiva deixavam o Rio para desbravar o País e desvendar as doenças que assolavam os cantos mais distantes, hoje o que se tem é investimento em tecnologia de ponta. Como a que está sendo levada para o Ceará. A Fiocruz começará a construir no Polo Tecnológico de Euzébio a primeira plataforma para a produção de medicamentos biológicos a partir de células vegetais. O processo de produção a partir da extração vegetal é uma novidade no País. 

A tecnologia garante mais segurança do que os remédios produzidos a partir de vírus e bactérias - produz menos efeitos colaterais. E requer menos investimentos. "Vamos usar a célula do tabaco para expressar a proteína do envelope do vírus da vacina da febre amarela", exemplifica o presidente do conselho Político e Estratégico de Bio-Manguinhos, Akira Homma. 

A fábrica também produzirá medicamentos para doenças raras, como a doença de Gaucher. O remédio será fabricado a partir da célula da cenoura.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Espero que a Giovana ou seus filhos ou seus netos vejam isso

Rio Tietê terá plano de despoluição igual ao do Rio Sena 

Estadão 

Sena e Tietê - "pequena" diferença
Um acordo inédito de cooperação internacional assinado entre os governos do Estado de São Paulo e a França vai renovar a esperança dos paulistanos de ver despoluído o Rio Tietê, utilizando a mesma tecnologia aplicada em Paris no Rio Sena. 

Outros programas de mobilidade urbana, recuperação e urbanização da Serra do Mar e desenvolvimento urbano em municípios do Litoral Norte fazem parte de um pacote de 50 iniciativas conjuntas que serão assinadas na sexta-feira, 13, pelo presidente da França François Hollande e pelo governador paulista Geraldo Alckmin. 

O Rio Sena era considerado biologicamente morto no início dos anos 1960, mas foi recuperado com leis de proteção e milhões de euros de investimento em estações de tratamento e recuperação do ecossistema.Em 2009 foi anunciado que o Salmão do Atlântico havia retornado ao rio, juntamente com várias outras espécies. 

Acordos. 
A comitiva do presidente Francês inclui o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e Jean-Paul Huchon, presidente da região de Île-de-France. 

Île-de-France, principal região administrativa da França, cuja capital é Paris, reúne 1.281 cidades com um PIB total de US$ 812 bilhões. É a região mais populosa do país e a mais rica da Europa. 

"O acordo de cooperação será o primeiro assinado entre a Franca e um estado sub-nacional no hemisfério Sul e formaliza uma relação bilateral para a criação de um grupo de trabalho que tratará de iniciativas que trarão grandes benefícios para São Paulo", afirma Rodrigo Tavares, assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo de São Paulo. 

Entre as iniciativas estão um projeto piloto de sustentabilidade na Serra do Mar e troca de conhecimentos e tecnologias entre Sabesp e o órgão francês responsável pela despoluição do Rio Sena.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Sorgo Biomassa cresce como alternativa para bionergia

Agrolink 

Enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Brasil cresceu 0,9% o PIB em 2012 em relação ao ano anterior, a ANEE (Agencia Nacional de Energia Elétrica) divulgou que no mesmo período o consumo de energia elétrica brasileiro aumentou 3,5%. 

Fortemente impulsionado por um abastecimento via hidrelétricas, o Brasil, no entanto, vem nos últimos anos avançando em fontes alternativas de energia como se pode observar nos últimos leilões de energia realizados no país, sendo o ultimo deles fechado em 28 de Agosto. 

A busca por alternativas para atender a crescente demanda de energia no Brasil são diversas, entre as biomassas: cavaco de madeira e o bagaço de cana são as fontes de matéria-prima mais comuns, no entanto devido à alta demanda e relativa escassez, uma nova tendência surge: culturas dedicadas especificamente à produção de biomassa, entre as propostas destaca-se o sorgo biomassa.

“A perspectiva do aumento de área plantada com biomassas dedicadas é grande desde a matéria prima proposta atenda o mercado em: custo, facilidade de cultivo e boa geografia para avanço. O crescimento da população requer da área agrícola mais alimentos e também maior produção de energia”, afirma Tatiana Gonsalves, diretora comercial da NexSteppe no Brasil. 

O sorgo biomassa quando comparado à outras culturas alternativas, destaca-se por atender a necessidade do mercado em seus quesitos básicos : custos, cultivo e geografia além de possuir ampla base genética e rápido ciclo de melhoramento, fundamental para se produzir plantas dedicadas. 

Palo Alto, nome comercial do sorgo biomassa da Nexsteppe, é especialmente desenvolvido para atender o mercado de biocombustão, pois possui baixa umidade e consequente alto poder calorífero nas caldeiras. 
A NexSteppe é a única empresa exclusivamente dedicada ao desenvolvimento da próxima geração de soluções sustentáveis em matéria-prima para as indústrias de biocombustíveis, bioprodutos e biocombustão. 

Um destaque da empresa são seus profissionais altamente capacitados para orientar o campo a produzir mais e alcançar o potencial máximo das culturas energéticas. 
“Investimos na formação e qualificação dos nossos profissionais para oferecer ao segmento um serviço de qualidade e precisão, agregando valor aos negócios dos empresários”, comemora Tatiana. 

O Sorgo Biomassa tem um ciclo rápido, com cerca de 100 a 120 dias, podendo claramente ter duas safras por ano. 
Agricultores do Cerrado já estão ampliando suas fronteiras agrícolas plantando culturas energéticas em áreas de baixo potencial para produção de alimentos. 

“Isso é uma perfeita integração de como a área agrícola pode cumprir sua função e prover a humanidade de alimentos e também energia“, comemora Tatiana.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O chororô da ongueira presa

Estar preso é o mesmo que uma morte lenta, diz ativista presa na Rússia  

UOL  

Alexandra Harris, uma dos 28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas presos em Murmansk, na Rússia, em 19 de setembro, após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, escreveu uma carta para a família onde conta como é seu dia a dia na prisão. Ela pede a Deus para não ficar na cela gelada no inverno na Rússia e diz que estar presa é como uma morte lenta: "Estar preso é a mesma coisa que uma morte lenta: você literalmente perde a vontade de viver e passa apenas a contar os dias". 

Veja abaixo a integra da carta: 

"Sábado, 13 de outubro 
Queridos mãe, pai e Georgie, 

Está muito frio agora. Nevou noite passada. A nevasca soprou na minha janela quase sem vedação, e eu tive de dormir vestida com meu chapéu. Estou nervosa de passar o inverno aqui. Eu tenho um aquecedor na minha cela, mas é a brisa do Ártico que deixa esse lugar tão gelado. Ouvi dizer que em dezembro, Murmansk fica escura por seis semanas. Deus, espero estar fora daqui até lá. 

Nada de mais acontece nos finais de semana na prisão. São, definitivamente, os piores dois dias da semana. Ao menos, durante a semana, eu vejo meu advogado e tenho algumas notícias. Na quinta-feira eu finalmente vi algumas cartas que as pessoas me enviaram. Foi tão legal que chorei. Tem uma de vocês no meio. Georgie me fez rir ao assinar na carta a mensagem "Chin up" (ou "cabeça erguida"). Ha ha! Estou na prisão mas tentarei manter minha cabeça erguida. 

Aos sábados, temos a revoltante noite das almôndegas. Eca! As meninas riram que eu já sabia o cardápio de cor. Mas hoje tem banho, o que é muito bom. O chuveiro é como uma cachoeira, o que é ótimo. 

Semana que vem volto à corte para apelar, o que é algo sem sentido porque eles já negaram minha fiança uma vez. Mas qualquer coisa para sair da minha cela! E se eu tiver sorte, talvez possa ver alguns dos outros. 

Estou preocupada com o que pode acontecer. Tenho momentos de pânico, mas então tento dizer a mim mesma que não tem nada que eu possa fazer aqui, então não há razão para me preocupar. Mas é difícil. Será que o meu futuro é apodrecer numa prisão em Murmansk? Bom, eu realmente espero que não.

Estar preso é a mesma coisa que uma morte lenta: você literalmente perde a vontade de viver e passa apenas a contar os dias. São dois meses desperdiçados e eu espero que esse tempo não se prolongue. Dito isto, estou me acostumando, fazendo um pouco de ioga. Acho difícil meditar, muitas preocupações na minha mente, acredito que vocês compreendam. O canal de música ajuda muito. Toda noite toca "I Will Survive", e a Camila [Speziale, ativista argentina também em detenção] e eu batucamos na parede o ritmo da canção. Conversar com as meninas diariamente ajuda também. Ainda conseguimos dar umas risadas, o que é ótimo sob as atuais circunstâncias. Recebemos também um aparelho para aquecer a água – por dias acreditei que fosse para cachear os cabelos. Quando reclamei para as garotas que a equipe de suporte poderia ter enviado coisas mais práticas que um cacheador de cabelo, as meninas caíram na risada. 

A cama também não facilita muito as coisas. Aguardo uma massagem quando eu sair. 
Sou uma pessoa diferente agora; mais forte, eu choro menos, o que é bom. E eu estou tão agradecida à vida, não tomarei mais nada como certeza daqui para frente. 

Espero que vocês estejam todos bem. Espero também que as notícias estejam morrendo lentamente. Estou tentando muito não perder as esperanças. 

Amo vocês, Alex" 

Nota do Blog: Me desculpem aqueles que aplaudem esses cidadãos, porém não me comovo. Primeiro porque quem entra numa dessa sabe das consequências que poderão ter. Segundo que no nosso País existem leis porém, não são aplicadas a esses senhores acima da lei e da ordem mas, em outros existem e são regiamente aplicadas e as consequências são essas. Repito que sou a favor de qualquer manifestação contra algo que contrarie seus interesses, porém desde que sejam realizadas dentro da lei. Sem mais e nem menos. A partir de que alguma coisa for realizada fora dos tramites, todas as argumentações em prol do ato, caem por terra. Sejam nessas manifestações de ruas que temos aqui, sejam contra alguma empresa, contra algum laboratório de pesquisas, contra fazendas experimentais, ou contra algum navio aqui ou fora, não muda o pensamento. Cada País tem suas leis e se existe alguma ação ilícita por parte da empresa/do laboratório/da fazenda/do navio não será com depredação, pichação, invasão, desse pessoal que a coisa será solucionada. Pelo contrário estarão agindo na mesma marginalidade se tais estiverem agindo contra a lei. Por isso, o chororô dessa moça, pode ser sincero porque não deve ser nada fácil enfrentar um prisão na Rússia, porém ao entrar para esse time e concordar em participar da ação, sabia das consequências, portanto, assuma e encare. Aliás são cidadãos bancados por grupos financeiramente fortes no mundo todo, e cada um com seus interesses pessoais, principalmente da Europa e além disso,  possuem estrutura com alta tecnologia e que poderia ser usada de maneira muito mais inteligente e usando muito mais a cabeça com ações dentro das das leis de cada País, do que fazer cirquinho para aparecer no jornal da TV das 20,00 horas e dessa forma aumentar suas doações. Como é de praxe em suas ações. Antes da ação os cinegrafistas já estão à postos para ilustrar e passar para o mundo e os advogados de plantão na delegacia local aguardando os futuros prisioneiros. Parece que na Rússia os planos não deram certo.