Gilberto Dimenstein(*)
A educação da cidade de São Paulo é ruim, para não dizer péssima; a saúde, precária; o trânsito, um caos. A poluição não para de piorar. Os roubos estão aumentando. Por que, então, poderíamos aceitar dinheiro público para a construção de estádio de um evento passageiro como a Copa do Mundo? O que não falta na cidade é estádio de futebol.
Há um risco de que o veto ao uso do Morumbi signifique investimentos de dinheiro público em um novo estádio --coisa que as autoridades negam.
Se é para torrar dinheiro público com bobagem, prefiro que São Paulo fique de fora. A Copa passa (e rápido) e a cidade fica.
Esse debate apenas estimula minha desconfiança de que as obras da Copa e das Olimpíadas vão acabar menos em taças e medalhas do que em escândalos.
(*) É membro do Conselho Editorial da Folha de São Paulo e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz.
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