Estudo da WWF mostra que para aproveitar áreas de produtividade degradas e integrar culturas é preciso incentivos fiscais por parte do Governo e bom planejamento.
O Brasil pode dobrar a sua área de produção agrícola, atualmente de 70 milhões de hectares, só com a recuperação de 30% das áreas de pastagens degradadas. É o que revela um estudo recente apresentado pela WWF Brasil. Segundo o relatório, esse espaço é suficiente para a produção de cana-de-açúcar e soja sem que o Cerrado e a Amazônia sejam impactados.
A organização, por meio de seu estudo, relacionou o crescimento da demanda por biocombustíveis com a expansão agrícola no Brasil, quantificando a área e apontando as regiões de ampliação. De acordo com a WWF, o Brasil possui 16,1 milhões de hectares degradados em áreas consolidadas para a agricultura, com potencial e que ainda não foram usadas. Essa extensão é praticamente a mesma ocupada hoje no País pelos grãos e pelas lavouras perenes, cujo ritmo de crescimento tem sido muito baixo nos últimos anos.
Se forem calculadas, nessa área, as pastagens degradadas - que inclui as de regiões de agricultura não consolidada -, o País terá 60 milhões de hectares disponíveis para a agricultura, defende o relatório. Porém, para que haja expansão sem trazer conseqüências negativas aos biomas brasileiros, é preciso uma política de incentivos inexistente no País. Na opinião de Ocimar de Camargo Villela, superintendente do Instituto Ares, os números da pesquisa são consistentes porque revelam a área existent e de degradação. “Se tivéssemos investimento do Estado poderíamos ter muito mais eficiência, não sei se para dobrar a área, mas melhoraria em 50%”.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, afirma que há propostas para recuperação de áreas degradadas. “Contudo, precisamos ter um Código Florestal que considere questões fundamentais para a continuidade da atividade sem, claro, deixar de preservar o meio ambiente”.
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