quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O lado triste dos esportes

O UOL Esporte de hoje traz a tona toda a lambança cometida por Nelsinho Piquet durante o Grande Prêmio de Cingapura no ano passado, onde ele admite através de dossiê entregue junto ao presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) que realmente aceitou em provocar um acidente em determinada volta previamente marcada inclusive em que curva que isso poderia acontecer dando condições ao Safety Car (Carro de Resgate) de entrar na pista e com isso favorecer seu companheiro de equipe e a própria equipe.
Pode-se imaginar que alguém que participe/endosse/organize/programe algo desse tipo tenha algum escrúpulo? Será que o vencer a qualquer custo vale um procedimento dessa natureza? Será que ninguém se incomoda de levar o esporte nesse nível de ganância a ponto de montar todo um circo? A fama, a fortuna, valem isso? Onde ficam a lisura, a ética, os princípios, esportividade? Literalmente na lata do lixo.
Mas, o pior que a entrega do dossiê, a caguetagem, o mea-culpa exposto publicamente com a consciência que as punições poderão ser severas, é a hipocrisia e falsidade em todo esse contexto.
Porque tais fatos não foram expostos logo após a corrida? Porque esperar todo esse tempo no aguardo se o seu contrato seria ou não renovado? E se o Sr. Briattore fosse um amigo será que toda essa lama (para não dizer outra coisa) seria exposta? E o pai, o campeão Nelson Piquet por quem sempre tive uma admiração como piloto também não foge a esse quadro, pois se soube há mais tempo porque esperou para ir a Fia e entregar na bandeja a cabeça do filho, somente após sua demissão da Renault? Porque não o fez antes?
“O stress foi acentuado pelo fato de que eu ia largar em 16º no grid, então estava muito inseguro quanto ao meu futuro. Quando me pediram para bater, aceitei porque esperava que isso melhorasse a minha posição dentro da equipe. Em nenhum momento ninguém me disse que, se eu causasse o acidente, teria meu contrato renovado”. Disse Nelsinho em seu dossiê.
Torna-se difícil acreditar que alguém que possui um discernimento aceite essa situação e esse pedido apenas por se “sentir inseguro”.
Quantos e quantos trabalhadores se sentem inseguros diariamente em seus empregos e nem por isso vão atropelando a linha de conduta, a moral, os bons costumes, a venda do seu caráter para ter um bom dia do chefe.
O acreditar no esporte (isso não livre a cara dos outros) fica cada vez mais difícil porque as vaidades humanas extrapolam aquilo que mesmo sendo esportes profissionais achamos sempre que existe espaço para um amadorismo simplório. Virou utopia.

Um comentário:

  1. Antonio Carlos Sampaio Silveira5/10/09 09:55

    Caro Amigo Antenor, parabens pelo teu blog. Vou ler com o prazer de um adolescente que te conheceu no Colegio São Bento.

    Forte abraço, Antonio Carlos

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