sexta-feira, 31 de maio de 2013

Quebrando paradigmas: a transição de quatro para 40 marcas de carro

Joel Leite (*) do Blog O Mundo em Movimento  

O Brasil vive um momento de transição: a passagem de um país de quatro marcas de carros para um país de 40 marcas. 

Como bem registrou o colega Fernando Calmon , pela primeira vez na história as quatro montadoras tradicionais (Fiat, Volkswagen, GM e Ford) não conseguiram obter, juntas, 70% das vendas de carros novos no Brasil (dados do primeiro quadrimestre deste ano). É um caminho sem volta. 

Hoje, marcas novas começam a operar no segmento mais importante do mercado, de carros pequenos, abrindo espaço para o aumento do volume de vendas e consequentemente dos índices de participação. 

Observe que as três marcas melhor posicionadas no ranking após as quatro grandes são exatamente as que oferecem, em seus catálogos de produtos, carros na faixa de R$ 30 mil: Hyundai (quinta colocada), Renault (sexta) e Toyota (sétima). 

E Santarém tem porto na porta e não faz nada ...

Pequenos produtores formam redes solidárias para atingir mercado global  

Globo Rural 

Durante o Salão Mundial do Comércio Justo e Solidário, que seguiu até esta sexta-feira (31/5), foi possível ver o que pode ocorrer quando produtores se reúnem e formam redes, nacionais e internacionais. 

“No mundo inteiro, os pequenos produtores estão tentando apresentar à sociedade uma nova forma de desenvolvimento, ter uma nova economia, que valorize mais o ser humano e o meio ambiente. É uma forma de ter produtos mais justos com o planeta e com a população. Hoje, é mais fácil atuar em rede. A tecnologia consegue diminuir a distância e, com isso, é possível conversar e se organizar mais globalmente”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Solidário, Vinícius Assumpção. 

Exemplos de casos bem-sucedidos não faltaram na feira, que reuniu 150 expositores de todas as regiões brasileiras e de diversos países. Entre os expositores, está um representante da Palestina, Shadi Mahmoud, que trouxe alguns dos poucos artigos possíveis de serem produzidos nos territórios ocupados: chás, óleo de oliva, temperos e tâmaras. Segundo ele, o maior problema no país é a falta de emprego. “Existe muito desemprego, que está crescendo por causa da ocupação israelense, que controla todos os aspectos da nossa vida. É muito difícil fazer negócios, pois não podemos importar ou exportar sem a permissão do governo de Israel. Muitos estão saindo das cidades e voltando a trabalhar na terra para sobreviver”, contou Shadi, que mora na cidade de Ramalá, na Cisjordânia. 

Da América do Sul, o peruano Agapito Marcapiña veio representando a Associação dos Pequenos Produtores Artesanais e Ecológicos (Aptec), que reúne agricultores da região andina. “Produzimos grãos e frutas naturais dos Andes. Somos pequenos produtores, reunidos há sete anos. Eu era um pequeno agricultor e agora já tenho minha própria casa. Antes, trabalhávamos para os grandes exportadores e agora fazemos nossa própria exportação de forma organizada. Antes, não nos pagavam um preço justo e agora conseguimos por meio da união”, disse Agapito. 

Cadeia produtiva 
A gaúcha Luci Machado da Silva, artesã da Copearte, uma organização fundada em uma comunidade pobre na Vila Pinto, situada no bairro Bom Jesus, trouxe roupas, lençóis e artesanato fabricado pelas integrantes da cooperativa. “O que nós mais precisamos é aprender a fazer a colocação das peças no mercado. Atualmente, ganho R$ 200 por mês, que não é muito dinheiro, mas ajuda bastante a renda da família, que é cerca de R$ 1 mil”, disse Luci. 

Da Favela da Maré, na zona norte do Rio, veio a cerâmica negra, peças de argila primitivas escurecidas com uma técnica especial. “Depois de cinco horas de queima, a gente adiciona pó de serragem, que abafa o fogo, e a fuligem entranha na peça, que está incandescente e dá essa cor negra”, explicou Glória da Conceição Barreto, uma das fundadoras da organização, ao lado de Maria Evangelista da Silva Pereira, também presente na feira. Juntas, elas conseguem produzir até 200 peças por mês, incluindo pequenas estatuetas estilizadas do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar. 

O conceito de comércio justo e solidário prevê a formação de redes de pequenos produtores, que juntos conseguem colocar seus produtos em grandes mercados, explicou o guatemalteco Marvin Lopez Garcia, representante da Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos Produtores de Comércio Justo (Clac): “Somos uma plataforma que representa 21 países, com 15 produtos alimentícios, no sistema de comércio justo. Temos que estar fortalecidos para atender aos requerimentos do mercado e desenvolver relações mais diretas com os exportadores. Só há futuro se os pequenos produtores trabalharem coletivamente e de forma mais organizada.”

História de um médico cubano

Sandro Vaia (*) 

O Dr. Gilberto Velazco nasceu em 1980 em Havana e recebeu seu diploma de médico em 15 de julho de 2005. 

No depoimento que me deu por e-mail e por telefone, disse que a sua graduação foi antecipada em um ano depois de uma “formação crítica e gravemente ruim”, excessivamente teórica, feita através de livros desatualizados, velhos, rasgados, faltando páginas, além de “uma forte doutrinação política”. 

No hospital onde fez residência havia apenas dois aparelhos de raio X para atender todas as ocorrências noturnas de Havana e não dispunha sequer de reagentes para exames de glicemia. 

Pouco adiantava prescrever remédios para os pacientes porque a maioria deles não estava disponível nas farmácias. 

A situação médica no país é tão precária que Cuba está vivendo atualmente uma epidemia inédita de cólera e dengue. 

Em 2 de fevereiro de 2006 foi enviado à Bolívia numa Brigada Médica de 140 integrantes -14 grupos de 10 médicos cada - que iria socorrer vítimas de inundações que nunca chegou a ver. 

No voo entre Cuba e a Bolívia conversou sobre assuntos médicos com o vizinho de poltrona e descobriu que ele não era médico, mas provavelmente oficial de inteligência cubana. Calcula que em cada 140 médicos 10 eram paramilitares. 

Na Bolívia, onde lhe disseram que iria permanecer por 3 meses, ficou sabendo que deveria ficar no mínimo por 2 anos, recebendo 100 dólares de salário por mês e que a família receberia 50 dólares em Cuba - quantia que, segundo ele, nunca foi paga. 

Viveu e trabalhou em Santa Cruz de la Sierra e em Porto Suarez, na fronteira com o Brasil. 

Todos os componentes da Brigada recebiam um draconiano regulamento disciplinar de 12 páginas, dividido em 11 capítulos, que fixava desde horários e requisitos para permissões de saída até regras para relações amorosas com nativos e punia contatos com eventuais desertores. 

Os médicos verdadeiros eram vigiados pelos falsos médicos que, segundo Gilberto, andavam com muito dinheiro e armas. Ainda assim, o Dr. Gilberto, em 29 de março de 2006, conseguiu pedir formalmente asilo político à Polícia Federal em Corumbá e foi enviado a São Paulo, onde ficou 11 meses. 

Pediu à Polícia Federal a regularização de sua situação para poder fazer os Testes de Revalidação Médica exigidos pelo Conselho Federal de Medicina, mas o pedido de asilo foi negado.

Como o prazo de refúgio concedido pelo Conare - Comitê Nacional para os Refugiados - terminava em fevereiro de 2007, pediu asilo aos EUA no consulado de São Paulo, e em 2 de janeiro de 2007 viajou para Miami, Flórida, onde vive agora. 

A família do Dr. Gilberto foi penalizada por sua deserção com 3 anos de proibição de viagem ao exterior, mas atualmente vive com ele na Flórida. 

Ele trabalhou para uma empresa internacional de seguros de saúde, onde chegou a receber 50 mil dólares anuais, e atualmente está estudando para concluir os exames de revalidação de seu diploma médico nos EUA. 

(*) Jornalista

Isso vendendo camisetas

Empreendedor aposta em camisetas diferentes e fatura R$ 1 milhão no ano passado 

Estadão 

A ideia é simples – valorizar parcerias com artistas – e tem dado certo. A estratégia da empresa de camisetas El Cabriton é um exemplo da pequena empresa de moda alternativa de São Paulo que ganha destaque no mercado com peças autorais. O resultado aparece no caixa. A marca faturou R$ 1 milhão em 2012 e espera crescer 50% durante este ano. 

A participação em feiras também foi primordial para o crescimento da El Cabriton. Aberto em 2006, o negócio oferecia seus produtos no famoso Mercado Mundo Mix, evento alternativo de moda que ajudou a impulsionar diversos empreendedores. “Era uma ótima porta de entrada para marcas pequenas. A resposta dos produtos era muito rápida”, lembra Leandro Domenico, proprietário da marca de camisetas. 

Diante do resultado positivo, a El Cabriton passou a expor em mais duas feiras na capital. “Fomos montando nossa base de clientes. Foi lá que aprendemos como empreender, como lidar com caixa, marketing. Toda nossa base vem de participações em eventos”, afirma. /;/;/;/ Hoje, a empresa está instalada na Rua Augusta e vende cerca de duas mil camisetas por mês, incluindo as transações online. Entre as estratégias de marketing implantadas, uma delas é mantida desde a inauguração: é o ‘projeto fachada’. 

“Todos os meses convidamos um artista para pintar as paredes externas da loja. Virou quase identidade e chama a atenção. Chegamos a receber quase um e-mail por dia de artistas interessados em participar desse projeto”, conta Domenico, que tem sua esposa, Érica, como sócia na empresa. 

E agora, ministro?

Celso Ming (*) para O Estado de S.Paulo 

Diante do PIB decepcionante do primeiro trimestre e da perspectiva de desilusões mais ou menos equivalentes nos próximos, o governo Dilma não vai ficar como está. 

São duas opções: ou faz mais do mesmo ou muda tudo. Ambas incluem riscos e poucos resultados imediatos, pelo menos até as vésperas das eleições presidenciais de 2014. 

Na entrevista que deu logo após a divulgação do PIB, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, indicou que há mudanças em curso. Em vez de turbinar o consumo, como fez até recentemente, a ênfase da política econômica vai para o investimento. 

É um reconhecimento, ainda que tardio, de que a política econômica partira do diagnóstico errado, de que o problema era o baixo consumo. A estratégia até então determinava que, uma vez estimulado o consumo, a produção (e o investimento) iria atrás, como cachorro de mendigo. 

A conversão do governo ainda não convenceu. A ideia de que o investimento ficara em segundo plano até aqui não combina com a louvação oficial ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É bom lembrar que a então candidata Dilma Rousseff foi apresentada ao eleitorado como "mãe do PAC", num clima em que o investimento já fora escolhido como alavanca do desenvolvimento econômico. De todo modo, vai sendo reconhecido que o PAC é pouco. 

Dos 18% da renda aplicados hoje em investimento, o governo detém fatia pouco superior a 1 ponto porcentual. O resto sai do setor privado. No entanto, o empresário não vem se deixando seduzir pelas convocações da presidente para liberar seu espírito animal. Ele não sente firmeza na condução da economia. 

Uma opção do tipo mais do mesmo consistiria em aprofundar o regime de altas despesas públicas destinadas a transferências de renda para determinados segmentos da população, apresentada sempre como política anticíclica, embora na prática produza mais distorções do que soluções. Continuaria, também, a propiciar reajustes salariais acima da produtividade do trabalho e as tais desonerações que custam caro e não passam de paliativo. É a receita que, na atual conjuntura nacional e internacional, conduz à repetição de pibinhos, de inflação em alta e de aumento do rombo das contas externas. Em compensação, enquanto mantiver a ilusão populista, é a política que, em princípio, garante votos. 

A opção por mudança de rumos consistiria em reduzir substancialmente as despesas públicas para que o governo pudesse garantir vigoroso superávit primário (sobra da arrecadação para pagamento da dívida). O fator abriria espaço para a redução dos juros, o que todos querem, e para o barateamento do crédito. De quebra, permitiria maior desvalorização do real (alta do dólar) para fortalecimento da indústria - sem produzir a inflação que alimenta a desconfiança e a retração do setor privado. É claro, esse conjunto de políticas exigiria adiamento da instalação do Estado do bem-estar social, com o qual a sociedade parece contar. 

Embora em algumas ocasiões diga o contrário, o governo parece mais disposto a seguir a primeira opção, para só aplicar a terapia de choque em um possível segundo mandato de Dilma. O maior risco é de que as condições da economia se deteriorem muito rapidamente e a reputação política da presidente chegue às vésperas das eleições com sérias avarias. 

(*) Jornalista e colunista de economia no jornal O Estado de São Paulo 

Será que isso sai do papel ??

Portos receberão mais de R$ 50 bilhões em investimentos, estima Abdib  

Fonte: Agência Brasil 
Porto de Santos


O novo marco regulatório para os portos brasileiros, aprovado pelo Congresso Nacional, resultará, a médio prazo, em investimentos privados superiores a R$ 50 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). 

De acordo com a entidade, esses investimentos darão impulso também aos polos produtivos que estão em desenvolvimento no interior do país. 

Em nota divulgada no dia 17, a Abdib avalia que, com a nova legislação, o país terá condições para impulsionar os recursos necessários para aumentar a concorrência, reduzir custos, melhorar a eficiência logística e retirar as barreiras que dificultam o investimento privado em novos terminais ao longo da costa brasileira. Além disso, criará condições para atender à demanda de diferentes polos produtivos que se desenvolvem pelo interior do Brasil. 

De acordo com a Abdib, o fim da distinção entre mercadoria própria e de terceiros permitirá que os empreendedores privados voltem a construir terminais portuários para escoar qualquer tipo de carga, contribuindo para dinamizar o fluxo de transporte e o comércio exterior, bem como reduzir custos por meio do aumento da concorrência e da produtividade. 

O texto da Medida Provisória dos Portos, aprovado pelos parlamentares, abre espaço para a criação de portos privados que poderão operar cargas de terceiros – atualmente os terminais privados só podem movimentar cargas próprias. Para o marco regulatório entrar em vigor, precisa agora ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Brasil, uma onda

Eliane Cantanhêde (*)  

Este filme a gente já viu. No começo do ano, o ministro Guido Mantega estufa o peito e promete um pibão. No meio do ano, o mesmo Mantega diz que não é bem assim e revisa para baixo. No fim do ano, o mesmíssimo Mantega se conforma com um pibinho de dar dó. 

O PIB deste ano seria de 4,5%, caiu para 3,5% e a nova previsão será abaixo disso, depois do banho de água fria de ontem, quando foi anunciado um crescimento de apenas 0,6% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2012. Planalto e mercado esperavam 0,9%. 

Quem está segurando o crescimento positivo é justamente a agricultura, que aumentou 9,7% e compensou mais uma queda da indústria e o recuo no ritmo do consumo das famílias, muito provavelmente por causa da inflação. Preços mais altos, menos compras, certo? 

É assim que a tão badalada economia brasileira vai perdendo o encanto, com PIB baixo, inflação no teto, juros em alta (apesar de toda a propaganda) e, agora, o dólar disparando, a balança comercial dando uma má notícia atrás da outra e nada de respostas na área fiscal. 

Aquela onda de Brasil grande parece ir morrendo na praia, enquanto a imprensa internacional vê o país sob Dilma Rousseff como imprevisível, sem rumo, movido com um viés intervencionista. E continua sem avançar nas reformas estruturais.

Pode-se acrescentar a isso uma novidade de 2013: a toda hora o Planalto bate de frente com o Congresso, onde tem uma base aliada gigantesca, mas, pelo visto, nada fiel. 

Aprovar a MP dos Portos já foi um inferno. Agora, o jeito foi incluir um "caco" na MP da Cesta Básica para cumprir a promessa de baixar a conta de luz. Uma promessa, lembre-se, feita em rede nacional de TV, com requinte de campanha eleitoral. 

No caso do PIB, a culpa é do Mantega. No das MPs, da Ideli. No do Bolsa Família, da Caixa. Mas todos eles têm chefe. Ou seria "chefa"? 

(*) Jornalista, é colunista da do jornal Folha de São Paulo 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A desmoralização da caxirola

Augusto Nunes (*) 

Nos palavrórios que festejam a inauguração de estádios que não ficaram prontos, Dilma Rousseff espanca a verdade com a mesma lenga-lenga: o Brasil Maravilha está mostrando aos eternos pessimistas, todos loiros de olhos azuis, que cumpre o que promete, faz o impossível, acelera na hora certa e por tudo isso, como avisou o padrinho Lula, vai matar a Argentina de inveja com a Copa de 2014. 

Em 5 de abril, a discurseira ufanista se repetiu na Arena Fonte Nova, em Salvador, reconstruida com milhões de reais tungados dos brasileiros que pagam impostos. 

Nesta segunda-feira, o desabamento da parte da cobertura do estádio na Bahia ─ um dos tantos monumentos à gastança concebido pelos arquitetos da Copa da Roubalheira ─ desmontou a farsa. 

Quem acreditou em Dilma dormiu sonhando com a oitava maravilha do mundo. Acordou com o barulho do teto que não resistiu ao primeiro temporal. 

Melhor que a presidente se recolha ao silêncio por alguns dias. Enquanto faz de conta que só conhece as velhas fontes de Roma que viu na visita ao Papa, Dilma talvez aprenda onde fica o gol. A diferença entre o pau de escanteio e o bandeirinha pode ficar para depois. 

É um perigo debochar dos orixás da Bahia, confirma a maldição da Fonte Nova. Dilma Rousseff desafiou os deuses do candomblé durante a cerimônia no Palácio do Planalto que, em 23 de abril, promoveu a caxirola a símbolo da Copa do Mundo e Carlinhos Brown a gênio da raça. 

“O Carlinhos não disse, mas ele me falou que a caxirola também tem um sentido transcendental de cura, de enfim, de paz com o mundo, de estar, de fato em sintonia com a natureza e com todos os orixás”, desandou a presidente. 

Decidida a enxergar a pátria em forma de chocalho no que nunca passou de um caxixi pintado de verde e amarelo, Dilma envolveu as poderosas entidades numa tapeação de quinta categoria. Está pagando caro pela heresia. 

Em 28 de abril, uma chuva de caxirolas no gramado da Fonte Nova demonstrou que Carlinhos Brown inventara uma arma. Nesta segunda-feira, as retaliações se intensificaram: num mesmo dia, a caxirola foi expulsa da Copa das Confederações e a cobertura do estádio desabou. 

A presidente que mantenha distância da Fonte Nova: pelo jeito, orixás não perdoam insultos em dilmês de boleiro. 

(*) Jornalista e Ex-diretor do Jornal do Brasil, do Jornal Gazeta Mercantil e Revista Forbes. Atualmente na Revista Veja

Pânico vai pagar multa se humoristas imitarem autor da Globo

Do Blog O Fuxico para Terra 

Criado pelos humoristas do Pânico, o personagem Aguinaldo Senta - interpretado por Welington Muniz - não poderá mais ir ao ar. Como O Fuxico já havia contado, por sentir-se humilhado e exposto, Aguinaldo Silva processou o programa no ano passado. E na terça-feira (28) foi publicado no Diário Oficial a decisão do desembargador Elton Leme, da 17ª Câmara Civil: caso a imitação volte a ser exibida, será aplicada multa de R$ 50 mil por inserção, em caso de desobediência. 

De acordo com o advogado do novelista da Globo, a ação principal por danos morais está tramitando na 28ª vara cível, pelo juiz Carlos Magno. 

“Vai ser julgado o dano causado a ele, diante de todas as humilhações pelas quais passou. Anão estipulamos nenhum valor para indenização. É o juiz quem vai arbitrar um valor pelos danos morais e à imagem do Aguinaldo”, explicou o advogado a O Fuxico.

Vale ressaltar que o Pânico terá que excluir da Internet qualquer conteúdo que caracterize a imitação do personagem ou faça alusão à imagem do novelista.

País da impunidade .... mais outra grande pizza ....

TJ-RS manda soltar 4 presos por incêndio da Boate Kiss  

Terra 

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidiu nesta quarta-feira, por decisão unânime, mandar soltar os sócios da Boate Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, presos desde o final de janeiro pelo incêndio que matou 242 pessoas em Santa Maria. O pedido de habeas-corpus havia sido feito somente pelo advogado Omar Obregon, que defende o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, mas o relator do caso, desembargador Manuel José Martinez Lucas, não só atendeu a solicitação, como estendeu o benifício aos outros acusados presos: os sócios da Boate Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e o produtor de palco da banda, Marcelo de Jesus dos Santos. 

Elissandro Spohr, o Kiko, foi solto nesta tarde da Penitenciária Estadual de Santa Maria. Ele estava preso desde o dia 28 de janeiro. 

Familiares das vítimas que acompanharam o julgamento ficaram revoltadas com a decisão de Lucas, que foi acompanhado em sua posição por outros dois magistrados. O presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Adherbal Ferreira, chorou e disse que “tem vergonha de ser brasileiro”. 

Um grupo de aproximadamente 40 familiares, que saíram cedo de Santa Maria em um ônibus para acompanhar os julgamentos em Porto Alegre, trancou o trânsito em frente ao Tribunal de Justiça, na avenida Borges de Medeiros, para protestar contra a decisão. Após o julgamento, o advogado de Kiko, Jader Marques, foi agredido com um tapa pela mãe de uma das vítimas. 

Em outro habeas-corpus julgado nesta tarde, o defensor teve negado um pedido ao que é chamado no direito de “inépcia da denúncia”. Marques entendia que a denúncia do Ministério Público não deveria ter sido recebida pelo Judiciário ou poderia ter sido recebida em parte. Esse pedido foi negado por unanimidade.

Dilma, a mãe dos cleptocratas

Elio Gaspari (*) 

Com a prodigalidade de uma imperatriz, a doutora Dilma anunciou em Adis Abeba que perdoou as dívidas de doze países africanos com o Brasil. Coisa de US$ 900 milhões. O Congo-Brazzaville ficará livre de um espeto de US$ 352 milhões. 

Quem lê a palavra “perdão” associada a um país africano pode pensar num gesto altruísta, em proveito de crianças como Denis, que nasceu na pobre província de Oyo, num país assolado por conflitos durante os quais quatro presidentes foram depostos e um assassinado, cuja taxa de matrículas de crianças declinou de 79% em 1991 para 44% em 2005. No Congo Brazzaville 70% da população vivem com menos de US$ 1 por dia.

Lenda. Denis Sassou Nguesso nasceu na pobre província de Oyo, mas se deu bem na vida. Foi militar, socialista e estatizante. Esteve no poder de 1979 a 1992, voltou em 1997 e lá permanece, como um autocrata bilionário privatista. Tem 16 imóveis em Paris, filhos riquíssimos e seu país está entre os mais corruptos do mundo. 

Em tese, o perdão da doutora destina-se a alavancar interesses empresariais brasileiros. Todas as dívidas caloteadas envolveram créditos de bancos oficiais concedidos exatamente com esse argumento. As relações promíscuas do Planalto com a banca pública, exportadores e empreiteiras têm uma história de fracassos. 

O namoro com Saddam Hussein custou as pernas à Mendes Junior e o campo de Majnoon à Petrobras. Em 2010 o soba da Guiné Equatorial, visitado por Lula durante seu mandarinato, negociava a compra de um tríplex de dois mil metros quadrados na Avenida Vieira Souto. Coisa de US$ 10 milhões. 

Do tamanho de Alagoas, essa Guiné tem a maior renda per capita da África e um dos piores índices de desenvolvimento do mundo. 

O repórter José Casado chamou a atenção para uma coincidência: em 2007, quando a doutora Dilma era chefe da Casa Civil, o governo anunciou o perdão de uma dívida de US$ 932 milhões. 

Se o anúncio de Adis Abeba foi verdadeiro, em seis anos a Viúva morreu em US$ 1,8 bilhão. Se foi marquetagem, bobo é quem acredita nele. 

O Brasil tornou-se um grande fornecedor de bens e serviços para países africanos e a Petrobras tem bons negócios na região. 

As empreiteiras nacionais têm obras em Angola e na Líbia. Lá, tiveram uma dor de cabeça quando uma revolta derrubou e matou Muamar Kadafi, um “amigo, irmão e líder”, segundo Lula. Acolitado por empresários, seu filho expôs em São Paulo uma dezena de quadros medonhos. 

Em Luanda os negócios vão bem, obrigado, e a filha do presidente José Eduardo Santos é hoje a mulher mais rica da África, com um cofrinho de US$ 2 bilhões. Ela tem 39 anos e ele está no poder há 33. 

Se o Brasil não fizer negócios com os sobas, os chineses farão, assim como os americanos e europeus os fizeram. 

A caixinha de Kadafi para universidades inglesas e americanas, assim como para a campanha do presidente francês Nicolas Sarkozy, está aí para provar isso. Contudo, aos poucos a comunidade internacional (noves fora a China) procura estabelecer um padrão de moralidade nos negócios com regimes ditatoriais corruptos. 

A doutora diz que “o engajamento com a África tem um sentido estratégico”. Antes tivesse. O que há é oportunismo, do mesmo tipo que ligava o Brasil ao colonialismo português ou aos delírios de Saddam Hussein e do “irmão” líbio. 

(*) Jornalista e Escritor

A bagunça de costume

Opinião do Estadão 

Depois de insinuar que foram propositais os boatos sobre a extinção do Bolsa Família, que levaram multidões a agências da Caixa Econômica Federal em 13 Estados no penúltimo fim de semana - quando, em meio a filas e tumultos, R$ 152 milhões foram sacados em cerca de 900 mil operações eletrônicas -, o governo e o banco oficial continuam devendo uma explicação convincente para o ocorrido. Enquanto isso, robustecem-se as evidências de que a presidente Dilma Rousseff não sabia o que dizia quando afirmou que o rumor sobre o término do programa foi "criminoso". O mesmo vale, naturalmente, para o seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, que saiu falando em "ato de vandalismo" e "brincadeira estúpida", sem esquecer da titular da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que atribuiu a boataria a uma "central de notícias da oposição" e precisou se retratar. 

Os fatos, na realidade, apontam para a clássica combinação de incompetência e tosca tentativa de acobertamento de seus resultados - no que a gestão Dilma é pródiga. Na segunda-feira seguinte aos dois dias de pânico disseminado, um alto funcionário da Caixa, o vice-presidente de Governo e Habitação, José Urbano Duarte, apareceu na TV Globo para dizer que, diante da aflição da clientela do Bolsa Família, a instituição decidiu liberar os pagamentos a todos os inscritos, quaisquer que fossem as datas autorizadas para os saques (conforme o último dígito dos respectivos cartões). A alegação se revelou falsa. No último sábado, a Folha de S.Paulo relatou que na véspera do caos, quando apenas os portadores de cartões com final 1 poderiam receber o benefício do mês, uma surpreendida dona de casa da região metropolitana de Fortaleza já tinha conseguido sacá-lo. Só então a Caixa reconheceu que os depósitos de maio, no valor total de R$ 2 milhões, precederam a corrida às agências - e não o contrário.

A quebra da rotina correu de boca em boca, desencadeando o medo - característico em tais circunstâncias, como ensina a psicologia do rumor - de que a mudança era presságio de más notícias. No caso, o encerramento do programa que transfere R$ 151 mensais, em média, a 13,8 milhões de famílias pobres. (O Bolsa Família custa ao erário quase R$ 24 bilhões por ano.) Essa hipótese parece mais plausível do que a teoria conspiratória segundo a qual alguém, não se sabe quando, teria acionado uma empresa de telemarketing do Rio de Janeiro para difundir gravações mentirosas anunciando o fim do benefício. O que pressupõe, entre outras coisas, que a firma teria ou recebeu os números dos telefones de uma parcela, ao menos, da população assistida. 

Mas por que a Caixa resolveu mudar dessa vez o sistema de pagamento? Numa entrevista, anteontem, em que pediu desculpas pelo "erro" de sustentar dias a fio a versão desmascarada sobre a data da liberação antecipada do dinheiro, o presidente da Caixa, Jorge Hereda, deu uma resposta inverossímil. 

Segundo ele, o banco havia descoberto que 692 mil famílias assistidas tinham mais de um cadastro, o Número de Identificação Social (NIS), que serve para definir o dia de recebimento do Bolsa Família. Apenas o NIS mais antigo foi revalidado. "Para garantir que esses beneficiários não estivessem impedidos de buscar os seus benefícios nas datas que usualmente tinham por referência", argumentou Hereda, escolheu-se liberar tudo para todos. 

O nexo entre uma coisa e outra é difícil de entender, assim como o fato de o órgão responsável pela decisão, o comitê operacional do programa, não ter se dado ao trabalho de avisar a tempo nem a direção da Caixa, muito menos a população interessada. Fica no ar a suspeita de que a instituição - antes por incompetência do que por malevolência - cometeu uma falha que se recusa a admitir e de cujos efeitos tenta se distanciar a todo custo. 

O Planalto, de seu lado, está numa enrascada. Tendo reagido pavlovianamente ao episódio, ao culpar a oposição pela boataria, sem procurar saber, primeiro, qual teria sido a verdadeira origem dos saques em massa, a presidente Dilma se vê mais uma vez no papel constrangedor de espectadora inerte da bagunça que reina no seu governo.

Brasil sobe juros na contramão do mundo

Folha de São Paulo 

O Banco Central deverá fazer novo aumento dos juros hoje em um movimento que vai na contramão do que ocorre no resto do mundo. 

Entre 13 países emergentes e desenvolvidos que alteraram sua política monetária neste ano, apenas Brasil e Egito aumentaram taxas. 
Outras 11 nações, como Índia, México, Colômbia e Austrália, reduziram juros para estimular suas economias. 
O mesmo ocorreu na zona do euro, que reduziu sua taxa de 0,75% para 0,5% no início deste mês. 

O descompasso se explica pela diferença na trajetória de atividade econômica do Brasil em relação a outros países nos últimos anos. 
Após a eclosão da crise financeira de 2008, a economia global passou por forte desaceleração. 

Isso levou os países, inclusive o Brasil, a afrouxarem suas políticas monetárias e fiscais com o objetivo de reanimar a atividade. estímulo à demanda 
A diferença em relação a outras nações, principalmente emergentes, é que a política de estímulo no Brasil foi mantida quando a economia já se recuperava, o que resultou em forte expansão em 2010, mas também contribuiu para pressões inflacionárias mais persistentes, principalmente nos preços de serviços. 

"O governo estimulou muito a demanda, apostando que a oferta responderia rapidamente", diz o economista Rogério S obreira, da FGV. 
Mas a expansão da oferta, ressalta o economista, esbarrou em entraves, como alto custo de financiamento e deficiências de infraestrutura. mercado de trabalho 

Para Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, a atividade econômica do Brasil tem passado por ciclos diferentes do resto do mundo desde 2007.  Neste ano, diz ele, a economia brasileira se recupera enquanto a global perde fôlego novamente, ao contrário do que tinha ocorrido em 2012. 

Segundo ele, o mercado de trabalho aquecido contribui para que essa diferença na direção dos ciclos leve a um descompasso entre a direção da política monetária no Brasil e a de outros países. 

"O aperto no mercado de trabalho funcionou como um agravante dessa diferença dos ciclos econômicos." Isso contribuiu para aumentar a renda e o consumo, pressionando principalmente os preços de serviços. 
A inflação próxima a 6,5% (teto da meta do governo) deverá levar o BC a subir os juros, atualmente em 7,5%, pela segunda vez neste ano. 

A autoridade monetária tem demonstrado, em declarações recentes, preocupação com a trajetória da inflação. 
Depois disso, aumentaram as apostas no mercado financeiro de que os juros subirão 0,50 ponto percentual na reunião de hoje. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Na época da 'chamada' ditadura...

Autor desconhecido - extraído do Facebook 


Podíamos namorar dentro do carro até a meia- noite sem perigo de sermos mortos por bandidos e traficantes. 
Mas, não podíamos falar mal do presidente. 

Podíamos ter o INSS como único plano de saúde sem morrer a míngua nos corredores dos hospitais. 
Mas, não podíamos falar mal do presidente. 

Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem era cidadão de bem, quem era bandido e quem era terrorista. 
Mas, não podíamos falar mal do Presidente. 

Podíamos paquerar a funcionária, a menina das contas a pagar ou a recepcionista sem correr o risco de sermos processados por assédio "sexual”. 
Mas, não podíamos falar mal do Presidente. 

Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei! negão!), credos (esse crente aí!) ou preferências sexuais (fala! sua bicha!) e não éramos processados por “discriminação” por isso. 
Mas, não podíamos falar mal do presidente. 

Podíamos tomar nossa redentora cerveja no fim do expediente do trabalho para relaxar e dirigir o carro para casa, sem o risco de sermos jogados à vala da delinquência, sendo preso por estar “alcoolizado”. 
Mas, não podíamos falar mal do Presidente. 

Podíamos cortar a goiabeira do quintal, empesteada de taturanas, sem que isso constituísse crime ambiental.
Mas, não podíamos falar mal do presidente. 

Podíamos ir a qualquer bar ou boate, em qualquer bairro da cidade, de carro, de ônibus, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos assaltados, sequestrados ou assassinados. 
Mas, não podíamos falar mal do presidente. 

Hoje a única coisa que podemos fazer... é falar mal do presidente! 
Que merda!

Idade é coisa da cabeça

Riad Younes (*) 

Não cansamos de ouvir dizer que a idade está na cabeça das pessoas, e não em suas carteiras de identidade. Um estudo recentemente publicado na prestigiosa revista científica Nature tenta provar que esse ditado é mais do que verdadeiro. Podem ter identificado o centro de controle do envelhecimento. 

Pesquisadores da faculdade de medicina Albert Einstein, em Nova York, conseguiram manipular a velocidade de envelhecimento de camundongos, em experiências laboratoriais bem controladas. Descobriram que, em uma região minúscula no cérebro dos animais, chamada hipotálamo, existem conjuntos de neurônios que podem afetar a taxa de envelhecimento. Presente nesses neurônios, encontraram uma molécula que parece ter, entre outras funções, o controle dos processos de envelhecimento do corpo. 

Essa proteína é velha conhecida dos cientistas. Era fortemente correlacionada com inflamações no corpo, e uma resposta a lesões externas. A dica veio exatamente daí. As pessoas, à medida que envelhecem, normalmente apresentam um aumento progressivo no número e na intensidade de processos inflamatórios em diferentes órgãos. Já se tentou utilizar produtos que combatem a inflamação e a lesão de células e tecidos decorrentes desse fenômeno, sem grande sucesso.

Exemplos clássicos são os chamados antioxidantes. Podem ajudar, mas seu impacto é geralmente imperceptível. Nesse estudo, por outro lado, os cientistas foram diretamente à fonte dessas alterações inflamatórias, a molécula cerebral presente no hipotálamo, chamada NF-kB. Manipularam as concentrações da NF-kB de duas formas. Em um estudo, conseguiram reduzir o ritmo do envelhecimento dos camundongos de forma significativa e aumentar sua expectativa de vida em 20%. 

Por outro lado, manipulando a NF-KB no hipotálamo dos animais de forma contrária, observaram uma aceleração da degeneração cardiovascular, neurológica e cognitiva. A força muscular decaiu progressivamente, a pele ficou mais fina e sua capacidade de adquirir novos aprendizados ficou significativamente reduzida. Em outras palavras, os camundongos ficaram rapidamente mais velhos. Os neurocientistas dedicados ao estudo do hipotálamo ficaram muito entusiasmados com esses resultados. Apesar de serem estudos experimentais em camundongos, e a maioria absoluta dos humanos não é rato nem camundongo, a perspectiva que se abre na pesquisa e na identificação de modos de influenciar o funcionamento da NF-kB nas pessoas, quer seja por medicamentos, quer seja por outras vias, é infinita. 

Não é o caminho da eternidade, mas atrasar o relógio do envelhecimento, nem que seja por meros 20%, parece bastante promissor. E interessante. 

(*) Médico, diretor clínico do Hospital Sírio-Libanês e professor da Faculdade de Medicina da USP.

Adeus, Neymar !

Blog do Noblat para O Globo - Charge Amarildo

Polícia para quem precisa

Leandro Fortes (*) 

Recentemente, pedi à promotora Alessandra Queiroga, do Ministério Público do Distrito Federal, que me enviasse alguns textos sobre as discussões em torno da PEC 37, que, uma vez aprovada, irá impedir o MP - além de outros órgãos governamentais, como o COAF e a Receita Federal - de fazer investigações. Estas, pois, passariam a ser exclusivas das polícias judiciárias (Civil, nos estados, Federal, na União). 

Pedi os textos porque tenho fontes dos dois lados, no MP e na polícia, há muitos anos, dentro e fora de Brasília. Tenho críticas à atuação de ambos, mas não há como negar que a parceria entre promotores, procuradores e policiais está na origem do que melhor já se produziu em termos de combate ao crime no Brasil, sobretudo contra a corrupção de agentes públicos. A meu ver, a PEC 37, com o intuito de coibir abusos de um lado, irá fazer com que o outro se sobrecarregue sem ter autonomia e capacidade para tal. 

A promotora Alessandra me enviou o texto abaixo que, com a autorização dela, reproduzo aqui. É um desabafo pessoal e, ao mesmo tempo, um alerta cheio de razões e sensibilidades de uma profissional com duas décadas de experiência no combate ao crime no Distrito Federal. E se você levar em conta que tivemos quatro mandatos de Joaquim Roriz e um de José Roberto Arruda no DF, vai entender muito bem sobre o quê ela está falando. 

Oscar Schmidt luta contra câncer no cérebro

Estadão  

O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt se submeteu a uma cirurgia para a retirada de um nódulo da cabeça no final de abril, no Hospital Albert Einstein. A informação foi divulgada pelo apresentador de televisão Fernando Vanucci em sua página no Facebook. 

Oscar está sendo submetido a sessões de quimioterapia. 

Em maio de 2011, Oscar já havia passado por cirurgia no cérebro para retirada de um tumor benigno na parte frontal da cabeça, no lado esquerdo. O nódulo foi descoberto quando o jogador passou mal na banheira de um spa dos Estados Unidos. O diagnóstico foi feito naquele país. Oscar retornou ao Brasil e retirou o nódulo cinco dias depois, no Albert Einstein. 

Oscar não se encontra mais no hospital, que não tem autorização para divulgar qualquer informação a respeito.

Enfim, sem futebol

Bellini Tavares de Lima Neto (*) 

 “Imagine que você tenha um amigo ou amiga que seja fã incondicional de um artista qualquer. Então você encontra um comentário completamente desairoso a respeito desse artista. Se for um cantor, por exemplo, o comentário afirma que o sujeito é inteiramente desprovido de qualquer talento e que seus fãs só podem ser idiotas completos, inteiramente desprovidos de qualquer sensibilidade ou percepção. Você, então, envia esse comentário ao seu amigo ou amiga que é fã do tal artista. O que exatamente você espera que isso provoque no seu amigo ou amiga? “Ah, ele vai achar engraçado”. Pode ser que sim, ainda que não seja lá muito provável. Mas, tendo em vista que isso aconteceu pela primeira vez, pode ser que o amigo ou amiga tome a tua atitude como uma simples brincadeira feita sem pensar muito. Uma brincadeira de gosto no mínimo duvidoso, um tanto insensível ao que se poderia chamar de noção mais refinada de respeito, mas, enfim, nada além disso. Afinal, vocês são amigos, não é?” 

O parágrafo aí acima é o primeiro de uma outra crônica que escrevi há uns dois anos e que batizei com o nome “O que, exatamente, você espera?” A resposta à pergunta é muito mais do que óbvia. Nos parágrafos seguintes da tal crônica, como é fácil concluir, procuro descrever o mesmo comportamento que vai se repetindo diversas vezes até que o destinatário da inconveniência se cansa de tanta má-criação e corta relações com o autor das grosserias. Convenhamos, o que alguém espera que aconteça assumindo atitudes como essa? 

Isso vive acontecendo e agora,com o surgimento das ferramentas da “internet”, parece que ganhou corpo e se multiplica de forma incontrolável. Não consigo atribuir esse tipo de comportamento a um ou mais fatores específicos. Não sei se isso se deve a uma gradativa perda do sentimento de respeito aos outros ou à banalização da grosseria ou, ainda, porque, por detrás da tecla do computador todos se sentem à vontade para dar vazão a tudo o que tem de mais desagradável. Seja lá qual seja a causa ou causas, o fato é que é um comportamento extremamente incômodo. 

Mas, tenho percebido que não se trata apenas de falta de educação ou de respeito. Também falta um mínimo de inteligência em praticamente todas as manifestações dessa natureza. Pior ainda que o caráter ofensivo é a tentativa dos seus autores em desenvolver argumentos e raciocínios. Aí o problema se duplica: é a falta de educação e a de inteligência. Não sei se, porque levadas pela emoção da má-criação, as manifestações são tão inteligentes quando o pronunciamento de uma ameba. E isso, confesso, é ainda mais incômodo que a falta de modos. 

Mas, nada está completamente perdido. Sempre há uma saída. E eu descobri algumas delas. Por exemplo, se começo a ouvir algo assim por meio de rádio ou televisão, simplesmente desligo o aparelho ou mudo de estação. Se, por outro lado, a coisa vem por meio da “internet” ou, mais precisamente, do “facebook”, há o recurso infalível e saneador do bloqueio. Na parte de cima, à direita na página do “face” existe um lugarzinho onde está escrito “Sair”. Clicando (já está no Aurélio, sim) ali aparece a palavra “Configurações”. Clicando nela aparecem diversas opções e uma delas é, exatamente “Bloqueio”. Pronto. Com esse procedimento simples e indolor é possível sanear seu “Facebok” e deixá-lo civilizado.

Como foi que eu descobri isso tudo? Procurando um jeito de deixar meu “facebook” limpo de uma porção de grosserias. E a maioria esmagadora delas estava ligada ao futebol, um esporte tão interessante, emocionante, mas que se transformou numa espécie de válvula de escape para prováveis distorções emocionais. O efeito? Extraordinário. Meu “facebook” ficou completamente livre de uma porção de manifestações e comentários desagradáveis, ofensivos, desrespeitosos e, sobretudo, estúpidos e sem inteligência. E eu não fiz isso pensando apenas em mim. 

Fiz isso pensando em três lados. Um deles sou eu mesmo, é claro, que estou livre desse incômodo. Um outro é o sagrado direito à liberdade de expressão. Todo mundo tem o direito de se manifestar. Só que, em contrapartida, todos também têm o sagrado direito de não partilhar isso. Por fim, o terceiro lado são os amigos. Alguns amigos, em alguns momentos, parecem perder a noção do bom senso ou, então, trazem consigo esse ladinho idiota como, aliás, todos nós temos um. No convívio social entre amigos é improvável que essas cretinices apareçam. Se aparecem em outras situações, porque não sumir com elas? Afinal, os amigos são mais importantes que suas mazelas 

(*) Advogado, avô, corintiano e morador em S. Bernardo do Campo (SP)

Para fazer a Copa vale tudo ...

ONU e ativistas denunciam violações de direitos humanos na preparação da Copa no Brasil 

 Blog de Jamil Chade para o Estadão  

Representantes da ONU, vítimas e ativistas vão denunciar hoje (terça-feira) nas Nações Unidas sérias violações aos direitos humanos que estão sendo cometidas no Brasil por conta das obras e preparação do País para a Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016 e pedir que governos estrangeiros pressionem Brasília para frear obras que estejam criando consequências sociais negativas. 

As acusações serão apresentadas em um evento dedicado exclusivamente à situação do Brasil e que será organizada em Genebra por entidades de pessoas afetadas pelas obras e por um grupo de defesa aos direitos humanos, a Conectas. 

Segundo os organizadores da manifestação, o debate irá escancarar os “deslocamentos forçados de comunidades, destruição de patrimônio cultural, supressão de direitos de idosos e estudantes, abusos policiais cometidos em prol da segurança e uma longa lista de outras violações semelhantes em decorrência de megaeventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas”. 

A reunião ocorre durante a 23ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, e tem como meta chamar a atenção internacional para o fato de que a Copa de 2014 não será apenas a festa que muitos estrangeiros esperam encontrar no Brasil.

Para a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), remoções forçadas têm sido “o grande drama das famílias brasileiras desde o início das obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas”. 
A entidade estima que “pelo menos 200 mil pessoas estejam passando por despejos relacionados aos eventos, o que corresponde a quase um em cada mil brasileiros”.

“O Brasil injeta recursos bilionários em infraestrutura para dois mega eventos esportivos: a Copa e a Olimpíada. As obras exigem mudanças urbanísticas, logísticas e humanas. Mas quem ganha e quem perde com esse rearranjo monumental?”, questiona Juana Kweitel, diretora de Programas da Conectas. 

“No momento em que se abre espaço para fazer infraestrutura sobre espaços antes ocupados por estas comunidades, se despeja estas comunidades sem nenhuma forma de reassentamento e com valores muito pequenos de compensação financeira (…) Ou mesmo quando se propõe o reassentamento para estas pessoas, o fazem na periferia a 30 quilômetros do local aonde elas viviam”, afirma Raquel Rolnik, relatora Especial da ONU sobre o Direito a Moradia Adequada. 

A Ancop espera ainda que a “comunidade internacional recomende ao governo brasileiro a paralisação imediata das remoções forçadas e, em parceria com as comunidades afetadas, crie um plano nacional de reparações e um protocolo que garanta os direitos humanos em caso de despejos causadas por grandes eventos e projetos”.

Antibiótico é útil para dor lombar, diz estudo

Folha de São Paulo 


Boa parte das dores lombares crônicas em pessoas com hérnia de disco pode ser causada por infecções "ocultas" e tratada com antibióticos, de acordo com duas pesquisas realizadas por médicos dinamarqueses. 

Os trabalhos, publicados no "European Spine Journal", contemplam duas etapas. Primeiro, a equipe liderada por Hanne Albert, da Universidade do Sul da Dinamarca, procurou saber se havia infecção nos discos intervertebrais. 

Eles analisaram, em 61 pacientes, o material do núcleo do disco que fica entre as vértebras e amortece o impacto entre elas. Quando há hérnia, esse material sai do disco e pressiona os nervos próximos, causando dor. 

No grupo estudado pelos dinamarqueses, a hérnia tinha levado também a uma lesão óssea, presente em 40% da população com dor lombar crônica, cuja causa é atribuída, em geral, à falta do amortecimento, já que os discos estão degenerados. 

No estudo, 46% dos pacientes apresentavam uma infecção bacteriana no núcleo do disco. 

De acordo com a pesquisa, um ácido produzido pela bactéria, a P. acnes, comumente  encontrada na pele e que foi achada na maioria dos discos infectados, é responsável pelas lesões ósseas. 

A segunda pesquisa do grupo avaliou um tratamento de cem dias com antibiótico em 144 pacientes. Metade recebeu o remédio e metade, placebo. No grupo do antibiótico, 75% das pessoas diziam, no início do estudo, sentir dores constantes nas costas. Ao fim de um ano, só 20% continuavam nessa situação. 

De acordo com o fisiatra João Amadera, do Spine Center do HCor (Hospital do Coração) de São Paulo, apesar de promissor, o resultado não significa que esse tratamento possa ser generalizado para qualquer pessoa com dor nas costas. 

Isso porque é difícil saber em quais pessoas existe a infecção, que é de baixa virulência e não causa sintomas como febre e mal-estar. 

"O diagnóstico preciso de uma infecção é dado com a cultura [da bactéria] e, para isso, teríamos que fazer uma biópsia do disco suspeito por agulha, o que pode acelerar a degeneração dos discos." 

Outro problema é a longa duração do tratamento, necessária porque os discos são de difícil acesso para os remédios, pela baixa vascularização da região. 

Para completar, 27% das pessoas que se trataram com antibióticos tiveram diarreia. 

Os próprios autores do estudo destacam também o perigo do uso indiscriminado de antibióticos, que pode selecionar micro-organismos resistentes aos remédios. 

Ainda assim, o trabalho chama a atenção ao abrir a possibilidade de um novo tratamento para um problema tão comum, diz Amadera, que vai iniciar um estudo com 20 pessoas para ver se as conclusões dos dinamarqueses se repetem por aqui. 

Por enquanto, o tratamento deve continuar à base de fisioterapia e remédios para os casos menos graves e cirurgia quando não houver outra opção, diz o ortopedista Luís Eduardo Munhoz da Rocha, especialista em coluna. 

Recuso

Renato Gomes Nery (*) 

Recuso a pensar que: 
Um dia os olhos serão fechados e a partida será para sempre 
Depois desta vida somente exista o nada. 
A vida seja só isso: uma soma e uma subtração de dores e alegrias 
A morte um fato consumado e a existência uma sinfonia inacabada 
A perfeita harmonia do mundo seja quebrada todos os dias por malfeitores e aproveitadores 
A felicidade seja um ideal inalcançável
Este sorriso encantador não seja perene 
A sobrevivência passe, por fim, a depender dos elementos químicos deste comprimido engolido todos os dias.

(*) Advogado e morador em Cuiabá (MT)

"Na Finlândia, a profissão de professor é valorizada"

Estadão 

Jaana Palojärvi
Na análise de quaisquer que sejam os rankings de educação, é praticamente certo que a Finlândia - país nórdico de cerca de 5 milhões de habitantes (mesma quantidade de alunos da rede estadual de São Paulo) - esteja presente nas primeiras posições. Por ter um dos melhores sistemas de ensino do mundo, representantes do Ministério da Educação do país foram convidados a vir a São Paulo para detalhar o modelo que pode servir de inspiração ao Brasil. O evento foi promovido pelo Colégio Rio Branco e pela Embaixada da Finlândia. 

Em entrevista ao Estado, Jaana Palojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, disse que a principal "receita do sucesso" tem a ver com o trabalho do professor, cuja profissão é valorizada e muitos jovens querem segui-la. 

A valorização da carreira dentro da própria sociedade foi observado pela educadora Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, que visitou o país em duas ocasiões. "Mesmo não sendo um dos mais altos salários pagos em comparação com outros países europeus, lá o professor tem um prestígio social. Isso é evidente", fala Esther. 

Ao observar o ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009 - realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) -, o país ficou na 3ª melhor posição, entre mais de 65 países. O Brasil acumulou a 53º posição. 

O que mais chama atenção no seu modelo educacional, é a descentralização administrativa das escolas - professor tem poder para remodelar o currículo de seu grupo de alunos -, há pouco dever de casa e as crianças não são expostas a quantidades excessivas de conteúdo. Uma realidade bastante distinta de países asiáticos como Coreia, líder do Pisa. O sistema coreano é reconhecido por exigir bastante dos alunos na escola e fora dela. 

Na Finlândia, manter um ambiente propício à aprendizagem, tendo o professor como figura central desse processo é o principal foco do Estado, que financia completamente o ensino básico. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quanto mais pão e circo, melhor .........

Gastos com estádio em Brasília pagariam 12 anos de educação para 15 mil crianças, diz Cristovam Buarque  

Diário do DF 

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que os R$ 1,6 bilhão gastos na construção do estádio de futebol recentemente inaugurado no Distrito Federal seriam suficientes para garantir 12 anos de educação para 15 mil alunos em superescolas. Ele definiu superescolas como escolas muito bem construídas e equipadas, com professores ganhando R$ 9,5 mil por mês e com todas as crianças estudando em horário integral. 

Em pronunciamento nesta quarta-feira (22), o senador acrescentou que esses alunos, egressos de um ensino médio de qualidade, poderiam facilmente obter um trabalho que lhes garantisse uma renda mínima mensal de R$ 4 mil. 

"Se a gente considera esses R$ 4 mil por mês, ao longo da vida útil desse jovem até ele ficar velho, isso equivale a R$ 26 bilhões. Ou seja, numa visão progressista, a meu ver, esse estádio se transformaria em 17 estádios", afirmou o parlamentar. Cristovam afirmou ser usual, ultimamente, "dizer que não existe mais esquerda e direita, não existe mais progressista e conservador, que os partidos são todos iguais". Mas, para ele, ainda existe a distinção. O senador definiu como conservador "aquele que comemora as coisas boas que aconteceram". E, como progressista, "aquele que luta pelas coisas boas que ainda falta serem feitas, sem esquecer as boas coisas que aconteceram". 

Para Cristovam, a diferença entre um lado e outro reside em como se usa os recursos e quem são os beneficiários desses recursos. 

"É como se usa, se na construção de um estádio ou na educação das crianças. O beneficiado é cada um de nós que vai ao jogo, porque prefere ir lá a assistir pela televisão, ou uma vida inteira desses jovens com um salário conquistado graças à educação que receberam. É isso que divide a gente", afirmou o senador, que se considera um progressista. Cristovam teve seu pronunciamento elogiado, em apartes, pelos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Eduardo Suplicy (PT-SP).

Que porto é esse, senhora dos navegantes?

Fernando Gabeira (*) 

Desembarco mareado nesta nova estação do progresso. Sou pela abertura dos portos e não vejo argumento mais forte do que centenas de caminhões engarrafados esperando o momento de exportar sua carga. 

Chego mareado não pelo balanço das ondas, mas pelo espetáculo agitado em terra firme. Um longo psicodrama que não pude acompanhar em todos os detalhes por causa das tarefas cotidianas. Mas já o pressentia. Para articular seu governo na nave do Congresso, a senhora escolheu Ideli Salvatti. Com as características da nova ministra, a escolha a transformaria rapidamente de Salvatti em Afundatti: independentemente de suas qualidades, simplesmente não é a pessoa para o cargo. Pode ser amiga, fiel, apaixonada pela causa, mas, que diabo, isto é uma República! Em vez de elevar o nível da política, como se pede a uma presidenta, ela a joga no chão e a pisoteia com o salto alto. 

O mais impressionante, à distância, é o reality show no Congresso. Conheço alguns personagens, da política fluminense, e não acreditava no que lia: Eduardo Cunha, guerrilheiro que obriga o governo a recuar. Como assim? Eduardo Cunha fazendo emboscadas, dispersando quando o inimigo se concentra, concentrando-se quando o inimigo se dispersa? 

Eduardo Cunha, o líder do retrocesso, diziam algumas outras notas. Será? Cunha não se bate pelo progresso nem pelo retrocesso. Seus parâmetros são outros. Lembro-me de uma sessão que ele presidia. Discutimos e tive a sensação de que não estava me olhando. Disse: "Por favor, olhe para mim". E ele: "Estou olhando". Percebi, subitamente, que olhava sem olhar. Ele falava de dentro de uma caverna. 

Para futebol tudo, mas para as verdadeiras prioridades nada. Esse é o Govêrno

Governo gasta R$ 31 mi para ajudar a pagar custo de transmissões de TV durante Copa das Confederações  

UOL 

O Governo Federal vai gastar R$ 31,6 milhões para ajudar a Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado) e suas emissoras de TV parceiras nas transmissões das partidas de futebol durante a Copa das Confederações, que começa no dia 15 de junho. O Ministério das Comunicações contratou a Telebrás no início do mês pelo valor com a missão de ajudar com toda a rede de telecomunicações sem fio e fixa que serão utilizadas.

Estão incluídos os "links" de satélite, todos os equipamentos de rede (incluindo equipamentos terminais), todos os codecs e todas as comunicações de telefone, dados, áudio e vídeo, nacionais e internacionais, necessários para as competições e para os seus eventos auxiliares. O governo assumiu o custo de montar a estrutura de telecomunicações e pagar a conta de sua operação em 2007, quando se comprometeu com a Fifa a arcar com a infraestrutura necessária para o Mundial deste ano e o de 2014 em diversas áreas. 

Apesar disso, a pasta das Comunicações afirma não ter ficado claro na "Garantia nº 11 – Telecomunicações e Tecnologia da Informação", que assinou na ocasião no Caderno de Encargos (documento com as garantias do governo brasileiro em atender diversas exigências da Fifa para realizar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil), que o custo das operações nas transmissões de TV estava deste pacote, e aceitou arcar com parte do custo. 

A responsável pela transmissão de TV é a HBS, produtora parceira da Fifa que fará a captação das imagens oficiais e geração do sinal de TV. É este sinal que será utilizado pelas emissoras de TV que compraram os direitos de transmissão dos jogos da competição para a Fifa. No Brasil, a TV Globo é a parceira oficial da entidade máxima do futebol. Além da transmissão oficial da HBS, a emissora deve ter câmeras exclusivas próprias dentro dos estádios durante as partidas. 

Durante a Copa de 2014, a Globo também será responsável junto com a Fifa pelas "Fan Fests", eventos públicos durante a Copa onde os torcedores encontraram telões com a transmissão dos jogos, shows, praça de alimentação e bebida entre outras atrações. Assim, o governo brasileiro ajuda a custear as transmissões de TV, um negócio milionário do qual o lucro proveniente ficará inteiro com a Fifa, a HBS e as emissoras de TV que vão retransmitir o sinal mundo afora. 

Acordo 
"A necessidade de estruturação desses detalhes levou o Governo e a FIFA a iniciarem discussões sobre os pontos de divergências de entendimento acerca do escopo da Garantia nº 11", dia a nota enviada pelo governo do UOL Esporte. 

"Finalmente, após longo período de debates e negociações, os pontos de controvérsia sobre a Garantia nº 11 entre o Ministério das Comunicações e a FIFA foram pacificados. Os resultados foram contemplados em Memorando de Entendimento (MoU) firmado entre o Ministério e a FIFA, em 9 de janeiro de 2013, que estabelece as responsabilidades e encargos operacionais para ambas as partes", diz o Ministério das Comunicações. 

De acordo com o governo, o contrato do ministério com a Telebrás (empresa de capital misto vinculada à pasta das Comunicações) inclui a transmissão dos dados dos estádios e locais relacionados para o centro de transmissão, em Belo Horizonte, e garantir o link com os satélites. Todo o tratamento técnico das imagens, como agregação, codificação, decodificação e distribuição posterior seria responsabilidade da Fifa. 

Apesar de ter sido fixado em R$ 31 milhões, o governo afirma que o custo desta operação deve diminuir já que a Telebrás abriu uma subsidiária, a Telebrás Copa, que conta com as isenções fiscais concedidas pelo próprio governo federal à Fifa e suas parceiras na realização dos mundiais de futebol. 

Mais ajuda 
Em fevereiro, o UOL Esporte noticiou que o Ministério do Esporte anunciou investimento previsto de R$ 10,2 milhões para contratar uma empresa ou consórcio que forneça geradores de energia para a transmissão do sinal de TV dos estádios durante o evento. 

Após as cidades sede da Copa de 2014 reclamarem dos custos excessivos das estruturas temporárias exigidas pela Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), o governo federal resolveu assumir mais esta parte da despesa. Pouco tempo depois, porém, cancelou a verba para os geradores e afirmou que este dinheiro seria anunciado posteriormente, vindo de outra fonte.

Enquanto isso, no mundo do futebol ..

Blog do Juca Kfouri