Depois desse conjunto de ações unificadas entre as Forças Armadas, Policia Militar e Civil do Rio de Janeiro, Policia Federal, Policia Rodoviária Federal invadindo dois dos principais morros da Cidade Maravilhosa e tendo um resultado expressivo contra o crime organizado, não somente eliminando bandidos, prendendo centenas deles, apreendendo armas, munições, drogas em toneladas como também e principalmente fazendo reinar o espírito de segurança entre esses milhares de famílias de trabalhadores que vivem nessas comunidades, há muitas coisas que ainda ficam pelo ar.
Óbvio que há necessidade de que se continue com essa repressão forte não deixando espaço para retorno, como também conceder todas as necessidades para que tais comunidades consigam ter oportunidade de vida, como escolas, hospitais, áreas de lazer, dando cidadania a essas pessoas.
Por outro lado, ficam inúmeras perguntas que parecem nunca são respondidas:
- Cadê os grandões do tráfico? Os verdadeiros chefões que nem precisam subir no morro? Onde estão todos eles?
- Quem é o responsável por todas as compras desse armamento pesado? Quem fornece e que vai lá comprar e concretizar o negócio? De que forma é pago? Não deve ser com TED bancário e nem com cartão de crédito VISA? Deve ser em dinheiro ou Real ou Dólar ou Euro. Como é feito o cambio desse dinheiro? Essa mala de dinheiro vai de navio, de carro, de trem, de avião?
- Depois de comprado e a logística? Como consegue chegar aos morros do Rio caixas e mais caixas com fuzis, metralhadoras, granadas, munição, lança-foguetes, morteiros. Como é possível passar por tantas e tantas barreiras e ninguém saber ou a conivência está em todos os setores?
- Falando em conivência, quantos e quantos políticos não se beneficiaram de dinheiro oriundo de tráfico, prostituição, jogos, em suas campanhas, será que ninguém? E os senhores juízes, promotores, advogados, quantos deles não estão chuleados nessa teia de aranha para que numa mega-operação como essa se consegue encontrar um número muito grande de armas de alto poder de destruição alem de toneladas de maconha que sabemos não cresce no alto do morro. Tantas e tantas inteligências policiais será que elas realmente não sabem de onde provém tudo isso?
- São perguntas de leigos que para andar 200 km em qualquer estrada em São Paulo ou Mato Grosso é barrado e revistado, para entrar em navios e aviões idem, afora acompanhamento por radares ultramodernos que captam de pequenos a grandes navios ou aviões.
Vamos aguardar
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Chapeuzinho Vermelho
Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse verdadeira, como ela seria veiculada hoje pela imprensa brasileira?
*Jornal Nacional*
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem.'
(Fátima Bernardes): 'mas a atuação de um caçador evitou a tragédia.'
*Programa da Hebe**
"Que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"
*Cidade Alerta*
"Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia pra casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva.
Um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não!"
*Superpop*
"Geeente! Eu tô aqui com a ex-mulher do lenhador e ela diz que ele é alcoólatra, agressivo e que não paga pensão aos filhos há mais de um ano. Abafa o caso!"
*Globo Repórter*
"Tara? Fetiche? Violência? O que leva alguém a comer, na mesma noite, uma idosa e uma adolescente?
O Globo Repórter conversou com psicólogos, antropólogos e com amigos e parentes do Lobo, em busca da resposta.
E uma revelação: casos semelhantes acontecem dentro dos próprios lares das vítimas, que silenciam por medo. Hoje, no Globo Repórter.."
*Discovery Channel*
"Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver."
*Revista Veja*
"Lula sabia das intenções do Lobo."
*Revista Cláudia*
"Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho."
.*Revista Nova*
"Dez maneiras de levar um lobo à loucura, na cama!"
*Revista Isto É*
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.
*Revista Playboy*
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho no mês seguinte): "Veja o que só o lobo viu."
*Revista Vip*
"As 100 mais sexies - Desvendamos a adolescente mais gostosa do Brasil!"
*Revista G Magazine*
(Ensaio com o lenhador) "O lenhador mostra o machado."
*Revista Caras*
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor pra muitas coisas na vida. Hoje, sou outra pessoa."
*Revista Superinteressante*
"Lobo Mau: mito ou verdade?"
*Revista Tititi*
"Lenhador e Chapeuzinho flagrados em clima romântico em jantar no Rio."
*Folha de São Paulo*
"Lobo que devorou menina era do MST"
*O Estado de São Paulo*
"Lobo que devorou menina seria filiado ao PT."
*O Globo*
"Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT, que matou um lobo para salvar menor de idade carente."
*O Povo*
"Sangue e tragédia na casa da vovó."
*O Dia*
"Lenhador desempregado tem dia de herói."
*Extra*
"Promoção do mês: junte 20 selos, mais 19,90 e troque por uma capa vermelha igual a da Chapeuzinho!"
*Zero hora*
"Lenhador passou o rodo e mandou lobo pedófilo pro saco!"
*Capricho*
Teste: "Seu par ideal é lobo ou lenhador?"
Alter do Chão no Estadão de hoje
Beleza singular
Praias de areia branquinha como você nunca pensou, águas cristalinas e rios que correm sem se misturar. Surpreenda-se em Alter do Chão e Santarém. A hora é agora
Camila Anauate/ para o Estado de São Paulo de ALTER DO CHÃO
Você ouviu dizer, viu fotos e chegou a imaginar as praias fluviais de Alter do Chão, no Pará. Mas no primeiro piscar de olhos diante do Rio Tapajós descobrirá que não era nada disso o que esperava. É mais cor, mais vida, mais natureza. Muito mais. É um fenômeno singular.
Nos meses secos, entre agosto e janeiro, o nível do rio baixa drasticamente, e extensas faixas de areia se revelam. Não qualquer areia. Mas branca, branquíssima. Aparecem galhos aqui e ali. Árvores, flores, barracas de palha. Aparece gente. A Ilha do Amor, enfim, ganha vida - e status de praia.
Então se esticar ao sol e mergulhar nas águas quentes e cristalinas do Tapajós é quase um delírio. Mas também vale aproveitar a época de seca para explorar melhor o rio e toda a Floresta Amazônica a seu redor. Alter do Chão, a 30 quilômetros de Santarém, é uma das principais vilas da região. A partir dali, de barco, dá para fazer passeios rio abaixo, visitar comunidades ribeirinhas e suas casas de palafita, invadir igarapés, ver botos e conhecer outras praias igualmente belas, mas um tanto mais selvagens.
Como a Ponta de Pedras, com um cenário absolutamente poético .
Pisando na areia fofa, ao som das ondas (sim, há ondas!), você será capaz de descobrir cenas lindas e humanas. Como a criança - e seu cachorro - que ajudam o pai a pescar.
Tranquilidade. A Ilha do Amor é a mais conhecida e movimentada de Alter do Chão.
A partir da orla da cidade, dá para chegar de barquinho ou caminhando mesmo, se o rio estiver bem baixo. É só dar alguns passos para ver aparecer no horizonte guarda-sóis coloridos, cadeiras de praia, caiaques e barzinhos à beira-rio.
Procure o da Suzete Lobato e se prepare para um banquete: peixes fritos, assados, recheados. Arroz, pirão, camarão. E muitas frutas fresquinhas. Nada por mais de R$ 30. Suzete só trabalha durante a temporada de seca e capricha na cozinha para conquistar os clientes. Tarefa fácil, basta provar.
Emoção Depois de comer tão bem, dá uma certa preguiça de sair dessa paisagem. Mas
guarde um pouco de disposição - e espere o sol baixar - para subir a Serra da Piroca. Você vai logo entender o porquê.
A trilha começa na própria Ilha do Amor. Uma caminhada leve entre árvores e sombras.
Vento nas folhas, no rosto. Uma sensação gostosa, que vai diminuindo conforme a serra sobe. É hora de escalar a montanha. Degraus de terra, de pedras. Você se concentra tanto no percurso, na respiração, que quando para um momento para tomar fôlego e, sem querer, vira a cabeça, mais uma vez se surpreende.
Árvores a perder de vista, águas que cortam a floresta e bancos de areia. Respira e sobe. Mais rápido, mais alto. Lá no pico, faça um giro. Você vai ver a Ponta do Cururu, um braço fininho de terra que avança no rio. E ter a real noção de que, mesmo baixo, o Tapajós é quase mar.
A descida é tranquila e rápida. O sol já está caindo, mais ainda faz calor. O desejo, agora, é só cair na água. Mas, atenção, é preciso ter cuidado com as arraias, que costumam ficar por lá. Entre no rio cutucando a areia com um galho e depois relaxe.
É preciso estar em total sintonia para ver o sol se pôr. Quanto mais a bola de fogo se esconde atrás do Tapajós, mais as águas ficam prateadas. Brilham até arder seus olhos.
Você insiste, desacredita. Mais um fenômeno outra surpresa.
Praias de areia branquinha como você nunca pensou, águas cristalinas e rios que correm sem se misturar. Surpreenda-se em Alter do Chão e Santarém. A hora é agora
Camila Anauate/ para o Estado de São Paulo de ALTER DO CHÃO
Você ouviu dizer, viu fotos e chegou a imaginar as praias fluviais de Alter do Chão, no Pará. Mas no primeiro piscar de olhos diante do Rio Tapajós descobrirá que não era nada disso o que esperava. É mais cor, mais vida, mais natureza. Muito mais. É um fenômeno singular.
Nos meses secos, entre agosto e janeiro, o nível do rio baixa drasticamente, e extensas faixas de areia se revelam. Não qualquer areia. Mas branca, branquíssima. Aparecem galhos aqui e ali. Árvores, flores, barracas de palha. Aparece gente. A Ilha do Amor, enfim, ganha vida - e status de praia.
Então se esticar ao sol e mergulhar nas águas quentes e cristalinas do Tapajós é quase um delírio. Mas também vale aproveitar a época de seca para explorar melhor o rio e toda a Floresta Amazônica a seu redor. Alter do Chão, a 30 quilômetros de Santarém, é uma das principais vilas da região. A partir dali, de barco, dá para fazer passeios rio abaixo, visitar comunidades ribeirinhas e suas casas de palafita, invadir igarapés, ver botos e conhecer outras praias igualmente belas, mas um tanto mais selvagens.
Como a Ponta de Pedras, com um cenário absolutamente poético .
Pisando na areia fofa, ao som das ondas (sim, há ondas!), você será capaz de descobrir cenas lindas e humanas. Como a criança - e seu cachorro - que ajudam o pai a pescar.
Tranquilidade. A Ilha do Amor é a mais conhecida e movimentada de Alter do Chão.
A partir da orla da cidade, dá para chegar de barquinho ou caminhando mesmo, se o rio estiver bem baixo. É só dar alguns passos para ver aparecer no horizonte guarda-sóis coloridos, cadeiras de praia, caiaques e barzinhos à beira-rio.
Procure o da Suzete Lobato e se prepare para um banquete: peixes fritos, assados, recheados. Arroz, pirão, camarão. E muitas frutas fresquinhas. Nada por mais de R$ 30. Suzete só trabalha durante a temporada de seca e capricha na cozinha para conquistar os clientes. Tarefa fácil, basta provar.
Emoção Depois de comer tão bem, dá uma certa preguiça de sair dessa paisagem. Mas
guarde um pouco de disposição - e espere o sol baixar - para subir a Serra da Piroca. Você vai logo entender o porquê.
A trilha começa na própria Ilha do Amor. Uma caminhada leve entre árvores e sombras.
Vento nas folhas, no rosto. Uma sensação gostosa, que vai diminuindo conforme a serra sobe. É hora de escalar a montanha. Degraus de terra, de pedras. Você se concentra tanto no percurso, na respiração, que quando para um momento para tomar fôlego e, sem querer, vira a cabeça, mais uma vez se surpreende.
Árvores a perder de vista, águas que cortam a floresta e bancos de areia. Respira e sobe. Mais rápido, mais alto. Lá no pico, faça um giro. Você vai ver a Ponta do Cururu, um braço fininho de terra que avança no rio. E ter a real noção de que, mesmo baixo, o Tapajós é quase mar.
A descida é tranquila e rápida. O sol já está caindo, mais ainda faz calor. O desejo, agora, é só cair na água. Mas, atenção, é preciso ter cuidado com as arraias, que costumam ficar por lá. Entre no rio cutucando a areia com um galho e depois relaxe.
É preciso estar em total sintonia para ver o sol se pôr. Quanto mais a bola de fogo se esconde atrás do Tapajós, mais as águas ficam prateadas. Brilham até arder seus olhos.
Você insiste, desacredita. Mais um fenômeno outra surpresa.
EUA apontam para corrupção na gestão de Lula
Jamil Chade Correspondente em Genebra do Estado de São Paulo
Em telegrama secreto revelado pelo Wikileaks, a crítica é feita pelo próprio embaixador americano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluirá seus oito anos no poder com uma gestão marcada pela corrupção entre seus "mais próximos aliados", com uma "praga" de compra de votos no PT e sem ter dado uma resposta ao crime no Brasil. Essa é a avaliação da diplomacia americana sobre a gestão de Lula e os principais elementos de seu governo, escancarando a avaliação do governo americano em relação a Lula.
Em um telegrama secreto revelado pela organização Wikileaks, a crítica é feita pelo próprio embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel.
"A principal preocupação popular - crime e segurança pública - não melhoraram durante sua administração (de Lula)", afirmou o telegrama enviado entre a embaixada americana em Brasília e o Departamento de Estado norte-americano.
O documento ainda cita os vários escândalos de corrupção durante a gestão de Lula. "A Administração Lula tem sido afetada por uma grave crise política", afirma o documento, indicando que "escândalos de compra de votos e tráfico de influência" se transformaram em "pragas para certos elementos do partido de Lula, o PT".
Sobel, porém, deixa claro que a "popularidade pessoal do presidente não sofreu, mesmo depois que muitos de seus associados mais próximos foram pegos em práticas de corrupção".
O telegrama faz parte de um relatório que a embaixada americana em Brasília enviou para Washington, com vistas a preparar uma visita do ministro da Defesa, Nelson Jobim. A meta dos americanos no início de 2009 era o de se aproximar ao Brasil, propondo acordos de cooperação no setor militar e uma colaboração para garantir certa estabilidade na América Latina.
O documento ainda insinua que teria sido o Bolsa Família que o teria ajudado a se reeleger em 2006. "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em 2002 em grande parte diante da promessa de promover um agenda social ambiciosa, incluindo generosos pagamentos aos pobres. Diante da força da popularidade desses medidas, ele foi reeleito em 2006, ainda que um apoio diminuído da classe média", completou.
Palmeiras, mais que uma vergonha (4)
Recebemos de nosso assíduo leitor que assina Papai Noel o seguinte comentário a respeito do postado "Palmeiras, mais que uma vergonha (2). Papai Noel obrigado pela constante audiência.
Papai Noel disse...
Meu caro Antenor: segundo consta, no ano passado aconteceu a mesma coisa entre Corinthians e Flamengo. Eu não vi o jogo, mas é o que se comenta. Eu tenho algumas opiniões sobre esse assunto e não são diferentes das que você acabou de manifestar. Só vejo outro aspecto um pouco mais preocupante. Essa é a mentalidade que se instalou na sociedade brasileira: o culto à sacanagem. Sacanear os outros deixou de ser uma vergonha e passou a ser um valor moral. Afinal, quando um tema não interessa a uma determinada facção no congresso nacional, o que fazem os integrantes dela? Não comparecem para não dar "quorum" e, assim, não permitir que o assunto seja votado. Isso é muito diferente de um time entregar o jogo para não beneficiar outro? E o comportamento dos nada ilustres parlamentares ganhou o nome de "estratégia política". Nessa linha de raciocínio, emitir cheque sem fundos para ganhar tempo não é mais estelionato, nos termos do Código Penal. Passa a ser estratégia de negócios. Modificar o marcador de quilometragem do automóvel na hora de vender, não é desonesto, é estratégia de venda. E assim vamos.
Os dirigentes de futebol tratam do assunto como se fosse absolutamente normal e aceitável. Mais do que isso, incentivam, fazem coro com os facínoras e acabam estimulando as práticas. Assim como incitam os torcedores a nutrir esse ódio que substitui a saudável rivalidade. Ainda hoje o jornal trás a noticia de que dois torcedores do Cruzeiro, de Belo Horizonte, foram vítimas de um conflito entre torcedores dos dois principais inimigos na capital mineira. Um dos torcedores teve o crânio esmagado por barras de ferro e morreu. Será que o presidente do clube, que há poucos dias estava vociferando contra as armações contra seu time e armando o espírito dos torcedores, estava por ali, presente, no momento do conflito?
Eu entendo a tua indignação, mas, infelizmente, ela tende a se tornar cada vez mais ampla e não contra apenas os integrantes de um clube de futebol. Ela cabe no país inteiro.
Abraços
Papai Noel
Papai Noel disse...
Meu caro Antenor: segundo consta, no ano passado aconteceu a mesma coisa entre Corinthians e Flamengo. Eu não vi o jogo, mas é o que se comenta. Eu tenho algumas opiniões sobre esse assunto e não são diferentes das que você acabou de manifestar. Só vejo outro aspecto um pouco mais preocupante. Essa é a mentalidade que se instalou na sociedade brasileira: o culto à sacanagem. Sacanear os outros deixou de ser uma vergonha e passou a ser um valor moral. Afinal, quando um tema não interessa a uma determinada facção no congresso nacional, o que fazem os integrantes dela? Não comparecem para não dar "quorum" e, assim, não permitir que o assunto seja votado. Isso é muito diferente de um time entregar o jogo para não beneficiar outro? E o comportamento dos nada ilustres parlamentares ganhou o nome de "estratégia política". Nessa linha de raciocínio, emitir cheque sem fundos para ganhar tempo não é mais estelionato, nos termos do Código Penal. Passa a ser estratégia de negócios. Modificar o marcador de quilometragem do automóvel na hora de vender, não é desonesto, é estratégia de venda. E assim vamos.
Os dirigentes de futebol tratam do assunto como se fosse absolutamente normal e aceitável. Mais do que isso, incentivam, fazem coro com os facínoras e acabam estimulando as práticas. Assim como incitam os torcedores a nutrir esse ódio que substitui a saudável rivalidade. Ainda hoje o jornal trás a noticia de que dois torcedores do Cruzeiro, de Belo Horizonte, foram vítimas de um conflito entre torcedores dos dois principais inimigos na capital mineira. Um dos torcedores teve o crânio esmagado por barras de ferro e morreu. Será que o presidente do clube, que há poucos dias estava vociferando contra as armações contra seu time e armando o espírito dos torcedores, estava por ali, presente, no momento do conflito?
Eu entendo a tua indignação, mas, infelizmente, ela tende a se tornar cada vez mais ampla e não contra apenas os integrantes de um clube de futebol. Ela cabe no país inteiro.
Abraços
Papai Noel
Frase
"Não tivemos a possibilidade de ganhar. É uma partida fácil de comentar. Uma equipe jogou o máximo de sua potência e a outra jogou mal. Foi a maior derrota da minha vida"
José Mourinho, técnico do Real Madrid após a derrota para o Barcelona por 5x0 ontem pelo Campeonato Espanhol
José Mourinho, técnico do Real Madrid após a derrota para o Barcelona por 5x0 ontem pelo Campeonato Espanhol
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O GPS do Lula
Ricardo Noblat (*)
Inédito! Extraordinário! Fantástico! Inacreditável! Nunca antes na história deste país um presidente da República indicou tantos nomes para posições estratégicas do governo que sucederá ao seu. O caso de Tancredo Neves foi diferente. Eleito, ele nomeou o ministério e morreu sem tomar posse. José Sarney, seu vice, assumiu o governo alheio.
Os presidentes costumam dispor de uma cota pessoal de cargos para preenchê-los com gente de sua estrita confiança. Ora são pessoas a quem devem favores. Ora pessoas que admiram e que gostariam de ter ao seu lado. A cota pessoal de Lula no seu primeiro governo foi modestíssima. A rigor, ele não dispôs de mais do que cinco cargos.
A saber: Comunicação (Luiz Gushiken); Justiça (Márcio Thomaz Bastos); Minas e Energia (Dilma Roussef); Planejamento (Guido Mantega) e Imprensa (Ricardo Kotscho). Antonio Palocci, ministro da Fazenda, deveu sua nomeação à necessidade de tranqüilizar o mercado financeiro. José Dirceu, da Casa Civil, a ele mesmo e ao PT.
Pois bem: salvo mudanças de última hora, Lula emplacou no governo ainda em fase inicial de formação o ministro da Fazenda (Mantega), o chefe da Casa Civil (Palocci), o Secretário Geral da presidência (Gilberto Carvalho), o ministro do Planejamento (Míriam Belchior) e o presidente da Petrobrás (José Sérgio Gabrielli). Está bom?
Adiante. Paulo Bernardo, atual ministro do Planejamento, será transferido para outro ministério. Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, ganhará outro cargo de igual importância. Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula, agora será assessor especial de Dilma. E Nelson Jobim poderá seguir como ministro da Defesa.
Lula deixou Pernambuco ainda menino na companhia da mãe e dos irmãos com destino a São Paulo, onde reencontraria o pai. Mas deve ter lido a respeito dos “coronéis” nordestinos que mandavam na vontade dos seus dependentes. Chico Heráclio, de Limoeiro, foi um deles e talvez o mais famoso. Veremundo Soares, de Salgueiro, outro.
No processo de escolha de Dilma para candidata à sua sucessão, Lula atuou como se fosse um desses coronéis de antigamente. E pelo menos 10 partidos políticos se renderam à sua indicação. E em seguida se renderam quase 56 milhões de eleitores. A maioria desses elegeu Dilma porque ela era “a mulher de Lula”.
Se precisassem, os “coronéis” nordestinos ameaçavam com a força aqueles que hesitavam em obedecer às suas ordens. O triunfo de Lula deve-se ao seu carisma, a boa avaliação do seu desempenho, aos resultados positivos do seu governo e ao espantalho brandido com eficiência de que a oposição mudaria tudo se chegasse ao poder.
Presidente algum terá mais condições de monitorar seu sucessor do que Lula. No início da administração Dilma e - sabe-se lá até quando -, o Palácio do Planalto funcionará como uma espécie de bunker lulista. Se Lula quiser, Dilma não dará um suspiro sem que ele seja informado, não discutirá uma idéia sem que ele fique sabendo na hora.
Acaba de ser inventado o GPS presidencial – e Lula foi seu inventor. Dilma sabe o que a espera. E parece conformada. Afinal, deve a presidência a Lula, exclusivamente a ele. O que conferirá legitimidade política ao seu mandato serão os resultados do seu governo. Aí ela poderá vir a desfrutar de uma margem maior de autonomia.
Em conversa com os poucos amigos que tem, Dilma admitiu que a transição entre o governo Lula e o dela não terminará no dia de sua posse em 1º de janeiro. Num cálculo otimista, imagina que ela se arrastará durante um ano ou pouco mais. Quer dizer: só lá para 2012 Dilma poderá vir a ter um governo para chamar de seu.
A poderosa ex-chefe da Casa Civil, que infundia terror até entre seus colegas, está sendo fraca ou apenas hábil e realista ao se curvar aos desígnios do seu mestre? Só o futuro dirá. Em tempo: Lula quer manter Fernando Haddad no Ministério da Educação.
(*) Jornalista manté uma coluna diária no jornal O Globo
Ah! Se Santarém tivesse milho!!!!!
Conab libera milho para o Ceará, mas preço é alvo de protesto
O secretário do Desenvolvimento Rural do Estado, Antônio Amorim, está em Brasília, onde terá audiências no Ministério da Agricultura para tentar reduzir o preço da saca de 60 quilos do milho que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) colocou à disposição dos agricultores e produtores para evitar crise, em razão da safra do produto que não foi boa neste ano.
Com o secretário, participarão da conversa o presidente em exercício da Federação da Agricultura do Estado, Flávio Saboya, um membro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado, e o superintendente estadual da Conab, José Afonso.
O preço, que estava em R$ 22,14 a saca, conforme o secretário, subiu p ara R$ 35, o que aumenta as dificuldades dos setores que precisam do milho.
“Como se não bastasse a estiagem, agora vem milho caro. Temos que resolver essa situação”, disse o secretário Amorim, antes de embarcar na madrugada desta quarta-feira.
A Conab liberou 52 mil toneladas procedentes do Mato Grosso.
O superintendente do órgão, José Afonso diz que o preço é compatível, em razão do custo do frete. “Era pra custar R$ 37 ou R$ 38 e nós não cobramos isso”, acentuou. Já o presidente da Federação da Agriocultura do Estado, Flávio Saboya, considera elevado e avalia que dá para negociar um meio termo. Na avaliação do secretário Amorim, esse meio termo seria a saca ser vendida a R$ 25.
Nota do Blog: Não fosse essa raça de "eco-chatos" impregnada nas juntas dessa região, Santarém poderia ser um pólo produtor de milho (vale sempre ressaltar que milho pode ser plantado a mão através de matracas, ser colhido a mão e debulhado a mão, ou seja, um produto não somente de cultura mecanizada e de produção familiar), e com certeza seria um pólo exportador para avicultura cearense e pernambucana até mesmo pela curta distância através de navios de cabotagem ao contrário dos caminhões mato-grossenses que sem logística passeiam literalmente pelo Brasil até chegarem ao Nordeste. Mas, aqui temos os "pseudo-s da natureza" que apreciam encherem literalmente o saco, mas na hora de sentarem a mesa para café da manhã adoram um pãozinho com manteiga e se tiver um bolo de milho melhor ainda, desde que o milho não seja produzido por essas bandas... Basta ver a situação de "crescimento" da região. Não sabem nem ao menos ter visão de como se pode ganhar dinheiro dando emprego e fomentando renda .
Borracha natural é tão importante quanto o petróleo
A borracha natural é tão importante quanto o petróleo e o aço, no entanto, a produção é insuficiente se comparada ao alto consumo.
A afirmação é do representante do Portal Assisthe, Marcos Cerqueira, durante palestra no Seminário Plantar Florestas é um Bom Negócio, realizado na última semana em Inocência/MS.
Com o tema “Mercado da seringueira e as novas tecnologias”, Marcos Cerqueiro destacou em sua palestra que o Brasil tem potencial para se tornar competitivo no setor, porém ainda se encontra na ala dos importadores de produtos inacabados.
“Se o Brasil mantiver esse ritmo de produção de borracha natural, não vamos nos tornar autossuficiente. Nosso ritmo de consumo é muito maio r que o de produção”, salientou.
De acordo com Cerqueiro, atualmente quem se destaca como grande potência no consumo e produção de borracha natural no mundo é a Ásia.
“O Brasil fica como coadjuvante. A Ásia fatura alguns bilhões de dólares (com silvicultura) e o Brasil zero. Os asiáticos também estão na nossa frente no setor moveleiro e construção civil”, completou.
O palestrante lembrou ainda que tanto a borracha quanto a madeira de seringueira são matérias-primas essenciais na confecção de produtos utilizados no dia-a-dia. “Todo lugar que você olha vê borracha ou madeira. A borracha está presente em mais de 40 mil produtos”, citou.
Compreender o funcionamento da cadeia produtiva da heveicultura, segundo Cerqueira, é uma forma de estimular novos produtores a investirem no segmento. De acordo com ele, o investimento é alto, porém, possui retorno lucrativo para o produtor e coloca o País entre as economias de ponta.
“Países como Brasil, China e Rússia, puxam o consumo da borracha. A tendência é que o mercado se torne super aquecido”, finalizou.
O seminário Plantar Florestas é um Bom Negócio é uma iniciativa do Paniel Florestal e tem o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS).
Palmeiras, mais que uma vergonha (3)
Recebemos do leitor Américo Santana de Baurú (SP) o seguinte comentário a respeito do postado : " Palmeiras, mais que uma vergonha (2) ". Obrigado ao sr Américo pela audiência. Não tem como não ficar indignado, principalmente diante das crianças que serão os futuros torcedores.
Américo Santana - Baurú - São Paulo disse...
Sou palmeirense e me senti envergonhado.
Meu filho de 9 anos me perguntou porque o Palmeiras não chuta a gol, não passa do meio do campo. Apenas pude responder que o jogo era marmelada . O que poderia dizer.
A que ponto chegou nosso futebol .
Os clubes deveriam ser penalizados com queda para divisão inferior.
Alô Celpa!! Alô Cosanpa!!
Proibido incluir devedor de luz e água no SPC
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou ontem, em caráter conclusivo, projeto de lei do deputado Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ), que proíbe a inscrição de inadimplente de água e luz em cadastros de devedores como o SPC.
A medida vale só pra os consumidores de baixa renda, incluídos na tarifa social.
Segundo o relator, deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), o projeto segue a tendência de não restringir o acesso a serviços essenciais.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou ontem, em caráter conclusivo, projeto de lei do deputado Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ), que proíbe a inscrição de inadimplente de água e luz em cadastros de devedores como o SPC.
A medida vale só pra os consumidores de baixa renda, incluídos na tarifa social.
Segundo o relator, deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), o projeto segue a tendência de não restringir o acesso a serviços essenciais.
Censo/2010
Brasil tem 190.732.694 habitantes, revela resultado definitivo do Censo
A população brasileira atingiu 190.732.694 pessoas em 2010. Os dados são do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cujo resultado foi divulgado nesta segunda-feira. Em 4 de novembro, dados preliminares indicavam a existência de 185.712.713 habitantes.
O número divulgado hoje supera em 12,33% o do Censo 2000, quando foram encontradas 169,8 milhões de pessoas. Ficou abaixo, porém, da projeção populacional de 2009, que estimava a existência de 191,5 milhões de habitantes.
Do total da população, 48,96% são homens e 51,04%, mulheres. Isso representa a existência de 3,9 milhões de mulheres a mais do que homens.
Os dados também mostraram o aumento da parcela da população que vive em áreas urbanas. Em 2010, elas representam 84,35% do total. Em 2000, eram 81,25%, e em 1970, apenas 55,94%.
A maior cidade do país continua sendo São Paulo, com 11.244.369 de habitantes. Em seguida vêm Rio de Janeiro (6.323.037), Salvador (2.676.606), Brasília (2.562.963), Fortaleza (2.447.409), Belo Horizonte (2.375.444), Manaus (1.802.525), Curitiba (1.746.896), Recife (1.536.934) e Porto Alegre (1.409.939).
Já o menor município é Borá, em São Paulo, com 805 habitantes --apenas 10 a mais do que no ano 2000.
Nota do Blog: Eu não sei se eu, a Giovana, a Dani, a Yasmim, a secretária de casa, o Zequinha, e o vizinho da direita, o vizinho da frente do cachorro que late muito, estamos incluídos nesse número. Nenhum de nós foi recenseado. Da mesma forma que não acredito em pesquisas sejam elas com que finalidade forem porque nunca fui pesquisado, não conheço ninguém que tenha sido, da mesma forma, não acredito em censo haja vista morar numa avenida de muito movimento, em frente a Policia Federal e ao lado da emissora de rádio e TV filiada a Globo, torna-se difícil imaginar que o recenseador não tenha passado pela casa. O vizinho da esquerda ainda não perguntei.
A população brasileira atingiu 190.732.694 pessoas em 2010. Os dados são do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cujo resultado foi divulgado nesta segunda-feira. Em 4 de novembro, dados preliminares indicavam a existência de 185.712.713 habitantes.
O número divulgado hoje supera em 12,33% o do Censo 2000, quando foram encontradas 169,8 milhões de pessoas. Ficou abaixo, porém, da projeção populacional de 2009, que estimava a existência de 191,5 milhões de habitantes.
Do total da população, 48,96% são homens e 51,04%, mulheres. Isso representa a existência de 3,9 milhões de mulheres a mais do que homens.
Os dados também mostraram o aumento da parcela da população que vive em áreas urbanas. Em 2010, elas representam 84,35% do total. Em 2000, eram 81,25%, e em 1970, apenas 55,94%.
A maior cidade do país continua sendo São Paulo, com 11.244.369 de habitantes. Em seguida vêm Rio de Janeiro (6.323.037), Salvador (2.676.606), Brasília (2.562.963), Fortaleza (2.447.409), Belo Horizonte (2.375.444), Manaus (1.802.525), Curitiba (1.746.896), Recife (1.536.934) e Porto Alegre (1.409.939).
Já o menor município é Borá, em São Paulo, com 805 habitantes --apenas 10 a mais do que no ano 2000.
Nota do Blog: Eu não sei se eu, a Giovana, a Dani, a Yasmim, a secretária de casa, o Zequinha, e o vizinho da direita, o vizinho da frente do cachorro que late muito, estamos incluídos nesse número. Nenhum de nós foi recenseado. Da mesma forma que não acredito em pesquisas sejam elas com que finalidade forem porque nunca fui pesquisado, não conheço ninguém que tenha sido, da mesma forma, não acredito em censo haja vista morar numa avenida de muito movimento, em frente a Policia Federal e ao lado da emissora de rádio e TV filiada a Globo, torna-se difícil imaginar que o recenseador não tenha passado pela casa. O vizinho da esquerda ainda não perguntei.
Novela se resolve só no capítulo final
Antero Greco (*)
O Campeonato Brasileiro de 2010 tem enredo que mais parece telenovela.
Há heróis, vilões, armações, traições, suspense. E, como nos folhetins eletrônicos, o mistério se resolverá apenas no capítulo final.
Ficou para o próximo domingo a grande revelação: quem ficará com a taça de campeão.
O Flu, com 68 pontos, é o mais cotado para fechar o ano com festa. O Corinthians tem de fazer a parte dele e ainda torcer contra o tricolor.
A tarefa do Cruzeiro é ainda mais árdua: tem a sua tarefa e se vê obrigado a secar os outros dois.
Flu e Corinthians seguiram o script anunciado durante a semana.
Ganharam, sem fazer muita força. Afinal, toparam com adversários desinteressados ou desanimados.
O líder pegou o Palmeiras ainda sob o efeito da ressaca da eliminação na Sul-Americana. Fora o susto inicial, provocado pelo gol marcado por Dinei, mandou no jogo na Arena Barueri e fez 2 a 1 com folga. Só não teve diferença maior a seu favor porque Deola pegou muito e honrou a tradição de bons goleiros de seu clube. Mesmo assim, Fred, Deco e Emerson cansaram de perder gols. Já os coadjuvantes Carlinhos e Tartá tiveram melhor pontaria e garantiram o resultado.
O Palmeiras jogou dentro do limite – não amoleceu, mas esteve longe de se matar em campo. Até levar o gol da virada, quando tinha a bola dominada ensaiava ir à frente. Se perdesse a bola, não se esfolava no combate para recuperá-la. Depois de ficar em desvantagem no marcador, jogou a toalha de vez e o clássico virou uma monotonia só. Felipão reclamou com seus jogadores, que trocavam passes como se estivessem vencendo. Ninguém deu bola pro técnico. O Flu só ficou cercando o galo (no caso, o periquito) e percebeu que não precisava dar bote nenhum. Ficou no aguardo do apito final. Nas arquibancadas da Arena Barueri festa das duas torcidas.
O panorama no Pacaembu não foi muito diferente.
O Corinthians notou logo que o Vasco seria apenas sparring e que não queria encrenca em fim de ano. Por isso, mandou no jogo, que se transformou numa sucessão interminável de jogadas de ataque contra defesa. Bruno César comandou o time, criou os melhores lances e abriu o marcador aos 40 minutos. Danilo botou o rival a nocaute com um gol na etapa final. A Fiel chegou a comemorar o gol do palmeirense Dinei, mas deixou o estádio com a pulga atrás da orelha. Na semana que vem, terá de acreditar em Papai Noel para ter o título no ano do centenário. O Flu joga em casa contra o rebaixado Guarani. O Corinthians pega o Goiás, outro que caiu e que está ligado na decisão da Sul-Americana.
Pior para o Cruzeiro. A equipe mineira sofreu para fazer 2 a 1 no Flamengo, também de virada. Diego Maurício abriu o placar para o campeão de 2009 e Roger empatou no primeiro tempo. Thiago Ribeiro fechou a conta na segunda etapa. O próximo obstáculo, por assim dizer, é o Palmeiras, mais apático do que nunca. Se eu tivesse de fazer uma aposta apenas, seria no Flu. Com boa possibilidade de me dar bem. Mas, sei lá, este torneio é tão esquisito…
(*) Jornalista esportivo. Atualmente, é comentarista dos programas Sportscenter (ESPN Brasil), É Rapidinho (ESPN), e também participa de jogos transmitidos pelos canais ESPN. Além disto, é colunista de "O Estado de S. Paulo".
O Campeonato Brasileiro de 2010 tem enredo que mais parece telenovela.
Há heróis, vilões, armações, traições, suspense. E, como nos folhetins eletrônicos, o mistério se resolverá apenas no capítulo final.
Ficou para o próximo domingo a grande revelação: quem ficará com a taça de campeão.
O Flu, com 68 pontos, é o mais cotado para fechar o ano com festa. O Corinthians tem de fazer a parte dele e ainda torcer contra o tricolor.
A tarefa do Cruzeiro é ainda mais árdua: tem a sua tarefa e se vê obrigado a secar os outros dois.
Flu e Corinthians seguiram o script anunciado durante a semana.
Ganharam, sem fazer muita força. Afinal, toparam com adversários desinteressados ou desanimados.
O líder pegou o Palmeiras ainda sob o efeito da ressaca da eliminação na Sul-Americana. Fora o susto inicial, provocado pelo gol marcado por Dinei, mandou no jogo na Arena Barueri e fez 2 a 1 com folga. Só não teve diferença maior a seu favor porque Deola pegou muito e honrou a tradição de bons goleiros de seu clube. Mesmo assim, Fred, Deco e Emerson cansaram de perder gols. Já os coadjuvantes Carlinhos e Tartá tiveram melhor pontaria e garantiram o resultado.
O Palmeiras jogou dentro do limite – não amoleceu, mas esteve longe de se matar em campo. Até levar o gol da virada, quando tinha a bola dominada ensaiava ir à frente. Se perdesse a bola, não se esfolava no combate para recuperá-la. Depois de ficar em desvantagem no marcador, jogou a toalha de vez e o clássico virou uma monotonia só. Felipão reclamou com seus jogadores, que trocavam passes como se estivessem vencendo. Ninguém deu bola pro técnico. O Flu só ficou cercando o galo (no caso, o periquito) e percebeu que não precisava dar bote nenhum. Ficou no aguardo do apito final. Nas arquibancadas da Arena Barueri festa das duas torcidas.
O panorama no Pacaembu não foi muito diferente.
O Corinthians notou logo que o Vasco seria apenas sparring e que não queria encrenca em fim de ano. Por isso, mandou no jogo, que se transformou numa sucessão interminável de jogadas de ataque contra defesa. Bruno César comandou o time, criou os melhores lances e abriu o marcador aos 40 minutos. Danilo botou o rival a nocaute com um gol na etapa final. A Fiel chegou a comemorar o gol do palmeirense Dinei, mas deixou o estádio com a pulga atrás da orelha. Na semana que vem, terá de acreditar em Papai Noel para ter o título no ano do centenário. O Flu joga em casa contra o rebaixado Guarani. O Corinthians pega o Goiás, outro que caiu e que está ligado na decisão da Sul-Americana.
Pior para o Cruzeiro. A equipe mineira sofreu para fazer 2 a 1 no Flamengo, também de virada. Diego Maurício abriu o placar para o campeão de 2009 e Roger empatou no primeiro tempo. Thiago Ribeiro fechou a conta na segunda etapa. O próximo obstáculo, por assim dizer, é o Palmeiras, mais apático do que nunca. Se eu tivesse de fazer uma aposta apenas, seria no Flu. Com boa possibilidade de me dar bem. Mas, sei lá, este torneio é tão esquisito…
(*) Jornalista esportivo. Atualmente, é comentarista dos programas Sportscenter (ESPN Brasil), É Rapidinho (ESPN), e também participa de jogos transmitidos pelos canais ESPN. Além disto, é colunista de "O Estado de S. Paulo".
A culpa é do governo
João Ubaldo Ribeiro (*)
'Ao ouvir falar em reformas, todos os políticos concordam, só que ninguém faz nada. Nem nós, acostumados a isso. Somos muito ordeiros'
A gente se acostuma a tudo.
Os biólogos dizem que a repetição do estímulo inibe a resposta.
Provocar continuadamente uma reação no organismo ou na mente acaba não surtindo mais efeito.
Pode-se fazer uma analogia com a nossa desaparecida indignação, que, de tão cutucada, já não se manifesta e, em alguns de nós, parece ter-se convertido em resignação e cinismo amargo. É isso mesmo, os políticos são ladrões, os administradores são incompetentes, os serviços públicos são abomináveis, a educação é um desastre, a saúde é uma calamidade e a insegurança é geral - acabou-se, nada a fazer, o Brasil é assim mesmo.
É triste ver a amada cidade do Rio de Janeiro, orgulho de todos nós, transfigurada numa Bagdá à beira-mar, carros blindados conduzindo tropas de assalto e armamento pesado, soldados de fuzil em punho se esgueirando em ruelas, como víamos somente em filmes de guerra.
Entre metralhadoras, granadas, carros e ônibus em chamas, repórteres usando coletes à prova de balas e gente espavorida, é como assistir à cobertura da Guerra do Golfo. Isto é, enquanto uma bala não estilhaçar o televisor, caso em que teremos também recebido, como tantos outros concidadãos, nosso batismo de fogo.
As causas para essa situação são conhecidas e vão desde desigualdades socioeconômicas a uma abordagem ultrapassada da questão das drogas ilegais. Ou seja, problemas que poderiam não mais existir ou ter sido muito minorados, se nossos governantes tivessem, desde sempre, formulado e posto em prática com seriedade políticas públicas integradas e subordinadas a um planejamento racional, de metas claramente definidas.
Ou que, pelo menos, encetassem algumas das reformas de que todos sabem que precisamos.
Ao ouvir falar em reformas, o governante costuma assentir, com ares graves de quem concorda. Todos concordam, só que ninguém faz nada.
Nem nós, que já nos acostumamos a isso e logo nos acostumaremos também a ver tanques de guerra se abastecendo no posto da esquina.
Nós somos um povo muito ordeiro.
(*) Escritor, Jornalista, Roteirista e Professor, Membro da Academia Brasileira de Letras.
'Ao ouvir falar em reformas, todos os políticos concordam, só que ninguém faz nada. Nem nós, acostumados a isso. Somos muito ordeiros'
A gente se acostuma a tudo.
Os biólogos dizem que a repetição do estímulo inibe a resposta.
Provocar continuadamente uma reação no organismo ou na mente acaba não surtindo mais efeito.
Pode-se fazer uma analogia com a nossa desaparecida indignação, que, de tão cutucada, já não se manifesta e, em alguns de nós, parece ter-se convertido em resignação e cinismo amargo. É isso mesmo, os políticos são ladrões, os administradores são incompetentes, os serviços públicos são abomináveis, a educação é um desastre, a saúde é uma calamidade e a insegurança é geral - acabou-se, nada a fazer, o Brasil é assim mesmo.
É triste ver a amada cidade do Rio de Janeiro, orgulho de todos nós, transfigurada numa Bagdá à beira-mar, carros blindados conduzindo tropas de assalto e armamento pesado, soldados de fuzil em punho se esgueirando em ruelas, como víamos somente em filmes de guerra.
Entre metralhadoras, granadas, carros e ônibus em chamas, repórteres usando coletes à prova de balas e gente espavorida, é como assistir à cobertura da Guerra do Golfo. Isto é, enquanto uma bala não estilhaçar o televisor, caso em que teremos também recebido, como tantos outros concidadãos, nosso batismo de fogo.
As causas para essa situação são conhecidas e vão desde desigualdades socioeconômicas a uma abordagem ultrapassada da questão das drogas ilegais. Ou seja, problemas que poderiam não mais existir ou ter sido muito minorados, se nossos governantes tivessem, desde sempre, formulado e posto em prática com seriedade políticas públicas integradas e subordinadas a um planejamento racional, de metas claramente definidas.
Ou que, pelo menos, encetassem algumas das reformas de que todos sabem que precisamos.
Ao ouvir falar em reformas, o governante costuma assentir, com ares graves de quem concorda. Todos concordam, só que ninguém faz nada.
Nem nós, que já nos acostumamos a isso e logo nos acostumaremos também a ver tanques de guerra se abastecendo no posto da esquina.
Nós somos um povo muito ordeiro.
(*) Escritor, Jornalista, Roteirista e Professor, Membro da Academia Brasileira de Letras.
domingo, 28 de novembro de 2010
Não haverá vencedores
Marcelo Freixo (*)
Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar.
Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida.
Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.
As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.
O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores.
Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo.
Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática.
Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas?
É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.
Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna “guerra” entre o bem e o mal.
Como o “inimigo” mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da “guerra”, enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual.
É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer.
O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela.
Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de “guerra”- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.
Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário…
(*) Professor de História, Deputado Estadual (PSOL-RJ), é Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Palmeiras, mais que uma vergonha (2)
Antenor Pereira Giovannini (*)
Hoje pela manhã encontrei um amigo, por coincidência torcedor do Fluminense, que me perguntou o que eu achava do Palmeiras entregar o jogo que iria ocorrer à tarde.
Respondi que eu faço parte do tempo em que futebol era apenas um esporte e que ainda acreditava que a profissionalismo falaria mais alto, mas, que hoje, futebol é tudo, menos esporte.
É uma guerra onde rivais não são apenas rivais e sim inimigos mortais e que merecem pena de morte. É um ódio que transpassa os muros do estádio e anda no ônibus, no metrô, nas ruas bastando alguém ter a idéia de andar com uma camisa de futebol e este encontrar um contrário. É um comércio nojento onde de tudo pode ocorrer por detrás de riquíssimos patrocínios.
De que adianta querer que seja apenas um esporte e vença quem estiver em melhores condições e obteve méritos na conquista, mesmo que isso irá beneficiar o meu rival. Ele foi melhor e merece ser campeão. Ele não é meu inimigo. Apenas tem o mesmo direito de torcer para um time que difere do meu, apenas isso. Não desejo sua morte. Posso não gostar do clube dele, mas isso não faz com que tenha que ter ódio. Além de tudo isso, para que o campeonato se torne interessante, inclusive comercial, é necessário que todos os times façam parte de um Campeonato.
Voltei para casa e sentei no sofá para assistir o meu time Palmeiras acreditando que ele fosse jogar futebol. Fiquei contente quando vi que vários titulares foram escalados e vibrei com a marcação do 1 gol e isso me levava acreditar que o Palmeiras iria jogar futebol, esquecendo qualquer rivalidade e principalmente não dando bola para que meia dúzia de marginais travestidos de torcedores do Palmeiras gritavam para que deixassem a bola entrar ou então hostilizando o próprio goleiro do seu time.
Pura ilusão . Palmeiras tomou a virada e entregou o jogo. Pode não ter dado gol pode não ter aceito a marmelada, mas, a praticou . Simplesmente parou de correr, não deu um chute a gol, não desarmou o adversário, andou em campo esperando o tempo passar. Isso é entregar o jogo. Isso não é futebol. Isso se chama vergonha.
(*) Aposentado, hoje comerciante, envergonhado com seu time e morador em Santarém (PA)
Prá que fazer concurso público?
Futuros ministros poderão nomear 7 mil funcionários sem concurso
O Estado de S.Paulo
Se existisse uma cidade chamada Cargolândia, habitada por ocupantes de cargos de livre nomeação à disposição do governo Dilma Rousseff, ela teria cerca de 7 mil moradores, população superior à de 1.967 municípios brasileiros.
Durante a campanha presidencial, o tucano José Serra atacou em diversos momentos o loteamento político da administração federal - em debate com a adversária Dilma, citou o número de 21 mil cargos, "a maior parte voltada a partido, a companheiro".
Levantamento feito pelo Estado, porém, revela que são pouco mais de 7.060 os funcionários que os futuros ministros poderão nomear sem a necessidade de concursos públicos. Se todos esses cargos forem ocupados, os salários consumirão cerca de R$ 34 milhões por mês dos cofres públicos.
O número citado por Serra é o total dos chamados DAS, cargos comissionados exercidos por quem tem função de chefia ou direção e pela elite dos assessores de ministros e secretários. Em julho passado, o governo abrigava exatamente 21.623 funcionários com DAS. Mas um decreto assinado em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determina que a maioria desses cargos seja preenchida por servidores públicos concursados - em tese, isso reduz a influência política nas nomeações.
Vagas reservadas
Essa cota obrigatória para funcionários de carreira é de pelo menos 75% nos cargos de remuneração mais baixa (DAS 1, 2 e 3, de R$ 2.116 a R$ 4.042) e de 50% nos intermediários (DAS 4, R$ 6.844).
No caso dos salários mais elevados, de R$ 8.988 a R$ 11.179, não há normas - o que vale é a caneta dos ministros ou secretários. Cerca de 1.200 cargos DAS - 5% do total - se enquadram nas categorias 5 e 6, as mais altas.
São esses postos os mais visados pelos partidos que se digladiam por espaço na Esplanada dos Ministérios. Mas os números mostram que, mesmo nesses casos, há limites para o loteamento político puro e simples: estudo de 2008 publicado pelo Ministério do Planejamento indicou que funcionários de carreira respondiam por cerca de 60% dos cargos DAS 5 e 6.
Há várias possíveis explicações para esse fenômeno. A primeira é o fato de que os ministros precisam de uma burocracia minimamente eficiente para que suas pastas funcionem - premiar com cargos de chefia alguns servidores de carreira, com alto grau de conhecimento da máquina pública, seria uma forma de atingir esse objetivo.
Também é preciso levar em conta o fato de que as fronteiras da Cargolândia se estendem para além do coração de Brasília. Empresas estatais e agências reguladoras vinculadas a determinados ministérios são usadas por políticos interessados em beneficiar apadrinhados e costumam ter regras de contratação de pessoal menos rigorosas do que as da administração direta.
Por fim, os cargos em jogo são apenas um dos atrativos para os partidos - fatores não menos importantes são o tamanho do caixa de cada pasta e a visibilidade que o primeiro escalão proporciona. Não são poucos os políticos que usam os ministérios como "escada" para se projetar em futuras disputas eleitorais.
Ranking
Hoje em dia, o ministério com mais cargos de confiança é o da Fazenda. A pasta e os órgãos a ela subordinados concentram 763 vagas de livre nomeação, mas poucas são ocupadas por pessoas de fora do quadro estável de servidores. Como o atual ministro, Guido Mantega, será mantido no cargo, é improvável que essas características mudem no futuro governo.
O posto seguinte no ranking é ocupado pelo Ministério da Saúde, que engloba órgãos como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Nas duas faixas salariais mais altas, cerca de 80% dos cargos são ocupados por concursados.
Em terceiro lugar aparece o Planejamento - outra pasta de perfil técnico, também com mais de 80% de seus cargos DAS 5 e 6 ocupados por servidores de carreira.
O ministério que concentra menos cargos de confiança é o dos Esportes. Nele, o índice de aproveitamento do quadro estável de servidores é menor - metade das vagas com salários mais altos são ocupadas por pessoas não concursadas.
sábado, 27 de novembro de 2010
Portos Brasileiros
Folha de São Paulo
Estudo obtido com exclusividade pela Folha mostra que os portos brasileiros têm a pior avaliação na comparação com dez países da América do Sul.
A qualidade dos serviços oferecidos pelos portos do país só é melhor que a Venezuela. O trabalho foi feito pela LCA Consultores, que atribuiu notas de 1 a 7 para qualidade da infraestrutura.
A pesquisa foi encomendada pelo Deconcic/Fiesp (Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento será apresentado na próxima segunda-feira na abertura do Construbusiness 2010, evento anual do setor.
Além de um diagnóstico para o setor de infraestrutura, a entidade encomendou à FGV (Fundação Getulio Vargas) um trabalho para avaliar a situação do setor habitacional no Brasil. Como o trabalho anterior, os resultados serão apresentados no evento.
Além das notas para transporte aéreo, energia, ferrovia, rodovia e portos, a LCA fez um levantamento completo de todas os projetos com investimentos previstos no Brasil.
A consultoria apurou que o país deverá receber até 2022 cerca de R$ 850 bilhões em recursos para ajustar a infraestrutura brasileira.
"Essa cifra pode ser maior, mas foram considerados apenas os investimentos com projetos já definidos", diz Manuel Rossito, diretor do Deconcic e coordenador da pesquisa por parte da Fiesp. O setor com maior investimento apurado pela LCA será o de energia.
Até 2022, os aportes para o setor atingiram R$ 385,4 bilhões, quase a totalidade capital aplicado pelo setor privado e por investidores com recursos mistos (público e privado). Isso representará, segundo o trabalho, R$ 380 bilhões. O restante (R$ 5,4 bilhões) será investimento público.
A recuperação e a construção de estradas devem consumir R$ 200 milhões até 2022, e, no saneamento, o aporte será de R$ 206 bilhões. Recursos que serão usados para universalização do saneamento.
A meta, explica, é atingir cobertura nacional de 98% no abastecimento de água, 93% em afastamento de esgoto e 92% de tratamento do esgoto. Hoje, segundo o relatório, o Brasil tem 84% do país com acesso à água encanada, 50% de coleta de esgoto e 43% de tratamento.
O trabalho será usado na pauta de reivindicações do setor da construção junto ao novo governo Dilma Rousseff. No evento, Mirian Belchior, futura ministra do Planejamento, estará presente
Estudo obtido com exclusividade pela Folha mostra que os portos brasileiros têm a pior avaliação na comparação com dez países da América do Sul.
A qualidade dos serviços oferecidos pelos portos do país só é melhor que a Venezuela. O trabalho foi feito pela LCA Consultores, que atribuiu notas de 1 a 7 para qualidade da infraestrutura.
A pesquisa foi encomendada pelo Deconcic/Fiesp (Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento será apresentado na próxima segunda-feira na abertura do Construbusiness 2010, evento anual do setor.
Além de um diagnóstico para o setor de infraestrutura, a entidade encomendou à FGV (Fundação Getulio Vargas) um trabalho para avaliar a situação do setor habitacional no Brasil. Como o trabalho anterior, os resultados serão apresentados no evento.
Além das notas para transporte aéreo, energia, ferrovia, rodovia e portos, a LCA fez um levantamento completo de todas os projetos com investimentos previstos no Brasil.
A consultoria apurou que o país deverá receber até 2022 cerca de R$ 850 bilhões em recursos para ajustar a infraestrutura brasileira.
"Essa cifra pode ser maior, mas foram considerados apenas os investimentos com projetos já definidos", diz Manuel Rossito, diretor do Deconcic e coordenador da pesquisa por parte da Fiesp. O setor com maior investimento apurado pela LCA será o de energia.
Até 2022, os aportes para o setor atingiram R$ 385,4 bilhões, quase a totalidade capital aplicado pelo setor privado e por investidores com recursos mistos (público e privado). Isso representará, segundo o trabalho, R$ 380 bilhões. O restante (R$ 5,4 bilhões) será investimento público.
A recuperação e a construção de estradas devem consumir R$ 200 milhões até 2022, e, no saneamento, o aporte será de R$ 206 bilhões. Recursos que serão usados para universalização do saneamento.
A meta, explica, é atingir cobertura nacional de 98% no abastecimento de água, 93% em afastamento de esgoto e 92% de tratamento do esgoto. Hoje, segundo o relatório, o Brasil tem 84% do país com acesso à água encanada, 50% de coleta de esgoto e 43% de tratamento.
O trabalho será usado na pauta de reivindicações do setor da construção junto ao novo governo Dilma Rousseff. No evento, Mirian Belchior, futura ministra do Planejamento, estará presente
Retrocesso na saúde
Opinião do Estadão
É surpreendente que, num país com grandes carências na área de saúde e cuja população continua a crescer - sobretudo a mais idosa, que requer mais atenção médica -, o número de leitos hospitalares esteja diminuindo. Mas foi isso que constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estudo Assistência Médico-Sanitária 2009. Entre 2005 e 2009, o Brasil perdeu 11.214 leitos hospitalares, cujo número total, de 431.996 unidades, é o menor dos últimos 33 anos.
Assim, o índice de leitos por mil habitantes, que era de 2,4 há cinco anos, caiu para 2,3, menor do que o estabelecido pelo Ministério da Saúde, de 2,5 a 3 leitos por mil habitantes, e bem inferior à média de 3,8 registrada em 2007 na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada pelos países mais desenvolvidos do mundo.
Preocupantes para a população, esses números são vistos com naturalidade pelo governo. Segundo o Ministério da Saúde, a redução do número de leitos decorre de uma política "alinhada à tendência mundial de priorizar o atendimento primário, de emergência e os serviços de apoio ao diagnóstico com o objetivo central de se reduzir drasticamente as internações hospitalares".
O gerente da pesquisa do IBGE, Marco Andreazzi, concorda que, em vários países, a tendência é de redução da taxa de leitos por mil habitantes, por causa da diminuição do tempo da internação e de tecnologias mais sofisticadas que podem ser utilizadas em ambulatório. Observa ele que, no Brasil, num primeiro momento, esse processo resultou na queda do número de leitos sem que caísse também o número de internações, mas hoje a escassez de leitos está forçando a redução das internações. Ou seja, faltam vagas nos hospitais.
Para o corregedor do Conselho Federal de Medicina e integrante da Comissão Nacional Pró-SUS (Sistema Único de Saúde), José Fernando Vinagre, "não temos atenção primária de qualidade e enfrentamos problemas de falta de leitos, tanto na rede pública como na privada. Essa matemática não funciona: aumentou a população e o número de idosos e diminuiu a quantidade de leitos".
E por que, apesar da demanda crescente por serviços de saúde, a oferta de leitos cai? O exame da variação do número de leitos disponíveis na rede hospitalar pública e na rede privada sugere uma resposta. Entre 2005 e 2009, o número de vagas para internação na rede pública passou de 148.966 para 152.892, aumento de 2,6%. Na rede privada, no entanto, o número de leitos diminuiu de 294.244 para 279.104, queda de 5,1%. A redução, em termos porcentuais, foi ainda maior nos leitos dos hospitais particulares conveniados com o SUS: 9,1%. O problema se concentra nesses hospitais.
A explicação do presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Pinto, é clara: os hospitais privados estão insatisfeitos com os repasses do SUS, que, na maior parte dos procedimentos, ficam abaixo de 50% dos custos.
"Somos empurrados para fora do sistema. A tabela de repasses do SUS está congelada. Muitos hospitais passaram a atender somente à saúde complementar", disse ele ao jornal citado.
Para o presidente da Associação Paulista de Medicina, esses números mostram "um retrocesso na saúde", que ele atribui à falta de recursos. "Há muitas instituições que estão insolventes, com dívida alta. Outras fecharam as portas".
O estudo do IBGE mostra que, como afirmou o Ministério da Saúde, é cada vez mais difundido o uso de equipamentos hospitalares de alta tecnologia. Mas mostra também que é maior a concentração desses equipamentos nos hospitais privados, sobretudo nos que atendem a planos particulares. No ano passado, havia equipamentos de ressonância magnética na proporção de 6,3 aparelhos por 1 milhão de habitantes, índice comparável aos da França (5,7) e do Canadá (6,7). Na rede pública, o índice cai para 1,9 aparelho por 1 milhão de habitantes. O problema, para quem depende do SUS, não é apenas da redução do número de leitos; é também da má qualidade do atendimento.
Assinar:
Postagens (Atom)