O governo federal ignora a frequência escolar de quase um em cada quatro adolescentes do programa Bolsa Família, informa reportagem de Eduardo Scolese, publicada nesta segunda-feira pela Folha de São Paulo.
A matrícula na escola e o comparecimento em 75% das aulas são as condicionalidades exigidas pelo governo aos jovens de 16 e 17 anos de famílias beneficiárias do programa. Com esse aluno longe das salas de aula, o benefício, no valor de R$ 33, pode ser bloqueado e, em seguida, cancelado.
Essa falta de informações supera em 62% a das crianças também integradas ao programa de transferência de renda.
A reportagem informa que, segundo relatório do Ministério do Desenvolvimento Social, do 1,9 milhão de adolescentes beneficiados em julho passado pelo Bolsa Família, não havia informações disponíveis sobre a frequência escolar de 447,8 mil (23,28%).
No caso de crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos, o índice é de 14,32% --dos 15,2 milhões registrados no programa, 2,1 milhões não têm a frequência acompanhada pelo governo.
Outro lado
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, evasão escolar, mudanças de cidade ou de instituição de ensino e problemas no envio de informações das escolas ao sistema do governo federal estão entre os potenciais motivos para o atual índice de adolescentes sem informações sobre frequência escolar.
Enquanto não identifica as causas reais, o que será buscado num estudo interno que já foi encomendado, a pasta decidiu bloquear no mês passado 600 mil benefícios variáveis (de crianças e de adolescentes) daqueles que não têm a carga horária escolar acompanhada.
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