quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ainda as laranjas

Recebemos do leitor Tibério Allogio o seguinte comentário:


ANTENOR, Para seu conhecimento e do Leitor Carlos Roberto também.




Cutrale usa terras griladas em São Paulo


6 de outubro de 2009


Cerca de 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) permanecem acampadas desde a semana passada (28/09), na fazenda Capim, que abrange os municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, região central do Estado de São Paulo. A área possui mais de 2,7 mil hectares, utilizadas ilegalmente pela Sucocítrico Cutrale para a monocultura de laranja - o que demonstra o aumento da concentração de terras no país, como apontou recentemente o censo agropecuário do IBGE.


A área da fazenda Capim faz parte do chamado Núcleo Monções, um complexo de 30 mil hectares divididos em várias fazendas e de posse legal da União. É nessa região que está localizada a fazenda da Cutrale, e onde estão localizadas cerca de 10 mil hectares de terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas, além de 15 mil hectares de terras improdutivas.


A ocupação tem como objetivo denunciar que a empresa está sediada em terras do governo federal, ou seja, são terras da União utilizadas de forma irregular pela produtora de sucos. Além disso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já teria se manifestado em relação ao conhecimento de que as terras são realmente da União, de acordo com representantes dos Sem Terra em Iaras.


Como forma de legitimar a grilagem, a Cutrale realizou irregularmente o plantio de laranja em terras da União. A produtividade da área não pode esconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estão sendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja é o símbolo da irregularidade. A derrubada dos pés de laranja pretende questionar a grilagem de terras públicas, uma prática comum feita por grandes empresas monocultoras em terras brasileiras como a Aracruz (ES), Stora Enzo (RS), entre outras.


O local já foi ocupado diversas vezes, no intuito de denunciar a ação ilegal de grilagem da Cutrale. Além da utilização indevida das terras, a empresa está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo pela formação de cartel no ramo da produção de sucos, prejudicando assim os pequenos produtores. A empresa também já foi autuada inúmeras vezes por causar impactos ao ecossistema, poluindo o meio ambiente ao despejar esgoto sem tratamento em diversos rios. No entanto, nenhuma atitude foi tomada em relação a esta questão.


Há um pedido de reintegração de posse, no entanto as famílias deverão permanecer na fazenda até que seja marcada uma reunião com o superintendente do Incra, assim exigindo que as terras griladas sejam destinadas para a Reforma Agrária. Com isso, cerca de 400 famílias acampadas seriam assentadas na região. Há hoje, em todo o estado de São Paulo, 1,6 mil famílias acampadas lutando pela terra. No Brasil, são 90 mil famílias vivendo embaixo de lonas pretas.


Direção Estadual do MST-SP


( Nota do Blog - Em primeiro lugar agradecemos a audiência do Tibério. Pode ter certeza, Tibério que muito nos honra sua audiência e principalmente a sua participação. Conscientes que em alguns pontos somos totalmente divergentes mas extamente a proposta do blog é essa. Do que seria o verde Palmeiras senão existissem o rubronegro do Flamengo ou o colorado do Inter.
Quanto as suas colocações nesse e em outro artigo sobre o mesmo assunto, nos permita colocar o seguinte:
 1- quem publicou os fatos não foi a imprensa ruralista. quem publicou os fatos foi a imprensa policial. Esse movimento e suas ações são criminosas provocados por insanos, baderneiros, desqualificados de qualquer senso de um minimo que se chama respeito e principalmente liberdade e por isso tem que ser tratados como bandidos e bandidos quem lida é policia.
2- carta/declaração/pronunciamento/seja a forma que esse pessoal se expressa não tem validade nenhuma porque eles não existem. existem tão somente quanto cometem tais atrocidades como foram mostradas por toda imprensa. As pessoas de bom senso que tirem as conclusões se invadir/roubar/expulsar seus atuais donos/depredar/incendiar/destruir patrimônio alheio, seja forma lícita de expressar suas reivindicações e seus chamados direitos. Desde quando isso se chama reinvidicar. Desde quando isso se chama democracia. Amanhã descubro que sua casa se encontra num terreno grilado. Vou a justiça reinvindicar a posse. A justiça não se manifesta ou demora a se manifestar. Isso significa que me concede o direito de ir na sua casa, expulsar sua esposa e seus filhos, destruir o que você construiu com seu suor, com seu trabalho, porque eu acho que tenho direitos sobre isso e a Justiça nao decide? Desde quando Tibério. Isso é insanidade. Isso é banditismo puro. Não há nenhuma ideologia. É puro crime. Eu não consegui então eles tambem não irão.
3- Enquanto o prezado certamente crescia e desenvolvia seus estudos na sua Itália, eu andava por todo o interior desse País. Acompanhei bem de perto das invasões desse movimento em Paranapanema (SPO), era companheiro de hotel localizado no interior onde as cadeiras de corda ficam na calçada e os hospedes batendo papo, com advogados do Movimento que cuidavam dessas invasões e consequentemente das desapropriações, por isso meu caro, sei muito bem como pensam, como agem e quais os propósitos do Movimento, que certamente mesmo tudo isso tendo ocorrido ha alguns bons pares de anos atrás, nota-se que a maneira de agir e protestar é absolutamente a mesma.
4- Fica a informação conhecida em todos os meios rurais de norte ao sul do Pais. Dizer que as terras foram griladas é chover no molhado, porque grande parte de terras nesse Pais teve como primeiro habitante o grileiro. Depois dele vem o madeireiro, depois o produtor, depois o posto de gasolina, depois o comércio e depois de tudo isso instalado chega o govêrno. O bairro da Prainha, bem perto de casa, por exemplo nasceu de grilagem. Por acaso, o Incra vem reinvindicar que isso era da União ??
5- Outro detalhe . Anunciar que o Incra falou, o Incra disse é tambem acreditar em Papai Noel. Se o próprio Presidente da entidade disse que não sabia quantos hectares de área no territorio nacional estavam em mãos de estrangeiros, é sinal de que eles não sabem o que controlam. Por isso, na sua própria nota menciona-se que aguardava-se uma decisão da justiça se realmente tais terras com laranjais são ou não terras griladas.
Aguardar, como bem sabe, é sinônimo de esperar, ter paicência, etc . mas esse movimento bandido não tem essa de aguardar. Invadem, se tornam donos e destroem e depois saem rindo como se tivessem conseguido uma grande vitória.
Fica a info. Mas obrigado pela audiência , sim .


Antenor Giovannini

3 comentários:

  1. Boa noite meu Ex-diretor Antenor,
    Venho aqui apenas parabenizar o senso crítico e sapiência expressa em suas palavras.
    De fato é impresssionante como ações criminosas como esta ainda conseguem arregimentar um grande número de fãs míopes.
    Continuo acreditando em nosso País, e que em algum momento haverá de prevalecer o Bem e o Justo, pois contrapondo tudo isso também existe uma legião crescente de pessoas de Bem que, independente de coloração partidária, prezam por tudo aquilo que é certo à luz de Deus.
    Ainda lamento sua decisão de não mais estar compondo conosco na ACES, porém aqui ratifico que a casa estará sempre aberta enquanto durar o mandato deste seu amigo e de toda essa diretoria que lhe quer bem.
    Parabéns pelo espaço... Forte abraço!
    Olavo das Neves

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  2. Boa noite meu Ex-diretor Antenor,

    Venho aqui apenas parabenizar o senso crítico e sapiência expressa em suas palavras.
    De fato é impresssionante como ações criminosas como esta ainda conseguem arregimentar um grande número de fãs míopes.
    Continuo acreditando em nosso País, e que em algum momento haverá de prevalecer o Bem e o Justo, pois contrapondo tudo isso também existe uma legião crescente de pessoas de Bem que, independente de coloração partidária, prezam por tudo aquilo que é certo à luz de Deus.
    Ainda lamento sua decisão de não mais estar compondo conosco na ACES, porém aqui ratifico que a casa estará sempre aberta enquanto durar o mandato deste seu amigo e de toda essa diretoria que lhe quer bem.
    Parabéns pelo espaço... Forte abraço!

    Olavo das Neves

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  3. Caro Antenor:

    Entrei em seu Blog, por indicação de amgigos, e me deparo, desde já, com esse interessante debate.
    Existe um princípio jurídico, precioso para uma democracia, expressando que "um crime não justifica outro". A humanidade, e a Itália é um dos grandes berços dessa transformação, evoluiu em procedimentos e conceitos. Da barbárie generalizada e permitida, onde um crime era praticado para vingar um outro, e daí uma cascata de crimes que aniquilaria qualquer civilização, evoluimos para a adoção de leis, com a descrição do crime e a competente forma de punição, após, é claro, de um devido e justo processo legal.
    Como o Brasil se diz democrata, possui leis, possui um Executivo, um Legislativo e um Judiciário, e um povo, é de supor que os crimes cometidos e apurados, após um processo legal, sejam punidos. É claro que na prática não é bem assim (o MST que o diga, praticando atos ilícitos e sempre sem punição), mas nada autoriza mais a justiça pelas próprias mãos.
    Se a Cutrale praticou um ato de grilagem, isso não justifica o que o MST fez. Isso é justiça com as próprias mãos. É a volta à barbárie. Se a Cutrale ocupa teras públicas, como está se afirmando, parece que é verdade que o assunto está em discussão no Judiciário. Se o processo demora, isso é outra questão e esse fato também não justifica o que o MST perpetrou.
    Portanto, sob a luz do Direito e sob a luz dos princípios da democracia, os argumentos acima, ao que parece da direção estadual (SP) do MST, não se sustentam. Se esses argumentos tivessem sustentabilidade, seria possível então aos governos, através da polícia, invadir favelas, que, via de regra, ocupam terras públicas e colocarem para fora famílias honestas, destuirem seus bens, e até deles se apropriarem indevidamente. É óbvio que, se isso acontecesse, sem um mandado judicial (apenas no que concerne à invasão), estaríamos assistindo um ato de ilegalidade, selvageria e vandalismo. É claro que a opinião que aqui expresso está baseada nos princípios da democracia, que prezo muito. Ao que parece, infelizmente, o MST não apenas não dá a mínima para a democracia, como é adepto do "quanto pior, melhor", com ele próprio contribuindo para ficar pior, para mandar a democracia às favas e destruí-la. É pena que esses atos de vandalismos ocorram com o apoio do Governo Federal, com a ajuda de dinheiro público, que nada mais é do que o meu dinheiro, como contribuinte que trabalha 5 meses ao ano apenas para pagar impostos. Como cidadão e contribuinte, não autorizei o Governo Federal a usar dinheiro público (uma parte é resultado do meu trabalho pessoal) para financiar atitudes de vandalismo que o MST pratica. Uma observação: não tenho qualquer ligação com a Cutrale. Afirmaria a mesma coisa e teria a mesma opinião, caso outro tivesse sido a vítima, independentemente de sua condição social ou de suas características.

    Meu nome: Gentil Gimenez
    São Paulo/SP
    e:mail gentil@uol.com.br

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