Sindicato alerta: moageiras de soja podem deixar PG
"A situação das indústrias moageiras de Ponta Grossa é muito grave".
A afirmação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Moageiras de Óleos Alimentícios e Soja da Cidade de Ponta Grossa (Sindibeb), Jorge Luís Pitela. Segundo ele, todas as cinco indústrias do ramo localizadas na cidade estão com uma capacidade produtiva muito abaixo do normal, colocando em risco os mais de 1,5 mil empregos diretos e 4 mil indiretos do setor.
O câmbio desfavorável para a comercialização da soja no mercado interno fez com que o mercado externo se tornasse cada vez mais atrativo para os produtores. Assim, a matéria-prima aos poucos foi se escasseando nas indústrias. &q uot;Não está faltando soja, o que acontece é que ela está na mão dos especuladores.
O problema é que, segurando o produto, a indústria não tem com o que trabalhar, e consequentemente para a produção e promove demissões", resume Pitela. O problema se agravou ainda mais no final do mês de agosto, quando uma das empresas, a Insol, anunciou o corte de funcionários em um acordo com o sindicato para a utilização do Fundo do Amparo ao Trabalhador, visando à requalificação dos funcionários, que para tanto ficam afastados da empresa por um período de cinco meses. "Mas o problema começou antes.
Em 2008 a Bunge parou, e de lá pra cá as empresas estão dispensando muita gente", diz. No entanto, as indústrias afirmam que a situação está normalizada.
A Cargill respondeu aos questionamentos do Jornal da Manhã com a seguinte nota: "A Cargill informa que não há nenhuma previsão de mudanças em sua estrutura de Ponta Grossa (PR)".
A assessoria da Bunge alegou questões estratégicas para não repassar informações sobre demissões ou redução na produção, mas também diz que não haverá alterações. A diretoria da Insol está em viagem, segundo os funcionários, em busca de soluções para o problema. J
á a SGS, segundo Pitela, busca matéria prima de outros estados e não sente o impacto da crise com a mesma intensidade. "O produtor fez o papel dele promovendo o plantio do que poderá ser uma supersafra, mas precisamos de ações políticas para encontrarmos uma solução", diz o sindicalista.
Unidades fabris dispensam funcionários
Segundo o presidente do sindicato, o quadro reduzido de funcionários é o alerta da iminência de fechamento das fábricas na nossa região, caso não consigam incentivos fiscais. Para Pitela, elas estão propensas ao deslocamento para os estados de Goiás e Mato Grosso. A Louis Dreyfuss Commodities tem 350 trabalhadores diretos parados desde o julho de 2009, em férias e sem perspectivas de retorno. A Insol do Brasil, com 120 trabalhadores diretos está parada desde novembro de 2008, e utiliza recursos do FAT para a suspensão do contrato de trabalho por cinco meses. A Cargill Agrícola tem 150 trabalhadores diretos com produção até o dia 10 de outubro, sem previsão de retorno produtivo. A Bunge Alimentos, com 200 trabalhadores diretos , está paralisada desde outubro de 2008 , sem perspectiva de retorno, sendo que já demitiu todo o quadro de compradores das regiões produtivas. A SGS Alimentos mantém seus 120 trabalhadores diretos e 500 indiretos através de fornecimento de matéria prima de outros estados.
E Mais
Atualmente, a carga máxima produtiva das unidades fabris da cidade, por ano, segundo dados do sindicato, é de 2,2 milhões de toneladas por ano. A previsão de esmagamentos de grãos por estas indústrias, no entanto, é de 2,8 milhões de toneladas anuais. A redução se deve à supervalorização cambial, que estimula vendas de matéria-prima para o mercado asiático. (JM News - Jornal da Manhã)
Atualmente, a carga máxima produtiva das unidades fabris da cidade, por ano, segundo dados do sindicato, é de 2,2 milhões de toneladas por ano. A previsão de esmagamentos de grãos por estas indústrias, no entanto, é de 2,8 milhões de toneladas anuais. A redução se deve à supervalorização cambial, que estimula vendas de matéria-prima para o mercado asiático. (JM News - Jornal da Manhã)
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