terça-feira, 6 de outubro de 2009

Essa é a realidade


Símbolo da Olimpíada do Rio em 2016, a atleta Bárbara Leôncio, 17, representa também a falta de estrutura para os atletas brasileiros. No seu primeiro dia de treino após voltar de Copenhague, ela saiu de uma pista reduzida para outra, em reforma.
Recordista dos 200 metros de menores (de 15 a 17 anos), Bárbara treina há quatro meses numa pista de 78 metros nos fundos de uma escola municipal na zona oeste do Rio. (Blog da Uol).

Esta é a nossa realidade olímpica. Quando se torce contra não é por birra ou por simplesmente ser do contra. Se torce contra porque lamentavelmente nosso quadro olímpico é esse. A Bárbara não é uma promessa. Já é uma realidade por ser já uma recordista. Obrigatoriamente já deveria ter um preparo fisico, alimentar, técnico para que em 2012 seja uma esperança e em 2016 uma certeza. Mas, ela não tem nem lugar para treinar. Quem assistiu sua entrevista no Sport Tv ontem pela manhã, pôde perceber a situação do esporte olímpico brasileiro. Falta tudo. Inclusive vergonha na cara dos nossos dirigentes. Há necessidade de uma revolução desde à base. E não se faz isso em 7 anos. Não se faz isso apenas com recursos financeiros. Por isso ainda não estamos preparados. Já tivessemos preparado algum terreno desde 2004 ou então desde 2008 no que tange a atletas, essa nossa candidatura certamente seria muito melhor observada e aplaudida.
Agora ganhar para começar um trabalho que leva no minimo 10 anos que é preparar uma geração olímpica se torna muito mais complicado. A China que foi a 1a. colocada no quadro de medalhas da última Olimpiada é um exemplo a ser seguido. Podemos pincelar um ou outro atleta já em formado que possa se destacar, mesmo uma equipe de voleibol, de basquete onde já existe um trabalho de base de 15/20 anos.Po´rem a grande maioria são atletas por esfôrço pessoal e ajuda financeira caseira.
O volei começou a ter essa explosão de adeptos e de conquistas a partir de uma geração onde o próprio Bernardinho participava em 1980 para em 1981 ganharem um pódio no Mundial de Volei com a 3a. colocação, ou seja são 29 anos de trabalho ininterruptos. O basquete bastou perder êsse apoio e êsse trabalho para ver a quantas Olimpiadas essas modalidade não participa.
Por isso, essa crítica de estar contra. 

Não se trata de apenas de contrôle de dinheiro público, obras públicas, ginásios, piscinas, alojamentos, vilas olimpicas, centro de imprensa, hotelaria, metrô, estacionamentos, acessos etc etc que estamos precisando olhar. O básico de todo movimento olimpico é você ter atletas competitivos. O ganhar ou não faz parte do esporte, porém espera-se que você tenha equipes e atletas em condições de alcançarem feitos que justifiquem investimentos. Tal qual numa empresa há o chamado "feed back" de suas ações , de seus projetos e principalmente o retôrno financeiro. No esporte são postulantes a medalhas. Não temos apoios financeiros aos atletas, não temos estruturas para que os atletas treinem, não temos técnicos disponíveis e capacitados a darem tempo integral de atenção para um atleta olimpico,  nossos atletas não tm uma refeição a altura da necessidade de seu preparo e com isso esse sonho de marcas olímpicas se tornam quase que inatingíveis.
Polo aquático, arremêsso de disco, arremêsso de dardo, salto triplo, 100 e 200 mts com e sem barreira,
400 mts , boxe, esgrima, handebol, tiro ao alvo, ginástica olímpica, remo, ciclismo, canoagem, ginástica ritimica, halterofilismo, arco e flecha, triatlo, lua livre, luta greco-romana, hóquei sobre patins, são alguns esportes olímpicos. Não mencionamos os esportes afamados futebol volei, basquete, natação, judô. Quantos atletas brasileiros de ponta dos demais esportes podemos citar ? Certamente um ou dois e mais ninguém.
Essa é a realidade.
Vamos torcer que 7 anos mudem esse triste quadro e todos esses esportes possam ter atletas em condições de competir em igualdade com os melhores do mundo.

(Antenor Pereira Giovannini - aposentado e morador em Santarém) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário