Quase 70% das rodovias brasileiras estão em más condições, aponta CNT
A CNT (Confederação Nacional de Transporte) informou nesta quarta-feira que 69% das rodovias brasileiras estão em estado de regular a péssimo. Uma das grandes preocupações é o fato de 88,9% das rodovias serem de pistas simples de mão dupla, sem duplicação. Os dados constam da Pesquisa Rodoviária 2009 divulgada hoje.
O investimento mínimo necessário para deixar a malha rodoviária brasileira em bom estado é de R$ 32 bilhões, segundo a confederação. Para deixar o país com padrão perfeito de rodovias, seria necessário investimento de R$ 124 bilhões.
Esse dinheiro serviria para sanar problemas como pavimentação danificada, sinalização comprometida e carência de infraestrutura, como falta de acostamento, muito comuns nas vias brasileiras. Segundo a pesquisa, esses problemas provocam de aumento de 28% do custo operacional dos caminhões e aumento de 5% do consumo de combustível.
No entanto, o investimento estipulado pela CNT está longe das execuções reais feitas para manutenção e construção de rodovias. De 2003 a setembro de 2009, foram gastos R$ 23,8 bilhões em rodovias.
A CNT criticou a ação do governo principalmente na timidez do uso do dinheiro da arrecadação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), imposto criado em 2001 cobrado na importação e comercialização de combustíveis, voltado para infraestrutura de transportes, entre outras destinações.
A arrecadação bruta foi do imposto, de 2002 a agosto de 2009, foi de R$ 65 bilhões. Desse dinheiro, apenas R$ 23,4 bilhões foram usados em transportes.
O presidente da CNT, Clésio Andrade, indicou também os embargos do TCU (Tribunal de Contas da União) como um dos grandes empecilhos para a melhoria da condição das estradas. Em 2009, o TCU fiscalizou 62 obras de infraestrutura rodoviária e recomendou a paralisação de 26 delas. A CNT estima um aumento de R$ 745,5 milhões por ano no custo operacional do transporte devido ao atraso dessas obras.
Em 2009, o TCU fiscalizou 62 obras de infraestrutura rodoviária e recomendou a paralisação de 26 delas. A CNT estima um aumento de R$ 745,5 milhões por ano no custo operacional do transporte devido ao atraso dessas obras.
A pesquisa foi realizada em 89.552 quilômetros da malha rodoviária do país. A melhor malha é a da região sudeste, depois Sul, Centro-oeste, Nordeste, e por último a da região Norte.
De uma forma geral, as estradas federais estão em melhor situação que as estaduais. Das federais, 33,1% estão em estado entre bom e ótimo, enquanto o índice das estaduais é de 26,9%. As pistas concedidas apresentam resultado muito superior, sendo 42% delas avaliadas como em estado ótimo. Nas vias geridas pelo governo, apenas 8% estão em estado ótimo.
Ranking
A rodovia em melhor situação é a BR-116, na Bahia, que liga as cidades Jequié a Divisa Alegre. Acostamento em quase toda a pista, pavimentação quase perfeita e placas legíveis fazem da pista a líder do ranking. A pior pista é a BR-174/BR210, em Roraima.
Ranking das estradas
Melhores
1º - BR 116 - de Jequié a Divisa Alegre (BA)
2º - BR116 / BR 251 da divisa da Bahia a Montes Claros (MG)
3º - BR 101 de Campos dos Goytacazes a Niterói (RJ)
4º - BR 343 de Piripiri a Parnaíba (PI)
5º - BR 101 / BR 376 De Curitiba (PR) a Florianópolis (SC)
Piores
1º - BR 174 / BR 210 da divisa com Amapá a Coroebe (RR)
2º - MA 006 de Buriticupu a Balsas (MA)
3º - BA 324 / BR 324 / PI 140 / BR 324 de Floriano (PI) a Remanso (BA)
4º - PI 141 / BR 324 de Eliseu Martins a São João do Piauí (PI)
5º - BA 160 / BA 262 / BR 407 / BA 349 / BR 030 de Bom Jesus da Lapa a Vitória da Conquista (BA)
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