Padre Edilberto Sena (*)
Dentro da sociedade cresce um clamor que o poder público não pode mais ignorar. As manifestações públicas vão se multiplicando mais e mais. Uma hora é exigência de água encanada, outra hora é o direito ao Programa Luz para todos que não chega às comunidades. Outro dia foi a marcha em defesa do igarapé do Urumari e logo em seguida, o abraço ao lago do Juá.
Ontem, foram 300 moradores da grande área da Nova República participaram da marcha em defesa do Bosque da Serra da Embratel. Não dá mais para os poderes Públicos: Municipal e Estadual ignorarem os clamores do povo. Os sintomas da inquietação social estão expostos. Como diz o ditado: onde há fumaça é sinal que tem fogo chegando.
Como explicar a demora da prefeitura em criar áreas de proteção ambiental nas três reclamadas pelos moradores: igarapés, lago do Juá e Serra da Embratel. Será desprezo pelas manifestações populares? Falta de boa assessoria jurídica? Ou será falta de consciência ecológica do poder público municipal?
No caso da necessidade da criação do bosque, chamado de Saúbal, há três anos, foi feito um abaixo assinado popular, e entregue à Prefeita e ao Presidente da Câmara. Já foi feito pesquisa, por universitários, mostrando a importância de se proteger a riqueza florestal, para o equilíbrio climático da cidade, mas o projeto não anda. Enquanto isso, oportunistas já começaram a destruir parte do patrimônio da serra.
Como explicar a lentidão da prefeitura em criar e executar as áreas de proteção ambiental no entorno da cidade? Para que serve uma secretaria de meio ambiente? As manifestações populares vão se repetindo e as consequências também vão chegando.
Não dá mais para chegarem desculpas de falta de dinheiro ou incompetência da secretaria.
Se há dinheiro para trazer cantores caros à festa da cidade, por que não há dinheiro para efetivar as áreas de proteção ambiental? O povo reclama e tem razão.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém
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