“Os ambientalistas têm todo o direito a ideias e opiniões, mas não podem parar o país”,
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, disse nesta quinta-feira (29), durante o programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a emissoras de rádio espalhadas pelo país.
sábado, 31 de julho de 2010
Produção nacional
Brasil pode dobrar produção sem ameaçar meio ambiente
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, disse nesta quinta-feira (29), que o Brasil pode manter o aumento da produtividade do setor agropecuário sem qualquer ameaça ao meio ambiente. “Somos o único país que tem essa área de terras degradadas - são mais de 100 milhões de hectares, portanto, não precisa derrubar nenhuma árvore para dobrar a produção”, disse Rossi, durante o programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a emissoras de rádio espalhadas pelo país.
Ele reiterou que será possível ao País, nos próximos anos, recuperar as áreas degradadas e dobrar a produção de alimentos. “Os Estados Unidos já exauriram suas terras, na Austrália n&atil de;o há mais como aumentar a produção, a Europa não tem mais onde plantar e o Oriente também não tem onde plantar. Uma parte enorme do globo terrestre é ocupada por terras que não tem qualidade para a agricultura”, comentou Rossi. “Nós temos terra, insolação, água – que é uma riqueza extraordinária. Essa bênção especial, que nós temos nessa terra admirável nos dá a condição de alimentarmos o mundo hoje e mais ainda no futuro”.
Wagner Rossi comentou que o Ministério da Agricultura completa 150 anos no momento em que o mundo assiste a um boom da produção agrícola brasileira.
Ele lembrou que o Brasil ocupa hoje o primeiro lugar no ranking de exportação do açúcar, café em grãos, carne bovina, carne de frango, suco de laranja, tabaco e etanol.
Atualmente, o País é vice-líder global na venda de soja, está na terceira posição, no ranking mundial, nos embarques de milho e em quarto lugar nas exportações de carne suína. O ministro destacou a liderança brasileira na produção, com 147 milhões de toneladas de grãos produzidas este ano, e consciente de sua responsabilidade de cuidar do meio ambiente. “Isso foi obtido em condições muito especiais, pois não houve aumento de área de produção”, disse.
Entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos subiu 1,7% ao ano, enquanto a produção cresceu 4,7%. Rossi afirmou que o Brasil é o país com maior cobertura natural vegetal preservada no mundo. “Temos 55% de cobertura original mantida e preservada.
O governo do presidente Lula tem dado uma grande ênfase à preservação desses recursos extraordinários, que são a Amazônia e as matas de outros biomas”, afirmou.
Ele citou o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), incluído no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, com R$ 2 bilhões em investimento, que permitirá manter alta produtividade no campo, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa e redução de 83 a 104 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). “O que nunca havia recebido estímulo do governo vai ser incentivado a produzir, cuidando do meio ambiente e incorporando práticas que consorciam o aumento da produção e a preservação do meio ambiente”, disse. “As pessoas que, às vezes, defendem a natureza têm uma boa intenção, mas não conhecem o processo produtivo rural, não são capazes d e entender que é perfeitamente possível compatibilizar produção e preservação. Ninguém quer que haja erosão, assoreamento, ninguém deixa de proteger um manancial na sua propriedade. Quem mais preserva no Brasil é o produtor rural”, disse, ao tratar do novo Código Florestal brasileiro.
Durante entrevista no programa “Bom Dia, Ministro”, Rossi disse que a nova legislação não prejudica em nada a preservação, apenas representa um “entendimento” de como o processo produtivo acontece no Brasil. “Produzir e preservar não são incompatíveis”, reforçou.
O ministro destacou ainda a importância de investimentos em floresta plantada, uma vez que ela diminui a agressão em florestas naturais. Uma das áreas mais promissoras nesse setor, segundo ele, são as florestas de eucalipto que, com financiamentos específicos, despertam o interesse de empresários.
“Os ambientalistas têm todo o direito a ideias e opiniões, mas não podem parar o país”, disse. “Os ambientalistas que me desculpem, mas não podem fazer regras contra o povo, contra quem está levando o Estado para frente. Temos que ter cautela, normas. E elas serão respeitadas”, completou Rossi.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, disse nesta quinta-feira (29), que o Brasil pode manter o aumento da produtividade do setor agropecuário sem qualquer ameaça ao meio ambiente. “Somos o único país que tem essa área de terras degradadas - são mais de 100 milhões de hectares, portanto, não precisa derrubar nenhuma árvore para dobrar a produção”, disse Rossi, durante o programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a emissoras de rádio espalhadas pelo país.
Ele reiterou que será possível ao País, nos próximos anos, recuperar as áreas degradadas e dobrar a produção de alimentos. “Os Estados Unidos já exauriram suas terras, na Austrália n&atil de;o há mais como aumentar a produção, a Europa não tem mais onde plantar e o Oriente também não tem onde plantar. Uma parte enorme do globo terrestre é ocupada por terras que não tem qualidade para a agricultura”, comentou Rossi. “Nós temos terra, insolação, água – que é uma riqueza extraordinária. Essa bênção especial, que nós temos nessa terra admirável nos dá a condição de alimentarmos o mundo hoje e mais ainda no futuro”.
Wagner Rossi comentou que o Ministério da Agricultura completa 150 anos no momento em que o mundo assiste a um boom da produção agrícola brasileira.
Ele lembrou que o Brasil ocupa hoje o primeiro lugar no ranking de exportação do açúcar, café em grãos, carne bovina, carne de frango, suco de laranja, tabaco e etanol.
Atualmente, o País é vice-líder global na venda de soja, está na terceira posição, no ranking mundial, nos embarques de milho e em quarto lugar nas exportações de carne suína. O ministro destacou a liderança brasileira na produção, com 147 milhões de toneladas de grãos produzidas este ano, e consciente de sua responsabilidade de cuidar do meio ambiente. “Isso foi obtido em condições muito especiais, pois não houve aumento de área de produção”, disse.
Entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos subiu 1,7% ao ano, enquanto a produção cresceu 4,7%. Rossi afirmou que o Brasil é o país com maior cobertura natural vegetal preservada no mundo. “Temos 55% de cobertura original mantida e preservada.
O governo do presidente Lula tem dado uma grande ênfase à preservação desses recursos extraordinários, que são a Amazônia e as matas de outros biomas”, afirmou.
Ele citou o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), incluído no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, com R$ 2 bilhões em investimento, que permitirá manter alta produtividade no campo, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa e redução de 83 a 104 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). “O que nunca havia recebido estímulo do governo vai ser incentivado a produzir, cuidando do meio ambiente e incorporando práticas que consorciam o aumento da produção e a preservação do meio ambiente”, disse. “As pessoas que, às vezes, defendem a natureza têm uma boa intenção, mas não conhecem o processo produtivo rural, não são capazes d e entender que é perfeitamente possível compatibilizar produção e preservação. Ninguém quer que haja erosão, assoreamento, ninguém deixa de proteger um manancial na sua propriedade. Quem mais preserva no Brasil é o produtor rural”, disse, ao tratar do novo Código Florestal brasileiro.
Durante entrevista no programa “Bom Dia, Ministro”, Rossi disse que a nova legislação não prejudica em nada a preservação, apenas representa um “entendimento” de como o processo produtivo acontece no Brasil. “Produzir e preservar não são incompatíveis”, reforçou.
O ministro destacou ainda a importância de investimentos em floresta plantada, uma vez que ela diminui a agressão em florestas naturais. Uma das áreas mais promissoras nesse setor, segundo ele, são as florestas de eucalipto que, com financiamentos específicos, despertam o interesse de empresários.
“Os ambientalistas têm todo o direito a ideias e opiniões, mas não podem parar o país”, disse. “Os ambientalistas que me desculpem, mas não podem fazer regras contra o povo, contra quem está levando o Estado para frente. Temos que ter cautela, normas. E elas serão respeitadas”, completou Rossi.
Que nome se dá a esse tipo de coisa?
A edição de hoje do Jornal O Globo do Rio de Janeiro traz uma reportagem de capa cujo título é: “Metrô da Barra começa sem trajetos definidos” e como subtítulo -” Governo do Rio sequer sabe quanto custará a ligação entre a Barra e a Zona Sul”.
Torna-se necessário mais algum comentário?
Qual o nome que se pode dar para um assunto que não é qualquer obrinha, e sim da construção de um metrô ligando uma região do Rio a outra.
Esses caras tratam a coisa dessa forma.
E ainda querem fazer Copa do Mundo nesse País e Olimpíadas nessa cidade e tem gente que acredita que os gastos serão transparentes.
Piada.
Por isso que em 1º de abril se comemora o dia do Político nesse País.
Torna-se necessário mais algum comentário?
Qual o nome que se pode dar para um assunto que não é qualquer obrinha, e sim da construção de um metrô ligando uma região do Rio a outra.
Esses caras tratam a coisa dessa forma.
E ainda querem fazer Copa do Mundo nesse País e Olimpíadas nessa cidade e tem gente que acredita que os gastos serão transparentes.
Piada.
Por isso que em 1º de abril se comemora o dia do Político nesse País.
Adrenalina
Bellini Tavares de Lima Neto (*)
Embora o recinto seja dos grandes, até que não havia tanta gente assim. O que contraria as expectativas, pois quando se vai a uma agência do INSS o que se espera é uma pequena multidão se espremendo lá dentro, aquele clima de mundo cão, gente de idade demonstrando cansaço que certamente não começou ali e nem se deve à espera já tão conhecida de todos. É aquele cansaço que já vem de muitos e muitos anos e no mínimo o dobro de desenganos. Além de um considerável contingente de aflitos tentando uma pericia médica para lhes atestar a desvalia e a conquista de um beneficio que, ao menos, fará da vida um inferno em tempo apenas parcial. No entanto, até que não havia tanta gente assim. Mas, ainda assim, uma visita a uma agência do INSS dá o que pensar.
Logo na entrada já me deparo com duas jovens vindo em direção contrária e pisando tão duro quanto seria possível. E soltando os cachorros. “Você não é gerente de coisa alguma”, foi a primeira exclamação de uma das moças se dirigindo a um cidadão de cabelos semi-grisalhos, olhos ligeiramente puxados e fisionomia que lembrava um desses guerreiros mongóis. Não contente com a espinafração inicial, a moça parou bem no meio do salão e ensaiou um discurso de protesto. “Se estiver demorando muito para vocês serem atendidos, a culpa é dele” apontando para o semi-Átila tupiniquim. Em seguida vem o próprio com um sorrisinho meio sem graça, se desculpando pela atitude da moça. Uma outra jovem, sentada ao meu lado, se sente incentivada a atear um foguinho à conversa e desanda a filosofar a respeito da falta de compostura daquela turma de funcionários que parece não se importar com coisa alguma. E aproveita para meter a boca na moça que está sendo atendida no guichê bem em frente: “Essa fulana está aí há quase uma hora”. O gerente da Mongólia volta ao seu posto atravessando por dentro dos balcões todo o corredor. Aí um senhor de origem nipônica, que nós habitualmente chamamos de “um japonesinho” lança seu veredicto: “Esse gerente é grosso, mal educado, vive maltratando todo mundo. O senhor já tratou com ele?” A pergunta é para mim. Não, nunca tratei com ele, mas já fica claro que o sujeito não goza de apoio e simpatia do público. Pelo que se nota, o tal japonesinho deve ser uma espécie de despachante ou agente ou coisa parecida, que ganha a vida enfrentando aquela arena todos os dias. E, olhando para ele, aparência frágil, ninguém supõe que seja tão resistente.
A conversa começa a fluir com o abnegado despachante e ele me conta de uma falcatrua acontecida no prédio onde mora. Coisa de síndico ou grupelho de moradores que tomam o poder e partem para essa que tem se tornado uma prática consagrada nos padrões nacionais: o superfaturamento de obras. E fizeram estrago. O lado bom da história é que, pelo que contou o homenzinho, a população condominial reagiu e está em vias de colocar os “benfeitores” no xadrez. Coisa rara, não? Nesse particular, difere um pouco do comum. Já quase no final do relato chega uma senhora que, pelo jeito, era a cliente do nosso agente oriental. Ele, então, mostra o número de sua senha a ela, talvez para tentar consolá-la pelo tempo que já vai passando. A senha que ele porta, segundo consta, é destinada aos casos ditos “preferenciais”. Aquilo já me bate um pouco indigesto. Começo a temer pela pergunta que se segue. E ela é inexorável: “A sua também é preferencial”? Tento disfarçar, mas não há a menor chance. Bem do lado do número está inscrito um “PR” delator e inconteste. “O senhor já chegou nos sessenta?” Japonesinho abusado, por sorte logo chamaram o número dele e ele foi-se embora. Fiquei eu olhando para aquela senha despudorada que, além do indecente “PR” ainda consignava o horário em que eu a havia recebido. Já estava lá sentado há uma hora.
Chega a vez do japonês que até estava me parecendo simpático ate o episódio do PR. Lá se foi ele enfrentar os mistérios dos guichês. Fiquei por ali pensando em como matar o tempo. Não precisei esperar quase nada. Bem à minha frente, um senhor sentado diante de um guichê vazio, resolveu esquentar o ambiente. Dirigiu-se ao funcionário que ocupava o guichê ao lado e que não estava atendendo ninguém, para perguntar, em tom irritado, onde, diabos havia se metido o sujeito que o estava atendendo. “Faz meia hora que o cara saiu e não me disse nada. Levou a minha senha e sumiu” O funcionário ficou meio sem jeito e, nessas horas, aparecem as perguntas mais sem cabimento: “Ele estava atendendo o senhor?” Convenhamos, pergunta assim corre o risco de receber resposta à altura. “Falta de respeito” grunhiu o (mal) atendido. “O senhor não pode generalizar” se defendeu o funcionário desocupado. E saiu em busca do fujão. Voltou pouco tempo depois avisando que ele estava procurando alguma coisa para o (mal) atendido, mas já estava voltando. E o acusado voltou fazendo com que o velhote ficasse ainda mais sem graça que o funcionário desocupado. E eu ali, me preocupando em como matar o tempo.
De repente, o sacrossanto painel estampa o meu número. Levantei e fui em direção ao guichê de número 52. Um rapaz muito simpático me atende. Eu explico o que pretendo fazer e lhe apresento os documentos que uma outra agência do mesmo INSS me havia instruído apresentar. Ele emite um sorriso entre simpático e perdido e pede licença para se ausentar. Eu espero. Ele volta em um ou dois minutos com um mesmo sorriso perdido e explica que, como estava retornando de uma licença de dois meses, não se lembrava se o procedimento e os documentos que eu trouxera estavam em ordem. Felizmente, em rigorosa ordem. Vamos, então, ao sistema. Ooops, o sistema dele não está no ar! É preciso pedir autorização ao chefe. O chefe é precisamente o guerreiro mongol de ralos apoios e nenhuma benquerença. Mas lá se foi o meu homenzinho. Chegou perto do temido e, para minha surpresa e alivio, a conversa transcorreu muito amena, embora um pouco longa demais. Mas, passados alguns minutos, volta o meu homenzinho acompanhado de um outro. Esse outro já tem ar de veterano, acostumadíssimo a confundir os usuários e lhes fazer parecer que vítimas, na realidade, são eles, os funcionários, que tem um expediente desumano e nenhum apoio. Nem sala com ar condicionado para o chefe ainda foi providenciado. O veterano digita alguma coisa no teclado e o sistema é recuperado. Lá se vai ele, triunfal e o meu atendente me informa, então, que, como ele estava em licença, seu sistema havia sido suspenso e ninguém havia liberado de volta. Eu nem me atrevi a perguntar quanto tempo já fazia que o moço havia retornado de sua licença. E menos, ainda, porque havia saído de licença. Achei que era pergunta demais.
Manuseados os papéis, emitido e selado um requerimento, perguntei em quanto tempo teria uma resposta. “Ah, não demora muito, não. De 45 a 60 dias”. Bem, o tempo é uma questão relativa, mesmo. Acho até que a Teoria da Relatividade tem alguma coisa a ver com isso. Agradeci a atenção do moço que, realmente, foi muito gentil. Sai pensando em duas coisas: no tal recinto de proporções nada acanhadas há cerca de sessenta guichês e não mais que uns quinze funcionários atendendo. Ter apenas uns quinze funcionários não me causou nenhuma surpresa.
O que ficou me martelando a cabeça foram os quase sessenta guichês. Não poderiam ser transformados em sala de espera? Essa foi uma coisa, mais uma curiosidade, mesmo.
A outra, não. A outra já é de preocupar.
Já pensou se um dia isso tudo ficasse sério? Será que a gente ia agüentar?
(*) Advogado, agora avô e morador em São Bernardo do Campo (SPo)
Escreve para o site O Dia Nosso De Cada Dia - http://blcon.wordpress.com/
Embora o recinto seja dos grandes, até que não havia tanta gente assim. O que contraria as expectativas, pois quando se vai a uma agência do INSS o que se espera é uma pequena multidão se espremendo lá dentro, aquele clima de mundo cão, gente de idade demonstrando cansaço que certamente não começou ali e nem se deve à espera já tão conhecida de todos. É aquele cansaço que já vem de muitos e muitos anos e no mínimo o dobro de desenganos. Além de um considerável contingente de aflitos tentando uma pericia médica para lhes atestar a desvalia e a conquista de um beneficio que, ao menos, fará da vida um inferno em tempo apenas parcial. No entanto, até que não havia tanta gente assim. Mas, ainda assim, uma visita a uma agência do INSS dá o que pensar.
Logo na entrada já me deparo com duas jovens vindo em direção contrária e pisando tão duro quanto seria possível. E soltando os cachorros. “Você não é gerente de coisa alguma”, foi a primeira exclamação de uma das moças se dirigindo a um cidadão de cabelos semi-grisalhos, olhos ligeiramente puxados e fisionomia que lembrava um desses guerreiros mongóis. Não contente com a espinafração inicial, a moça parou bem no meio do salão e ensaiou um discurso de protesto. “Se estiver demorando muito para vocês serem atendidos, a culpa é dele” apontando para o semi-Átila tupiniquim. Em seguida vem o próprio com um sorrisinho meio sem graça, se desculpando pela atitude da moça. Uma outra jovem, sentada ao meu lado, se sente incentivada a atear um foguinho à conversa e desanda a filosofar a respeito da falta de compostura daquela turma de funcionários que parece não se importar com coisa alguma. E aproveita para meter a boca na moça que está sendo atendida no guichê bem em frente: “Essa fulana está aí há quase uma hora”. O gerente da Mongólia volta ao seu posto atravessando por dentro dos balcões todo o corredor. Aí um senhor de origem nipônica, que nós habitualmente chamamos de “um japonesinho” lança seu veredicto: “Esse gerente é grosso, mal educado, vive maltratando todo mundo. O senhor já tratou com ele?” A pergunta é para mim. Não, nunca tratei com ele, mas já fica claro que o sujeito não goza de apoio e simpatia do público. Pelo que se nota, o tal japonesinho deve ser uma espécie de despachante ou agente ou coisa parecida, que ganha a vida enfrentando aquela arena todos os dias. E, olhando para ele, aparência frágil, ninguém supõe que seja tão resistente.
A conversa começa a fluir com o abnegado despachante e ele me conta de uma falcatrua acontecida no prédio onde mora. Coisa de síndico ou grupelho de moradores que tomam o poder e partem para essa que tem se tornado uma prática consagrada nos padrões nacionais: o superfaturamento de obras. E fizeram estrago. O lado bom da história é que, pelo que contou o homenzinho, a população condominial reagiu e está em vias de colocar os “benfeitores” no xadrez. Coisa rara, não? Nesse particular, difere um pouco do comum. Já quase no final do relato chega uma senhora que, pelo jeito, era a cliente do nosso agente oriental. Ele, então, mostra o número de sua senha a ela, talvez para tentar consolá-la pelo tempo que já vai passando. A senha que ele porta, segundo consta, é destinada aos casos ditos “preferenciais”. Aquilo já me bate um pouco indigesto. Começo a temer pela pergunta que se segue. E ela é inexorável: “A sua também é preferencial”? Tento disfarçar, mas não há a menor chance. Bem do lado do número está inscrito um “PR” delator e inconteste. “O senhor já chegou nos sessenta?” Japonesinho abusado, por sorte logo chamaram o número dele e ele foi-se embora. Fiquei eu olhando para aquela senha despudorada que, além do indecente “PR” ainda consignava o horário em que eu a havia recebido. Já estava lá sentado há uma hora.
Chega a vez do japonês que até estava me parecendo simpático ate o episódio do PR. Lá se foi ele enfrentar os mistérios dos guichês. Fiquei por ali pensando em como matar o tempo. Não precisei esperar quase nada. Bem à minha frente, um senhor sentado diante de um guichê vazio, resolveu esquentar o ambiente. Dirigiu-se ao funcionário que ocupava o guichê ao lado e que não estava atendendo ninguém, para perguntar, em tom irritado, onde, diabos havia se metido o sujeito que o estava atendendo. “Faz meia hora que o cara saiu e não me disse nada. Levou a minha senha e sumiu” O funcionário ficou meio sem jeito e, nessas horas, aparecem as perguntas mais sem cabimento: “Ele estava atendendo o senhor?” Convenhamos, pergunta assim corre o risco de receber resposta à altura. “Falta de respeito” grunhiu o (mal) atendido. “O senhor não pode generalizar” se defendeu o funcionário desocupado. E saiu em busca do fujão. Voltou pouco tempo depois avisando que ele estava procurando alguma coisa para o (mal) atendido, mas já estava voltando. E o acusado voltou fazendo com que o velhote ficasse ainda mais sem graça que o funcionário desocupado. E eu ali, me preocupando em como matar o tempo.
De repente, o sacrossanto painel estampa o meu número. Levantei e fui em direção ao guichê de número 52. Um rapaz muito simpático me atende. Eu explico o que pretendo fazer e lhe apresento os documentos que uma outra agência do mesmo INSS me havia instruído apresentar. Ele emite um sorriso entre simpático e perdido e pede licença para se ausentar. Eu espero. Ele volta em um ou dois minutos com um mesmo sorriso perdido e explica que, como estava retornando de uma licença de dois meses, não se lembrava se o procedimento e os documentos que eu trouxera estavam em ordem. Felizmente, em rigorosa ordem. Vamos, então, ao sistema. Ooops, o sistema dele não está no ar! É preciso pedir autorização ao chefe. O chefe é precisamente o guerreiro mongol de ralos apoios e nenhuma benquerença. Mas lá se foi o meu homenzinho. Chegou perto do temido e, para minha surpresa e alivio, a conversa transcorreu muito amena, embora um pouco longa demais. Mas, passados alguns minutos, volta o meu homenzinho acompanhado de um outro. Esse outro já tem ar de veterano, acostumadíssimo a confundir os usuários e lhes fazer parecer que vítimas, na realidade, são eles, os funcionários, que tem um expediente desumano e nenhum apoio. Nem sala com ar condicionado para o chefe ainda foi providenciado. O veterano digita alguma coisa no teclado e o sistema é recuperado. Lá se vai ele, triunfal e o meu atendente me informa, então, que, como ele estava em licença, seu sistema havia sido suspenso e ninguém havia liberado de volta. Eu nem me atrevi a perguntar quanto tempo já fazia que o moço havia retornado de sua licença. E menos, ainda, porque havia saído de licença. Achei que era pergunta demais.
Manuseados os papéis, emitido e selado um requerimento, perguntei em quanto tempo teria uma resposta. “Ah, não demora muito, não. De 45 a 60 dias”. Bem, o tempo é uma questão relativa, mesmo. Acho até que a Teoria da Relatividade tem alguma coisa a ver com isso. Agradeci a atenção do moço que, realmente, foi muito gentil. Sai pensando em duas coisas: no tal recinto de proporções nada acanhadas há cerca de sessenta guichês e não mais que uns quinze funcionários atendendo. Ter apenas uns quinze funcionários não me causou nenhuma surpresa.
O que ficou me martelando a cabeça foram os quase sessenta guichês. Não poderiam ser transformados em sala de espera? Essa foi uma coisa, mais uma curiosidade, mesmo.
A outra, não. A outra já é de preocupar.
Já pensou se um dia isso tudo ficasse sério? Será que a gente ia agüentar?
(*) Advogado, agora avô e morador em São Bernardo do Campo (SPo)
Escreve para o site O Dia Nosso De Cada Dia - http://blcon.wordpress.com/
Censura
Há um ano o jornal O Estado de S. Paulo está proibido, por sentença judicial, de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, pela qual a Polícia Federal investigou a atuação do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney. A censura foi decretada em 31 de julho de 2009 pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a pedido do empresário. Em 18 de dezembro, Fernando requereu a desistência da ação, mas o Estado não aceitou. Em 29 de janeiro, o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentou ao TJ-DF manifestação em que sustenta a preferência pelo prosseguimento da ação, para que o mérito seja julgado. Até hoje, o jornal aguarda a definição.
Uma "pérola" do ENEM
'O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes'
(Achei que fosse a pesca dos pássaros.)
(Achei que fosse a pesca dos pássaros.)
Meio ambiente
Britaldo Silveira Soares Filho (*)
O Brasil hoje ocupa o terceiro lugar mundial como exportador de produtos agrícolas, atrás apenas dos EUA e da União Européia, encabeçando as exportações de carne bovina, café e açúcar, e vice-líder em soja e milho.
Grande parte desse avanço é fruto de nossas pesquisas agrícolas, lideradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), visando o aumento da produtividade de cultivos agrícolas nas nossas terras tropicais.
A soja brasileira, por exemplo, possui produtividade média superior à americana.
Políticas agrícolas acertadas, como o programa do etanol, decorrem também do empreendedorismo do nosso agronegócio, que viceja com taxas de subsídios bem inferiores às americanas e européias.
Ao mesmo tempo, o Brasil vem mostrando uma enorme capacidade de conservar o seu meio ambiente, reduzindo o desmatamento na Amazônia em mais de 75%, quando comparado à taxa de 2004.
Grande parte desse esforço de conservação na Amazônia pode ser atribuída ao maior programa mundial de criação de áreas protegidas, que desde 2002 adicionou mais de 790 mil km2 de novas áreas de conservação, permitindo cobrir atualmente 46% desse bioma. Soma-se a isso uma expressiva campanha de combate ao desmatamento coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e agências estaduais auxiliadas por uma moderna tecnologia de monitoramento por satélite.
Parte da queda nas taxas de desmatamento pode ser atribuída ao arrefecimento do setor agrícola entre 2005 e 2007.
Esse fato ilustra a forte conexão entre esses dois setores, com a atividade de um afetando a do outro, o que em parte explica o forte embate entre grupos capitaneados pelo agronegócio e ambientalistas em torno da discussão do novo Código Florestal.
Presenciamos hoje no Congresso um intenso movimento para modificação do Código Florestal. A argumentação do agronegócio quanto ao atual código foca nos seus obstáculos ao desenvolvimento do setor agrícola – responsável por 25% do PIB nacional.
Um dos pilares dessa argumentação busca ressaltar que o atual código, caso suas leis sejam estritamente levadas a cabo (como de fato vem lentamente acontecendo devido aos esforços das nossas agências de fiscalização), inviabiliza economicamente grande parte das unidades agrícolas, tendo em vista o passivo ambiental das propriedades rurais, que pode alcançar cerca de 44 milhões de hectares, somente no tocante à deficiência em reserva legal.
Por outro lado, ambientalistas buscam aguerridamente assegurar os avanços da nossa legislação ambiental, cujo Código Florestal consiste no instrumento de conservação privada em escala mais ambicioso do mundo, buscando por sua vez demonstrar a importância desse esforço de conservação para os serviços ambientais, sobretudo nesse momento, quando se discutem os impactos já presentes das mudanças climáticas. Mais do que debater a flexibilização do Código Florestal (ou, como querem alguns, sua inanição), o importante é propor sua viabilização, porquanto sua conta é amarga.
Para isso, existem oportunidades econômicas.
Por exemplo, grande parte do passivo de áreas desmatadas até 1989 pode se tonar objeto de projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), sob o Protocolo de Kyoto. Algumas empresas já vislumbraram essa possibilidade. Esse é o caso da AES-Eletropaulo, que, recuperando a mata ciliar no entorno dos seus reservatórios, obtém créditos de carbono a serem revertidos em ganhos monetários por um mercado mundial de carbono.
Um entrave aos projetos de MDL refere-se ao alto custo de transação, o que praticamente deixa de fora pequenos proprietários. Mas aí entrariam as várias esferas de governo para a promoção de projetos na escala de paisagens regionais, abrangendo uma miríade de propriedades rurais.
Ao mesmo tempo, devem se buscar mecanismos para incrementar o emergente mercado de terras florestadas, visando à compensação da reserva legal dentro de microbacias hidrográficas. Tudo isso poderia fomentar um grande mercado de viveiros de mudas de árvores nativas e de espécies de madeiras comerciais, sobretudo em áreas com densa mão- de-obra rural, com é o caso dos assentamentos rurais, viabilizando assim economicamente muitos desses assentamentos localizados em remotos rincões da Amazônia e do Brasil.
Outro componente que ajudará a viabilizar o Código Florestal é a negociação hoje nas convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) do papel das florestas tropicais na mitigação das mudanças climáticas, haja vista que as mudanças no uso da terra (sobretudo desmatamento) representam 15% das emissões mundiais de gases efeito estufa.
Um novo mecanismo central às negociações de um protocolo pós-Kyoto, porém ainda não regulamentado, chama-se Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) . A política de REDD hoje já é exercida voluntariamente, como no exemplo do Fundo Amazônia, com aporte prometido pela Noruega de um bilhão de dólares, caso o Brasil tenha sucesso em atingir sua meta de 80% de redução de desmatamento da sua linha de base histórica de 19.500km2 por ano, como proposto pelo Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
O REDD, caso seja implementado como mecanismo oficial do novo protocolo do clima, como é o caso do MDL, poderá se materializar como uma grande oportunidade financeira para a conservação de florestas, sendo o Brasil um dos países mais bem posicionados para isso. Nesse sentido, investimentos internacionais aportados por mecanismos como REDD, quer sejam por meio de mercado ou meio voluntário, são fundamentais para ajudar o Brasil – um país emergente com grandes pressões de desenvolviment o social – a manter o seu patrimônio ambiental. Isso poderia viabilizar o nosso enorme esforço de conservação na Amazônia, pagando, por exemplo, parte da conta de manutenção da sua vasta rede de áreas protegidas. Essa rede necessita ser em muito expandida aos nossos outros biomas, como o é caso do Cerrado e Mata Atlântica, onde cobre, respectivamente, apenas 7% e 2,6%, ou seja, abaixo do mínimo estabelecido de 10% pela Convenção da Biodiversidade, da qual o Brasil é signatário.
Para tanto, é fundamental que o novo governo não apenas dê continuidade ao papel de destaque nas negociações internacionais sobre clima e biodiversidade, mas que de fato busque liderar esse processo, tendo em vista a relevância de nosso patrimônio ambiental à humanidade com um todo.
Diante desse enorme esforço de conservação, como fica a situação de produtores agropecuários e mesmo da necessidade de expansão dessa atividade, tendo em vista as crescentes demandas por alimentos, ração animal e biocombustíveis?
Estudo recente publicado pelo Banco Mundial, com a participação de vários especialistas brasileiros, no quais me incluo, demonstrou que a agricultura no Brasil pode expandir em até 50% sua área ocupada, e com isso proporcionar 10% da demanda prevista para 2030 de substituição da gasolina mundial por 20% de etanol, ao mesmo tempo em que resolve boa parte da recuperação do seu passivo ambiental.
Basta para isso intensificar a pecuária, cuja lotação atual de pastagem é de apenas um boi por hectare. Esse exemplo demonstra que existem soluções. Naturalmente, isso demandaria um forte programa nacional de incentivos. Portanto, o momento não é de reversão dos ganhos na política ambiental, mas de união do setor produtivo rural e ambientalistas, voltada a maiores responsabilidades socioambientais em prol de um futuro melhor, tanto social quanto economicamente, ao mesmo tempo em que asseguramos a estabilização do clima e um meio ambiente saudável, e com isso condições habitáveis na Terra para os nossos filhos.
(*) Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Análise de Modelagem de Sistemas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O Brasil hoje ocupa o terceiro lugar mundial como exportador de produtos agrícolas, atrás apenas dos EUA e da União Européia, encabeçando as exportações de carne bovina, café e açúcar, e vice-líder em soja e milho.
Grande parte desse avanço é fruto de nossas pesquisas agrícolas, lideradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), visando o aumento da produtividade de cultivos agrícolas nas nossas terras tropicais.
A soja brasileira, por exemplo, possui produtividade média superior à americana.
Políticas agrícolas acertadas, como o programa do etanol, decorrem também do empreendedorismo do nosso agronegócio, que viceja com taxas de subsídios bem inferiores às americanas e européias.
Ao mesmo tempo, o Brasil vem mostrando uma enorme capacidade de conservar o seu meio ambiente, reduzindo o desmatamento na Amazônia em mais de 75%, quando comparado à taxa de 2004.
Grande parte desse esforço de conservação na Amazônia pode ser atribuída ao maior programa mundial de criação de áreas protegidas, que desde 2002 adicionou mais de 790 mil km2 de novas áreas de conservação, permitindo cobrir atualmente 46% desse bioma. Soma-se a isso uma expressiva campanha de combate ao desmatamento coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e agências estaduais auxiliadas por uma moderna tecnologia de monitoramento por satélite.
Parte da queda nas taxas de desmatamento pode ser atribuída ao arrefecimento do setor agrícola entre 2005 e 2007.
Esse fato ilustra a forte conexão entre esses dois setores, com a atividade de um afetando a do outro, o que em parte explica o forte embate entre grupos capitaneados pelo agronegócio e ambientalistas em torno da discussão do novo Código Florestal.
Presenciamos hoje no Congresso um intenso movimento para modificação do Código Florestal. A argumentação do agronegócio quanto ao atual código foca nos seus obstáculos ao desenvolvimento do setor agrícola – responsável por 25% do PIB nacional.
Um dos pilares dessa argumentação busca ressaltar que o atual código, caso suas leis sejam estritamente levadas a cabo (como de fato vem lentamente acontecendo devido aos esforços das nossas agências de fiscalização), inviabiliza economicamente grande parte das unidades agrícolas, tendo em vista o passivo ambiental das propriedades rurais, que pode alcançar cerca de 44 milhões de hectares, somente no tocante à deficiência em reserva legal.
Por outro lado, ambientalistas buscam aguerridamente assegurar os avanços da nossa legislação ambiental, cujo Código Florestal consiste no instrumento de conservação privada em escala mais ambicioso do mundo, buscando por sua vez demonstrar a importância desse esforço de conservação para os serviços ambientais, sobretudo nesse momento, quando se discutem os impactos já presentes das mudanças climáticas. Mais do que debater a flexibilização do Código Florestal (ou, como querem alguns, sua inanição), o importante é propor sua viabilização, porquanto sua conta é amarga.
Para isso, existem oportunidades econômicas.
Por exemplo, grande parte do passivo de áreas desmatadas até 1989 pode se tonar objeto de projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), sob o Protocolo de Kyoto. Algumas empresas já vislumbraram essa possibilidade. Esse é o caso da AES-Eletropaulo, que, recuperando a mata ciliar no entorno dos seus reservatórios, obtém créditos de carbono a serem revertidos em ganhos monetários por um mercado mundial de carbono.
Um entrave aos projetos de MDL refere-se ao alto custo de transação, o que praticamente deixa de fora pequenos proprietários. Mas aí entrariam as várias esferas de governo para a promoção de projetos na escala de paisagens regionais, abrangendo uma miríade de propriedades rurais.
Ao mesmo tempo, devem se buscar mecanismos para incrementar o emergente mercado de terras florestadas, visando à compensação da reserva legal dentro de microbacias hidrográficas. Tudo isso poderia fomentar um grande mercado de viveiros de mudas de árvores nativas e de espécies de madeiras comerciais, sobretudo em áreas com densa mão- de-obra rural, com é o caso dos assentamentos rurais, viabilizando assim economicamente muitos desses assentamentos localizados em remotos rincões da Amazônia e do Brasil.
Outro componente que ajudará a viabilizar o Código Florestal é a negociação hoje nas convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) do papel das florestas tropicais na mitigação das mudanças climáticas, haja vista que as mudanças no uso da terra (sobretudo desmatamento) representam 15% das emissões mundiais de gases efeito estufa.
Um novo mecanismo central às negociações de um protocolo pós-Kyoto, porém ainda não regulamentado, chama-se Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) . A política de REDD hoje já é exercida voluntariamente, como no exemplo do Fundo Amazônia, com aporte prometido pela Noruega de um bilhão de dólares, caso o Brasil tenha sucesso em atingir sua meta de 80% de redução de desmatamento da sua linha de base histórica de 19.500km2 por ano, como proposto pelo Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
O REDD, caso seja implementado como mecanismo oficial do novo protocolo do clima, como é o caso do MDL, poderá se materializar como uma grande oportunidade financeira para a conservação de florestas, sendo o Brasil um dos países mais bem posicionados para isso. Nesse sentido, investimentos internacionais aportados por mecanismos como REDD, quer sejam por meio de mercado ou meio voluntário, são fundamentais para ajudar o Brasil – um país emergente com grandes pressões de desenvolviment o social – a manter o seu patrimônio ambiental. Isso poderia viabilizar o nosso enorme esforço de conservação na Amazônia, pagando, por exemplo, parte da conta de manutenção da sua vasta rede de áreas protegidas. Essa rede necessita ser em muito expandida aos nossos outros biomas, como o é caso do Cerrado e Mata Atlântica, onde cobre, respectivamente, apenas 7% e 2,6%, ou seja, abaixo do mínimo estabelecido de 10% pela Convenção da Biodiversidade, da qual o Brasil é signatário.
Para tanto, é fundamental que o novo governo não apenas dê continuidade ao papel de destaque nas negociações internacionais sobre clima e biodiversidade, mas que de fato busque liderar esse processo, tendo em vista a relevância de nosso patrimônio ambiental à humanidade com um todo.
Diante desse enorme esforço de conservação, como fica a situação de produtores agropecuários e mesmo da necessidade de expansão dessa atividade, tendo em vista as crescentes demandas por alimentos, ração animal e biocombustíveis?
Estudo recente publicado pelo Banco Mundial, com a participação de vários especialistas brasileiros, no quais me incluo, demonstrou que a agricultura no Brasil pode expandir em até 50% sua área ocupada, e com isso proporcionar 10% da demanda prevista para 2030 de substituição da gasolina mundial por 20% de etanol, ao mesmo tempo em que resolve boa parte da recuperação do seu passivo ambiental.
Basta para isso intensificar a pecuária, cuja lotação atual de pastagem é de apenas um boi por hectare. Esse exemplo demonstra que existem soluções. Naturalmente, isso demandaria um forte programa nacional de incentivos. Portanto, o momento não é de reversão dos ganhos na política ambiental, mas de união do setor produtivo rural e ambientalistas, voltada a maiores responsabilidades socioambientais em prol de um futuro melhor, tanto social quanto economicamente, ao mesmo tempo em que asseguramos a estabilização do clima e um meio ambiente saudável, e com isso condições habitáveis na Terra para os nossos filhos.
(*) Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Análise de Modelagem de Sistemas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
E ninguém fala no porto de Santarém
Ministro defende redução de custos logísticos para aumentar investimentos
O ministro dos Portos, Pedro Brito, defendeu ontem a redução dos custos logísticos no país para que os investimentos produtivos possam crescer.
Atualmente, os custos logísticos do país chegam a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o ministro, o que acaba travando o crescimento.
A pasta de Brito elaborou o Plano Nacional de Dragagem (PND).
Um de seus objetivos é reduzir os custos logísticos para até 10% do PIB, liberando parte desses recursos para novos investimentos. "Os EUA, que estão longe de ser um exemplo no setor de logística, como a Bélgica ou a Alemanha, gastam em torno de 8% com logística", disse o ministro.
Com esse quadro, o Brasil figura, segundo estudo do Banco Mundial, no 41º lugar em funcionalidade portuária, após saltar 20 posições desde 2007. Mas o ministro espera que o país continue melhorando, com o PND.
Ele esteve no Rio de Janeiro para assinar o início das obras de dragagem do Porto de Itaguaí. Com isso, a expectativa é de que a cidade passe a competir com o porto de Santos, acredita Brito. A dragagem deixará o porto com capacidade para receber navios com 0,5 metro a mais do que o porto de Santos, quando passar dos seus atuais 14 metros para 17,5 metros de profundidade.
A obra faz parte do PND, que vai receber R$ 1,6 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e visa aumentar a segurança, pontualidade na entrega da carga e reduzir a demora para embarcar e desembarcar.
Ela vai receber também R$ 1 bilhão do PAC 2, parte do total de R$ 3,78 bilhões destinados a obras gerais.
O PND abrange, por enquanto, 16 obras em portos de diferentes Estados.
Os portos de Recife, Angra dos Reis e de Rio Grande são os únicos cujas obras já foram finalizadas, além da primeira fase o porto de Itaguaí. As obras já começaram nos portos do Rio de Janeiro, Santos, Natal, Aratu e Salvador, além dos portos de Cabedelo, São Francisco do Sul e Itajaí.
As obras no porto de Vitória estão para começar, assim como nos de Fortaleza.
Ainda falta lançar a licitação para a realização da dragagem dos portos de Suape e Paranaguá. No entanto, o porto de Santos, único com plano diretor desenhado até o momento, deverá triplicar de capacidade nos próximos 15 anos.
Isso faz com que, segundo o ministro, haja necessidade de se modificar o seu entorno, já que não há estrutura para que o total de 15 mil caminhões que passam diariamente pelo local seja triplicado. Com isso, há possibilidade que o Porto de Santos venha a receber um t&uac ute;nel, tanto para tráfego de caminhões como de trens. "O objetivo do túnel é vencer a Serra do Mar", disse o ministro. Ele espera que, dentro dos próximos 12 meses, sejam desenhados também os planos diretores dos portos do Rio e de Itaguaí.
O ministro dos Portos, Pedro Brito, defendeu ontem a redução dos custos logísticos no país para que os investimentos produtivos possam crescer.
Atualmente, os custos logísticos do país chegam a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o ministro, o que acaba travando o crescimento.
A pasta de Brito elaborou o Plano Nacional de Dragagem (PND).
Um de seus objetivos é reduzir os custos logísticos para até 10% do PIB, liberando parte desses recursos para novos investimentos. "Os EUA, que estão longe de ser um exemplo no setor de logística, como a Bélgica ou a Alemanha, gastam em torno de 8% com logística", disse o ministro.
Com esse quadro, o Brasil figura, segundo estudo do Banco Mundial, no 41º lugar em funcionalidade portuária, após saltar 20 posições desde 2007. Mas o ministro espera que o país continue melhorando, com o PND.
Ele esteve no Rio de Janeiro para assinar o início das obras de dragagem do Porto de Itaguaí. Com isso, a expectativa é de que a cidade passe a competir com o porto de Santos, acredita Brito. A dragagem deixará o porto com capacidade para receber navios com 0,5 metro a mais do que o porto de Santos, quando passar dos seus atuais 14 metros para 17,5 metros de profundidade.
A obra faz parte do PND, que vai receber R$ 1,6 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e visa aumentar a segurança, pontualidade na entrega da carga e reduzir a demora para embarcar e desembarcar.
Ela vai receber também R$ 1 bilhão do PAC 2, parte do total de R$ 3,78 bilhões destinados a obras gerais.
O PND abrange, por enquanto, 16 obras em portos de diferentes Estados.
Os portos de Recife, Angra dos Reis e de Rio Grande são os únicos cujas obras já foram finalizadas, além da primeira fase o porto de Itaguaí. As obras já começaram nos portos do Rio de Janeiro, Santos, Natal, Aratu e Salvador, além dos portos de Cabedelo, São Francisco do Sul e Itajaí.
As obras no porto de Vitória estão para começar, assim como nos de Fortaleza.
Ainda falta lançar a licitação para a realização da dragagem dos portos de Suape e Paranaguá. No entanto, o porto de Santos, único com plano diretor desenhado até o momento, deverá triplicar de capacidade nos próximos 15 anos.
Isso faz com que, segundo o ministro, haja necessidade de se modificar o seu entorno, já que não há estrutura para que o total de 15 mil caminhões que passam diariamente pelo local seja triplicado. Com isso, há possibilidade que o Porto de Santos venha a receber um t&uac ute;nel, tanto para tráfego de caminhões como de trens. "O objetivo do túnel é vencer a Serra do Mar", disse o ministro. Ele espera que, dentro dos próximos 12 meses, sejam desenhados também os planos diretores dos portos do Rio e de Itaguaí.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Quem corre atrás de quem?
Antenor Pereira Giovannini (*)
O gato corre do cachorro ou o cachorro corre do gato ou ainda nenhum dos dois sabe quem corre de quem?
Parece absurdo, mas, diariamente a mídia em geral gasta tempo, papel, imagem com três casos lamentáveis que envolvem mortes brutais de três pessoas. E, o que é pior, ninguém sabe efetivamente o que aconteceu e como aconteceu cada caso, mostrando de certa forma que os investigadores estão mais preocupados no que focalizar para a mídia do que propriamente desvendar o que aconteceu com exatidão. E na contramão da história existem atalhos dentro da lei criminal que fazem com que leigos como a grande maioria, se perguntem: mas que lei é essa?
O primeiro o caso é o de Bruno ex goleiro do Flamengo. Afinal quem fez o quê, quem é o responsável, em qual depoimento existe veracidade? Um mês de idas e vindas e histórias de “aparece a moça, mas não é a mesma moça, mas alguém viu o que aconteceu, outro não viu” e de repente, um novo depoimento de alguém que dava detalhes contundentes é desmentido e surge uma nova versão. Afinal como fica a policia nisso? Como se pode admitir que, depois de tanto tempo e tanta investigação, ainda se dependa do que alguém envolvido tem a dizer quando, efetivamente, as investigações e laudos já deveriam estar apontando a realidade dos fatos.
O segundo caso envolve a advogada nissei que foi encontrada numa represa próxima a São Paulo e seu carro também mergulhado na mesma represa. Tal qual o primeiro caso citado, depois de um tempão em que parte das investigações foi realizada pelo próprio irmão da vítima, não há definição sobre se o sujeito de quem a policia suspeita é ou não responsável pela morte. A policia pediu a prisão preventiva e um juiz negou. Afinal as provas não deveriam ser suficientemente contundente para que um juiz decretasse a sua prisão? Ou estou errado. Há uma confissão de outro suspeito e que de repente seu depoimento é mudado de forma radical.
O terceiro é a morte de um jovem músico filho de uma atriz quando andava de skate por um túnel supostamente fechado para obras, morte essa provocada por um carro que estaria efetuando um racha com outro carro. Um monte de gente arrolada e surge no meio do caminho uma pedra e essa pedra são os policiais que extorquiram ou tentaram extorquir o motorista infrator. De repente a morte do rapaz passa a ser secundária e se prioriza esse crime de extorsão ou tentativa. Gradativamente os acusados pelo atropelamento já intencionalmente traçam outro caminho transferindo a responsabilidade pelo ato e pela conseqüente morte, para um eventual ato de extorsão. Um negócio de doido.
Colocando tudo isso num liquidificador chega-se a conclusão que o suco que se forma é de uma confusão generalizada e que não existe um principio de trabalho, uma linha de trabalho, uma eficácia de trabalho, uma conscientização séria sobre o trabalho, principalmente no que tange a definir metas e objetivos antes de qualquer pronunciamento, muitas vezes circense e espetaculoso, desnecessário, causando apenas furor de “audiência” para a mídia em geral.
Será esse o real papel investigativo para que se tenha a veracidade dos fatos e uma conclusão que possa gerar, para a população, algum grau de credibilidade na isenção e imparcialidade na apuração e principalmente que o resultado final reflita realmente o que ocorreu com a conseqüente punição exemplar dos responsáveis? Temos isso nesses três lamentáveis episódios?
Tivemos a bem pouco tempo o julgamento dos Nardoni que, sem uma confissão, deu margem a uma série de dúvidas sobre se efetivamente o casal matou a pequena Isabela. Foram julgados e condenados segundo os “experts” em cima de provas periciais indiscutíveis, mas, e sempre fica o” mas”, sem a confissão real, a pontinha de desconfiança sempre fica.
Nesses três casos nota-se que o andamento das investigações e o dia a dia informado na mídia faz com que haja mais preocupação com aparições na mídia , inclusive com caras e bocas de delegados , do que afirmações com convicção e provas irrefutáveis acerca de quem sejam os verdadeiros responsáveis, assim como de que forma cometeram ais crimes. É o que se espera que aconteça.
(*) Aposentado e agora comerciante morador em Santarém
O gato corre do cachorro ou o cachorro corre do gato ou ainda nenhum dos dois sabe quem corre de quem?
Parece absurdo, mas, diariamente a mídia em geral gasta tempo, papel, imagem com três casos lamentáveis que envolvem mortes brutais de três pessoas. E, o que é pior, ninguém sabe efetivamente o que aconteceu e como aconteceu cada caso, mostrando de certa forma que os investigadores estão mais preocupados no que focalizar para a mídia do que propriamente desvendar o que aconteceu com exatidão. E na contramão da história existem atalhos dentro da lei criminal que fazem com que leigos como a grande maioria, se perguntem: mas que lei é essa?
O primeiro o caso é o de Bruno ex goleiro do Flamengo. Afinal quem fez o quê, quem é o responsável, em qual depoimento existe veracidade? Um mês de idas e vindas e histórias de “aparece a moça, mas não é a mesma moça, mas alguém viu o que aconteceu, outro não viu” e de repente, um novo depoimento de alguém que dava detalhes contundentes é desmentido e surge uma nova versão. Afinal como fica a policia nisso? Como se pode admitir que, depois de tanto tempo e tanta investigação, ainda se dependa do que alguém envolvido tem a dizer quando, efetivamente, as investigações e laudos já deveriam estar apontando a realidade dos fatos.
O segundo caso envolve a advogada nissei que foi encontrada numa represa próxima a São Paulo e seu carro também mergulhado na mesma represa. Tal qual o primeiro caso citado, depois de um tempão em que parte das investigações foi realizada pelo próprio irmão da vítima, não há definição sobre se o sujeito de quem a policia suspeita é ou não responsável pela morte. A policia pediu a prisão preventiva e um juiz negou. Afinal as provas não deveriam ser suficientemente contundente para que um juiz decretasse a sua prisão? Ou estou errado. Há uma confissão de outro suspeito e que de repente seu depoimento é mudado de forma radical.
O terceiro é a morte de um jovem músico filho de uma atriz quando andava de skate por um túnel supostamente fechado para obras, morte essa provocada por um carro que estaria efetuando um racha com outro carro. Um monte de gente arrolada e surge no meio do caminho uma pedra e essa pedra são os policiais que extorquiram ou tentaram extorquir o motorista infrator. De repente a morte do rapaz passa a ser secundária e se prioriza esse crime de extorsão ou tentativa. Gradativamente os acusados pelo atropelamento já intencionalmente traçam outro caminho transferindo a responsabilidade pelo ato e pela conseqüente morte, para um eventual ato de extorsão. Um negócio de doido.
Colocando tudo isso num liquidificador chega-se a conclusão que o suco que se forma é de uma confusão generalizada e que não existe um principio de trabalho, uma linha de trabalho, uma eficácia de trabalho, uma conscientização séria sobre o trabalho, principalmente no que tange a definir metas e objetivos antes de qualquer pronunciamento, muitas vezes circense e espetaculoso, desnecessário, causando apenas furor de “audiência” para a mídia em geral.
Será esse o real papel investigativo para que se tenha a veracidade dos fatos e uma conclusão que possa gerar, para a população, algum grau de credibilidade na isenção e imparcialidade na apuração e principalmente que o resultado final reflita realmente o que ocorreu com a conseqüente punição exemplar dos responsáveis? Temos isso nesses três lamentáveis episódios?
Tivemos a bem pouco tempo o julgamento dos Nardoni que, sem uma confissão, deu margem a uma série de dúvidas sobre se efetivamente o casal matou a pequena Isabela. Foram julgados e condenados segundo os “experts” em cima de provas periciais indiscutíveis, mas, e sempre fica o” mas”, sem a confissão real, a pontinha de desconfiança sempre fica.
Nesses três casos nota-se que o andamento das investigações e o dia a dia informado na mídia faz com que haja mais preocupação com aparições na mídia , inclusive com caras e bocas de delegados , do que afirmações com convicção e provas irrefutáveis acerca de quem sejam os verdadeiros responsáveis, assim como de que forma cometeram ais crimes. É o que se espera que aconteça.
(*) Aposentado e agora comerciante morador em Santarém
Cheiro de mudanças
Começa a pairar no ar de Santarém cheiro de mudanças.
Avisos de novas empresas.
Pessoal diferente circulando pela região. Interesse de aquisição de áreas.
Noticias de investimentos nas regiões próximas de Santarém.
Tudo isso gera expectativa que muito em breve podemos visualizar mudanças que reflitam diretamente em nossa economia.
Geração de empregos e rendas principalmente.
E nisso vai um alerta para que se inicie um preparo para as mudanças evitando-se o chamado "perder o trem" ou como dizia no tempo do meu avô ou do meu pai "perder o bonde”.
Muitas vezes ele passa uma vez e se deixar passar a chance de retomada pode ser mais difícil.
Fica o alerta e continuamos na torcida que tudo isso se torne realidade para desespero principalmente dos "ecos-chatos".
Avisos de novas empresas.
Pessoal diferente circulando pela região. Interesse de aquisição de áreas.
Noticias de investimentos nas regiões próximas de Santarém.
Tudo isso gera expectativa que muito em breve podemos visualizar mudanças que reflitam diretamente em nossa economia.
Geração de empregos e rendas principalmente.
E nisso vai um alerta para que se inicie um preparo para as mudanças evitando-se o chamado "perder o trem" ou como dizia no tempo do meu avô ou do meu pai "perder o bonde”.
Muitas vezes ele passa uma vez e se deixar passar a chance de retomada pode ser mais difícil.
Não custa nada relembrar o refrão da letra de uma música famosa nos anos de 1968/1969, chamada: "Prá não dizer que não falei das flores" de autoria de Geraldo Vandré que diz:
“... Vem vamos embora que esperar não é saber...
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer "Fica o alerta e continuamos na torcida que tudo isso se torne realidade para desespero principalmente dos "ecos-chatos".
A "avacalhação" de Lula
Gilberto Dimenstein (*)
Indagado sobre como via a campanha criada na internet para que se envolvesse diretamente na pressão contra a morte a mulher iraniana, acusada de trair o marido, Lula disse o seguinte: as leis dos países devem ser respeitadas para não virar "avacalhação". Em essência, é a afirmação que fez ao evitar criticar Cuba por seus presos políticos, comparados a bandidos comuns.
Uma coisa é aceitar uma lei num país democrático, com amplo direito à defesa, onde as liberdades são respeitadas. Não é o caso do Irã --e, muito menos, da mulher acusada de trair o marido, que pode ser morta a pedradas.
Imagine se, durante o regime militar, Lula preso por lutar pelas liberdades, os presidentes de outros países falassem a mesma frase. Afinal, ele foi preso conforme as leis vigentes na época.
Para completar a "avacalhação", lembremos que Lula pessoalmente agiu para libertar quatro traficantes brasileiros na ditadura da Síria. Será que os traficantes merecem muito mais consideração?
É uma pena a posição de Lula. Ele é das poucas vozes do mundo que poderiam ser ouvidas no Irã, afinal ele se desgastou e está se desgastando para evitar as retaliações contra aquele país, envolvido em projetos nucleares acusados de visar a construção da bomba.
(*) Membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz.
Indagado sobre como via a campanha criada na internet para que se envolvesse diretamente na pressão contra a morte a mulher iraniana, acusada de trair o marido, Lula disse o seguinte: as leis dos países devem ser respeitadas para não virar "avacalhação". Em essência, é a afirmação que fez ao evitar criticar Cuba por seus presos políticos, comparados a bandidos comuns.
Uma coisa é aceitar uma lei num país democrático, com amplo direito à defesa, onde as liberdades são respeitadas. Não é o caso do Irã --e, muito menos, da mulher acusada de trair o marido, que pode ser morta a pedradas.
Imagine se, durante o regime militar, Lula preso por lutar pelas liberdades, os presidentes de outros países falassem a mesma frase. Afinal, ele foi preso conforme as leis vigentes na época.
Para completar a "avacalhação", lembremos que Lula pessoalmente agiu para libertar quatro traficantes brasileiros na ditadura da Síria. Será que os traficantes merecem muito mais consideração?
É uma pena a posição de Lula. Ele é das poucas vozes do mundo que poderiam ser ouvidas no Irã, afinal ele se desgastou e está se desgastando para evitar as retaliações contra aquele país, envolvido em projetos nucleares acusados de visar a construção da bomba.
(*) Membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz.
Paradoxo do tempo
George Carlin (*)
"Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre!!!!!
(*) Humorista, Ator e Autor norte-americano. Morreu em 2008
"Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre!!!!!
(*) Humorista, Ator e Autor norte-americano. Morreu em 2008
O peso do pênalti
Antero Greco para O Estado de S.Paulo
Neymar tem pouco tempo de carreira e já virou centro de algumas polêmicas. A mais recente surgiu anteontem, por causa da gaiatice com que bateu ? e perdeu ? pênalti contra o Vitória. A falha em momento decisivo fez com que se transformasse em personagem do jogo. Vilão, claro. Moleque, irresponsável, imaturo foram alguns adjetivos desencavados para classificar sua tentativa frustrada de enganar Lee com uma cavadinha sutil. O goleiro do time baiano não caiu na conversa e fez defesa fácil.
Não condeno Neymar nem vou engrossar o coro dos que o consideram um caso de máscara precoce e irreversível. Noto nesse rótulo desejo inconsciente de ver uma promessa de craque quebrar a cara, só para se ter o gostinho de dizer "Não falei? Não valia nada". Ou mal-disfarçada reação de dor de cotovelo.
Ao contrário, torço para que todo dia surja um candidato a astro ? e que a maioria, senão todos, se torne realidade. A alegria de acompanhar futebol, pra mim, está nos jogadores habilidosos, aqueles que nos fazem sonhar. Ou será que vivemos numa era em que se deve incensar os brucutus preocupados em atingir canelas e maltratar a bola? A mediocridade é que deve dar o tom?
Neymar tentou ser diferente, e esse é um dos aspectos que moldam o caráter de quem foge da média e procura driblar o lugar-comum. Teve êxito em outras ocasiões ? lembram do pênalti que fez Rogério Ceni cair sentado? ? e foi incensado. Dessa vez, errou a dose e desperdiçou chance de aumentar a vantagem do Santos, que vencia por 1 a 0.
O episódio pode funcionar como lição em vez de ser encarado como prova definitiva de que enveredou pelo caminho torto da prepotência. Derrapadas aprimoram pessoas inteligentes e talentosas. E, até prova em contrário, o rapaz tem essas qualidades. Sem contar que, aos 18 anos, todos somos meio tontos. Não é diferente com Neymar. Trata-se de um garoto em fim de adolescência que, de uma hora para outra, se viu cercado de atenção. Por maior que seja o equilíbrio a guinada mexe com a cabeça.
A máscara muitas vezes é só uma etapa da vida. Tenho amigos médicos extraordinários que, no começo da carreira, desfilavam com estetoscópio pendurado no pescoço. Pura exibição. Tropeço até hoje em jornalistas que se acham o máximo tão logo começam a ver seus nomes nas reportagens ou ao serem reconhecidos na rua porque aparecem na tevê. Felizmente, com o tempo, grande parte percebe que a recompensa pelo valor do que fazem virá pela dedicação, pelo currículo, e não por símbolos externos. Então, ficam seguros e a máscara cai.
Neymar pode estar nesse processo. Antes de condená-lo à vala dos casos perdidos, vale a pena investir. Ele precisa da convivência com gente bem intencionada, com bom senso, que o ajude a melhorar. Pessoas que possam aconselhá-lo a ser sério, sem ser sisudo, leve sem ser leviano. Não se deve podar a iniciativa, a criatividade, mas apontar alternativas.
Por exemplo: Neymar surpreenderia Lee se tivesse batido com força, no canto. Seria uma bela molecagem, justamente porque o goleiro esperava o toquinho.
Não se descarta assim diamante bruto. Se resultar num falso brilhante, não há como driblar um zagueiro implacável: o tempo. Esse cuida de dar dimensão exata para tudo.
(*) Jornalista esportivo, Comentarista dos programas Sportscenter (ESPN Brasil), Colunista de "O Estado de S. Paulo".
Neymar tem pouco tempo de carreira e já virou centro de algumas polêmicas. A mais recente surgiu anteontem, por causa da gaiatice com que bateu ? e perdeu ? pênalti contra o Vitória. A falha em momento decisivo fez com que se transformasse em personagem do jogo. Vilão, claro. Moleque, irresponsável, imaturo foram alguns adjetivos desencavados para classificar sua tentativa frustrada de enganar Lee com uma cavadinha sutil. O goleiro do time baiano não caiu na conversa e fez defesa fácil.
Não condeno Neymar nem vou engrossar o coro dos que o consideram um caso de máscara precoce e irreversível. Noto nesse rótulo desejo inconsciente de ver uma promessa de craque quebrar a cara, só para se ter o gostinho de dizer "Não falei? Não valia nada". Ou mal-disfarçada reação de dor de cotovelo.
Ao contrário, torço para que todo dia surja um candidato a astro ? e que a maioria, senão todos, se torne realidade. A alegria de acompanhar futebol, pra mim, está nos jogadores habilidosos, aqueles que nos fazem sonhar. Ou será que vivemos numa era em que se deve incensar os brucutus preocupados em atingir canelas e maltratar a bola? A mediocridade é que deve dar o tom?
Neymar tentou ser diferente, e esse é um dos aspectos que moldam o caráter de quem foge da média e procura driblar o lugar-comum. Teve êxito em outras ocasiões ? lembram do pênalti que fez Rogério Ceni cair sentado? ? e foi incensado. Dessa vez, errou a dose e desperdiçou chance de aumentar a vantagem do Santos, que vencia por 1 a 0.
O episódio pode funcionar como lição em vez de ser encarado como prova definitiva de que enveredou pelo caminho torto da prepotência. Derrapadas aprimoram pessoas inteligentes e talentosas. E, até prova em contrário, o rapaz tem essas qualidades. Sem contar que, aos 18 anos, todos somos meio tontos. Não é diferente com Neymar. Trata-se de um garoto em fim de adolescência que, de uma hora para outra, se viu cercado de atenção. Por maior que seja o equilíbrio a guinada mexe com a cabeça.
A máscara muitas vezes é só uma etapa da vida. Tenho amigos médicos extraordinários que, no começo da carreira, desfilavam com estetoscópio pendurado no pescoço. Pura exibição. Tropeço até hoje em jornalistas que se acham o máximo tão logo começam a ver seus nomes nas reportagens ou ao serem reconhecidos na rua porque aparecem na tevê. Felizmente, com o tempo, grande parte percebe que a recompensa pelo valor do que fazem virá pela dedicação, pelo currículo, e não por símbolos externos. Então, ficam seguros e a máscara cai.
Neymar pode estar nesse processo. Antes de condená-lo à vala dos casos perdidos, vale a pena investir. Ele precisa da convivência com gente bem intencionada, com bom senso, que o ajude a melhorar. Pessoas que possam aconselhá-lo a ser sério, sem ser sisudo, leve sem ser leviano. Não se deve podar a iniciativa, a criatividade, mas apontar alternativas.
Por exemplo: Neymar surpreenderia Lee se tivesse batido com força, no canto. Seria uma bela molecagem, justamente porque o goleiro esperava o toquinho.
Não se descarta assim diamante bruto. Se resultar num falso brilhante, não há como driblar um zagueiro implacável: o tempo. Esse cuida de dar dimensão exata para tudo.
(*) Jornalista esportivo, Comentarista dos programas Sportscenter (ESPN Brasil), Colunista de "O Estado de S. Paulo".
Ainda Bolsa Família
Bolsa Família não é resposta à pobreza urbana, diz Economist
A revista britânica The Economist traz em sua edição desta semana um longo artigo sobre o Bolsa Família, no qual afirma que, apesar da grande contribuição do programa para a redução dos índices de pobreza do Brasil, ele parece não funcionar tão bem no combate à pobreza nas grandes cidades. De acordo com a revista - que cita dados da Fundação Getúlio Vargas - cerca de um sexto da redução da pobreza no país nos últimos anos pode ser atribuído ao Bolsa Família, "mas algumas evidências sugerem que o programa não está funcionando tão bem nas cidades como nas áreas rurais".
"O sucesso do Brasil em reduzir a pobreza parece ser maior nas áreas rurais que nas urbanas", diz o artigo, que cita dados das Nações Unidas que indicam que houve uma redução de 15 pontos percentuais no número de pobres na população rural entre 2003 e 2008, enquanto nas cidades essa diminuição foi muito menor. Segundo a publicação, um dos principais fatores que levam a esta situação é o fato de o Bolsa Família ter substituído, a partir de 2003, uma série de outros benefícios que, somados, poderiam representar ganhos maiores para estas famílias das cidades que o montante concedido atualmente.
A revista comenta que o Bolsa Família acabou eliminando programas como o de combate a subnutrição infantil, os subsídios que eram dados à compra de gás de cozinha e o programa de ajuda a jovens entre 15 e 16 anos. "Embora seja difícil provar pela falta de dados oficiais, evidências sugerem que a quantia (atual) pode valer menos que os antigos benefícios", diz a revista.
Outro problema citado pela Economist é o fato de o programa ter tido pouco sucesso em reduzir o trabalho infantil. Segundo a publicação, crianças das cidades podem ganhar mais dinheiro "vendendo bugigangas ou trabalhando como empregados" do que ficando na escola para receber os benefícios. Embora afirme que estes fatores não signifiquem que o Bolsa Família seja "desperdício de dinheiro" nas áreas urbanas, o artigo diz, no entanto, que o programa não é a solução "mágica" como tem sido tratado no Brasil e em outros países
A revista britânica The Economist traz em sua edição desta semana um longo artigo sobre o Bolsa Família, no qual afirma que, apesar da grande contribuição do programa para a redução dos índices de pobreza do Brasil, ele parece não funcionar tão bem no combate à pobreza nas grandes cidades. De acordo com a revista - que cita dados da Fundação Getúlio Vargas - cerca de um sexto da redução da pobreza no país nos últimos anos pode ser atribuído ao Bolsa Família, "mas algumas evidências sugerem que o programa não está funcionando tão bem nas cidades como nas áreas rurais".
"O sucesso do Brasil em reduzir a pobreza parece ser maior nas áreas rurais que nas urbanas", diz o artigo, que cita dados das Nações Unidas que indicam que houve uma redução de 15 pontos percentuais no número de pobres na população rural entre 2003 e 2008, enquanto nas cidades essa diminuição foi muito menor. Segundo a publicação, um dos principais fatores que levam a esta situação é o fato de o Bolsa Família ter substituído, a partir de 2003, uma série de outros benefícios que, somados, poderiam representar ganhos maiores para estas famílias das cidades que o montante concedido atualmente.
A revista comenta que o Bolsa Família acabou eliminando programas como o de combate a subnutrição infantil, os subsídios que eram dados à compra de gás de cozinha e o programa de ajuda a jovens entre 15 e 16 anos. "Embora seja difícil provar pela falta de dados oficiais, evidências sugerem que a quantia (atual) pode valer menos que os antigos benefícios", diz a revista.
Outro problema citado pela Economist é o fato de o programa ter tido pouco sucesso em reduzir o trabalho infantil. Segundo a publicação, crianças das cidades podem ganhar mais dinheiro "vendendo bugigangas ou trabalhando como empregados" do que ficando na escola para receber os benefícios. Embora afirme que estes fatores não signifiquem que o Bolsa Família seja "desperdício de dinheiro" nas áreas urbanas, o artigo diz, no entanto, que o programa não é a solução "mágica" como tem sido tratado no Brasil e em outros países
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Bela noticia
Amigos ligados a agricultura nos trazem na loja uma auspiciosa noticia que um forte grupo começa a se instalar em Alenquer e tirando do papel um projeto a respeito da produção de açaí dentro do mais alto padrão de qualidade e tecnologia, inclusive com uma grande área destinada ao cultivo com irrigação.
Objetivo sem dúvida é atender uma demanda nacional e internacional pelo nível a ser empregado.
Dentro dos planos além da produção se inclui a industrialização o que não deixa de ser mais um excelente noticia.
Não contentes ainda deixam a esperança de que na garupa do açaí pode vir também um projeto de produção de pupunha com mesmo objetivo.
Que venham e que venham rápido.
Está mais do que chegado na hora demostrar para muitos "orelhudos" que agronegócio não se restringe a soja e que nossa região tem condições de inúmeras novas produções usando o maior trunfo que ninguém possui que é um porto cuja distancia aos principais portos do mundo é muito menor que o sudeste do País.
Objetivo sem dúvida é atender uma demanda nacional e internacional pelo nível a ser empregado.
Dentro dos planos além da produção se inclui a industrialização o que não deixa de ser mais um excelente noticia.
Não contentes ainda deixam a esperança de que na garupa do açaí pode vir também um projeto de produção de pupunha com mesmo objetivo.
Que venham e que venham rápido.
Está mais do que chegado na hora demostrar para muitos "orelhudos" que agronegócio não se restringe a soja e que nossa região tem condições de inúmeras novas produções usando o maior trunfo que ninguém possui que é um porto cuja distancia aos principais portos do mundo é muito menor que o sudeste do País.
Pergunta sem resposta?
Quando é que Santarém terá um entreposto-central de compras de horti-fruti beneficiando a grande massa de produtores, principalmente de agricultura familiar?
Basta querer e seguir exemplos de inúmeras cidades do Brasil infinitamente menores e principalmente bem mais novas que Santarém, que possuem essa centralização de compras servindo de termômetro de preços, certeza de recepção, de armazenagem, de descarga e pagamento ao produtor.
Os demais revendedores é que deve ir a essa central adquirir os produtos para repasse.
Hoje continuamos a ver o Mercadão a ser um comprador sem espaço, sem estrutura e servindo de parâmetro apenas para os compradores que fazem o preço pela vontade do dia e não por um mercado de oferta e procura que fatalmente existiria se tivéssemos uma central. Uma mini-ceagesp.
Mas, isso em Santarém é utopia. É pensamento de velho gagá.
Um alerta. Tudo leva a crer que as coisas devem mudar e quem quiser e tem vontade em mudar terá espaço.
Basta querer e seguir exemplos de inúmeras cidades do Brasil infinitamente menores e principalmente bem mais novas que Santarém, que possuem essa centralização de compras servindo de termômetro de preços, certeza de recepção, de armazenagem, de descarga e pagamento ao produtor.
Os demais revendedores é que deve ir a essa central adquirir os produtos para repasse.
Hoje continuamos a ver o Mercadão a ser um comprador sem espaço, sem estrutura e servindo de parâmetro apenas para os compradores que fazem o preço pela vontade do dia e não por um mercado de oferta e procura que fatalmente existiria se tivéssemos uma central. Uma mini-ceagesp.
Mas, isso em Santarém é utopia. É pensamento de velho gagá.
Um alerta. Tudo leva a crer que as coisas devem mudar e quem quiser e tem vontade em mudar terá espaço.
Sindicalismo de "resultados"
Opinião do Estadão
A "indústria" de sindicatos, cada vez mais próspera desde que, por iniciativa do governo petista, as centrais passaram a receber 10% da arrecadação da contribuição sindical, está explorando até mesmo os aposentados. Graças ao desconto feito diretamente na fonte pela Previdência Social, somente no mês de junho 11 entidades conveniadas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) embolsaram mais de R$ 21 milhões.
Esse dinheiro é proveniente do desconto mensal de 2% no contracheque dos benefícios pagos aos aposentados, sob o pretexto de financiar entidades que "defendem" seus direitos, prometendo obter aumento das aposentadorias e oferecendo descontos em farmácias, consultas e excursões turísticas. O desconto é acertado diretamente com o Ministério da Previdência por essas entidades, que enviam para o INSS a lista de quem deve ter a contribuição de 2% mensalmente deduzida da aposentadoria.
Embora essa medida seja prevista pela Lei 8.213/91, que disciplina o pagamento das aposentadorias, o problema é que a maior parte dos segurados não autorizou formalmente o desconto ou, então, foi induzida a assinar a autorização no meio da papelada exigida para a formalização da aposentadoria. Muitos aposentados também não sabem que estão sustentando, com a parte que é subtraída de seus benefícios, a mordomia de espertalhões que converteram o sindicalismo em fonte de negócios escusos. Isto porque os contracheques do INSS estão disponíveis apenas na internet e a maioria dos aposentados que sofrem esse tipo de desconto não tem computador e não dispõe de condição financeira nem de conhecimento técnico para ir a uma lan house.
Das 11 entidades que se dizem representantes de aposentados, a maioria é desconhecida - União Nacional dos Aposentados Unidos, Associação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos e Central Nacional de Aposentados e Pensionistas do Brasil. Das entidades que têm representatividade, algumas são filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras, à Força Sindical, destacando-se a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e a Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários. Algumas alegaram que a inclusão de quem não autorizou o desconto dos 2% dos benefícios nas listagens encaminhadas ao INSS decorreu de erro de digitação e de "falhas administrativas". Outras entidades nem mesmo apresentam justificativa - até porque o esquema por elas montado para engordar o caixa beira o estelionato.
O mais grave é que esse ataque acintoso ao bolso dos aposentados parece ter apoio do governo. Isto porque, em vez de determinar ao INSS a suspensão sumária do desconto de quem não concedeu a autorização formal exigida por lei e obrigar as entidades sindicais a ressarcir o que cobraram de forma irregular, como seria de esperar, o Ministério da Previdência complica com deliberada burocracia a vida dos inativos que quiserem deixar de ser descontados.
Numa recente visita do ministro Carlos Gabas à sede da Confederação Brasileira dos Aposentados, ficou decidido que quem quiser ter o desconto suspenso precisará ir até o sindicato ou à associação para solicitar pessoalmente o cancelamento de seu nome das listagens enviadas ao INSS. Os aposentados não poderão fazer esse pedido na agência bancária ou no posto do Ministério da Previdência onde recebem o benefício. A situação é absurda, pois trata-se de autoridades que aumentaram os prejuízos de aposentados que estão sendo lesados.
Advertido para o problema, o presidente do INSS, Valdir Simão, disse a O Globo que vai investigar as ocorrências. Ele também afirmou que os convênios firmados com as entidades sindicais são legais e que são feitas auditorias por amostragem a cada seis meses para verificar se as entidades dispõem da autorização dos associados para o desconto.
Dadas as proporções que esse abuso adquiriu, fica evidente a inépcia dessas auditorias e do esquema de fiscalização da autarquia.
A "indústria" de sindicatos, cada vez mais próspera desde que, por iniciativa do governo petista, as centrais passaram a receber 10% da arrecadação da contribuição sindical, está explorando até mesmo os aposentados. Graças ao desconto feito diretamente na fonte pela Previdência Social, somente no mês de junho 11 entidades conveniadas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) embolsaram mais de R$ 21 milhões.
Esse dinheiro é proveniente do desconto mensal de 2% no contracheque dos benefícios pagos aos aposentados, sob o pretexto de financiar entidades que "defendem" seus direitos, prometendo obter aumento das aposentadorias e oferecendo descontos em farmácias, consultas e excursões turísticas. O desconto é acertado diretamente com o Ministério da Previdência por essas entidades, que enviam para o INSS a lista de quem deve ter a contribuição de 2% mensalmente deduzida da aposentadoria.
Embora essa medida seja prevista pela Lei 8.213/91, que disciplina o pagamento das aposentadorias, o problema é que a maior parte dos segurados não autorizou formalmente o desconto ou, então, foi induzida a assinar a autorização no meio da papelada exigida para a formalização da aposentadoria. Muitos aposentados também não sabem que estão sustentando, com a parte que é subtraída de seus benefícios, a mordomia de espertalhões que converteram o sindicalismo em fonte de negócios escusos. Isto porque os contracheques do INSS estão disponíveis apenas na internet e a maioria dos aposentados que sofrem esse tipo de desconto não tem computador e não dispõe de condição financeira nem de conhecimento técnico para ir a uma lan house.
Das 11 entidades que se dizem representantes de aposentados, a maioria é desconhecida - União Nacional dos Aposentados Unidos, Associação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos e Central Nacional de Aposentados e Pensionistas do Brasil. Das entidades que têm representatividade, algumas são filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras, à Força Sindical, destacando-se a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e a Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários. Algumas alegaram que a inclusão de quem não autorizou o desconto dos 2% dos benefícios nas listagens encaminhadas ao INSS decorreu de erro de digitação e de "falhas administrativas". Outras entidades nem mesmo apresentam justificativa - até porque o esquema por elas montado para engordar o caixa beira o estelionato.
O mais grave é que esse ataque acintoso ao bolso dos aposentados parece ter apoio do governo. Isto porque, em vez de determinar ao INSS a suspensão sumária do desconto de quem não concedeu a autorização formal exigida por lei e obrigar as entidades sindicais a ressarcir o que cobraram de forma irregular, como seria de esperar, o Ministério da Previdência complica com deliberada burocracia a vida dos inativos que quiserem deixar de ser descontados.
Numa recente visita do ministro Carlos Gabas à sede da Confederação Brasileira dos Aposentados, ficou decidido que quem quiser ter o desconto suspenso precisará ir até o sindicato ou à associação para solicitar pessoalmente o cancelamento de seu nome das listagens enviadas ao INSS. Os aposentados não poderão fazer esse pedido na agência bancária ou no posto do Ministério da Previdência onde recebem o benefício. A situação é absurda, pois trata-se de autoridades que aumentaram os prejuízos de aposentados que estão sendo lesados.
Advertido para o problema, o presidente do INSS, Valdir Simão, disse a O Globo que vai investigar as ocorrências. Ele também afirmou que os convênios firmados com as entidades sindicais são legais e que são feitas auditorias por amostragem a cada seis meses para verificar se as entidades dispõem da autorização dos associados para o desconto.
Dadas as proporções que esse abuso adquiriu, fica evidente a inépcia dessas auditorias e do esquema de fiscalização da autarquia.
Dando pitaco no texto
Leio com atenção o texto do Padre Edilberto sobre Bolsa Família.
E me permito a um pitaco sem querer discordar.
Chama atenção um fato o qual já presenciei por várias vezes.
Ou seja, o total desinteresse de integrantes da chamada Bolsa Família de sair dessa lista.
Por várias vezes, aqui na nossa região, acompanhei a chamada de casais para o trabalho de caseiros de sítios e a imposição era de que não fossem assinadas as carteiras de trabalho para evitar a perda dessa Bolsa.
Ou seja, não há interesse de deixar a esmola. Ele quer além do emprego que essa esmola continue.
Não se pode generalizar diante dessa montanha de beneficiários, mas que esse fato é real, não há como contestar.
Idem quanto à contratação de empregadas domésticas.
Recordo uma nota já publicada no blog sobre um curso realizado na região nordeste do País financiado pelo Governo Federal junto ao SENAI com a imposição de que somente integrantes da Bolsa Família poderiam participar do curso cujo objetivo era colocação nas pequenas indústrias têxteis. A noticia dava conta que 500 pessoas participaram do curso de 3 meses de duração e na hora da chamada para serem admitidos veio a surpresa que nenhum deles queria que houvesse registro em carteira, fato obrigatório para inclusão em alguma empresa séria.
Vai daí que há casos e causos e que nem tudo é culpa da elite.
Rabiscos do Antenor
E me permito a um pitaco sem querer discordar.
Chama atenção um fato o qual já presenciei por várias vezes.
Ou seja, o total desinteresse de integrantes da chamada Bolsa Família de sair dessa lista.
Por várias vezes, aqui na nossa região, acompanhei a chamada de casais para o trabalho de caseiros de sítios e a imposição era de que não fossem assinadas as carteiras de trabalho para evitar a perda dessa Bolsa.
Ou seja, não há interesse de deixar a esmola. Ele quer além do emprego que essa esmola continue.
Não se pode generalizar diante dessa montanha de beneficiários, mas que esse fato é real, não há como contestar.
Idem quanto à contratação de empregadas domésticas.
Recordo uma nota já publicada no blog sobre um curso realizado na região nordeste do País financiado pelo Governo Federal junto ao SENAI com a imposição de que somente integrantes da Bolsa Família poderiam participar do curso cujo objetivo era colocação nas pequenas indústrias têxteis. A noticia dava conta que 500 pessoas participaram do curso de 3 meses de duração e na hora da chamada para serem admitidos veio a surpresa que nenhum deles queria que houvesse registro em carteira, fato obrigatório para inclusão em alguma empresa séria.
Vai daí que há casos e causos e que nem tudo é culpa da elite.
Rabiscos do Antenor
A quem serve o programa Bolsa Família ?
Padre Edilberto Sena (*)
Oito anos atrás, o governo federal criou um programa social de grande esperança para os pobres do Brasil, era o programa Fome Zero de Segurança alimentar. O primeiro passo, depois de montar uma equipe de pessoas bastante comprometidas com a luta social, com bispo, médica, entre outros, foi criar a Bolsa Família, melhorando uns programas populistas do governo anterior.
O presidente eleito jurava publicamente, que ao final de seu mandato, queria que cada pessoa brasileira tivesse todo dia o café da manhã, o almoço e o jantar. Ao longo desses últimos anos o programa Fome Zero, deu alguns passos adiante, mas parou a meio do caminho. A maior parte da equipe séria original abandonou o trabalho por falta de coerência do governo e outras pessoas assumiram o serviço, acrescentaram alguns pontos como micro crédito, pro jovem, etc, mas não matou a fome dos mais pobres.
Ao final de oito anos, quando a economia do país parece ir muito bem e o governo brasileiro chega a emprestar bilhões de reais ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e auxilia flagelados do Haiti, o Bolsa Família, mesmo sendo elogiado por muitos, é criticado por boa gente também. Não reduziu a desigualdade social do país, mesmo que o governo faça propaganda elogiando a migalha que os miseráveis recebem cada mês.
Não há dúvida que alivia a fome de 53 milhões de pessoas que dependem do programa e recebem até R$ 145 reais por mês, se cumprirem as regras do jogo. A renda total dessas 12 mil e quinhentas famílias não passa de R$ 700,00, cada uma. Alivia a fome? Certamente que alivia em parte, pois uma família com cinco pessoas, num período como este de alto grau de desemprego e sub empregos, o salário mínimo para uma tal família deveria ser de R$ 2.200,00, segundo o DIEESE. Com até R$ 700,00 uma família de cinco pessoas mal e mal compra algumas coisinhas para comer e talvez pague luz e água.
Ora, só no município de Santarém são 115 mil pessoas que dependem do Bolsa Família (23.000 famílias segundo a Secretaria de assistência social do município) e portanto vivem abaixo da linha de pobreza, isto é, na miséria.
É uma pena que, em oito anos, o governo não tenha tirado seu povo da desigualdade mais escandalosa do planeta. Apenas deu o café da manhã, sem o almoço e o jantar.
Enquanto banqueiros, latifundiários e políticos tiveram todas as vantagens possíveis do crescimento econômico, um quarto da população do país continua dependendo das migalhas do Bolsa Família, na esperança de que um dia, um dia a vida vai melhorar.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural em Santarém
Oito anos atrás, o governo federal criou um programa social de grande esperança para os pobres do Brasil, era o programa Fome Zero de Segurança alimentar. O primeiro passo, depois de montar uma equipe de pessoas bastante comprometidas com a luta social, com bispo, médica, entre outros, foi criar a Bolsa Família, melhorando uns programas populistas do governo anterior.
O presidente eleito jurava publicamente, que ao final de seu mandato, queria que cada pessoa brasileira tivesse todo dia o café da manhã, o almoço e o jantar. Ao longo desses últimos anos o programa Fome Zero, deu alguns passos adiante, mas parou a meio do caminho. A maior parte da equipe séria original abandonou o trabalho por falta de coerência do governo e outras pessoas assumiram o serviço, acrescentaram alguns pontos como micro crédito, pro jovem, etc, mas não matou a fome dos mais pobres.
Ao final de oito anos, quando a economia do país parece ir muito bem e o governo brasileiro chega a emprestar bilhões de reais ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e auxilia flagelados do Haiti, o Bolsa Família, mesmo sendo elogiado por muitos, é criticado por boa gente também. Não reduziu a desigualdade social do país, mesmo que o governo faça propaganda elogiando a migalha que os miseráveis recebem cada mês.
Não há dúvida que alivia a fome de 53 milhões de pessoas que dependem do programa e recebem até R$ 145 reais por mês, se cumprirem as regras do jogo. A renda total dessas 12 mil e quinhentas famílias não passa de R$ 700,00, cada uma. Alivia a fome? Certamente que alivia em parte, pois uma família com cinco pessoas, num período como este de alto grau de desemprego e sub empregos, o salário mínimo para uma tal família deveria ser de R$ 2.200,00, segundo o DIEESE. Com até R$ 700,00 uma família de cinco pessoas mal e mal compra algumas coisinhas para comer e talvez pague luz e água.
Ora, só no município de Santarém são 115 mil pessoas que dependem do Bolsa Família (23.000 famílias segundo a Secretaria de assistência social do município) e portanto vivem abaixo da linha de pobreza, isto é, na miséria.
É uma pena que, em oito anos, o governo não tenha tirado seu povo da desigualdade mais escandalosa do planeta. Apenas deu o café da manhã, sem o almoço e o jantar.
Enquanto banqueiros, latifundiários e políticos tiveram todas as vantagens possíveis do crescimento econômico, um quarto da população do país continua dependendo das migalhas do Bolsa Família, na esperança de que um dia, um dia a vida vai melhorar.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural em Santarém
SUS
Cartão SUS, um fracasso Tucano-Petista
José Serra e Dilma Rousseff compartilham o fracasso da implantação do Cartão SUS, um projeto anunciado em 1997, que já comeu R$ 400 milhões da Viúva e até agora deu em nada. Fez água até mesmo em municípios onde seria realizada uma experiência piloto.
Nada melhor que uma campanha eleitoral para que digam como pretendem consertar o desastre. A ideia era boa: cada cidadão ganharia um plástico em cuja fita magnética estaria gravado seu histórico médico. Mataria a pau certas fraudes, facilitaria a cobrança do ressarcimento nos casos de clientes da rede de convênios privados e seguradoras. Desbastaria a floresta burocrática da saúde pública.
No final de 1997, quando o governo anunciou a novidade, o uso da internet na rede bancária ainda engatinhava. Passaram-se 12 anos e 31% das transações dos brasileiros são feitas em computadores pessoais. A rede tornou-se a principal plataforma de acesso ao sistema financeiro, com 8,4 bilhões de transações por ano, 23 milhões por dia. (O SUS faz 1,3 bilhão de transações anuais.)
Para a banca, funcionaram o interesse e a vitalidade da iniciativa privada. No Ministério da Saúde, prevaleceram o desinteresse, a cobiça dos intermediários de fornecedores e o horror que a burocracia da saúde (pública e privada) tem da transparência.
Dilma e Serra já fizeram duas palestras sobre saúde, esbanjaram platitudes e não tocaram no assunto. Assim como no caso do fracasso do ressarcimento do SUS pelas operadoras privadas, exercitaram o que a professora Lígia Bahia chama de “elipse discursiva”. Se os candidatos não sabem o que fazer, podem pedir à Febraban que envie uma força-tarefa ao Ministério da Saúde para coordenar o projeto.
Não se trata de explicar o que deu errado, nem de jogar a responsabilidade sobre a administração alheia. Bastam alguma honestidade no reconhecimento do fracasso e um compromisso com metas de custos e de prazos.
Quando Serra era ministro da Saúde, o PT acumulou denúncias contra as licitações do Cartão SUS e chegou pedir a criação de uma CPI. Os companheiros estão há sete anos no governo e não fizeram nada, nem CPI. O ministro José Gomes “ordenou em 2008 a reformulação” do projeto.
Até hoje, nada. Novas licitações, novos estudos e novas brigas resultaram no seguinte: milhares de terminais continuam empacotados, com sistemas operacionais e aparelhos caducos. Tanto no mandarinato tucano como no petista, o Cartão SUS só funcionou para empulhações publicitárias.
Se blá-blá-blá tucano resolvesse, em 1998 o sistema estaria implantado. Pela parolagem petista, desde 2001 haveria pelo menos 44 cidades servidas pelo cartão, beneficiando 13 milhões de pessoas.
O fracasso é explicado por diversos fatores: megalomania, guerras burocráticas, inépcia, ignorância, mais as velhas e boas redes de compadrio. Sempre que o governo precisa da internet para tomar dinheiro da choldra, sua capacidade é escandinava. Quando se trata de recorrer à informática para melhorar o serviço público, empilham-se desastres, espertezas e propaganda enganosa.
Se Dilma e Serra fizerem só aquilo que seus governos prometeram e não entregaram, Fernando Henrique Cardoso e Lula lhes agradecerão.
(*) Jornalista e Escritor ítalo-brasileiro. Comentarista do jornal Folha de São Paulo
Élio Gaspari (*)
José Serra e Dilma Rousseff compartilham o fracasso da implantação do Cartão SUS, um projeto anunciado em 1997, que já comeu R$ 400 milhões da Viúva e até agora deu em nada. Fez água até mesmo em municípios onde seria realizada uma experiência piloto.
Nada melhor que uma campanha eleitoral para que digam como pretendem consertar o desastre. A ideia era boa: cada cidadão ganharia um plástico em cuja fita magnética estaria gravado seu histórico médico. Mataria a pau certas fraudes, facilitaria a cobrança do ressarcimento nos casos de clientes da rede de convênios privados e seguradoras. Desbastaria a floresta burocrática da saúde pública.
No final de 1997, quando o governo anunciou a novidade, o uso da internet na rede bancária ainda engatinhava. Passaram-se 12 anos e 31% das transações dos brasileiros são feitas em computadores pessoais. A rede tornou-se a principal plataforma de acesso ao sistema financeiro, com 8,4 bilhões de transações por ano, 23 milhões por dia. (O SUS faz 1,3 bilhão de transações anuais.)
Para a banca, funcionaram o interesse e a vitalidade da iniciativa privada. No Ministério da Saúde, prevaleceram o desinteresse, a cobiça dos intermediários de fornecedores e o horror que a burocracia da saúde (pública e privada) tem da transparência.
Dilma e Serra já fizeram duas palestras sobre saúde, esbanjaram platitudes e não tocaram no assunto. Assim como no caso do fracasso do ressarcimento do SUS pelas operadoras privadas, exercitaram o que a professora Lígia Bahia chama de “elipse discursiva”. Se os candidatos não sabem o que fazer, podem pedir à Febraban que envie uma força-tarefa ao Ministério da Saúde para coordenar o projeto.
Não se trata de explicar o que deu errado, nem de jogar a responsabilidade sobre a administração alheia. Bastam alguma honestidade no reconhecimento do fracasso e um compromisso com metas de custos e de prazos.
Quando Serra era ministro da Saúde, o PT acumulou denúncias contra as licitações do Cartão SUS e chegou pedir a criação de uma CPI. Os companheiros estão há sete anos no governo e não fizeram nada, nem CPI. O ministro José Gomes “ordenou em 2008 a reformulação” do projeto.
Até hoje, nada. Novas licitações, novos estudos e novas brigas resultaram no seguinte: milhares de terminais continuam empacotados, com sistemas operacionais e aparelhos caducos. Tanto no mandarinato tucano como no petista, o Cartão SUS só funcionou para empulhações publicitárias.
Se blá-blá-blá tucano resolvesse, em 1998 o sistema estaria implantado. Pela parolagem petista, desde 2001 haveria pelo menos 44 cidades servidas pelo cartão, beneficiando 13 milhões de pessoas.
O fracasso é explicado por diversos fatores: megalomania, guerras burocráticas, inépcia, ignorância, mais as velhas e boas redes de compadrio. Sempre que o governo precisa da internet para tomar dinheiro da choldra, sua capacidade é escandinava. Quando se trata de recorrer à informática para melhorar o serviço público, empilham-se desastres, espertezas e propaganda enganosa.
Se Dilma e Serra fizerem só aquilo que seus governos prometeram e não entregaram, Fernando Henrique Cardoso e Lula lhes agradecerão.
(*) Jornalista e Escritor ítalo-brasileiro. Comentarista do jornal Folha de São Paulo
Belo prejuízo
Sem novidades, Nintendo tem prejuízo de US$ 289 mi
A produtora de jogos eletrônicos Nintendo divulgou nesta quinta-feira perdas de 25,2 bilhões de ienes (cerca de US$ 289 milhões) no segundo trimestre de 2010, comparado ao mesmo período do ano passado.
O prejuízo é resultado de vendas em queda e da falta de novos títulos. A companhia do personagem Mario Bros também culpa o iene fortalecido pelo balanço negativo.
A Nintendo vendeu 3,15 milhões de unidades do console DS no segundo trimestre, valor bem abaixo dos 5,97 milhões um ano antes. Os consumidores da marca compraram 22,4 milhões de jogos, ante 29 milhões no mesmo período do ano anterior.
A produtora de jogos eletrônicos Nintendo divulgou nesta quinta-feira perdas de 25,2 bilhões de ienes (cerca de US$ 289 milhões) no segundo trimestre de 2010, comparado ao mesmo período do ano passado.
O prejuízo é resultado de vendas em queda e da falta de novos títulos. A companhia do personagem Mario Bros também culpa o iene fortalecido pelo balanço negativo.
A Nintendo vendeu 3,15 milhões de unidades do console DS no segundo trimestre, valor bem abaixo dos 5,97 milhões um ano antes. Os consumidores da marca compraram 22,4 milhões de jogos, ante 29 milhões no mesmo período do ano anterior.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Estamos com fome de amor
Arnaldo Jabor (*)
Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!
(*) Cineasta, Crítico e Escritor brasileiro.
Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!
(*) Cineasta, Crítico e Escritor brasileiro.
Loja de Maridos
Foi inaugurada em New York , The Husband Store, uma nova e incrível loja, onde algumas damas vão para escolher um marido, outras para trocarem de marido, outras para tirar fotos e mostrarem para seus maridos, e etc e tal....
Na entrada, as clientes recebem instruções de como a loja funciona:
Tambem na entrada, uma placa grande:
Você pode visitar a loja APENAS UMA VEZ!
São seis andares e os atributos dos maridos à venda melhoram à medida que você sobe os andares...
Mas há uma restrição: pode comprar o marido de sua escolha em um andar ou subir mais um...
MAS NÃO PODE DESCER, a não ser para sair da loja, diretamente para a rua, sem marido, e com as mãos abanando...
Assim, uma dama foi até a loja para escolher um marido...
No primeiro andar, um cartaz na porta:
Andar 1 - Aqui todos os homens têm bons empregos... (qual mulher que não gosta de se sentir segura de ver o maridão se ralando...)
Não se contentando, subiu mais um andar...
No segundo andar, o cartaz dizia:
Andar 2 - Aqui os homens têm bons empregos e adoram crianças... (sonho de qualquer mulher... imaginem a mulher imaginando o maridão tomando conta dos pestinhas enquanto ela pode ir ao cabeleleiro, fazer compras, fofocar com as amigas...)
No terceiro andar, o aviso dizia:
Andar 3 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças e são todos bonitões... (é o maximo para uma mulher, na roda de amigas de cara já coloca um porta retrato do marido na mesa... essa foi pesada..)
"Uau!", ela disse perplexa, mas foi tentada e subiu mais um andar...
No andar seguinte, o aviso:
Andar 4 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitos e adoram ajudar nos trabalhos domésticos... (
"Ai, meu Deus", disse a mulher, mas tentada continuou subindo...
No andar seguinte, o aviso:
Andar 5 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitões, adoram ajudar nos trabalhos domésticos, e ainda são extremamente românticos e garanhões...
Dessa vez deu um xilique e quase desmaiou, mas pensou um pouco, suspirou, insistiu, e subiu até o 6º andar encontrando o seguinte aviso....
Andar 6 - Você é a visitante número 31.456.012 neste andar...
Não existem homens à venda aqui...
Este andar existe apenas para provar que as mulheres são impossíveis de agradar.... (ai, ai,ai..., só muda de endereço mesmo...)
Obrigado por visitar a Loja de Maridos ....
LOJA DE ESPOSAS (isso mesmo, elas não perdem ponto...)
Posteriormente, abriu uma loja do outro lado da rua, a Loja de Esposas, também com seis andares e idêntico ao regulamento para os compradores masculinos...
No 1º andar, mulheres que adoram fazer sexo...
No 2º andar, mulheres que adoram fazer sexo e são muito bonitas...
Os andares 3, 4, 5 e 6 nunca foram visitados...
Ô raça pra se contentar com tão pouco...
Na entrada, as clientes recebem instruções de como a loja funciona:
Tambem na entrada, uma placa grande:
Você pode visitar a loja APENAS UMA VEZ!
São seis andares e os atributos dos maridos à venda melhoram à medida que você sobe os andares...
Mas há uma restrição: pode comprar o marido de sua escolha em um andar ou subir mais um...
MAS NÃO PODE DESCER, a não ser para sair da loja, diretamente para a rua, sem marido, e com as mãos abanando...
Assim, uma dama foi até a loja para escolher um marido...
No primeiro andar, um cartaz na porta:
Andar 1 - Aqui todos os homens têm bons empregos... (qual mulher que não gosta de se sentir segura de ver o maridão se ralando...)
Não se contentando, subiu mais um andar...
No segundo andar, o cartaz dizia:
Andar 2 - Aqui os homens têm bons empregos e adoram crianças... (sonho de qualquer mulher... imaginem a mulher imaginando o maridão tomando conta dos pestinhas enquanto ela pode ir ao cabeleleiro, fazer compras, fofocar com as amigas...)
No terceiro andar, o aviso dizia:
Andar 3 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças e são todos bonitões... (é o maximo para uma mulher, na roda de amigas de cara já coloca um porta retrato do marido na mesa... essa foi pesada..)
"Uau!", ela disse perplexa, mas foi tentada e subiu mais um andar...
No andar seguinte, o aviso:
Andar 4 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitos e adoram ajudar nos trabalhos domésticos... (
"Ai, meu Deus", disse a mulher, mas tentada continuou subindo...
No andar seguinte, o aviso:
Andar 5 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitões, adoram ajudar nos trabalhos domésticos, e ainda são extremamente românticos e garanhões...
Dessa vez deu um xilique e quase desmaiou, mas pensou um pouco, suspirou, insistiu, e subiu até o 6º andar encontrando o seguinte aviso....
Andar 6 - Você é a visitante número 31.456.012 neste andar...
Não existem homens à venda aqui...
Este andar existe apenas para provar que as mulheres são impossíveis de agradar.... (ai, ai,ai..., só muda de endereço mesmo...)
Obrigado por visitar a Loja de Maridos ....
LOJA DE ESPOSAS (isso mesmo, elas não perdem ponto...)
Posteriormente, abriu uma loja do outro lado da rua, a Loja de Esposas, também com seis andares e idêntico ao regulamento para os compradores masculinos...
No 1º andar, mulheres que adoram fazer sexo...
No 2º andar, mulheres que adoram fazer sexo e são muito bonitas...
Os andares 3, 4, 5 e 6 nunca foram visitados...
Ô raça pra se contentar com tão pouco...
"A Bolsinha"
Em São Paulo, a 'bolsinha do feijão' resiste
Numa Zona Cerealista em transformação, cerca de 2 mil toneladas do grão são comercializadas por dia.
São Paulo - Com as mãos cheias de feijão, compradores chacoalham o produto para saber se está seco, observam a cor para saber a qualidade e frescor.
São cinco e meia da manhã no Brás e a "bolsinha de feijão" da Zona Cerealista está cheia, com feijão esparramado pelo chão, e os 27 corretores, que dela fazem parte há 10 anos, espalhados em baias nas extremidades do salão.
"Os pensadores do feijão estão ali", diz Elias Mello Saad José, diretor-tesoureiro da Bolsa de Cereais de São Paulo, órgão oficial do governo que fornece informações de preços de cereais para o governo e compradores, alé m de classificar e certificar produtos. "O dia em que isso acabar eu quero ver como vão ficar as coisas".
Apesar de não ser oficial, é nesse espaço que corretores expõem amostras de feijão de diferentes partes do Brasil, principalmente variações do carioca, e definem o valor do produto nacionalmente - o preço do feijão preto é definido no Rio de Janeiro.
Tudo funciona na base da oferta e procura.
Na bancada de cada corretor, há pequenos saquinhos de papel com diferentes qualidades e o número de sacos de 60 quilos disponível anotado a caneta.
Ainda que o consumo de feijão venha caindo nos últimos anos, todos os dias, quase dois milhões de quilos são comercializados na bolsinha. A partir das 7 horas da manhã, os armazéns de feijão já estão a todo vapor para administrar a chegada do produto. Caminhões estacionam na frente dos grandes portões voltados para a rua e então os carregadores, ou "saqueiros", entram em ação.
Boa parte dessa riqueza passa, literalmente, por suas cabeças, que equilibram os pesados sacos de 60 quilos das caçambas até as altas pilhas. Nascido em Taquarituba, no interior de São Paulo, André Cristiano da Silva, 35 anos, trabalhava, até 2006, como bóia-fria, no meio e no fim de ano, alternando com a atividade de carregador.
Apesar da experiência, quando se mudou para a zona cerealista demorou pelo menos uma semana para se adaptar ao ritmo de trabalho. Depois dos primeiros 15 dias parado, procurando emprego, começou a trabalhar tanto que nem sobrava tempo para tomar uma cerveja ou ouvir um samba. Chegava a virar 24 horas de trabalho. "Você apaga e continua andando. Você não sabe o cansaço", lembra.
O corretor Valdemar Ortega, eleito pelos corretores o administrador da "bolsinha de feijão", tem outro tipo de desafio: chegar todos os dias antes das cinco horas para organizar o início do "pregão". Além disso, precisa ficar antenado no decorrer das negociações, vendendo e atendendo o telefone para passar informações sobre preços e quantidades para gente do Brasil inteiro.
Na última quinta-feira, a saca do feijão (carioca pérola/rubi/comercial) na bolsinha era cotada por R$ 85,00 a R$ 90,00. O mercado de feijão é bastante volátil, principalmente por conta dos tradicionais altos e baixos da oferta no país.
Na safra 2009/10, que está sendo comercializada, a produção está estimada em 3,34 milhões de toneladas, 4,5% menos que no ciclo passado.
Quando Ortega, nascido no Brás, começou com corretagem, em 1966, não existia um local concentrando o comércio, como a bolsinha, e o feijão era muitas vezes vendido a granel. Ele levava as amostras pelas ruas do bairro, passando nos armazéns e, às vezes, reunia-se com outros corretores em um bar. Na época, os clientes passaram a procurar os corretores. Em mesas improvisadas para mostrar os produtos em dois ou três bares da rua Santa Rosa, Valdemar começou a dividir espaço com outros dez corretores, como Edison Geraldo Perli, que chegou, também de Taquarituba, em 1971. Perli abriu seu escritório na região em 1999, seguindo um processo de profissionalização que já ocorria havia alguns anos. Só ficou lá até o dia 2 de maio de 2000, quando foi inaugurada a bolsinha.
Como a maioria dos corretores da bolsinha, Perli começou a carreira "puxando feijão" para a zona cerealista. O corretor Nelson Lourenço, ou Topete, era caminhoneiro. Veio de Itapeva - como Taquarituba, também uma região produtora de feijão do Estado - para a bolsinha trabalhar com seu pai e depois substituí-lo. Segundo ele, essa "transição" de caminhoneiro para corretor ocorre pois o caminhoneiro conhece bem o mercado, o produtor e a zona cerealista. "É um cargo de confiança". Mas o caminhoneiro Wilson Souza Carneiro, 51 anos, não pretende mudar de profissão.
Há 30 anos no negócio de venda de feijão, ele gosta da estrada e sempre volta para Itararé para ver a esposa. Até vender o feijão, ele passa o tempo acompanhando o mercado na bolsinha, jogando baralho ou tomando cachaça. "Cheguei a ficar uma semana enroscado aqui", diz.
Quando o caminhão chega a um armazém, o motorista já está impaciente, ansioso para continuar viagem. Mas antes de se ver livre da carga, passa por uma balança destinada a cargas de feijão que chegam à zona cerealista. Então, os carregadores fazem um furo em cada um dos sacos para comparar a qualidade, tipo, secura, cor do produto com os grãos da amostragem do contratante. Se o feijão é outro e o se o grão escureceu por conta da umidade na viagem, mandam o produto embora. Quando o trabalho nos armazéns é grande, procura-se carregadores extras numa esquina conhecida como "pedra". André Cristiano da Silva freqüentou o ponto por oito meses até conseguir um emprego fixo com carteira assinada no armazém D. Tradição. Por enquanto vai se manter como "saqueiro", mas pretende, daqui a alguns anos, mudar-se para Miguelópolis, na divisa com Minas Gerais, e começar um negócio próprio: abrir um lava-rápido.
Sem ter pisado numa escola, o carregador baiano Vivaldo Serafim dos Santos, 32 anos, ex-bóia-fria, não faz muitos planos além de continuar seu atual ritmo de trabalho, morando no dormitório de seu armazém junto com outros três saqueiros. José de Souza já tem 66 anos, é aposentado, mas não pensa em parar de carregar os pesados sacos de batata e cebola, produtos também comercializados nos armazéns da Zona Cerealista.
Numa Zona Cerealista em transformação, cerca de 2 mil toneladas do grão são comercializadas por dia.
São Paulo - Com as mãos cheias de feijão, compradores chacoalham o produto para saber se está seco, observam a cor para saber a qualidade e frescor.
São cinco e meia da manhã no Brás e a "bolsinha de feijão" da Zona Cerealista está cheia, com feijão esparramado pelo chão, e os 27 corretores, que dela fazem parte há 10 anos, espalhados em baias nas extremidades do salão.
"Os pensadores do feijão estão ali", diz Elias Mello Saad José, diretor-tesoureiro da Bolsa de Cereais de São Paulo, órgão oficial do governo que fornece informações de preços de cereais para o governo e compradores, alé m de classificar e certificar produtos. "O dia em que isso acabar eu quero ver como vão ficar as coisas".
Apesar de não ser oficial, é nesse espaço que corretores expõem amostras de feijão de diferentes partes do Brasil, principalmente variações do carioca, e definem o valor do produto nacionalmente - o preço do feijão preto é definido no Rio de Janeiro.
Tudo funciona na base da oferta e procura.
Na bancada de cada corretor, há pequenos saquinhos de papel com diferentes qualidades e o número de sacos de 60 quilos disponível anotado a caneta.
Ainda que o consumo de feijão venha caindo nos últimos anos, todos os dias, quase dois milhões de quilos são comercializados na bolsinha. A partir das 7 horas da manhã, os armazéns de feijão já estão a todo vapor para administrar a chegada do produto. Caminhões estacionam na frente dos grandes portões voltados para a rua e então os carregadores, ou "saqueiros", entram em ação.
Boa parte dessa riqueza passa, literalmente, por suas cabeças, que equilibram os pesados sacos de 60 quilos das caçambas até as altas pilhas. Nascido em Taquarituba, no interior de São Paulo, André Cristiano da Silva, 35 anos, trabalhava, até 2006, como bóia-fria, no meio e no fim de ano, alternando com a atividade de carregador.
Apesar da experiência, quando se mudou para a zona cerealista demorou pelo menos uma semana para se adaptar ao ritmo de trabalho. Depois dos primeiros 15 dias parado, procurando emprego, começou a trabalhar tanto que nem sobrava tempo para tomar uma cerveja ou ouvir um samba. Chegava a virar 24 horas de trabalho. "Você apaga e continua andando. Você não sabe o cansaço", lembra.
O corretor Valdemar Ortega, eleito pelos corretores o administrador da "bolsinha de feijão", tem outro tipo de desafio: chegar todos os dias antes das cinco horas para organizar o início do "pregão". Além disso, precisa ficar antenado no decorrer das negociações, vendendo e atendendo o telefone para passar informações sobre preços e quantidades para gente do Brasil inteiro.
Na última quinta-feira, a saca do feijão (carioca pérola/rubi/comercial) na bolsinha era cotada por R$ 85,00 a R$ 90,00. O mercado de feijão é bastante volátil, principalmente por conta dos tradicionais altos e baixos da oferta no país.
Na safra 2009/10, que está sendo comercializada, a produção está estimada em 3,34 milhões de toneladas, 4,5% menos que no ciclo passado.
Quando Ortega, nascido no Brás, começou com corretagem, em 1966, não existia um local concentrando o comércio, como a bolsinha, e o feijão era muitas vezes vendido a granel. Ele levava as amostras pelas ruas do bairro, passando nos armazéns e, às vezes, reunia-se com outros corretores em um bar. Na época, os clientes passaram a procurar os corretores. Em mesas improvisadas para mostrar os produtos em dois ou três bares da rua Santa Rosa, Valdemar começou a dividir espaço com outros dez corretores, como Edison Geraldo Perli, que chegou, também de Taquarituba, em 1971. Perli abriu seu escritório na região em 1999, seguindo um processo de profissionalização que já ocorria havia alguns anos. Só ficou lá até o dia 2 de maio de 2000, quando foi inaugurada a bolsinha.
Como a maioria dos corretores da bolsinha, Perli começou a carreira "puxando feijão" para a zona cerealista. O corretor Nelson Lourenço, ou Topete, era caminhoneiro. Veio de Itapeva - como Taquarituba, também uma região produtora de feijão do Estado - para a bolsinha trabalhar com seu pai e depois substituí-lo. Segundo ele, essa "transição" de caminhoneiro para corretor ocorre pois o caminhoneiro conhece bem o mercado, o produtor e a zona cerealista. "É um cargo de confiança". Mas o caminhoneiro Wilson Souza Carneiro, 51 anos, não pretende mudar de profissão.
Há 30 anos no negócio de venda de feijão, ele gosta da estrada e sempre volta para Itararé para ver a esposa. Até vender o feijão, ele passa o tempo acompanhando o mercado na bolsinha, jogando baralho ou tomando cachaça. "Cheguei a ficar uma semana enroscado aqui", diz.
Quando o caminhão chega a um armazém, o motorista já está impaciente, ansioso para continuar viagem. Mas antes de se ver livre da carga, passa por uma balança destinada a cargas de feijão que chegam à zona cerealista. Então, os carregadores fazem um furo em cada um dos sacos para comparar a qualidade, tipo, secura, cor do produto com os grãos da amostragem do contratante. Se o feijão é outro e o se o grão escureceu por conta da umidade na viagem, mandam o produto embora. Quando o trabalho nos armazéns é grande, procura-se carregadores extras numa esquina conhecida como "pedra". André Cristiano da Silva freqüentou o ponto por oito meses até conseguir um emprego fixo com carteira assinada no armazém D. Tradição. Por enquanto vai se manter como "saqueiro", mas pretende, daqui a alguns anos, mudar-se para Miguelópolis, na divisa com Minas Gerais, e começar um negócio próprio: abrir um lava-rápido.
Sem ter pisado numa escola, o carregador baiano Vivaldo Serafim dos Santos, 32 anos, ex-bóia-fria, não faz muitos planos além de continuar seu atual ritmo de trabalho, morando no dormitório de seu armazém junto com outros três saqueiros. José de Souza já tem 66 anos, é aposentado, mas não pensa em parar de carregar os pesados sacos de batata e cebola, produtos também comercializados nos armazéns da Zona Cerealista.
Assinar:
Postagens (Atom)