sábado, 17 de outubro de 2009

Celular e o volante

Celular e direção nunca combinam


Marcelo Pires para o Jornal da Tarde


O Código de Trânsito Brasileiro, que cuida das infrações de trânsito, completou 12 anos em setembro. Quando a lei entrou em vigor, em 1997, o uso do celular era bem diferente.
Considerado uma febre, o aparelho hoje é utilizado por toda a população, de todas as classes sociais e idades. Combinando fatores como trânsito, estresse, correria e lazer, o celular virou uma espécie de companheiro constante, que não se separa nunca das pessoas por vários motivos.
O problema é que celular e direção do carro não combinam. E não precisa ser especialista para entender isso. Quando uma pessoa está dirigindo, ela precisa de atenção absoluta, pois apenas um segundo de desatenção já é o suficiente para provocar um acidente de grandes proporções. O motorista quando usa o celular não pode dar a atenção necessária à direção, porque pelo menos uma das mãos automaticamente está ocupada com o aparelho.
Infelizmente, há um excesso absurdo de confiança, que faz com que o motorista pense que pode controlar direção e celular ao mesmo tempo, o que é um verdadeiro erro. Em 2008, na cidade de São Paulo, o uso de celular significou o quarto tipo de infração de trânsito mais comum. O governo, atento a essa questão desde 2000, prepara uma verdadeira reforma na fiscalização do tráfego e nas leis que o organizam.

Uma das principais mudanças está no aumento da punição de uso de celular ao dirigir. A penalidade deverá pular de quatro pontos na carteira para sete, o que vai tornar a infração, que era de gravidade média, em gravíssima.
O valor da multa também será alterado, e passará dos atuais R$ 85,13 para R$ 315, um aumento de 270%.
O assunto é importante, porque o uso de celular, de qualquer forma, altera a atenção e deve ser usado apenas quando o motorista não está dirigindo.
É uma questão de consciência do próprio motorista. O governo pretende punir gravemente quem usa o celular ao dirigir, apesar de falhar em relação à educação no trânsito.
Mas, além do fator financeiro, é crucial compreender que há um comportamento negligente de certos motoristas, que cada vez aumenta mais e pode virar um problema social.
Se nada for feito, poderemos ter o celular na direção como algo normal e possível, trazendo para a própria sociedade um problema ainda mais sério, que é colocar a vida das pessoas em risco.

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