quinta-feira, 17 de junho de 2010

Luz para todos - engôdo

Programa luz para todos é lingüiça pendurada

O ser humano pode viver sem o ar e a água? Não! Mas pode viver sem energia elétrica? Pode! Em 1950 a cidade de Santarém só tinha uma usina elétrica, à lenha, e só em 3 ou 4 ruas. Em Mojuí dos Campos, o povo vivia à base de lamparina e vivia.
Acontece que o ser humano se adapta a novos costumes e a energia elétrica é uma das necessidades a que as pessoas se adaptaram, e hoje, a vida humana depende da eletricidade para harmonia pessoal, familiar e social. Nesse ponto, a Região Oeste do Pará, avançou.
Hoje até as comunidades mais distantes, como São Luiz do Tapajós já tem a energia elétrica vinda de Tucuruí. E como a luz no campo é um direito adquirido e como a fornecedora de energia não atende a esse direito de todos, é que se ouve notícia de grupos humanos ameaçando derrubar postes de transmissão de energia porque lhes falta o Programa luz para todos.
J
á Palhalzinho, no Planalto de Mojuí, vive o drama de ter os postes, os fios, ter recebido o Programa luz para todos; as famílias compraram geladeira, ferro elétrico, televisão e outros utensílios e aí, há cinco dias estão sem eletricidade. Já apelaram à empresa e até agora nada. Por que será? Falência da empresa? Incompetência de administração? Falta de interesse porque o consumo de Palhalzinho não dá lucro?

Os moradores não sabem mais a quem apelar. Mas não é só o povo de Palhalzinho que é mal servido de energia, os moradores de Santarém também já não sabem o que fazer com tanta interrupção de energia. A impotência dos consumidores se deve, em boa parte, à falta de concorrência.
O monopólio da distribuição leva a empresa a não se importar com o sofrimento dos consumidores, pois estes não podem viver mais sem energia elétrica; se os consumidores de Palhalzinho partirem para a violência serão tidos como criminosos.

O que fazer então?
Quem está cometendo crime no caso do mal atendimento de uma necessidade social como a energia?
Curiosamente existem órgãos teoricamente pagos para fiscalizar, proteger os consumidores. Há um Procon, há ministério público, mas ambos são inoperantes.
Quando muito dizem que não foram acionados. Quer dizer, não acompanham os acontecimentos e se não for alguém lá se queixar, nada se faz.

O desanimador deste comportamento é que se alguém for lá, as providências ficam a meio caminho, sem solução.

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rurtal em Santarém

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