terça-feira, 24 de novembro de 2009

Filme do Cazuza - Um comentário

Recebemos de um leitor anônimo o seguinte comentário a respeito do artigo postado sôbre o Filme do Cazuza. Agradecemos ao leitor a audiência e o comentário:



Sr Antenor
A psicóloga foi mais rápida que eu. E mais competente, sem dúvida. O que ela está dizendo de forma muito eloqüente foi tema de uma conversa minha com minha mulher ainda esta semana. Definitivamente, não consigo enxergar heroísmo algum nesse pobre e destrambelhado jovem que, a rigor, cometeu um verdadeiro suicídio. Não acho que ele deva ser criticado, condenado, execrado. Afinal, ele fez o que podia fazer com os recursos ou falta de recursos com que viveu. E, obviamente, entenda-se por “falta de recursos” até mesmo uma mão forte que tivesse lhe dado um “basta” quando isso se fez necessário. Mas, também os que o criaram devem ter tido suas fraquezas. Portanto, não há que se falar em critica.
O que é inadmissível, definitivamente, é a atitude da mídia em geral que insiste em transformá-lo e ídolo, em mito. É isso, com bem alerta a psicóloga, que se pretende seja erigido como modelo a ser seguido pelas gerações? Certamente, não. Duvido que o responsável ou responsáveis pela criação e realização do filme gostassem que seus filhos fossem novos Cazuzas. Isso é um misto de modismo com oportunismo. Assim como ser de esquerda. É bem mais glamuroso, charmoso ou o nome que se queira dar. E, nesse clima de excentricidade, rende dinheiro, o que também justifica qualquer coisa já há muito tempo.
Cazuza não é o único, evidentemente. A tosca jovem que andou se exibindo pelos corredores da Uniban espicaçando a fúria dos colegas, ganhou espaço cativo na mídia. Todos os dias os sites da Globo e da Uol publicam uma fotinho sua e uma noticia qualquer, sem a menor relevância ou importância. Uma das últimas foi que a mocinha iria leiloar a calcinha e o vestido que causaram a confusão. E é possível que apareça algum energúmeno para comprar as peças. Que sequer se sabe se foram lavadas. Ou será que o apelo está exatamente na eventual falta de lavagem, na conservação do odor pubiano? A quem, senão a imensa massa de desocupados mentais que habitam este país de hoje, pode interessar alguma coisa sobre essa infeliz criatura a quem nem mesmo a beleza foi pródiga?
A mídia deveria, no mínimo, ser um pouco ou muito mais responsável. Uma coisa é um sujeito anônimo como eu escrever qualquer tipo de bobagem e publicar num “blog” ao qual meia dúzia de generosos amigos faz o favor de prestigiar. Outra, muito diferente, é penetrar nas casas de quase toda a população do país, quando se trata de televisão ou rádio ou, divulgar alguma coisa a um significativo número de espectadores quando se trata de cinema ou teatro. Sem falar nas revistas e jornais. Quem tem esse veículo nas mãos deveria ter, também, um mínimo de senso de responsabilidade para não contribuir para o afundamento moral e intelectual da sociedade.
E eu que fico pensando que a imprensa deveria parar de divulgar as tolices e desonestidades intelectuais praticadas pelo pseudo presidente e sua claque.
Sou obrigado a reconhecer que estou sendo mais do que ingênuo.
Parabéns à psicóloga.

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