segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Tá tudo dominado"


Tráfico usa igreja em conflitos no Rio, diz arcebispo

O Santuário de Nossa Senhora da Penha, destino de romeiros de todo o país e um dos cartões-postais do Rio, foi usado por traficantes para monitorar a movimentação dos policiais durante os conflitos da semana passada em favelas vizinhas, que deixaram um morador morto e cinco feridos.

A invasão foi confirmada ontem pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, que participou de procissão e rezou missa campal pelo 374º aniversário do santuário. Na cerimônia, ele pediu paz para a cidade.

Segundo o arcebispo, as incursões de traficantes nas torres da igreja são frequentes e fazem "parte da guerra urbana" no Rio. "A igreja não está isenta disso." Ele disse não saber se os bandidos estavam armados quando entraram na igreja e lembrou que as casas de moradores também são invadidas. Afirmou que as autoridades têm conhecimento do fato.

Construída no topo de um penhasco, a igreja se destaca na paisagem da zona norte. É cercada por nove favelas, todas com presença de traficantes do Comando Vermelho (CV), entre elas a Vila Cruzeiro, que viveu dias tensos: a polícia fez incursões na quarta e na sexta.

Durante as ações, surgiu a informação de que bandidos invadiram as torres da igreja, mas a Cúria Metropolitana não tinha se manifestado antes.

O reitor do santuário, Serafim Fernandes, disse que a igreja tem bom relacionamento com os moradores vizinhos: a maior parte dos empregados é escolhida nas comunidades; o Colégio Nossa Senhora da Penha dá 150 bolsas de estudos aos jovens; e cestas básicas são distribuídas aos mais pobres.

(Nota do Blog - Realmente está tudo dominado. Triste situação de uma realidade de há muito mostrada e que a cada dia piora. Será que todo dinheiro focado para construir pontes, estradas, acessos, estádios, fôsse destinado exclusivamente para educação e valorização desse povo que se abriga nos morros, não haveria chance de minimizar essa situação? Será que reconstruindo na base essa sociedade marginalizada não a fariamos que se tornasse forte para coibir que bandidos assumissem o papel de seus "protetores" e fizessem dela seus "escravos" como hoje ocorre? )

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