Ruth Moreira (*)
Estou com vergonha do Brasil.Vergonha do governo, com esse impatriótico,
antidemocrático e antirrepublicano projeto de poder.
Vergonha do Congresso rampeiro que temos, das Câmaras que dão com uma mão para nos surrupiar com a outra, políticos vendidos a quem dá mais e comprovadamente corruptos. (Renan, Z Dirceu, Collor e etc).
Pensar no bem do País, hoje é ser trouxa.
Vergonha do dilapidar de nossas grandes empresas estatais, Petrobrás, Eletrobrás e outras, patrimônio de todos os brasileiros, que agora estão a serviço de uma causa só, o poder. Vergonha de juízes vendidos. Vergonha de mensalões, mensalinhos, mensaleiros (e ele não sabia de NADA!!).
Vergonha de termos 42 ministros e outro tanto de partidos a mamar nas tetas da viúva, enquanto brasileiros morrem em enchentes, perdendo casa e familiares por desídia de políticos, se não desonestos, então, incompetentes para o cargo.
Vergonha de ver a presidentA de um país pobre ir mostrar na Europa uma riqueza que não temos
(onde está a guerrilheira? era tudo fantasia?).
Vergonha da violência que impera e de ver uma turista estuprada durante seis horas por delinquentes fichados e à solta fazendo barbaridades, envergonhando-nos perante o mundo.
Vergonha por pagarmos tantos impostos e nada recebermos em troca - nem estradas, nem portos, nem saúde, nem segurança, nem escolas que ensinem para valer, nem creches para atender a população que forçosamente tem de ir à luta.
Vergonha de todos esses desmandos que nos trouxeram de volta a famigerada inflação.
Agora pergunto:
Onde estão os homens de bem deste país?Onde está a Maçonaria? a OAB? CNBB? os Militares?? LYONS? Onde estão os que querem lutar por um Brasil melhor?
Porque os congressistas, ao invés de instituírem Pena de Morte para assassinos e estupradores, lhes concedem gorda Bolsa Presidiário?
Enquanto isso, grande parte do povo brasileiro, trabalha honestamente, pra pagar impostos absurdos e ganhar bem menos do que aqueles que mataram e estupraram.
Isso, somente estimula a marginalidade! Estou com muita vergonha do Brasil!
Por que tantos estão calados? Tenho 84 anos e escrevo à espera de um despertar que não se concretiza.Até quando isso vai continuar? Até quando veremos essas nulidades que aí estão sendo eleitas e reeleitas?
Estou com muita vergonha do Brasil. Eu estou com vergonha dos BRASILEIROS.
(*) Cidadã de São Paulo, escreveu este texto publicado como carta de leitor do Estadão em 8 de abril de 2013.
Revista Você S/A
Em 2014, os ânimos se acirraram nas redes sociais. Copa do Mundo e eleições foram o bastante para que uma multidão se queimasse, falando demais.
O Twitter, por exemplo, registrou 21,5 milhões de posts relacionados aos presidenciáveis Dilma Rousseff e Aécio Neves. E as queixas contra crimes de ódio cresceram 84% em outubro, de acordo com a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.
Muita gente perde o controle porque embarca no que John Suler, professor da Universidade de Rider, em Nova Jersey, apelidou de “efeito da desinibição online”, que consiste na impressão de que estar atrás de uma tela significa o anonimato.
A falsa proteção aumenta a vontade de se expressar e instiga a agressividade.
Como as redes funcionam como uma vitrine, esse impulso comunicativo pode manchar a reputação na vida profissional. Engana-se quem pensa que os recrutadores ignoram os perfis sociais, como Facebook, Instagram e Twitter. Segundo um estudo do CareerBuilder, site americano de recrutamento, 51% dos 2 138 empregadores entrevistados desistem de contratar um candidato após verificar suas postagens.
Mesmo quem não está atrás de emprego deve tomar cuidado: chefes e colegas observam como andam as publicações alheias. “Uma atitude inflexível em uma discussão online passa a imagem de um profissional que não sabe trabalhar em equipe”, diz Luís Testa, da Catho, site de recrutamento, de São Paulo.
Para não cair em armadilhas e correr o risco de virar meme, siga as regras para preservar (e melhorar) sua imagem virtual.
Revista Exame
De posts e eventos nas redes sociais até discursos de políticos da oposição e aliados, nos últimos dias a palavra impeachment vem aparecendo com frequência. Mas a presidente Dilma Rousseff realmente corre o risco de ter seu segundo mandato encurtado?
Um estudo elaborado pela consultoria política Arko Advice mostra que as chances de um impeachment são de 30%. No início do mês, esse índice estava em 15%. Apesar de o aumento significativo, a possibilidade de abertura de um processo para impedir que Dilma termine o seu segundo mandato é bastante remota.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, principal desafeto da presidente atualmente, diz que não vê espaço para a discussão de um possível impeachment.
Na prática, qualquer cidadão pode entrar com uma denúncia contra a presidente por crimes de responsabilidade, mas cabe ao presidente da Câmara dos Deputados julgá-la procedente e abrir uma comissão especial para analisar o pedido.
Para que o processo de impeachment seja aberto, dois terços dos deputados devem votar a favor da sua instalação. O Senado então deve decidir, na mesma proporção, se o mandato pode ser interrompido ou não.
No caso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, o processo para o impeachment durou cerca de sete meses, desde a instalação da comissão parlamentar mista de inquérito, em 1º de junho de 1992, até a renúncia de Collor, em 29 de dezembro de 1992.
“O impeachment é uma medida de exceção”, afirma Cláudio Pereira de Souza Neto, professor de Direito Constitucional na Universidade Federal Fluminense (UFF).
O momento histórico atual difere (e muito) do Brasil de 22 anos atrás.
“O PT não é o PRN. Quando se tirou o Collor, o país estremeceu, mas se reergueu. Se o PT cair, não vai ser fácil”, afirma Humberto Dantas, professor de Ciências Políticas do Insper, em São Paulo.
"Seria uma situação muito ruim para a democracia brasileira", afirma Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP).
"No caso de um impeachment, assumiria o vice [Michel Temer], que tem uma visão política diferente da de Dilma. Para a maioria que votou no PT, vai ficar a sensação de que isso está sendo um golpe baixo”, diz Janine Ribeiro.
Veja, abaixo, o que está em jogo na discussão sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff:
O que pode levar a um impeachment?
“É pelo crime de responsabilidade que se gera o impedimento da continuidade do exercício do mandato”, afirma Antônio Carlos Rodrigues do Amaral, professor de Direito Constitucional da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
“O mau exercício de um mandato não é causa para um impeachment”.
Assim, para que o pedido de abertura de impeachment tenha consistência, devem existir evidências de que o mandatário cometeu algum crime comum (como homicídio ou roubo) ou crime de responsabilidade – que envolve desde improbidade administrativa até atos que coloquem em risco a segurança do país. Veja a lista de situações possíveis para o impeachment.
“Sem um feixe de indícios convergentes não sai processo nenhum”, diz Carlos Ari Sundfeld, da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas.
Já há provas de que a presidente Dilma Rousseff cometeu um crime de responsabilidade?
Por mais sérias que sejam as acusações dos delatores da Operação Lava Jato, até agora não há qualquer prova de que a presidente Dilma tenha sido conivente com as ações praticadas na Petrobras. Por isso, para dois dos três juristas consultados por EXAME.com, a ideia de impeachment não procede.
“Seria uma aberração do ponto de vista jurídico a abertura de um processo de impeachment agora”, afirma Souza Neto, da UFF.
Não é o que o jurista Ives Gandra Martins concluiu em parecer técnico feito a pedido de um advogado ligado ao PSDB. Segundo o jurista, já há elementos suficientes para a abertura de um processo contra Dilma, por improbidade administrativa "não decorrente de dolo [intenção], mas de culpa". Neste caso, culpa implica omissão, negligência, imprudência ou imperícia.
“A probidade se projeta na capacidade do administrador público em agir com eficiência e competência no exercício do seu mandato”, explica Amaral. “Na medida em que atos praticados pela diretoria de uma empresa de economia mista gerem um prejuízo notável ao patrimônio público, você pode daí eventualmente alcançar pelo crime de responsabilidade”.
Mas, para que isso aconteça, segundo Sundfeld e Souza Neto, novamente seriam necessárias provas de que a presidente conscientemente se omitiu diante dos desmandos. “A omissão tem que ser concreta. Tem que existir indícios de que houve conhecimento do fato e que se deixou de agir”, afirma Souza Neto.
“O mero fato de alguém ser presidente da República e ocorrerem irregularidades na administração federal não significa que ele tenha agido com culpa, que tenha sido imprudente, imperito ou negligente”, diz Sundfeld. “A responsabilidade é sempre pessoal”.
Qual a diferença da atual condição de Dilma Rousseff e a de Fernando Collor?
A principal diferença entre o cenário atual e o vivido pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, há mais de duas décadas, está no fato de o presidente Collor estar envolvido diretamente com os fatos. “Existiam alguns elementos diretamente ligados à figura de Collor”, diz Amaral.
Os depoimentos até agora divulgados pela Operação Lava Jato falam em acusações contra o Partido dos Trabalhadores e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, além de referências aos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci, entre outros políticos ligados à sigla da presidente.
Dilma Rousseff também tem contra ela o fato de que esteve à frente do Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010, quando parte dos supostos pagamentos ilegais teria ocorrido na estatal.
“A situação de Dilma é muito delicada. Há um conjunto de elementos ao redor dela. Mas é preciso ter um conjunto de indícios convergentes para abrir o processo de impeachment”, diz Sundfeld.
Revista Mundo Estranho
Porque eles não são mais necessários.
Os antepassados desses animais, como o Archaeopteryx, uma mistura de ave com lagarto que viveu há cerca de 150 milhões de anos, tinham dentes bem desenvolvidos.
Mas, com o tempo, a dentadura perdeu sua função e deixou de existir, dando lugar ao bico, que é um prolongamento das maxilas, os ossos responsáveis pela movimentação da boca.
Como qualquer processo evolutivo, essa transformação radical não aconteceu de uma hora para outra e só foi concluída há algumas dezenas de milhões de anos, quando surgiram as aves atuais.
Em vez de triturar a comida na boca, elas engolem a refeição inteira.
E como elas se viram sem os dentes?
A ausência de mastigação é compensada por um sistema digestivo poderoso, que conta com dois estômagos: um químico - o proventrículo, que começa a dissolver o alimento - e outro mecânico - a moela, que destroça o que sobrou do rango (veja ilustração abaixo).
Só depois de passar por esse triturador natural é que a comida segue para o intestino e é absorvida.
10 Motivos que podem derrubar Dilma, segundo Financial Times
Revista Época
O blog Beyond Brics, do jornal Financial Times, publicou nesta quarta-feira (25/02) uma lista com 10 motivos que podem motivar a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo. Nas redes sociais, foram criados vários eventos que pedem o impeachment de Dilma, mas por enquanto não há nada concreto sobre essa possibilidade.
"Há tanta coisa dando errado no Brasil que é difícil acompanhar. Por anos, críticos acusaram o governo de incompetência. Agora, suas ações parecem catastróficas — tanto que há boas razões para acreditar que a presidente Dilma Rousseff, que iniciou seu segundo mandato em 1º de janeiro, pode não durar muito", diz o texto do FT. Confira as 10 razões que ele apresenta como ameaças para o seu mandato:
1. Política
A falta de apoio no Congresso é apontada como decisiva para um possível impeachment. Nas últimas eleições, a coalizão do governo ficou mais pulverizada e difícil de controlar. Além disso, grupos do próprio Partido dos Trabalhadores não estão contentes com Dilma. O jornal também aponta que a presidente apareceu poucas vezes publicamente desde que venceu as eleições.
2. Petrobras
O desdobramento mais recente dos problemas que a estatal brasileira vem enfrentando após as denúncias de corrupção é a perda de seu grau de investimento, segundo classificação da agência Moody's. A Petrobras ainda não divulgou o balanço auditado do terceiro trimestre do ano passado, o que complica a situação da empresa para os avaliadores. Caso haja algum movimento político em direção ao impeachment, diz o FT, a Petrobras seria apontada como o pecado de Dilma, já que ela é a presidente no poder no momento da Operação Lava Jato.
3. Confiança do consumidor
O índice divulgado pela FGV atingiu o menor patamar desde 2005.
4. Inflação
O jornal fala que boa parte da população brasileira viveu a época da hiperinflação e que algumas pessoas temem que o governo abandone a meta da inflação, de 4,5%.
Esta semana o IPCA-15 mostrou que a inflação nos últimos doze meses acumula 7,36%.
5. Desemprego
Segundo o FT, os brasileiros até estariam dispostos a tolerar uma inflação mais alta e crescimento mais baixo se sentissem que seus empregos estivessem seguros. Mas o texto fala que há sinais de alta do desemprego, o que é um grande desafio para a popularidade da presidente.
6. Confiança dos investidores
O blog cita uma matéria do jornal Valor Econômico sobre a venda de títulos de curto prazo do governo como exemplo de que os investidores estão preocupados com a capacidade do país de atingir suas metas em relação ao Orçamento.
7. Orçamento
O déficit primário do ano passado não foi um bom sinal. "No ano passado, o Brasil entregou seu primeiro déficit primário em mais de uma década, levando o país de volta aos dias obscuros que antecederam a implementação da disciplina fiscal".
8. Economia
Apesar da nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda ter sido positiva, para alguns está difícil acreditar que ele conseguirá cumprir a tarefa que tem pela frente de reverter a fraca economia, segundo o FT. Um dos motivos apontados é o fato de Levy parecer uma figura solitária no governo.
9. Água
"A sensação do apocalipse chegando ao Brasil é sublinhada pela falta de água atingindo a cidade de São Paulo", diz o texto, explicando a situação que os paulistanos estão vivendo por conta da queda do nível do sistema Cantareira. "Mas a causa não é só a falta de chuva. Estima-se que um terço da água da Sabesp seja perdida com vazamentos. Má gestão e dificuldade de investir também são culpados". Apesar de o Financial Times não citar, vale lembrar que a Sabesp é um órgão do estado de São Paulo.
10. Eletricidade
O FT lembra que Fernando Henrique Cardoso perdeu muita popularidade após o apagão no início da década passada. Apesar de não estar em vigor o racionamento de energia no Brasil, o nível dos reservatórios das hidrelétricas está baixo.
Após Copa, dívida do Corinthians com Odebrecht explode e atinge R$ 397 mi
Rodrigo Mattos (*)
Apesar do fim da maior parte das obras, a dívida do Corinthians com a Odebrecht pela construção do Itaquerão cresceu após a Copa-2014 e atingiu o valor de R$ 397 milhões.
É o que mostram documentos do fundo gestor do estádio obtidos pelo blog. Isso explica o desespero da diretoria do clube ao afirmar que o débito está se tornando “insustentável'' em nota que culpou a prefeitura de São Paulo.
O plano era que a construção da arena corintiana tivesse pelo menos três fontes de financiamento: CIDs (Certificado de Incentivos de Desenvolvimento) do município e empréstimos do BNDES e de bancos, a serem pagos pelo clube. Mas não foi possível obter os recursos dos títulos da prefeitura e as obras e instalações saíram bem mais caras do que esperado – o valor final está em R$ 1,150 bilhão.
No início do ano passado, o fundo do estádio tinha um débito crescente que atingiu R$ 387 milhões registrados como “outros valores a pagar'' em março de 2014, segundo relatório mensal. Esse montante é composto de dívida com a construtora.
Mas, enfim, saiu o dinheiro do BNDES, que totalizaria R$ 400 milhões a serem pagos em mais de 10 anos. Foi um alívio e o débito chegou a cair a R$ 144 milhões em junho de 2014, mês de Copa. Pelo menos é o que mostrava o relatório mensal.
Mas o balanço anual consolidado para o período de 2013 a junho de 2014 já registrou um débito reajustado de R$ 317 milhões “junto à Construtora Norberto Odebrecht referentes aos custos de construção da Arena''. O grosso das obras acabou e a Copa foi concluída, mas o débito não parou de crescer.
O último relatório mensal do fundo aponta um total de R$ 397,5 milhões a ser quitado com a Odebrecht. Pelo acompanhamento dos relatórios mensais, houve um aumento de R$ 253 milhões em seis meses. Mesmo na comparação com o balanço anual, que consolidou valores, o crescimento é de R$ 80 milhões no período, R$ 13 milhões por mês.
Como foi reduzido o volume de obras após a Copa, apenas adaptações, o principal fator para explicar essa explosão são os juros. O Corinthians falou em R$ 80 milhões em nota contra a prefeitura. Mas, internamente, há funcionários do clube que dizem que os juros já representam mais de R$ 100 milhões de custo. Em relação à construção, há uma briga entre a empreiteira e o clube sobre reais valores da obra.
A Odebrecht e o Corinthians foram questionados pelo blog sobre o alto crescimento do débito, mas não responderam nesta terça-feira. O problema é que a dívida só tende a crescer sem limites visto que não há perspectiva no momento de vender os CIDs, com uma ação judicial em curso.
Toda a renda do estádio é usada para quitar o empréstimos com o BNDES, que está registrado como débito pela Arena Itaquera S. A., acionista do fundo que realizou a operação. Outra parte do dinheiro é levantada em bancos, e outra de recursos da construtora.
Uma informação do clube é de que os juros giram em torno de 2,5% ao mês.
Incluído o dinheiro dado pelo banco estatal, o débito corintiano pelo estádio já atingiu R$ 800 milhões no total.
Se o débito com o BNDES não for pago, a Caixa Econômica Federal pode excluir o Corinthians do controle da arena. Caso o débito privado não seja quitado, a Odebrecht pode vender ações do fundo para quem quiser, tirando a possibilidade de o clube ter a propriedade.
(*) Jornalista
Frei Betto (*)
Teve início, na quarta-feira de cinzas, a Campanha da Fraternidade 2015, promovida pela CNBB. O tema é “Fraternidade: Igreja e Sociedade.” O lema: “Eu vim para servir” (Marcos 10,45). A campanha deste ano tem caráter político, embora apartidário. Como frisa Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, “os ensinamentos do Concílio Vaticano II nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. (...) Os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos” (Texto-Base).
A relação da Igreja Católica com a sociedade brasileira é historicamente contraditória. Aqui os missionários desembarcaram trazidos pelos colonizadores. Se houve um padre Antônio Vieira que se opôs à escravização dos indígenas, nenhum bispo ou sacerdote se destacou contra a escravidão dos negros. Ao contrário, estes foram usados para erguer templos e conventos.
Pela Constituição imperial de 1824, o catolicismo se tornou religião oficial do Estado. Embora a Igreja abrisse escolas pelo país e acolhesse enfermos em Santas Casas de Misericórdia, ela não implantou aqui, no período colonial, uma única universidade, ao contrário do que ocorreu na América hispânica, onde os frades dominicanos fundaram universidades na República Dominicana, no Peru e em Cuba.
Com a proclamação da República, a Igreja ganhou autonomia em relação ao Estado.
Na primeira metade do século XX, mirou com simpatia o integralismo, promoveu acirrada campanha anticomunista, praticou ferrenho antiecumenismo, atacando protestantes e espíritas e favorecendo o antissemitismo. Ensaiou ainda uma confessionalização da política através da Liga Eleitoral Católica, cujos candidatos deveriam prestar obediência à autoridade eclesiástica, prática que se repete, hoje, em Igrejas evangélicas.
As relações entre Igreja Católica e sociedade ganharam caráter progressista nos anos 1940, com a fundação da Ação Católica e de intelectuais que, no Rio, se agruparam em torno do cardeal Leme, do padre Leonel Franca e do Centro Dom Vital.
Na década seguinte, nasceria a CNBB e, logo, o Movimento de Educação de Base e sindicatos rurais propostos por bispos.
Embora a CNBB tenha apoiado o golpe de 1964, em reunião no Rio, em abril daquele ano (à qual estive presente, como membro da direção nacional da Ação Católica), após o AI-5 cresceu a tensão entre Igreja e ditadura. Leigos, religiosas, padres foram presos, torturados (inclusive Dom Adriano Hipólito, bispo de Nova Iguaçu) e assassinados.
A CNBB se tornou a voz dos que não tinham voz. Defendeu perseguidos políticos, denunciou reiteradas vezes a ditadura, criou um leque de Pastorais Sociais, fez o papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil (1980), dar as costas aos militares.
Com o fim da ditadura, a Igreja prosseguiu sua missão profética na defesa dos direitos humanos e na exigência de reformas estruturais, como a agrária. Essa atuação se arrefeceu com João Paulo II e Bento XVI. As Comunidades Eclesiais de Base perderam apoio episcopal, a Teologia da Libertação sofreu censuras, os bispos progressistas foram desprestigiados. Mas a CNBB exerceu papel preponderante na aprovação da lei da Ficha Limpa e, hoje, apoia a reforma política e o fim do financiamento de campanhas eleitorais por pessoas jurídicas. Em tempos de papa Francisco, ressurge o profetismo da conferência episcopal.
Falta à Igreja Católica estreitar seus vínculos com o mundo da ciência, da cultura e da juventude, tornando suas escolas núcleos de evangelização. Como se explica que os economistas brasileiros mais indiferentes aos direitos dos pobres tenham sido formados em colégios e universidades católicas?
(*) Escritor e religioso dominicano
Plínio Nastari (*)
O setor sucroenergético continua afetado pela falta de uma política geral que oriente o setor de
combustíveis de forma transparente e previsível. Depois de quase 5 anos de preços de gasolina
defasados em nível médio de 16% e máximo de 27% é prematuro e irresponsável classificar como
tarifaço o atual descompasso de 15,5% com o preço internacional, já que não houve qualquer
alteração no preço de referencia nas refinarias. A continuar a desvalorizado do real, ou havendo
alguma recuperação do preço do petróleo, em breve ele poderá deixar de existir. A recomposição
da CIDE sobre a gasolina no nível de 22 centavos por litro recoloca-a em nível equivalente à metade
do que representou antes de ser gradualmente eliminada a partir de 2008.
Políticas populistas de incentivo ao uso de combustíveis através de baixo preço tem estimulado o
consumo muito acima do que seria esperado. O preço atual da gasolina é ainda 22% inferior em
termos reais ao vigente 12 anos atrás. Em 2014, o consumo de ciclo Otto subiu 9,2%, desde 2002 o
crescimento foi de 112%, e a resultante importação de gasolina só não foi maior no ano passado
porque o consumo de etanol hidratado subiu 20,1%, impulsionada por uma produção recorde de
etanol, superando as dificuldades por que passa o setor. Apesar disso, em janeiro a importação de
gasolina somou 358 milhões de litros, 2,2 vezes o volume do mês anterior.
Os fundamentos que justificam a estratégia de desenvolver no Brasil a produção e o uso intensivos
de etanol combustível continuam válidos como nunca. É crucial substituir gasolina importada paga
com divisas geradas à custa da exportação de bens que embutem elevado uso de recursos naturais,
como água e recursos minerais. Desde 1975, já foram substituídos pelo etanol 2,41 bilhões de
barris de gasolina, um grande marco para um país que possui reservas estimadas entre 13,3 e 16,6
bilhões de barris dependendo do conceito utilizado, incluindo o Pré-Sal. O valor da gasolina substituída
atinge 185 ou 381 bilhões de dólares, dependendo da inclusão ou não dos custos da divida
externa evitada, enquanto nossas reservas são de 372 bilhões de dólares sem levar em conta as
operações de swap cambial. Em 2014, as exportações líquidas de açúcar e etanol geraram um resultado de 10,1 bilhões para a balança comercial. Sobre esse valor devem ser acrescidos 14,7
bilhões de dólares de gasolina substituída pelo etanol.
O governo tem a oportunidade de elevar a mistura de etanol na gasolina para 27%.
Esta medida,
além de contribuir para reduzir a importação de gasolina, está em linha com as mais modernas
tendências do mercado automotivo, que através de maior octanagem no combustível permitem o
desenho de motores menores e mais eficientes. Permitem principalmente a substituição de aromáticos
contidos na gasolina, que por seu elevado conteúdo energético consomem muito petróleo
para serem produzidos, e são altamente nocivos à saúde. Aromáticos são cotados a premio de
30% a 45% sobre o preço da gasolina, e é este o valor que deveria ser considerado referencia para
o etanol.
O setor pode também ser solução para o aumento da oferta de eletricidade no curto prazo, bem como economia de água nas hidroelétricas.
Enquanto não houver uma política de longo prazo que valorize a produção de cana, açúcar e etanol
pelo que representa para o desenvolvimento, o país estará fadado a consumir volumes crescentes
de combustível fóssil importado e a perder espaços no mercado internacional duramente
conquistados no passado.
(*) É presidente da DATAGRO que é a maior consultoria de etanol e açúcar e uma das maiores do mundo.
R7 Notícias
Um amplo estudo com mais de 200 mil pessoas confirmou que dois a cada três fumantes morrerão de doenças relacionadas ao cigarro, caso continuem fumando. O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália, é a primeira evidência científica independente - isto é, não ligada a associações militantes —, com uma amostra populacional tão grande, a fornecer evidências de que a taxa de mortalidade ligada ao tabagismo chega a dois terços. O estudo foi publicado na revista científica BMC Medicine.
A coordenadora do estudo, Emily Banks, pesquisadora da universidade australiana, disse que já se sabia que fumar é ruim.
— Mas agora temos uma prova direta e independente que confirma as preocupantes descobertas que têm surgido internacionalmente.
Grávidas fumantes podem trocar o cigarro por fraldas; entenda
De acordo com ela, também que os fumantes têm um risco três vezes maior de morte prematura
e que eles morrerão, em média, cerca de 10 anos antes dos não-fumantes.
Segundo os autores do estudo, até recentemente estimava-se que metade dos fumantes morreriam por causa do cigarro, mas um estudo posterior feito com voluntários da Sociedade Americana de Câncer já indicava que a morte pelo cigarro poderia atingir 67% dos fumantes.
— Nós conseguimos mostrar exatamente o mesmo resultado com uma amostra populacional muito maior.
A pesquisa foi o resultado de uma análise de quatro anos das informações sobre a saúde de mais de 200 mil homens e mulheres que participaram do estudo "45 and Up", do Instituto Sax, da Austrália, considerado a maior pesquisa sobre saúde e envelhecimento realizada no Hemisfério Sul.
A Austrália tem uma das mais baixas taxas de tabagismo do mundo — apenas 13% da população — e é líder internacional em embalagens genéricas de cigarro, quando as caixas e maços são padronizadas e não podem ter marcas, cores, imagens ou logotipos.
— Mesmo com as baixas taxas de tabagismo que temos na Austrália, nossa descoberta é um importante alerta de que a guerra contra o tabaco ainda não foi vencida - e os esforços para o controle do tabagismo precisam seguir adiante.
A pesquisa também apontou que, em comparação aos não fumantes, quem fuma apenas 10 cigarros por dia dobra o risco de morte, enquanto quem fuma um maço por dia aumenta o risco de morte de quatro a cinco vezes. O estudo, conduzido por uma equipe internacional, foi apoiado pela Fundação Nacional do Coração, da Austrália, em colaboração com o Conselho do Câncer de New South Wales.
O presidente do conselho, Kerry Doyle, afirmou que o governo australiano está no caminho certo para diminuir ainda mais as taxas de tabagismo, por meio de iniciativas como o aumento de impostos e a embalagem genérica.
— Os preços mais altos do cigarro têm se mostrado a intervenção mais eficaz disponível para todos os governos que queiram reduzir a demanda de tabaco. Como o tabagismo é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, incluindo enfarte, derrame e doença vascular periférica, quanto mais fatores de dissuasão as pessoas tiverem entre elas e o cigarro, melhor.
IstoÉ Independente
Um grupo de entidades sindicais, que tem o apoio da CUT e da UGT, protocolou, ontem, na Justiça do Trabalho, em Brasília, uma ação civil pública contra a rede de fast-food McDonald’s no Brasil.
A Arcos Dorados, maior franqueadora do McDonald’s na América Latina, é acusada de praticar "dumping social", por desrespeitar a legislação trabalhista com objetivo de reduzir custos e oferecer preços mais competitivos que os da concorrência. E pedem que a rede fique proibida de abrir novas unidades caso continue a cometer irregularidades.
A ação movida contra a rede de fast-food, que emprega quase 48 mil pessoas no Brasil, incluiu acusações de acúmulo e desvio de funções; fraude nos controles de ponto; não recolhimento do FGTS e prática de "jornada móvel de trabalho”.
A ofensiva dos sindicatos brasileiros ocorre num momento em que a matriz americana vem sendo pressionada por ativistas a aumentar a remuneração de seus funcionários.
Antonio Ermírio de Moraes (*)
Se você ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena:
Você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali. Aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:
Será que vai chover hoje?
Se você responder "com certeza"… a sua área é Vendas:
O pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.
Se a resposta for "sei lá, estou pensando em outra coisa"… então a sua aérea é Marketing: O pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros não estão pensando..
Se você responder "sim, há uma boa probabilidade"… você é da área de Engenharia:
O pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.
Se a resposta for "depende"… você nasceu para Recursos Humanos:
Uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.
Se você responder "ah, a meteorologia diz que não"… você é da área de Contabilidade:
O pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.
Se a resposta for "sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuvas":
Então seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer virada de tempo.
Agora, se você responder "não sei"… há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando a diretoria da empresa.
De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder "não sei" quando não sabe.
Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.
"Não sei" é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo e predispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão.
Parece simples, mas responder "não sei" é uma das coisas mais difíceis de se aprender na vida corporativa.
Por quê?
Eu sinceramente "não sei",
(*) Foi um empresário, engenheiro e industrial . Foi presidente e membro do conselho de administração do Grupo Votorantim. Faleceu em agosto de 2014
Cristovam Buarque (*)
Parecemos estar num tempo em que argumentos não têm papel pedagógico
Chama-se “pedagogia da catástrofe” o conjunto de lições tiradas de tragédias geralmente anunciadas e desprezadas. A população de São Paulo está passando por um aprendizado desse tipo. Depois de anos desperdiçando água e sujando rios, investindo em asfalto e estádios, em vez de reservatórios, sem incluir nas escolas o respeito à água e demais preocupações ambientais, a população começou a conservar água.
A pedagogia da catástrofe funcionou para o povo, mas os governos, aparentemente, não aprenderam e continuam resistindo a fazer as necessárias políticas de investimento e de educação, e a população segue de olhos fechados para outros problemas.
Estamos esperando a destruição da Petrobras para só então aprendermos o risco do aparelhamento do Estado e da corrupção ligada ao financiamento de campanha por empreiteiras. Por anos, o governo federal caminhou a passos firmes na direção da atual crise fiscal e a estagnação econômica.
Muitos alertamos para os riscos da baixa poupança, do excesso de gastos, da preferência pelo consumo, da falta de base educacional, mas o governo preferiu caminhar até o ponto da pedagogia da catástrofe. Para conseguir a reeleição, o governo federal prometeu o que não ia cumprir, sem considerar as consequências da desconfiança criada pelo divórcio entre o discurso do marqueteiro na campanha e a fala dos ministros depois da posse.
Tudo indica que precisaremos da catástrofe de um engarrafamento absoluto para percebermos o erro da opção da indústria e do transporte com base no automóvel privado; e de uma guerra civil em todas as ruas das cidades para admitirmos a violência que criamos com um modelo de desenvolvimento centrado no crescimento econômico, concentrando a renda, relegando a busca de educação da cidadania e a construção de harmonia social. A crise ecológica talvez só seja enfrentada quando o aquecimento global já tiver provocado todos os desastres planetários que se avizinham, mas que população e líderes se negam a ver.
Aparentemente estamos em um tempo em que argumentos não têm papel pedagógico; só as catástrofes convencem. O mundo parece ter apenas duas cores e estar parado no tempo; as análises que procuram mostrar as diferentes nuances dos problemas e prever suas consequências são recusadas. Há uma clara preferência pelas ilusões instantâneas no lugar da realidade em movimento, até que a pedagogia da catástrofe desperte a consciência, corrigindo os erros quando o preço já é muito alto.
É pouco provável que as próximas eleições mostrem que o povo aprendeu com seus erros eleitorais e consequentes opções de desenvolvimento, tanto quanto a população de São Paulo aprendeu com o desprezo pela água. Mesmo assim, é preciso insistir nos alertas, ainda que não sejam ouvidos, porque não tentar convencer seria uma catástrofe pessoal.
(*) É engenheiro mecânico, economista, educador, professor universitário e senador filiado ao PDT.
A Tarde.Com.Br
Na disputa pela liderança mundial no mercado de soja, produtores brasileiros estudam a possibilidade de lançar o que pode ser sua maior disputa comercial contra os Estados Unidos. O setor privado está examinando a possibilidade de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Casa Branca por prejuízos que os subsídios americanos estão gerando às exportações nacionais.
Em 2014, uma nova Lei Agrícola americana entrou em vigor e vai ditar a distribuição de subsídios até 2019. Se parte dos programas foi reformado, a assistência passou a ser concentrada na questão do preço. Todas as vezes que o valor internacional da soja cair abaixo de um certo patamar, o volume de ajuda do governo americano aumenta.
O problema, segundo os especialistas, é que os programas foram criados justamente no momento em que os preços de commodities estão em baixa histórica. Em 2014, por exemplo, os preços da soja nos Estados Unidos caíram em 28% diante da maior safra da história americana.
Com um amplo volume de soja no mercado e, agora, a ajuda americana a seus produtores, estudos apontam que os exportadores brasileiros serão seriamente afetados. Representantes do setor mantiveram reuniões na semana passada e consultaram o governo sobre a possibilidade de queixa na OMC.
"Ainda estamos estudando e o caso ainda está em um nível preliminar", disse Fabrício Rosa, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja.
"Não há uma decisão ainda (sobre lançar um caso). Mas os subsídios preocupam e estamos examinando o que será feito." Segundo ele, o governo brasileiro tem "pleno conhecimento" da preocupação do setor privado.
De acordo com os levantamentos apontados nas reuniões, apenas o setor da soja pode ter perda de renda de US$ 1,2 bilhão diante dos novos subsídios americanos. No caso do milho, o impacto também seria grande: quase US$ 1 bilhão.
As estimativas apontam que, sem os subsídios americanos, o preço internacional da soja subiria em 2,9% e as exportações dos EUA cairiam 7%.
Hoje, o Brasil é o maior exportador de soja, com vendas de US$ 31 bilhões em 2014.
Mas os americanos ainda são os maiores produtores e, cada vez que os subsídios aumentam, ele deslocam as exportações brasileiras em terceiros mercado.
Avaliações
O impacto negativo dos subsídios é reconhecido até mesmo por ex-funcionários de alto escalão do governo americano. Para o professor da Universidade da Califórnia, Daniel Sumner, os "generosos subsídios" aumentarão com a nova Farm Bill e, a cada queda de preço no mercado internacional, o apoio é acionado para garantir a renda dos fazendeiros americanos. Segundo ele, programas antigos foram substituídos por novas iniciativas para "estimular a produção e exportação de soja e milho dos Estados Unidos".
Sumner conhece como poucos o sistema americano, pois ocupou um dos principais cargos do conselho econômico do presidente dos EUA. Antes de entrar no mundo acadêmico, foi subsecretário no Ministério da Agricultura.
"Com preços internacionais mais baixos, os subsídios dos Estados Unidos são mais generosos e mais distorcivos", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Isso significa que os subsídios americanos já estão reduzindo os preços. Eles protegem os produtores americanos de riscos, enquanto impõem preços mais baixos ao resto do mundo."
Segundo ele, o Brasil será um dos principais perdedores. "Esse cenário vai significar preços mais baixos para os produtores brasileiros, queda de renda e queda de exportações ao Brasil", insistiu. "No caso da soja e do milho, o impacto da perda de renda será de bilhões de dólares para os produtores brasileiros."
Outro ex-negociador dos Estados Unidos nos tratados comerciais, Joe Glauber, também reconhece que o Brasil vai sair perdendo. Ele foi durante anos o chefe da diplomacia agrícola americana e confirmou ao Estado que a nova Farm Bill promete causar danos ao setor da soja.
"No contexto da OMC, esses pagamentos são sujeitos à disciplina e os novos pagamentos podem expor problemas para os EUA em seus compromissos na OMC", disse Glauber.
Maior relevância
Pedro Camargo Neto, ex-secretário de Produção do Ministério da Agricultura e considerado o "pai" das disputas brasileiras na OMC, também alerta para o risco de perdas para o setor. Foi ele que, em 2002, convenceu o governo de Fernando Henrique Cardoso a abrir uma guerra comercial contra os americanos por causa dos subsídios ao algodão. O Brasil sairia como vencedor e redefiniria seu papel na OMC.
"Um contencioso para a soja tem maior relevância que o do algodão pois é nosso principal produto agrícola e os norte-americanos nosso principal concorrente", afirma.
"O prejuízo é bilionário." Segundo Camargo Neto, em 2002 o governo chegou a examinar um caso contra a soja. "Chegamos a estudar um para a soja em 2002 porem optamos pelo o do algodão que era mais explicito e político."
"Os subsídios para a soja em 2002 eram mínimos e cessaram em 2003. Este recolocaria o Brasil na liderança na OMC. Considerando o marasmo que a política externa vive, representa um sopro de esperança. Teria importante influencia nas negociações da rodada Doha", acrescenta Pedro Camargo Neto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ingredientes
3 galetos
300g de banha de porco
2 unidades médias de cebola-pêra
3 dentes de alho roxo
300g de quiabo
300g de arroz agulhinha
4 unidades de tomate-débora
1 folha de louro
Cúrcuma a gosto
Cheiro-verde a gosto
Modo de Preparo
1. Frite na banha os pedaços de galeto temperados com sal e pimenta. Tire da panela quando estiverem dourados. Reserve.
2. Na panela em que fritou a galinha, ponha a cebola e o alho picados, abaixe o fogo e refogue bem.
3. Acrescente os quiabos cortados em rodelas de 1 cm e refogue. Adicione o arroz, a cúrcuma e o louro.
4. Devolva o frango à panela com o arroz e os demais ingredientes refogados. Tempere com sal e pimenta e misture tudo muito bem.
5. Acrescente a água quente, mexa para misturar todos os ingredientes e não mexa mais. Cozinhe em fogo lento até o arroz estar bem cozido.
6. Tire a panela do fogo, salpique cheiro-verde picado, os tomates cortados em cubos pequenos e sirva quente.
Extraido do Blog Paladar do Estadão
Ricardo Setti (*)
Com um enredo que saudou a Guiné Equatorial, a Beija-Flor venceu o Carnaval deste ano no Rio de Janeiro. Foi o 13º título da agremiação de Nilópolis, uma das mais tradicionais do Estado, que amargava um jejum de quatro anos sem vitória. Numa disputa apertada, a escola terminou com 239,9 pontos, três décimos à frente do Salgueiro (239,6).
A Viradouro foi rebaixada para a divisão de acesso.
O desfile da Beija-Flor foi financiado, ao menos em parte, com dinheiro fornecido ou "arrecadado" pelo governo do ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, há 35 anos no poder. O patrocínio por uma ditadura representa uma variação de outras formas condenáveis de custeamento da festa carnavalesca nos barracões das escolas de samba. Dinheiro ilícito do tráfico de drogas e do jogo do bicho também já se transformou em fantasias e carros alegóricos.
A origem dos recursos da Beija-Flor não anula, de forma alguma, a bonita festa que levantou a torcida na Marquês de Sapucaí. A escola foi a terceira a desfilar no Sambódromo, na madrugada de terça-feira. O samba-enredo da escola azul e branco foi batizado Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. O griô é um sábio ancião que guarda a história e a reproduz através das gerações.
A ironia do enredo é que, para exaltar as nações africanas, escolheu-se exatamente a que tem um povo oprimido por seu governante. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo é acusado de brutais violações dos direitos humanos, com tortura e morte de opositores.
Segundo reportagem do jornal O Globo, o ditador captou 10 milhões de reais para a Beija-Flor.
Nesta quarta, depois da conquista do título, o diretor artístico de Carnaval da escola, Fran Sérgio Oliveira, falou sobre a controvérsia: “As pessoas juntam enredo com política, o que é uma grande bobagem. Além disso, o povo da Guiné Equatorial é apaixonado por seu presidente. É uma ditadura? É. Mas é benéfica para a população do país”, disse.
Segundo o jornal.
Uma comitiva de 40 autoridades do país africano esteve na Marquês de Sapucaí para a segunda noite de desfiles – e não economizou no luxo. Liderado pelo filho de Mbasogo, o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodorín Obiang, o grupo reservou os dois últimos andares do Copacabana Palace, o mais caro do Rio de Janeiro. Mbasogo também acompanhou o desfile.
A temática africana é recorrente na história de vitórias da Beija-Flor, que levou o título em 2007 com o samba-enredo Áfricas: do Berço Real à Corte Brasiliana. Em 1983 e em 1978, sob a batuta do carnavalesco Joãosinho Trinta, a escola venceu com os enredo
A Grande Constelação das Estrelas Negras e A Criação do Mundo na Tradição Nagô, respectivamente.
Ditadura –
Mbasogo comanda o país desde 1979, quando tomou o poder por meio de um golpe de Estado. Desde então, ele pôs a principal riqueza do país, a indústria petrolífera, a serviço do próprio enriquecimento. Seguindo o padrão de regimes tirânicos, a Guiné Equatorial se apresenta como democracia constitucional, mas as eleições realizadas no país são marcadas pela fraude, como demonstram os resultados: no pleito de 2009, Mbasogo venceu com 95,8% dos votos.
A riqueza oriunda do petróleo, que encheu os cofres do governo, obviamente não foi destinada a melhorar a vida da população. Vários programas de auxílio ao país que eram mantidos pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional foram cortados no início da década de 1990 devido à corrupção e má gestão.
Para assumir o poder, Mbasogo passou por cima do tio Francisco Macias Nguema.
Da independência, em 1968 até sua derrubada, em 1979, ele espalhou o terror no país, ordenou o assassinato de milhares de opositores e forçou um terço da população a fugir do país. Quando passou a comandar a Guiné Equatorial, Mgasogo promoveu um julgamento sumário do tio e mandou executá-lo.
Em 2003, o ditador declarou oficialmente ter conexões permanentes com Deus, o que lhe permitia matar qualquer pessoa que quisesse, sem dar explicações para ninguém – e sem ir para o inferno.
(*) Jornalista é colunista da revista Veja
Blog do Fucs
Desde que as pesquisas apontaram uma queda vertiginosa em sua popularidade, colocando-o no topo do ranking dos prefeitos de capitais com pior avaliação do país, o alcaide paulistano, Fernando Haddad, iniciou uma ofensiva para tentar mostrar o lado “moderno” de sua administração.
A realidade, porém, é bem diferente da fantasia criada pelos marqueteiros de Haddad e do PT, que procuram abrir uma trincheira na cidade que jogou o partido na lona nas eleições de 2014. Para quem não se lembra, a votação de Dilma na capital paulista não passou de 26% dos votos no primeiro turno, a pior do PT desde 1994, e a de Alexandre Padilha, o candidato petista ao governo do estado, foi ainda menor – apenas 18% dos votos.
Não é preciso ser cientista político, nem PH.D. em urbanismo, para entender o tombo de Haddad nas pesquisas. Basta andar pela cidade para saber por que o seu índice de rejeição é tão alto. Ao contrário do que ele diz, sua baixa popularidade tem pouca ou nenhuma relação com o Petrolão e outros escândalos de corrupção que abalam a República. Tem a ver principalmente com as ações populistas que Haddad tomou desde que assumiu o poder, no início de 2013.
Diante de seus feitos em pouco mais de dois anos de governo, Haddad se habilita, desde já, a conquistar um lugar privilegiado na galeria dos piores prefeitos de São Paulo em todos os tempos. Se chegar lá, como tudo leva a crer até agora, ele deverá se unir no pódio a Luíza Erundina, que governou a cidade de 1983 a 1987, quando ainda estava no PT, e ao malufista Celso Pitta, que a sucedeu, dois ícones da má gestão na cidade.
Abaixo, você pode conferir sete barbaridades cometidas por Haddad à frente da prefeitura de São Paulo, que jamais deverão ser esquecidas pela população.
1. A criação das piores ciclovias do mundo
Obviamente, ninguém é contra as ciclovias por princípio. O que muita gente contesta são as ciclovias que Haddad está implantando na cidade. Consideradas como uma vitrine de sua administração, por mais absurdo que isso possa parecer, as ciclovias de Haddad, nem mereceriam ser chamadas como tais, de tão ruins que são, de tão improvisadas que são. Elas não passam de faixas pintadas de vermelho a esmo no asfalto – não por acaso, ele recebeu a alcunha de “prefeito Suvinil”.
Implantadas sem qualquer critério técnico, sem proteção para o ciclista e sem tratamento adequado para o piso, as “ciclovias” paulistanas espalham-se por bairros estritamente residenciais e vias de tráfego reduzido, que não precisariam reservar espaço para bicicletas, porque elas não precisam disputá-lo com carros e ônibus. Haddad ainda combinou faixas para as ciclovias com faixas exclusivas para ônibus (leia abaixo) em vias superestreitas, que não comportariam nem uma coisa, nem outra.
Ao contrário do que aconteceu em Nova York, onde a ciclovia merece o nome que tem e foi discutida longamente com associações de moradores e ciclistas, em São Paulo tudo foi decidido nos gabinetes da prefeitura da noite para o dia, por orientação dos marqueteiros, interessados em criar uma marca para a sua administração.
Até em pistas de mão dupla, com espaço para apenas um carro em cada sentido e nas quais também circulam coletivos, ele implantou as tais ciclovias. Mais que a qualidade da obra, o que parece importar mesmo para Haddad é o volume. É poder dizer na propaganda oficial que São Paulo já fez “X” quilômetros de ciclovias. Neste quesito, temos de reconhecer, ele leva a taça.
Congresso em Foco
Qualquer cidadão precisa trabalhar 30 ou 35 anos para se aposentar.
Os políticos brasileiros, porém, não são cidadãos comuns e asseguram pensão especial com muito menos tempo. No Congresso, 242 deputados e senadores conseguiram a aposentadoria a partir de oito anos de contribuição.
Para governadores da maioria dos estados, basta um mandato de quatro anos. Em muitos casos, apenas alguns meses no cargo já garantem o privilégio. A despesa é paga pelo contribuinte.
O Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC) foi extinto em 1999, mas continua a sangrar os cofres públicos. Tinha um enorme déficit atuarial – o popular rombo – quando foi liquidado. Como é costume no Brasil, a conta foi apresentada à “viúva”, à União.
Como um zumbi, o instituto já consumiu R$ 2 bilhões – em valores atualizados – nos últimos 16 anos. A cada quatro anos, surgem novos pensionistas. Ocorre que o parlamentar que estava no mandato no momento da extinção do IPC pode continuar contribuindo para o Plano de Seguridade Social dos Congressistas. Quando deixa o Congresso, pode pedir a aposentadoria pelas convidativas regras do IPC.
Além disso, todo reajuste dos salários dos deputados e senadores é repassado para as aposentadorias. Neste ano, o aumento foi de 26,34%. A pensão de maior valor ficou em R$ 33,7 mil. Por fim, com a morte do ex-parlamentar, a viúva ou os filhos passam a receber pensão. No momento da extinção, eram 2.769 pensionistas. Atualmente, são 2.237.
A Revista Congresso em Foco teve acesso à folha de pagamento dos aposentados e pensionistas do IPC pagos pela Câmara dos Deputados. No Senado, os valores pagos estão registrados no Portal de Transparência, mas os pagamentos precisam ser acessados um a um. Os dados foram cruzados com as pensões concedidas por 13 estados, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A situação é agravada porque há várias situações em que as aposentadorias se acumulam. O ex-senador Antônio Carlos Konder Reis, por exemplo, recebe R$ 33,7 mil pelo IPC e mais R$ 23,8 mil por ter sido governador biônico por Santa Catarina, durante a ditadura militar. O ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) acumula a aposentadoria do IPC, no valor de R$ 30,8 mil, com a pensão especial de R$ 30,4 mil por ter sido governador de Pernambuco.
Por ter deixado o Senado, o ex-presidente da República José Sarney terá à disposição duas aposentadorias, uma pelo IPC, no valor máximo do instituto, e outra como ex-governador do Maranhão, no valor de R$ 24 mil. A filha, Roseana Sarney, que deixou o governo em dezembro do ano passado, também receberá pensão como ex-governadora do Maranhão. Já usufrui da aposentadoria de R$ 23 mil como analista legislativo do Senado.
E haja grana
A fartura é tanta que uma viúva recebe pensão de dois estados e ainda do IPC.
Maria Guilhermina Martins Pinheiro, que foi companheira do ex-governador Leonel Brizola nos últimos dez anos da sua vida, recebe pensão de R$ 30,4 mil do governo do Rio Grande do Sul e mais R$ 21,8 mil do estado do Rio de Janeiro. Brizola governou os gaúchos na década de 60 e os fluminenses por duas vezes, nos anos 1980 e 1990.
Em 2008, Guilhermina conseguiu do Ministério da Justiça a declaração de Brizola como anistiado político. Com isso, foram considerados no cálculo da aposentadoria do IPC os dois anos que ele passou no exílio a partir de 1964, quando ele era deputado federal pela Guanabara. Ela recebe hoje pensão de R$ 12,8 mil pelo instituto.
O ex-governador Alceu Collares (PDT-RS) recebe R$ 30,4 mil pelo governo gaúcho e mais R$ 13 mil pelo IPC. Além disso, ganha mais R$ 21 mil pela participação no Conselho de Administração da Itaipu Binacional, que se reúne a cada dois meses, fora as convocações extraordinárias. O colega Germano Rigotto tem a aposentadoria do governo gaúcho e mais um reforço de R$ 8,7 mil do instituto.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, tem direito à aposentadoria de R$ 19,3 mil como ex-governador da Bahia e a outra em torno de R$ 10 mil pelo IPC, mas não vai poder usufruir dos benefícios porque receberia acima do teto constitucional, o que é vedado pelo governo federal. Ele ainda estuda se vai utilizar parte da pensão do IPC para completar o teto, somando com o salário de ministro. Mas não sabe se terá alguma perda com o Imposto de Renda pelo fato de ter duas fontes de renda.
Outro que está indeciso é o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB).
Ele informou, por meio da sua assessoria, que ainda estuda se vai pedir a aposentadoria pelo IPC, no valor de R$ 33,7 mil. O ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) já tem direito à aposentadoria de R$ 30,4 mil como ex-governador. Mas ele havia aberto mão do benefício e recebia apenas o salário de senador. Agora, terá direito a pensão integral do IPC.
O seu gabinete informou que ele ainda vai decidir se solicita a aposentadoria.
Mais viúvas
Há vários casos de viúvas com pensões acumuladas. Maria de Lourdes Fragelli, viúva do ex-presidente do Senado e ex-governador nomeado do Mato Grosso José Fragelli (PMDB-MT), recebe R$ 6,5 mil pelo IPC e R$ 13,8 mil do governo mato-grossense. Viúva do ex-senador e ex-governador José Richa (PSDB-PR), Arlete Vilela Richa tem uma renda maior: R$ 13,3 mil pelo instituto e mais R$ 26,5 mil pelo governo paranaense.
Alba Muniz Falcão, viúva do ex-governador e ex-deputado federal Muniz Falcão, recebe R$ 28,8 mil do governo alagoano e R$ 16 mil do IPC. Outro caminho para o acúmulo de aposentadorias é a passagem pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O ex-senador Valmir Campelo deixou o Congresso em 1997 e foi para o Tribunal de Contas, onde permaneceu por 16 anos e meio. Antecipou a sua aposentadoria em abril do ano passado para assumir o cargo de vice-presidente de Governo do Banco do Brasil.
Hoje, tem a aposentadoria integral do TCU, R$ 37,7 mil, mais a pensão de R$ 12 mil paga pelo instituto. O ex-senador José Jorge (DEM-PE) já contava com aposentadoria pelo IPC quando deixou o mandato, em janeiro de 2007. Foi nomeado ministro do TCU dois anos mais tarde.
Após cinco anos e dez meses no cargo, assegurou uma aposentadoria integral no valor de R$ 37,7 mil e outros R$ 17,5 mil pelo instituto. O ex-senador Iram Saraiva (GO) deixou o mandato em agosto de 1994 e foi direto para o TCU, onde exerceu o cargo de ministro por nove anos. Tem hoje uma aposentadoria de R$ 22,1 mil pelo IPC e mais a pensão de R$ 43,9 mil do tribunal. O ex-deputado Humberto Souto (PPS-MG), que foi líder do governo Fernando Collor, teve seis mandatos consecutivos como deputado federal, até 1995.
Foi, então, para o TCU, onde permaneceu por quase nove anos como ministro.
Voltou para a Câmara em 2007. Hoje, tem direito à aposentadoria integral do tribunal e mais R$ 27,8 mil pelo IPC.
Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões
BBC Brasil
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Arena das Dunas - Natal |
O prejuízo de três "elefantes brancos" da Copa - os estádios Mané Garrincha (Brasília), Arena Amazônia (Manaus) e Arena Pantanal (Cuiabá) - para os respectivos contribuintes já atingiu pelo menos R$ 10 milhões desde o fim do Mundial, indica um levantamento feito pela BBC Brasil.
Os dados, de difícil acesso, são incompletos e portanto a conta é uma estimativa. Após três meses de contato com governos e administração dos arenas, a busca iniciada em dezembro não obteve um resultado exato para o balanço (custo de manutenção x arrecadação mensal) desses estádios desde o fim da Copa do Mundo.
A BBC Brasil procurou obter também informações sobre o quarto "elefante branco" do torneio, a Arena das Dunas, de Natal - sem sucesso.
Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília não são cidades com tradição no futebol. Por isso, ao serem escolhidas como sede da Copa do Mundo, despertaram críticas pelo alto investimento público em estádios que corriam risco de ficar sem uso.
A maior dificuldade na busca pelas informações foi a de conseguir respostas com números exatos. Em Brasília, não se sabia quanto o Mané Garrincha custava por mês; na Arena das Dunas, esse valor é desconhecido até hoje; Cuiabá e Manaus foram os únicos que forneceram a informação algumas semanas depois que ela foi solicitada.
Sobre o valor da arrecadação, ele ainda não havia sido calculado até o fim do ano passado pelos governos responsáveis pela construção dos estádios.
Passada a troca dos governadores no início deste ano. A BBC Brasil solicitou novamente as mesmas informações às novas administrações de cada Estado.
Com exceção da Arena da Amazônia, os outros três estádios estão passando por auditoria para investigar possíveis irregularidades nas contas, que pode indicar o valor real do prejuízo.
Veja a situação de cada estádio: