Do jeito em que as coisas estão caminhando no Brasil, não será surpresa se dentro de mais alguns anos, estudar chinês nas escolas será mais importante do que estudar inglês. As relações, por enquanto comerciais, entre China e Brasil estão crescendo do dia para a noite.
A venda de produtos made in China, já é comum, não só em lojas de 1.99. A China já é o maior comprador de soja brasileira e de ferro de Carajás, no Pará.
Agora surge mais um avanço do império oriental no Brasil. A China, cheia de dinheiro, com tecnologia especial em construção de turbinas hidrelétricas, quer entrar na concorrência para construir a hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu. Exatamente, os chineses estão de olho, porque tudo indica vai entrar em vigor o leilão da polêmica usina que, se construída, será um grande desastre social, econômico e ecológico para a Amazônia.
O presidente da República parece menino barrigudo diante de uma vitrine de bolo cheiroso. De um lado, pressionado pelas empreiteiras, grande empresas e os argumentos do ministro das minas e energia, o lobo, Lobão que querem apressar a construção do desastre de Belo Monte. Afinal o Brasil deles precisa de lucros, de crescimento econômico. De outro lado, o presidente está pressionado pela sociedade civil organizada e defensora da vida na Amazônia, entre outros, um grupo de pesquisadores e cientistas, junto com moradores da região de Altamira, liderados pelo corajoso bispo Dom Erwin. E aí, o presidente que prometeu ao bispo e seus companheiros de não enfiar goela abaixo a usina, se ele compreendesse a gravidade dos impactos está numa sinuca.
Agora, a quem atender? Ao capital e aos chineses que parecem oferecer turbinas a 1 e 99, isto é, mais barato que similares? Ou aos que defendem a vida e os povos da Amazônia? Ele se contorce todo, lambe
os beiços, sentindo o cheiro sedutor do bolo do capital. Sabe ele que se atender ao capital sofrerá maldições infernais por parte da sociedade amazônida, mas o cheiro do bolo é sedutor.
Tudo indica que lobo convence o garoto presidente a mandar o bispo e seus companheiros às favas e se ajoelhar diante do sorriso traiçoeiro chinês e do grupo do lobo das Minas e Energia. O PAC é a menina dos olhos dele, custe o que custar. A não ser que outras índias Tuíras levantem seus facões e resistam com bravura.
Caso contrário, adeus Xingu e seus povos, adeus Amazônia. Depois, com seu discurso popular, cheio de gafes engraçadas o presidente vai a Copenhagen e lá os chineses, junto com o norte americano Barak Obama, como sorrisos fraternos dirão: “ESSE É O CARA, defensor da Amazônia”.
Padre Edilberto Sena - Diretor da Rádio Rural de Santarém
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