quinta-feira, 30 de abril de 2015

Professor no Brasil

Professores no Brasil estão entre mais mal pagos em ranking internacional 

BBC Brasil 

O Brasil é o lanterninha em um ranking internacional que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, levando em conta parâmetros como os salários dos professores, as condições de trabalho na escola e o desempenho escolar dos alunos. 

O ranking é de setembro do ano passado, mas volta à tona no momento em que o governo paranaense aprova uma redução nos benefícios previdenciários dos professores do Estado. 

A votação da lei elevou as tensões e levou a um tumulto no qual pelo menos 170 pessoas ficaram feridas após a repressão policial de um protesto de professores em Curitiba. 
Os professores paranaenses estão em greve desde sábado (25 de abril). 

Em São Paulo, professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho. 

O estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil 

Nele, o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores, por exemplo. O valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra) fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas de Hungria e Indonésia. 

Os salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil). 

Os professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo lugar, o Chile, e menos de 8 em Portugal. 

Combinando fatores como estes com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como o mais ineficiente da lista. 

"Nossas conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para alcançar o objetivo da eficiência educacional", diz o relatório. Para a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual. 

Deficiências no gasto 
Os dados mais recentes da OCDE mostram as debilidades no gasto educacional brasileiro. Segundo a organização, o gasto do governo brasileiro com educação cresceu rapidamente desde o ano 2000, atingindo 19% do seu orçamento em 2011 – a média da OCDE foi de 13%. 

O gasto público com educação chegou a 6,1% do PIB brasileiro, acima da média da OCDE de 5,6%, e à frente da proporção de outros latino-americanos como Chile (4,5%) e México (5,2%). 

Porém, o gasto do Brasil com a educação pública foi o segundo menor de todos os países da OCDE e parceiros – US 3.066, contra uma média de US$ 9.487. 
O país ficou em 34º no ranking de 35 países da organização.

domingo, 26 de abril de 2015

Triângulo da morte

Eliane Cantanhêde (*) 

O encantado balanço da Petrobrás desencantou, confirmando, agora em números, qual o primeiro e maior problema da principal companhia brasileira: a ingerência política. Foi ela, a ingerência política, que fechou o triângulo mortal da corrupção, do péssimo gerenciamento e do represamento artificial das tarifas. Deu no que deu 

Essa conjunção maldita acabou com a saúde e com a imagem da Petrobrás no País e no mundo, mas o pior é que não foi uma exclusividade da Petrobrás, mas sim a marca dos anos do PT, particularmente dos anos Lula, nos órgãos públicos e nas estatais. Aparentemente, nada escapa. 

Foi por interesses políticos que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de sua posse, em janeiro de 2003, nomeou sindicalistas alinhados ao PT para a presidência da Petrobrás e para as diretoriais do Banco do Brasil, por exemplo, e fatiou os principais cargos da petroleira entre “companheiros” petistas e “operadores” dos partidos aliados. Só podia descambar para esse descalabro. 

O resultado mais gritante no balanço anunciado na noite de quarta-feira é o das perdas de R$ 6,2 bilhões por causa da corrupção e, apesar de nada módico, esse total é visto com muita desconfiança por especialistas. Há quem imagine que a sangria foi ainda maior. 
Se você nomeia um diretor para abastecer as contas do PT e bolsos de petistas, outro para rechear as contas do PMDB e carteiras de peemedebistas, um terceiro para engordar as contas do PP e o patrimônio de pepistas, deveria saber o que estava fazendo. Tudo isso se embolou com o velho cartel de empreiteiras e com os doleiros de sempre e a consequência é: corrupção. 

Mas há dois outros resultados irritantes no balanço apresentado pelo novo presidente da companhia, Aldemir Bendine. O segundo é o mau gerenciamento da empresa, o que não chega a ser surpreendente quando sindicalistas e apadrinhados se dão ao luxo de definir os investimentos da nossa Petrobrás para atender os interesses do Palácio do Planalto. 
É assim que surgem obras muito caras – e de potencial duvidoso – em Estados governados por amigos do rei. Sobressaem-se aí pomposas refinarias, agora abandonadas. 

O terceiro resultado é o efeito corrosivo do represamento político dos preços da gasolina para postos e consumidor. Lula segurou para não arranhar a sua já imensa popularidade. Deu tão certo que ele continuou segurando para se reeleger, para eleger Dilma da primeira vez, para reeleger Dilma em 2014. O efeito foi ótimo para eles e péssimo para a Petrobrás. 

Mais cedo ou mais tarde, essa conta chega para o consumidor/eleitor. E está chegando da forma mais perversa. Antes, o petróleo estava caro lá fora e a gasolina era barata aqui dentro. Agora, o petróleo está barato lá fora e a gasolina vai ficar mais cara aqui dentro. Senão, a conta não fecha, a credibilidade não volta, a “nova Petrobrás” anunciada em Nova York pelo ministro Joaquim Levy nunca vai aparecer.

Até lá, a “velha Petrobrás” é o grande “case” dos dois governos Lula. Quem descrever todas as nomeações políticas, o gerenciamento político e a administração política de preços da Petrobrás vai conseguir contar como foram os anos do PT nas estatais brasileiras. Sem esquecer de contar o final da história: nas campanhas, o PT atribuiu aos adversários a intenção de privatizar a Petrobrás, mas é o próprio governo do PT que vai sair vendendo tudo o que puder da petroleira para diminuir o prejuízo. Vão ter de vender muito, porque a Petrobrás é a empresa mais endividada do mundo. 

Detalhe constrangedor: foi justamente a ministra de Minas e Energia, depois chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás do pior e mais obscuro período da Petrobrás que acabou sendo eleita para suceder Lula – e ainda foi reeleita. 
Só para completar, a sua grande marca era a de… gerentona. 

(*) Jornalista

sábado, 25 de abril de 2015

Cargill eleva investimentos no Brasil

Valor Econômico 


Embalada por aumentos de receita e lucro no Brasil em 2014, a americana Cargill, maior empresa de agronegócios do mundo, acelera o passo para concluir, em 2015, um plano de investimentos de R$ 1,2 bilhão que tende a fortalecer a subsidiária local como uma de suas principais fontes de resultados entre os quase 70 países nos quais mantém operações diretas. 

Deflagrado no início de 2014, o plano, bienal, contabilizou aportes de R$ 640 milhões até dezembro. Restam, portanto, R$ 560 milhões, que estão sendo aplicados em diferentes frentes de negócios e também marcarão as comemorações dos 50 anos de atividades da companhia no país. Fundada em 1865 em Conover, Iowa, por William Wallace Cargill, a múlti aportou no Brasil em 1965. 

Sem ações negociadas em bolsa e controlada por um grupo de cerca de 100 membros das famílias Cargill e MacMillian, descendentes do patriarca W.W., a Cargill não dá sinais de que pretenda mexer em nenhum dos pilares básicos que em 150 anos a sedimentaram como a líder global de um setor cada vez mais concorrido, sobretudo a partir do recente avanço de tradings asiáticas cada vez mais voltadas a produtos agrícolas. 

Nesse sentido, ganham força os investimentos da empresa para otimizar o escoamento dos produtos originados no Brasil com destino ao mercado externo, como a ampliação do terminal portuário de Santarém e a implantação de uma estação de transbordo em Miritituba. Os projetos desenvolvidos no Pará estão recebendo aportes de R$ 240 milhões e R$ 200 milhões, respectivamente. 

Com capacidade para escoar 2 milhões de toneladas de grãos por ano, o terminal de Santarém está sendo ampliado para 5 milhões. Os trabalhos tiveram início em maio de 2014 e deverão estar concluídos no terceiro trimestre deste ano. Parte do aumento do volume previsto chegará ao terminal por via fluvial graças à estação de Miritituba, que recebeu licença de instalação em novembro e deverá ficar pronta em 2016. 

"A concorrência está acirrada e a busca por eficiência tem que ser constante e diferenciada. São grandes empresas na disputa, e produtores e consumidores ganham com isso", afirma Luiz Pretti, presidente da Cargill no Brasil. O executivo está na empresa desde 2005, quando se tornou o primeiro diretor financeiro brasileiro da subsidiária, e hoje também é membro do comitê mundial de risco da companhia, cuja sede há tempos é em Minneapolis, no Estado americano de Minnesota. 

Em meio a uma corrida movida por aportes em logística e também definida por "boas brigas" na originação dos diferentes produtos agrícolas movimentados pela empresa ­ especialmente grãos ­ e pela necessidade de elevar margens com a venda de produtos de maior valor agregado, Pretti não esconde sua satisfação com os resultados obtidos pela operação brasileira em 2014. 

Conforme balanço recém concluído, a receita líquida da Cargill no país alcançou R$ 26,2 bilhões no ano passado, 5,6% mais que em 2013, enquanto o lucro líquido cresceu expressivos 26% na comparação, para R$ 481 milhões. Parte desses resultados ajudaram a múlti a encerrar os nove primeiros meses de seu atual exercício, em 28 de fevereiro, com vendas globais consolidadas de US$ 92 bilhões e lucro líquido total de US$ 1,6 bilhão, 13% maior que em igual intervalo do exercício anterior. 

Os patamares mais elevados das cotações internacionais dos grãos no primeiro semestre do ano passado colaboraram para a elevação da receita da múlti no Brasil em 2014, enquanto a posterior queda dos preços beneficiou as margens de processamento de produtos como soja e milho. "Mas os números também mostram que nossos investimentos estão dando frutos", afirma Pretti. 

Além dos aportes em logística no Pará, o presidente da subsidiária brasileira realça que estão sendo aplicados R$ 240 milhões na ampliação da unidade de processamento de soja de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, e lembra que foram concluídas as expansões das plantas de Mairinque, em São Paulo, e de Itumbiara, em Goiás, que fortaleceram a oferta de óleos vegetais especiais da empresa. Esses óleos são vendidos no país com as marcas Liza, Purilev e Mazola. 

Na lista de Pretti também constam os cerca de R$ 450 milhões empregados na primeira biorrefinaria de processamento de milho da Cargill no país, inaugurada em 2014, e a ampliação, por R$ 15 milhões, da capacidade da linha de ácido cítrico da fábrica de Uberlândia, em Minas Gerais. O ácido cítrico é fornecido para clientes dos setores de alimentos, bebidas e limpeza, entre outros. 

Outras duas iniciativas importantes da companhia ganharam forma no ano passado: a primeira foi a criação da trading de açúcar Alvean, joint venture dividida em partes iguais com a Copersucar; a outra foi o estabelecimento da SJC Bionergia, em parceria com a USJ, que está desenvolvendo um projeto de R$ 160 milhões para a produção de etanol a partir do milho em Quirinópolis, em Goiás. Na SJC, Cargill e USJ têm participações de 15% cada e os 70% restantes estão nas mãos da Finep. 

Entre os diversos projetos que fazem parte do plano bienal de investimentos da Cargill no Brasil, o que tem exigido menos aportes é considerado um dos mais estratégicos. Segundo Solange Ferreira, controller da multinacional na América Latina, com o Centro de Serviços Compartilhados situado em Uberlândia, Minas Gerais, a companhia está concentrando quatro grandes funções no Brasil: financeira, compras, informática e recursos humanos. 

"O objetivo é melhorar nossos processos e ganhar eficiência", diz Solange, que está há 29 anos na Cargill e foi a primeira mulher a trabalhar na área financeira da companhia no Brasil. Já trabalham no centro mineiro cerca de 100 funcionários, número que deverá crescer para 250 até o fim de 2015. E essa otimização ganha peso em tempos de queda dos preços das principais commodities movimentadas pela empresa e das muitas incertezas que cercam a economia brasileira. 

Os efeitos dessa conjuntura mais adversa já começaram a aparecer. 
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), as exportações da Cargill a partir do Brasil renderam US$ 791,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, 20,5% menos que em igual intervalo de 2014. Parte dessa queda será compensada com o aumento dos volumes de grãos embarcados, já que, de janeiro a março, a disponibilidade de soja era mais baixa por causa de um atraso na colheita e a greve dos caminhoneiros em fevereiro também prejudicou o fluxo de escoamento. Mas, por outro lado, nada indica que os preços vão subir de forma expressiva ao longo dos próximos meses. 

Pretti também reconhece que o consumo de produtos mais sofisticados no varejo doméstico já não é mais o mesmo, uma tendência que não era observada em 2014. 
Mas, segundo ele, o cenário não é tão grave a ponto de reduzir a importância do Brasil no tabuleiro global da multinacional americana.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A guerra do PT

Opinião do Estadão 

O PT julga que está em guerra. É o que está escrito, com todas as letras, nas “teses” apresentadas pelas diversas facções que compõem o partido e que serão debatidas no 5.º Congresso Nacional petista, em junho. 

De que guerra falam os petistas? Contra quem eles acreditam travar batalhas de vida ou morte, em plena democracia? Qual seria o terrível casus belli a invocar, posto que todos os direitos políticos estão em vigor e as instituições funcionam perfeitamente? 

As respostas a essas perguntas vêm sendo dadas quase todos os dias por dirigentes do PT interessados, antes de tudo, em confundir uma opinião pública crescentemente hostil ao “jeito petista” de administrar o País. O que as “teses” belicosas do partido fazem é revelar, em termos cristalinos, o tamanho da disposição petista em não largar o osso. 

“Precisamos de um partido para os tempos de guerra”, conclama a Articulação de Esquerda em sua contribuição para o congresso do partido. Pode-se argumentar que essa facção está entre as mais radicais do PT, mas o mesmo tom, inclusive com terminologia própria dos campos de batalha, é usado em todas as outras “teses”. Tida como “moderada”, a chapa majoritária O Partido que Muda o Brasil avisa que “é chegado o momento de desencadear uma contraofensiva política e ideológica que nos permita retomar a iniciativa”. 

A tendência Diálogo e Ação Petista conclama os petistas a fazer a “defesa dos trabalhadores e da nação”, como se o Brasil estivesse sob ameaça de invasão, e diz que as “trincheiras” estão definidas: de um lado, a “direita reacionária”; de outro, os “oprimidos”. A chapa Mensagem ao Partido quer nada menos que “refundar o Estado brasileiro”, por meio de uma “revolução democrática” – pois o “modelo formal de democracia”, este que vigora hoje no Brasil, com plena liberdade política e de organização, “não enfrenta radicalmente as desigualdades de renda e de poder”. 

Da leitura das “teses” conclui-se que o principal inimigo dos petistas é o Congresso, pois é lá que, segundo eles dizem, se aglutinam as tais forças reacionárias. O problema – convenhamos – é que o Congresso representa a Nação, o povo. Se o Congresso resiste a aceitar a agenda do PT, então a solução é uma “Constituinte soberana e exclusiva”, cuja tarefa é atropelar a vontade popular manifestada pelo voto e mudar as regras do jogo para consolidar o poder das “forças progressistas” – isto é, o próprio PT. 

Uma vez tendo decidido que vivem um estado de guerra e estabelecidos quem são os inimigos, os petistas criam a justificativa para apelar a recursos de exceção – o chamado “vale-tudo”. O principal armamento do arsenal petista, como já ficou claro, é o embuste. O partido que apenas nos últimos dez anos teve dois tesoureiros presos sob acusação de corrupção, que teve importantes dirigentes condenados em razão do escândalo da compra de apoio político no Congresso e que é apontado como um dos principais beneficiários da pilhagem da Petrobrás é o mesmo que diz ter dado ao País “instrumentos inéditos” para punir corruptos. Há alguns dias, o ex-presidente Lula chegou ao cúmulo de afirmar que os brasileiros deveriam “agradecer” ao PT por “ter tirado o tapete que escondia a corrupção”. 

É essa impostura que transforma criminosos em “guerreiros do povo brasileiro”, como foram tratados os mensaleiros encarcerados. Foi essa inversão moral que levou o governador petista de Minas, Fernando Pimentel, a condecorar o líder do MST, João Pedro Stédile, um notório fora da lei, com a Medalha da Inconfidência, que celebra a saga libertária de Tiradentes. A ofensiva dos petistas é também contra a memória nacional. 

Ao explorar a imagem da guerra para impor sua vontade aos adversários – inclusive o povo –, o PT reafirma seu espírito totalitário. A democracia, segundo essa visão, só é válida enquanto o partido não vê seu poder ameaçado. No momento em que forças de oposição conseguem um mínimo de organização e em que a maioria dos eleitores condena seu modo de governar, então é hora de “aperfeiçoar” a democracia – senha para a substituição do regime representativo, com alternância no poder, por um sistema de governo que possa ser totalmente controlado pelo PT, agora e sempre.

Sintomas do Câncer de Próstata

Problemas cardiovasculares, câncer de pulmão, de pele e de próstata estão na lista das doenças que mais afetam os homens. O alcoolismo, o tabagismo, a má alimentação e a falta da prática de atividade física são os principais fatores que ocasionam muitas dessas doenças. Por isso conheça mais sobre os sintomas do câncer de próstata. 

Entenda o que é o câncer de próstata 
O câncer de próstata se desenvolve na glândula do órgão reprodutor masculino, responsável pelo armazenamento e produção do sêmen. Os homens que se encontram na zona de risco são os acima de 50 anos, obesos ou que tenham algum histórico da doença na família. Pesquisas também apontaram que negros tem maior risco de desenvolverem esse tipo de câncer, por isso devem recorrer aos exames mais cedo, com 45 anos. 
Homens com propensão genética devem recorrer ao médico já aos 40 anos. 

O diagnóstico antecipado é a melhor maneira evitar futuras complicações. 
Ele deve ser feito periodicamente a partir dos 50 anos de idade através de um exame físico (o toque retal) e exame de sangue PSA. O médico responsável pela saúde masculina é do ramo da Andrologia, e o médico a ser procuro é um urologista. Muitas pessoas cometem o equívoco de procurar um proctologista, médico que trata doenças do ânus e reto. 

O medo que muitos homens sentem quanto ao exame físico do câncer de próstata tem sido o principal motivo de campanhas governamentais sobre o assunto. Um exame que dura no máximo 15 segundos é indolor e pode salvar sua vida. Pensar na saúde e na importância que você tem para seus familiares e pessoas próximas é um grande estimulo para realizar a prevenção. 

Quais os 6 sintomas do câncer de próstata 
Os sintomas do câncer de próstata devem ser monitorados constantemente. Porém, os sintomas do câncer de próstata aparecem, na maioria dos casos, quando o tumor já cresceu e está em estado avançado. Os sintomas do câncer de próstata mais comuns são: 

1. Dificuldade/dor para urinar ou ejacular. 
2. Dor na região dos testículos. 
3. Sensação de bexiga sempre cheia, mesmo tendo urinado. Urinar várias vezes à noite e em pequenas quantidades (pingado). 
4. Sangue na urina ou no sêmen. 
5. Dor nos quadris, na lombar e parte interna das coxas.
6. Disfunção erétil (dificuldade de ereção do pênis). 

Conheça o tratamento para disfunção erétil. 
Disfunção erétil, o que é? 
A disfunção sexual é um problema que faz parte do cotidiano de muitas pessoas. 
A falta de informações sobre o tema e o constrangimento em procurar ajuda podem impedir a busca por um tratamento eficiente e, por consequência, diminuir a qualidade de vida da população. O intuito deste ebook é esclarecer todas as dúvidas sobre disfunção erétil e ajudar quem sofre desse distúrbio. 

Como prevenir o câncer de próstata 
A prevenção é sempre o melhor remédio. Portanto, os médicos recomendam que todos os homens acima de 50 anos realizem o exame de toque e da dosagem de PSA anualmente. Para os que possuem histórico da doença na família, os médicos recomendam que esses exames sejam feitos a partir dos 45 anos. 

Mantenha uma alimentação saudável e pratique exercícios físicos. 
O sedentarismo e o excesso de peso são fatores de risco comuns. Portanto, mantenha uma dieta rica em verduras, legumes, frutas, grãos e cereais integrais. 

Evite também o excesso de gordura. Esses hábitos, além de prevenir o câncer de próstata, ajudam a manter a saúde em dia e prevenir também outras doenças. 
Outros hábitos também ajudam na prevenção como evitar o cigarro e diminuir o consumo de álcool.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Pudim furadinho de leite condensado

Ingredientes: 
1 e 1/2 caixinha leite condensado 
1 medida (da caixinha de leite condensado) de leite 
3 ovos passados na peneira 
1/2 xícara de açúcar para calda 

Modo de Preparo: 
Caramelize uma forma própria para pudim com o açúcar 
Coloque os 3 primeiros ingredientes no liquidificador 
Ligue e desligue na velocidade baixa umas 4 vezes, se seu liquidificador tiver a opção pulsar use-a 
O segredo para os furinhos é não misturar muito 
Ele não terá gosto de ovo, pois os ovos serão peneirados 
Em uma forma maior do que a do pudim coloque a água quente para o banho-maria (medida da água é cerca de 1/3 da altura da forma do pudim quando ela já está dentro da forma de banho-maria) 
Tampe a forma de pudim com papel alumínio e também a forma maior para acelerar o cozimento, deixe cozinhar no fogo baixo em cima do fogão por 1 hora 
Na metade do tempo veja se precisa colocar mais água na forma de banho-maria tomando cuidado para não se queimar com o vapor ao levantar a folha de papel alumínio, feche e continue o cozimento por mais 30 minutos ou até espetar uma faca no pudim e ela sair limpa 

Informações Adicionais: 
Dica: 
Se fizer uma receita ele ficará pequeno, melhor fazer 1 e meia ou 2 receitas. 

Extraída do site Mais Receitas

Esmagamento de soja é recorde em Mato Grosso

Globo Rural 

O processamento de soja pelas indústrias de Mato Grosso atingiu 2,25 milhões de toneladas nos primeiros três anos deste ano, o maior da série histórica para o período. 
O esmagamento de 861,4 mil toneladas de soja em março também foi recorde para o mês. 

Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que em seu boletim semanal observa que os bons resultados se devem à maior quantidade de soja disponível no mercado, “dado que a safra atual é de produção recorde”.

Os técnicos do Imea, vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), explicam que há também o fato de algumas esmagadoras terem antecipado a manutenção de suas fábricas no final do ano passado. Normalmente a paralisação das atividades ocorre no mês de janeiro. Por isso, dizem eles, o beneficiamento da soja começou mais cedo. 

Segundo os técnicos, os preços médios do farelo e do óleo de soja recuaram no primeiro trimestre deste ano ante igual período do ano passado, “o que supostamente é justificado pela maior oferta dos derivados da oleaginosa e aos baixos níveis de preço dos mesmos na Bolsa de Chicago”. 

Os levantamentos do Imea mostram que o preço da soja no mercado mato-grossense recuou 0,81% na semana passada, pressionados pela queda do dólar e perdas das cotações dos contratos de curto prazo em Chicago. Com isso, a paridade de exportação para março de 2016 em Mato Grosso caiu 2,7% na semana passada, para R$ 50,33/saca.

terça-feira, 21 de abril de 2015

As empresas que aproveitam a crise econômica para crescer

Revista Exame 

O gaúcho José Galló, presidente da Lojas Renner, tem o hábito de se preparar para crises reais e imaginárias. Em 2015, ele se vê de fato diante de uma crise das brabas. O cenário, pelo que lê, é dos piores. A economia brasileira não cresceu em 2014 e, pelas últimas previsões, pode recuar até 1% em 2015. 

O setor de vestuário teve queda de 1,1% em 2014 e deve cair 3,7% em 2015, segundo a Confederação Nacional do Comércio. O dólar, fundamental para a compra de roupas e acessórios na China, valorizou 30% nos últimos seis meses. 

O endividamento da população está em alta. Ainda assim, Galló não altera o tom de voz para dizer que sua estratégia não vai mudar. No ano passado, a Renner abriu 54 lojas e cresceu 19,4% em receita, para 5,2 bilhões de reais. Para este ano, a projeção é abrir 45 lojas. “Estamos vendo oportunidades, é uma boa hora para investir”, diz. 

O que lhe permite manter o ritmo em um ano complicado é um controle rigoroso dos custos. Em anos ótimos ou péssimos, desperdício é palavrão na Renner. Em 2014, a empresa reduziu os custos de 34,8% para 33,8% da receita líquida. Foram 46 milhões de reais de economia conquistados no detalhe. 

A empresa entrou em 2015 com 834 milhões de reais em caixa — 34 milhões a mais do que em 2014 — e dívidas que somam apenas 0,29 vez o resultado operacional. Quando as perspectivas da economia são sombrias, como agora, Galló tira da gaveta o discurso de quem já sofreu todo tipo de crise nos 24 anos em que está à frente da companhia. 
Para ele, é preciso estar preparado para tirar vantagem desses momentos. Galló, obviamente, não é o único. 

A combinação de consumo em baixa com inflação em alta e câmbio imprevisível não é boa para ninguém. Mas pode beneficiar um grupo que, como a Renner, tem a casa em ordem. Uma série de questões subjetivas — como um bom ambiente de trabalho, o lançamento de um produto inovador, uma campanha de marketing certeira — pode fazer a diferença nessas horas. 

Mas a análise dos balanços financeiros dá algumas boas pistas. Com esse objetivo, EXAME encomendou ao banco Brasil Plural uma avaliação das finanças das 50 maiores empresas de capital aberto do país. 

Das dezenas de dados disponíveis, o Brasil Plural selecionou a relação entre os dois considerados mais importantes neste momento — a geração de caixa e a dívida. 
O resultado é o chamado índice de solvência, que mostra as companhias com menos dívidas para pagar e com mais capacidade de financiar o próprio crescimento. 

O grupo das mais bem posicionadas no ranking do Brasil Plural inclui companhias conhecidas pela forte geração de caixa, como a cervejaria Ambev, que gerou 18,7 bilhões em 2014, e a fabricante de cigarros Souza Cruz, com 2,3 bilhões. 
A lista também traz empresas com dívidas sob controle, como a siderúrgica Gerdau; e companhias com dinheiro em caixa para gastar, como o grupo de ensino Estácio e a locadora de veículos Localiza. 

Isso não quer dizer que essas companhias vão se dar bem em 2015 — apenas que elas estão posicionadas para aproveitar a desordem. Elas pouparam nos períodos de fartura para passar sem sustos pelos períodos de aperto. Mas, em alguns casos, outras questões internas jogam contra. 

É o caso da siderúrgica Usiminas, que tem dívidas sob controle, mas se vê às voltas com uma ferrenha disputa societária. Ou da fabricante de roupas Hering, que tem dívida zero, mas perdeu 2,5 pontos de margem operacional no ano passado. 

Na ponta de baixo, entre as empresas em mais dificuldade, estão companhias com pouca geração de caixa e dívidas nas alturas, como o frigorífico Marfrig e a siderúrgica CSN (que devem, respectivamente, 8,4 bilhões e 12,5 bilhões de reais — o equivalente a cinco, seis vezes seu resultado operacional). Mais uma vez, não é garantia de que 2015 será terrível, mas elas terão de lidar com desafios bem maiores.

Em ano de ajuste, Congresso abusa ao triplicar fundo partidário

Kennedy Alencar (*) 

A presidente Dilma Rousseff não teve força para vetar um abuso do Congresso Nacional, que triplicou o valor destinado ao Fundo Partidário em 2015. Ao sancionar ontem o Orçamento Geral da União deste ano, Dilma não suprimiu o aumento de R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões. 

É uma contradição o governo propor um ajuste fiscal, que, em resumo, significa gastar menos e aumentar a arrecadação por aumento de impostos, e aceitar a triplicação da verba destinada aos partidos políticos. No entanto, essa conta deve ser cobrada do Congresso e das legendas da base do governo e da oposição. 

Não é correto cobrar a presidente. Ela não tinha alternativa nesse ponto. Ela não poderia vetar, recuperando o valor original que propôs ao Congresso. Obrigatoriamente, teria de suprimir todo o ponto, o que zeraria o fundo partidário neste ano. Para suavizar, ela poderia marcar posição, vetar o aumento e editar uma medida provisória recuperando o valor de R$ 289,5 milhões. 

Mas provavelmente o seu veto seria derrubado ou o valor seria triplicado na discussão da medida provisória. A presidente está sem força política para enfrentar o Congresso fraqueza que resultou de seus erros. 

O Orçamento Geral da União de 2015 foi aprovado em votação simbólica, resultado de um acordo entre os partidos da base do governo e da oposição a partir de uma emenda do senador e relator Romero Jucá (PMDB-RR). A cobrança, portanto, tem de ser feita aos partidos, porque é um reajuste desproporcional. 

O fundo partidário cumpre um papel importante, mas uma despesa não pode ser triplicada pelo Congresso de uma hora para outra. É um abuso de mais de meio bilhão de reais. 

Essa decisão já foi um efeito da Operação Lava Jato. Todos os partidos disseram que encontraram mais dificuldade para arrecadar nas eleições do ano passado do que em campanhas anteriores. Houve uma concentração ainda maior de doadores privados. 

Existe um debate no Congresso sobre o financiamento eleitoral, que, como está hoje, é uma das raízes da corrupção. O PMDB e a oposição são contra a proposta defendida pelo PT de acabar com o financiamento privado e manter só o público.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes fez um pedido de vista que já dura mais um ano e impede o término do julgamento que proíbe doações eleitorais. Mendes argumenta que é assunto do Congresso, mas está segurando sozinho uma decisão já tomada pelo Supremo, o que cria uma disfunção na Justiça.

É muito poder na mão de um ministro só. Existe uma regra no Supremo que diz que, após o pedido de vista, o ministro tem de devolver o tema até a segunda sessão ordinária subsequente. Na prática, nenhum ministro faz isso. E há outros pedidos de vista que já demoram tanto ou mais do que o de Gilmar Mendes. O STF precisa mudar essa regra e criar uma que seja cumprida. 

De volta ao assunto do financiamento, o ideal seria manter a contribuição privada, mas com um teto baixo tanto para empresas como para pessoas físicas. Há defensores que apresentam bons argumentos para o fim das doações empresariais. As descobertas da Lava Jato podem levar a essa proibição. 

Tem de ser estabelecida alguma restrição ao financiamento privado para os partidos e para os candidatos nas eleições. Se Gilmar Mendes devolvesse o processo para o término do julgamento, talvez o Congresso se mexesse mais rapidamente para discutir uma regra de financiamento eleitoral. Deixar como está hoje provou que não dá certo. 

(*) É jornalista dedicado principalmente aos assuntos de política e economia

MS cria grupo gestor para estimular a agricultura de baixo carbono

Globo.com 

O governo de Mato Grosso do Sul criou um grupo gestor para analisar e propor ações para implantar e efetivar práticas de uso e manejo sustentável da agricultura de baixa emissão de carbono (ABC). Esse grupo será formado por representantes do governo do estado, da União, de instituições financeiras, entidades de pesquisa e de representação do setor produtivo. 

Representando o governo do estado estarão as secretarias de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf) e a de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semade), além do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e a Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). 

Representando o governo federal estarão a superintendência Federal de Agricultura (SFA/MS), a superintendência de Negócios de Varejo e Governo do Banco do Brasil no estado, a delegacia federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e as três unidades sul-mato-grossenses da Embrapa: Gado de Corte, Agropecuária Oeste e Pantanal. 

Também integrarão o grupo representantes das federações de Agricultura e Pecuária (Famasul) e dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/MS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), da Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS) e das fundações Chapadão e MS. 

O decreto que criou o grupo gestor estabeleceu ainda que não haverá remuneração para os participantes, sendo considerada a participação como “relevante serviço prestado ao estado” e que caberá aos seus integrantes a elaboração da proposta do Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Investidores americanos e chineses compram o Cirque du Soleil

UOL 

O grupo canadense Cirque du Soleil foi vendido a um consórcio liderado pela empresa de investimentos americana TPG e a chinesa Fosun, por uma soma ainda não divulgada, anunciou nesta segunda-feira (20) a trupe circense. 

Os compradores querem expandir o Cirque du Soleil na China, indicou o grupo em comunicado. 

A TPG terá uma participação majoritária na empresa, enquanto que seu fundador, Guy Laliberté, ficará com uma parte minoritária, mas continuará integrando a direção estratégica e artística da companhia. 

Antigo artista de rua que se tornou milionário, Laliberté inicialmente estava inclinado a vender uma parte minoritária, mas "os potenciais compradores pediram para ter o controle" da empresa com sede em Montreal, indicaram fontes próximas ao processo. 

Em 2008, duas companhias de investimentos no setor imobiliário, originárias de Dubai, nos Emirados Árabes, entraram com uma participação de 10% das ações. E, em 2012, pela primeira vez em sua história, o Cirque du Soleil – fundado em 1984 – não obteve lucros e teve que lançar mão de demissões em massa. 

Atualmente, a empresa emprega cerca de 4.000 pessoas em todo o mundo. Há quatro anos, o número de funcionários chegava a 5.000.

A ética do crime e a delação premiada

Eugênio Bucci (*) para revista Época 

Se você é um dos que aplaudem de pé a Operação Lava Jato, que prende peixes grandes (mas não ainda os maiores), que desnuda a podridão bilionária instalada na Petrobras e exuma cadáveres morais nos jardins mais elegantes da República, é bom você aplaudir também a figura controversa da “delação premiada”. Nem que seja só para preservar a coerência, você precisa bater palmas para esse instrumento legal que premia a traição. 
Se você admite que a palavra de um delator, que lança acusações contra os velhos cúmplices, pode ser um atalho para a Justiça, então sinta-se à vontade para ovacionar a Operação Lava Jato. Não há alternativa. Quem celebra a sanha policial que vem pondo a mão em suspeitos de corrupção aprova o auxílio dos dedos-duros. E bata palmas tranquilamente, porque você está certo. 

Dentro do longo percurso do trabalho da Lava Jato, que está apenas no começo, a delação premiada é legal e, por mais que seja contestada, não pode ser descartada como se fosse simplesmente um instituto inaceitável.

Agora, se quisermos levar essa discussão a um plano menos superficial, se quisermos ir além das vaias e dos aplausos, a coisa não é tão simples. A delação premiada sempre foi, e continua sendo, um problema ético dos mais complicados. Entre outras razões, porque o delator recebe uma “vantagem” processual (ele pode ter a pena diminuída, por exemplo) como recompensa por ajudar a condenar seus velhos amigos. A delação premiada, portanto, é uma delação meio “comprada”, é permutada com base numa estranha troca de favores. Convenhamos que não se trata exatamente de um ciclo virtuoso.

Você há de lembrar que, quando o assunto começou a ser debatido no Brasil, muito se falou da bem-sucedida Operação Mãos Limpas, na Itália, que desbaratou os organogramas clandestinos da Máfia. A Operação Mãos Limpas só aconteceu porque contou com os préstimos de criminosos que mudaram de lado e entregaram a “famiglia”. 
Na ocasião, os defensores desse método pouco ortodoxo de investigação policial insistiam num argumento de ordem técnica: como ele tinha funcionado na Itália, poderia servir de modelo para o Brasil. 

Hoje, o sucesso da Lava Jato é a prova material de que eles tinham razão.
Acontece que bons resultados técnicos não bastam para dizer que uma conduta possa ser aceita como ética numa sociedade democrática e livre. Resultado por resultado, a tortura também pode dar bons resultados práticos, e nem por isso as legislações democráticas se atreveram a legalizar a tortura. Nenhum fim, absolutamente nenhum, justifica qualquer meio. O que tornaria então a prática da delação premiada uma ferramenta eticamente aceitável? 

Realmente, a resposta não é fácil. Quem começa a pensar sobre esse assunto logo se lembra da sombria personagem de Judas, aquele que delatou seu mestre, Jesus Cristo, em troca de um prêmio de 30 dinheiros. Se há um delator premiado mundialmente conhecido, esse delator se chama Judas Iscariotes – e ninguém haverá de dizer que Judas é um exemplo a ser seguido pela Justiça dos homens. Poucas atitudes são tão aviltantes quanto aquela de quem, em troca de uma vantagem (em moedas ou em anos de liberdade), joga seus companheiros na fogueira. Ou na cruz. Em qualquer sistema ético que se examine, o dedo-duro é sempre um pária.

Mesmo assim, há uma justificativa profunda para a delação premiada (desde que empregada sem abuso): ela quebra a falsa “ética” do crime (uma “ética” essencialmente antiética), que se resume à lealdade irracional entre bandidos. Essa lealdade se funda no medo, não na virtude. Não é por ser virtuoso que os criminosos não se delatam jamais – é por medo de morrer. Os corruptos notórios que posam de heróis impolutos só porque “não entregam” ninguém não calam por virtude, mas por medo pusilânime. Nesse quadro, o que a “delação premiada” consegue fazer é dissolver essa “ética” do crime. 
Se o ladrão “leal” só é leal porque tem medo, nada mais ético do que levá-lo a colaborar com a Justiça democrática por uma motivação tão mesquinha quanto o medo: o interesse de ter a pena abrandada. 

Mesmo assim, a questão continua dificílima, e há bons argumentos de um lado e de outro. Só não comparemos, por favor, os atuais delatores a Judas Iscariotes. Por dois motivos muito simples. Primeiro, porque as tropas romanas que o subornaram não eram expressão de uma ordem justa, mas eram forças estrangeiras oprimindo Jerusalém. O segundo motivo é o nome do delatado. Esses que estão aí sendo acusados pela Lava Jato podem ser, por enquanto, apenas suspeitos, mas não são iguais a Jesus Cristo. 

(*) É jornalista e professor da ESPM e da ECA-USP

China é melhor país para energias renováveis; Brasil é 9º

Exame.com 

A China continua, invicta, no topo do ranking de países mais atraentes para energias renováveis no mundo. 

Só no ano passado, nada menos do que 90 bilhões de dólares foram investidos na diversificação da matriz energética do país a partir de fontes mais limpas. 

Tal volume representa quase um terço do total investido em renováveis em todo o mundo no período, que atingiu vultosos 300 bilhões de dólares. 

Os dados são da edição mais recente do Renewable Energy Country Atractiveness Index (RECAI). 

Atualizado trimestralmente pela Ernst & Young (EY), o ranking avalia as barreiras e oportunidades para os investidores externos acessarem o mercado de fontes renováveis em 40 países. 

No ranking mundial, o Brasil permanece em 9º lugar, consolidando sua posição como um dos principais destinos de investimentos do mundo e o mais atrativo na América Latina. 

A metodologia adotada para calcular a pontuação considera o grau de estabilidade macroeconômica, ambiente para negócios, priorização para as fontes renováveis, condições de financiamentos para empreendimentos e atratividade dos projetos. 

Segundo a consultoria, a atual volatilidade dos preços do petróleo e os desafios geopolíticos reforçam a importância da diversificação energética como um meio dos países alcançarem maior segurança energética.

sábado, 18 de abril de 2015

Dengue

Drauzio Varella (*) 

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. 

Existem 4 tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença. 

Observação importante: 
Depois de muitos anos sem registro de nenhum caso de contaminação, o sorotipo 4 voltou a circular em alguns estados do Brasil. Especialmente as crianças e os jovens não desenvolveram imunidade contra ele. Por isso e para evitar a dispersão desse vírus, o Ministério da Saúde determinou que todos os casos suspeitos de dengue 4 sejam considerados de comunicação compulsória às autoridades sanitárias no prazo de 24 horas. 

Sintomas 
A grande maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas: dengue clássica, forma benigna, similar à gripe; dengue hemorrágica, mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea; e a chamada síndrome do choque associado à dengue, forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento especializado. 

a) Dengue clássica 
Nos adultos, a primeira manifestação é a febre alta (39º a 40º), de início repentino, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos, vermelhidão no corpo (exantema) e coceira. Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de prostração e fraqueza durante algumas semanas. 

Nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta acompanhada apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia. O exantema pode estar presente ou não. 

b) Dengue hemorrágica 
As manifestações iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas da forma clássica. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), além de outros. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias. 

c) Síndrome do choque associado à dengue 
O potencial de risco é evidenciado por uma das seguintes complicações: alterações neurológicas (delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia), sintomas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, derrame pleural. As manifestações neurológicas, geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença. 

Diagnóstico 
O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue nos 3 a 5 dias iniciais da doença ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus (testes sorológicos). 

A prova do laço está indicada nos casos com suspeita de dengue, porque avalia a fragilidade capilar e pode refletir a queda do número de plaquetas. 

Vacina 
Uma vacina contra os quatro tipos da dengue, desenvolvida a partir de uma cepa do vírus vivo, geneticamente modificado, está sendo testada em humanos. Até o momento os voluntários não apresentaram reações adversas. 

Tratamento 
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue. Tomar muito líquido para evitar desidratação e utilizar medicamentos para baixar a febre e analgésicos são as medidas de rotina para aliviar os sintomas. 

Pacientes com dengue, ou com suspeita da doença, precisam de assistência médica. 
Sob nenhum pretexto, devem recorrer à automedicação, pois jamais podem usar antitérmicos que contenham ácido acetilsalecílico (AAS, Aspirina, Melhoral, etc.), nem anti-inflamatórios (Voltaren, diclofenaco de sódio, Scaflan), que interferem no processo de coagulação do sangue. 

Recomendações 
* Dengue é uma doença que pode evoluir rapidamente da forma clássica para quadros de maior gravidade; 

* A pessoa só desenvolve imunidade para o tipo de vírus que contraiu e pode infectar-se com outro sorotipo, o que aumenta o risco de doença hemorrágica; 

* A identificação precoce dos casos de dengue é de importância fundamental para o controle das epidemias; 

* Combater os focos do mosquito transmissor é a única maneira de prevenir a transmissão da doença. 

(*) Médico oncologista, cientista e escritor 

Tenho pressa, Santo Expedito

Alexandra Prado Coelho (*) 

São sete da noite de quarta-feira. O Chiado parece igual a qualquer outro dia. 
As esplanadas estão cheias apesar do frio, há turistas a fotografarem-se ao lado da estátua de Fernando Pessoa, há gente a olhar os livros na montra da Bertrand, outros a observar discretamente um homem-estátua. Há dois rapazes a dançar break-dance em frente à estátua do poeta Chiado. 

Mas eu vim para ir à igreja. Ou melhor, às igrejas. Passo em frente delas centenas de vezes e raras vezes entro. Nossa Senhora da Encarnação, do lado direito de quem vai descer o Chiado. Em frente dela, ligeiramente mais elevada, Nossa Senhora do Loreto, a igreja dos italianos. E à frente, um pouco mais a baixo, a Basílica dos Mártires. 

É quase hora da missa, e em cada uma estão meia dúzia de pessoas sentadas nos bancos, em silêncio. Algumas rezam. A Nossa Senhora do Loreto está um pouco mais vazia, um pouco mais escura, o tecto a precisar de restauro. Mas, tal como nas outras duas, é um mundo de altares, de figuras, de pormenores, e só o fraco ruído de vozes que entra por uma frincha da porta lateral nos recorda que lá fora é o Largo Camões. 

A Basílica dos Mártires é a mais grandiosa. Compro um desdobrável que conta a antiquíssima história, desde a sua fundação como pequena ermida, logo em 1147, o ano da conquista de Lisboa aos mouros por D. Afonso Henriques. Relata o texto que a intenção era nela “ser prestado culto à sagrada imagem de Nossa Senhora, trazida pelos Cruzados ingleses, diante da qual o Rei Afonso pediu auxílio e protecção à Mãe de Deus para conseguir aquilo que se propunha: fazer de Lisboa uma cidade cristã”. Foi chamada dos Mártires em memória dos soldados cristãos que morreram em combate. 

Apesar de a igreja barroca que existia antes do terramoto ter sido totalmente destruída na tragédia de 1755, ainda vemos, ao lado esquerdo de quem entra, a pia baptismal vinda da primitiva basílica. Numa placa na grade de ferro lê-se que “nesta paróquia se administrou o primeiro baptismo depois da tomada de Lisboa aos mouros”. 

Mas o mais surpreendente é a pequena estátua do Mártir Santo Expedito, do lado direito, quase totalmente coberta de ex-votos, pequenas placas metálicas agradecendo as graças concedidas. Muitas são de mães, ou de avós, que agradecem pelos filhos ou netos. Raramente aparece descrita a graça que foi concedida e em muitas apenas uma palavra: “Obrigado.” Procuro as mais antigas. Encontro algumas da década de 50, mas há outras em que as letras já não se decifram, e que podem ser anteriores. 

Quem era Santo Expedito? Um militar romano e cristão martirizado no século IV na Arménia, tendo sido decapitado com uma espada. Aparentemente é uma figura misteriosa, da qual se sabe pouco e que alguns questionam se terá mesmo existido (até sobre o nome há diferentes versões). Na Basílica dos Mártires, reparo que a cruz que segura na mão tem gravada a palavra “Hodie” — uma das lendas em torno deste santo é a de que terá sido tentado por um corvo que gritava “Cras! Cras!” [“amanhã!” em latim] numa tentativa de adiar a sua conversão ao cristianismo. Em resposta, Expedito terá dito: “Hodie! [hoje!]” 

E, no entanto, apesar de todas as dúvidas e lendas, é objecto de grande devoção em muitos países. Para o povo, ele não só existiu como continua a ajudar todos aqueles que lhe pedem. Expedito é, como o nome indica, o santo das causas urgentes. 

Mas a informação mais inesperada que encontro na Internet é que Expedito foi também adaptado como o santo dos hackers e dos nerds. Um texto da revista Wired, que parte de uma reportagem sobre este culto em Nova Orleães, conta que “a Igreja Católica não sabe o que fazer ao Santo Expedito, que é demasiado pagão para ser um verdadeiro santo, e demasiado popular para que as suas estátuas sejam simplesmente atiradas porta fora”. 

Segundo o artigo, em 2002, a Igreja propôs que São Isidoro de Sevilha fosse o santo dos programas de computador (terá sido ele a criar uma das primeiras bases de dados do mundo, no século VII, uma enciclopédia que pretendia reunir todo o saber do mundo). 
Mas aparentemente os hackers preferem o Santo Expedito. Nos tempos da Internet, um santo que concede as suas graças rapidamente tem grandes vantagens. 
Como explica uma das pessoas citadas pela Wired: “Um amigo meu diz que o Santo Expedito tem tudo a ver com fazer passar informação rapidamente.”
Não é isso que queremos? 

(*) Jornalista portuguesa do Jornal Público

Ah... senão fosse essa tal de agricultura

VBP Agropecuário supera R$ 480 bilhões e atinge seu maior nível desde 1990 

Aprosoja 

O Ministério da Agricultura divulgou esta semana que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2015 atingiu seu maior nível desde 1990, totalizando R$ 481.6 bilhões. 

De acordo com o Mapa, mesmo com preços agrícolas menores para diversos produtos em relação a 2014, a estimativa de produção de grãos da ordem de 200 milhões de toneladas foi determinante para a obtenção desse índice. 

á na pecuária, o VBP foi de R$ 186.2 bilhões, com crescimento de 4,4%. Nas lavouras, o valor foi de R$ 295.3 bilhões, com queda de 2,3%, em comparação ao ano passado. 
As lavouras representam 61,3% do VBP, e a pecuária 38,7%. 

Para o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga, o crescimento do VBP do agronegócio expressa, em grande parte, a elevação dos preços da cadeia produtiva das carnes, compensando uma ligeira queda no valor da produção agrícola. 

“A produção sofreu com os problemas climáticos ocorridos em 2014, mas a retração foi inferior às previsões iniciais. No caso das culturas de exportação, principalmente soja, milho e algodão, a queda nos preços dessas commodities no mercado internacional foi parcialmente compensada pela valorização do dólar. A produção da soja teve destaque positivo, enquanto que o milho e o algodão tiveram retração, tudo em consequência dos preços no mercado. Os produtores reduziram as áreas plantadas com milho e algodão e aumentaram a área plantada com soja”, explica Alvarenga. 

Resultados 
Segundo o Mapa, na lavoura, os melhores desempenhos foram garantidos pela mamona, com aumento de 106,9%; pimenta-do-reino, com 31%; cebola (23,6%); trigo (6,7%); feijão (3,1%); café (2,6%) e soja (2,4%). Na pecuária, os destaques ficaram por conta da carne bovina, com aumento de 11,2% no VBP, seguida pela carne suína (3,3%), ovos (2,4%) e frango (1,4%). 

Quanto aos resultados por região, o Sul continua mostrando liderança, com VBP de R$ 138.5 bilhões, seguido pelo Sudeste (R$ 128.3) e Centro-Oeste, (R$ 123.6) bilhões. 
Por último estão o Nordeste, com R$ 49.3 bilhões, e o Norte, com R$ 26.9 bilhões. 
Entre os estados, os destaques são Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Pará e Tocantins. 

Plano Safra 
O presidente da SNA, além de reconhecer a elevação significativa no VBP do agronegócio, também chama a atenção para as expectativas em torno da divulgação do Plano Safra 2015/16, que será anunciado até o final desse mês pelo governo. 

“Esperamos que os programas de incentivo sejam mantidos e até mesmo ampliados, com ligeira elevação nas taxas de juros, como consequência natural da elevação que vem ocorrendo desde o ano passado nos juros básicos da economia”, declara Alvarenga. 

Nesse âmbito, o presidente da SNA afirma que “o mais importante é manter ou ampliar o volume de recursos de forma que os produtores tenham condições de financiar o plantio da próxima safra e fazer os investimentos necessários para aumentar sua produção e produtividade”. 

De acordo com as últimas estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão para a produção de grãos no Brasil na safra 2014/2015 é de 200,7 milhões de toneladas – ou seja, 3,6% ou 7,1 milhões de toneladas a mais do que a última, quando foram colhidas 193,6 milhões.

E o bancos continuam batendo recordes

Com mais taxas e demissões, bancos têm ano de lucros recordes, diz Dieese 

UOL 

Mesmo num ano de crise como foi 2014, os cinco maiores bancos brasileiros tiveram recordes de lucro, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As instituições ganharam com cobranças de taxas e serviços. 

Segundo o levantamento, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander tiveram lucro de R$ 60,3 bilhões, o que significa 18,5% a mais que em 2013. 
"A rentabilidade seguiu elevada nos grandes bancos, mantendo o setor financeiro entre os mais rentáveis da economia nacional e mundial", aponta o estudo. 

Para o Dieese, a fórmula do sucesso veio de uma tripla combinação: os bancos aproveitaram a alta taxa Selic, incrementaram a cobrança por taxas e serviços e seguem reduzindo, a cada ano, o número de trabalhadores. 

O Itaú, por exemplo, atingiu um lucro de R$ 20,6 bilhões, o maior da história de uma empresa do setor no país. Itaú e Bradesco juntos responderam por 60% do total embolsado pelos bancos. 

Lucros dos bancos em 2014: 
Itaú – R$ 20,6 bilhões 
Bradesco – R$ 15,3 bilhões 
Banco do Brasil – R$ 11,3 bilhões 
Caixa – R$ 7,1 bilhões 
Santander – R$ 5,8 bilhões 

Taxas e serviços aumentam 
Somente com prestação de serviços e cobrança de taxas, os cinco maiores bancos arrecadaram R$ 104,1 bilhões, 10,9% a mais que o ano anterior. O valor deu para bancar, com folga, todos os gastos com os 451 mil bancários, que em 2014 custaram R$ 74,6 bilhões --somados salários, encargos, cursos e treinamentos. 

"A estratégia dos bancos privados, nos últimos anos, visou incrementar os ganhos operacionais mediante crescimento das receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias e redução de despesas, principalmente de pessoal", analisa o Dieese. 

Prova disso seria que, em 2014, esses bancos cortaram 5.104 empregos. 
"Santander, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil reduziram os quadros de funcionários em 8.390 postos de trabalho. O resultado só não foi pior porque foram abertos 3.286 novos postos na Caixa", aponta o levantamento. 

O lucro dos bancos brasileiros também pode ser atribuído a outros fatores, com os spreads (diferença entre a taxa que o banco paga a quem investe daquela cobrada para quem toma um financiamento) e um maior uso da tecnologia. 

Alta dos juros básicos ajuda Para o Dieese, o aumento no lucro dos bancos também foi ajudado pela alta dos juros básicos da economia (taxa Selic). Quem define essa taxa é o Banco Central, que tem feito isso para combater a inflação. Os juros estão em 12,75% ao ano e são os maiores em seis anos. 

"Tal alteração no rumo da política monetária se refletiu diretamente nos balanços dos bancos em 2014, já que esses detêm expressiva parcela (cerca de 30%) dos títulos da dívida pública federal. As receitas com títulos e valores mobiliários representam a segunda maior fonte de ganhos dos bancos, depois das receitas com as operações de crédito", diz o estudo do Dieese. 

Bancos dizem ter mais eficiência 
Procurados pelo UOL, Banco do Brasil, Bradesco e Santander disseram que não iriam comentar o tema. A Caixa não respondeu à reportagem. E o Itaú informou que se manifestaria pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). 

Em nota, a Febraban afirma que o bom resultado deve-se, especialmente, a maior eficiência atingida pelo setor. "Os bancos que operam no Brasil seguem perseguindo elevados níveis de eficiência. Buscam expandir seus negócios e ampliar atuação em segmentos diversos, tais como cartões e seguros, procurando oferecer aos clientes produtos e serviços de qualidade, com rapidez e segurança. Isso tem permitindo a preservação da rentabilidade do sistema." 

A Febraban afirma que o crédito no setor bancário atingiu 58,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado. "Este montante foi um recorde. Uma década atrás estava em torno de 26%. Essa expansão expressiva do crédito no país foi possível graças ao resultado dos avanços macroeconômicos, da queda da dívida pública e pelo surgimento de um novo mercado de clientes, consequência da distribuição de renda ocorrida no Brasil." 

Outro fator para expansão dos lucros foi a taxa de pessoas com contas bancárias, que atingiu 60%, 18 pontos percentuais a mais que em 2013.

A federação ainda contesta os dados sobre redução de gasto com pessoal e diz que "a maior parte do valor gerado pelos bancos destina-se a remunerar seus funcionários e a sociedade como um todo, por meio do pagamento de impostos e contribuições sociais que são pagas ao governo."

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O devido respeito

Luiza Nagib Eluf (*) 

 A moça era alta e magra, morena de cabelos longos, lisos e negros, olhos escuros amendoados, dentes perfeitos, lábios de fazer inveja. Advogada recém formada, estava em busca de emprego. Encontrou a empresa, mandou o currículo, foi chamada. 

Na entrevista, pediu salário alto, achando que teria de negociá-lo depois. Que nada, aceitaram na hora, estava aprovada. Voltou para casa feliz e ficou aguardando. 
Dois dias depois, o presidente da empresa liga e faz um convite. Venha amanhã à noite tomar um vinho comigo e assinaremos o contrato. Ela se surpreendeu, disse que não poderia encontrá-lo no horário sugerido, mas na segunda às 10 horas da manhã estaria na empresa. Constrangida, preocupada e muito decepcionada, a moça ligou para a tia, uma mulher de negócios, bem sucedida, muito experiente. 

O que faço? Perguntou. Acostume-se, disse a tia, é assim com toda mulher, gorda ou magra, alta ou baixa, bonita ou feia, mas com as bonitas é pior. 
Vou ou não vou? Quis saber a moça. Vá, não perca a oportunidade. Converse, não se intimide, mostre segurança, deixe claro que pretende trabalhar. Se houver um ataque sexual explícito, reaja como seu bom senso mandar,mas sugiro que seja enérgica, não tenha medo e diga adeus. 

Desde a adolescência até o fim da vida, mulheres são assediadas no local de trabalho, na escola, nas ruas, e, algumas muito sem sorte, em casa. A Lei considera crime as investidas praticadas contra subordinadas (assédio sexual, art.216-A, do Código Penal). 
Poucas vão à Delegacia prestar queixa devido às dificuldades de conseguir provas, devido ao medo ou à descrença, mas a Justiça do Trabalho vem sendo receptiva aos reclamos das empregadas, concedendo-lhes indenizações que asseguraram um pouco mais de dignidade à mulher no ambiente de trabalho. 

Com a idade, em geral depois dos quarenta anos, o assédio diminui, mas não acaba. Temendo a desvalorização e o desprezo,elas recorrem à ciência, medicina e tecnologia para driblar os sinais do tempo. Aos cinquenta, vem a plástica. Ou seja, não existe muito conforto nesse universo. Pior de tudo é a sensação injustiça social, homens parecem mais felizes, mais poderosos, eles não sofrem assédio nem se preocupam com a velhice porque pensam poder ser amados de qualquer jeito. Engano, o patriarcado acabou. Nos dias de hoje, ambos os sexos passam pelas mesmas agruras. Envelhecer não é fácil, mas tudo depende de como a idade é percebida e trabalhada. 

Alguns homens ainda se sentem em posição de superioridade porque conseguem parceiras de qualquer forma, principalmente pagando, mas é só uma sensação, não é realidade. Eles gostam de acreditar que, mesmo sendo a moça uma profissional do sexo, ele é um conquistador... Na verdade, o desconforto de todos é muito parecido ea supervalorização do sexo na meia idade é tragicômica (já a valorização, sem ideia fixa, é bastante benéfica). 

Parece antiquado falar em priorizar o "conteúdo" das pessoas, o intelecto anda tão em baixa que não faz diferença se a moça é analfabeta ou o sujeito não tem noções de higiene, o importante é o traseiro de cada um. 

No dia internacional da mulher, vale dizer que sentir desejo é normal, mas querer abusar das pessoas é ímpio. O respeito ao outro é essencial ao desenvolvimento de uma nação. Enquanto estivermos presos a conceitos medievais de relacionamento de gênero o país não alcançará o desenvolvimento que almeja. 

O respeito aos direitos da mulher como ser humano é condição sinequa non para o aquecimento da economia , para paz dentro e fora do lar e para o bom encaminhamento das crianças. 

(*) É advogada e escritora. É Procuradora de Justiça aposentada do Ministério Público de SP. Preside o Instituto de Águas do Brasil - INAGUAS.