Mais uma vez a mídia traz uma tragédia anunciada. Explosão numa área residencial onde funcionava uma fábrica ilegal de fogos de artifícios. Os lugares podem ser variados, mas, a irresponsabilidade das autoridades competentes é a mesma. Ou seja, permitir a presença de comércio perigoso junto a áreas residenciais. Vejamos:
Curitiba – cidade modelo. Algum tempo atrás explosão em deposito de gás tendo mortes e destruição. Autoridades alertadas.
Diadema – explosão numa fábrica de solventes tendo mortes e um quarteirão inteiro de destruição. Autoridades alertadas por diversas vezes.
São Paulo – bairro do Jaçanã – explosão numa lojinha de fogos, mas que armazenava pólvora. Mortes e destruição de meio quarteirão. Autoridades avisadas.
Santo André - explosão de uma loja de fogos, mas com indícios de ser também uma fábrica de fogos clandestina. Mortes, destruição e várias casas interditadas. Autoridades alertadas.
Em resumo, de que adianta alertar as autoridades sobre perigos iminentes se a atenção dada é nula? Quando ocorrem tais tragédias o que se vê é a procura dos culpados e as chamadas autoridades literalmente com cara de bunda, empurrando o problema. Os mortos, se enterra. Os prejuízos, cada um que arque com o seu. E a vida continua com os mesmos perigos espalhados pelo País graças à inconseqüência, pouco caso, desinteresse, irresponsabilidade de autoridades omissas e descompromissadas e preocupadas apenas com problemas políticos ou com seus umbigos.
Nossa cidade não foge a essa regra. Lutei sem sucesso para a não instalação de um posto de venda de gás em frente à minha casa, numa área classificada pela própria planta da prefeitura como residencial. Afora a natural desvalorização do imóvel obtido com muito sacrifício, o maior problema reside em se ter uma bomba-relógio em frente de casa, sem saber em que momento irá explodir. Cartas, apelos, reclamações para Corpo de Bombeiros, CREA, Seminf, Ibama, etc foram em vão. O posto mesmo assim foi instalado. Deixou de funcionar já há algum tempo por outros motivos. Porém, o principal que fica é o descaso diante de um problema crucial desses. Quando se observa um depósito de gás instalado bem em frente ao Fórum da cidade, tem-se a certeza de que quase nenhuma importância é dada para um perigo desse.
Aqui nunca acontece! Estamos acostumados! Somos experientes!
São os principais alertas de qualquer manual de instrução fornecidos em cursinhos de sobrevivência, quando se quer deixar a segurança de lado ou em segundo plano.
Resta ao cidadão comum, aquele que banca os custos dessas chamadas autoridades apenas a rezar e pedir a Deus proteção para si, seus familiares e todos aqueles que desafortunadamente residem ao lado de bombas-relógios. O aqui nunca acontece um dia pode acontecer.
Será tarde demais.
Antenor Pereira Giovannini (aposentado e morador em Santarém)
Nenhum comentário:
Postar um comentário