Vergonha!
Acreditem mas sempre temos intenção de tão somente mostrar, expor as coisas e fatos bonitos que temos em Santarém e região, afinal aqui que eu moro, é minha cidade, e a cidade onde a Giovana nasceu.
Com certeza há uma infinidade de coisas lindas e belas para serem visitadas, apreciadas e principalmente divulgadas.
Porém, não há como fugir de situações absurdamente críticas que nossa cidade passa.
Poderiam dizer que toda cidade tem seus problemas, o que não deixa de ser uma grande verdade. Cada uma com seus problemas e suas dificuldades.
Ocorre que em Santarém, há situações que temos que convir sejam inexplicáveis de como ainda não foram solucionadas e há uma demonstração de desleixo, de que um dia iremos resolver, continue levando dessa forma, ou coisa parecida, tamanha o banho-maria que tais situações se encontram.
Uma delas é um porto de movimentação de cargas e passageiros.
Nós não temos até hoje um terminal de cargas e passageiros.
Difícil para os que aqui não vivem acreditarem que uma cidade fundada em 1661, às margens dos Rios Amazonas e Tapajós, tendo o barco como sua principal ferramenta de acesso para os demais lugares do País, ou seja, desde sempre o transporte através dos rios se tornou por centenas de anos sua única forma de alçar outras comunidades bem como manter seu comércio em geral, não possuir em 2009 um terminal digno para operar de forma ordenada e segura tanto os movimentos de cargas e descargas, mas principalmente, o acesso de milhares de passageiros que obrigatoriamente chegam de outras cidades e comunidades ou vão de encontro a elas. Nesses 348 anos de vida e vários ciclos, ninguém teve capacidade, prudência, vontade de construir um terminal e a medida do crescimento populacional o adaptando aos novos tempos.
Hoje escuto no rádio através do amigo Armando Carvalho – o Repórter Celular, que uma menina caiu no rio ao tentar passar de uma embarcação para outra na tentativa de alçar terra firme depois de chegar do interior. Sua salvação foi sua mochila que a impediu de ir para o fundo. Foi resgatada com vida por populares. É dessa forma que as pessoas chegam e saem dos barcos. Pulando de uma para outra até atingir a mais próxima da orla e dessa forma por os pés na cidade. Se for viajar o sentido é inverso.
Isso trombando com cargas/carregadores/caminhões etc.
A atual administração municipal anuncia que através do famoso PAC as obras desse novo Terminal estão em andamento e como depende de liberações financeiras federais a coisa vai indo e imagina-se que em breve Santarém finalmente terá sua Hidroviária como outras cidades infinitamente menores já possuem.
Mas, enquanto seu Lobo não vem, bem que a Prefeitura poderia pelo menos dar uma condição mais humana aos passageiros no Portinho da Praça Tiradentes. Anos anteriores havia uma espécie de passarela, tal qual para embarque de gado, mas que dava uma condição de segurança e condições a esse passageiro com malas e coisas pessoais ter acesso ao seu barco de destino ou à orla em melhores condições do que se observa hoje, numa bagunça generalizada. Afinal, são pessoas, são seres humanos e não cargas que possam ficar pulando de barco em barco até atingir terra firme.
Reputo como vergonha. Não há outra palavra mais adequada para o fato.
São 348 anos. E acreditem não é nenhuma extraordinária conquista ao se fazer o Terminal. Trata-se de um dever e uma obrigação que de há muito deveria ser pauta prioritária do govêrno municipal.
Antenor Pereira Giovannini
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