Custos com frete em Mato Grosso têm crescimento de 109% em 8 anos
Os custos com frete para escoamento da safra até os portos cresceram 109% entre 2003 e 2011 em Mato Grosso, de acordo com um levantamento do Movimento Pró-Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja).
Em oito anos, o custo do frete saltou de US$ 62 para US$ 130 por tonelada. A alta, puxada por fatores como preço de combustíveis, manutenção de máquinas, entre outros, onerou o setor produtivo e fez com que o produtor rural desembolsasse cifras maiores para a operação.
O valor, segundo explica Edeon Vaz Ferreira, coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja, tem como base as despesas na hora de transportar grãos de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, até o porto de Paranaguá.
Além do preço mais alto, tornaram-se maiores também os desembolsos quando a conta leva em consideração o valor aplicado por cada hectare. Se em 2003 o produtor aplicava US$ 187 por hectare para calcular o frete, em 2011 terminou em US$ 390, alta de 108%. "Vários fatores puxaram a alta no preço dos fretes. O maior percentual é de combustível, pneus, mão de obra. Houve ainda aumento de salários, por exemplo", disse Edeon Ferreira.
A condição das rodovias utilizadas para o transporte de grão também exerce influência na conta final, conforme destaca o coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística. "Quanto piores as estradas, maior o custo de manutenção e mais caro é o frete. O valor é expressão da lei da oferta e demanda. Existe uma concentração na época da colheita. Não se deixa de mandar caminhões para estradas boas para enviá-los a outras em péssimas condições", contextualizou Ferreira.
Para Daniel Sebben, gerente da Comissão de Logística e Estratégias de Desenvolvimento da Aprosoja, além de pagar mais o produtor mato-grossense também precisa se preocupar em assumir a diferença gerada pela oscilação de câmbio entre o real e o dólar.
"Toda projeção [de despesas] é feita em cima do dólar. Quanto mais valorizado o real, mais o frete impacta. A conta paga pelo produtor é em dólar porque os preços cobrados pelos produtos transportados são nesta moeda", pontuou, em entrevista ao G1.
Os dados do frete foram apresentados pelo Movimento Pró-Logística durante encontro com produtores rurais em Sorriso, na programação do Estradeiro Aprosoja.
Uma comitiva formada pela associação, pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e sindicatos rurais viaja de Mato Grosso em direção ao estado de Rondônia.
O objetivo é avaliar o andamento das obras nas rodovias que representam para o setor uma opção na hora de baratear as despesas relacionadas ao transporte de grãos, como a BR-242. A rodovia federal ligando Sorriso à região do Araguaia foi a primeira a ser visitada. Na unidade federada sua extensão é de aproximadamente 600 quilômetros.
Dois trechos estão com as obras concluídas - entre Sorriso a Nova Ubiratã, e Querência a BR-158. Os investimentos aproximam-se do total de R$ 600 milhões. * o jornalista viajou a convite da Aprosoja/MT.
Nota do Blog: Quem gosta de matemática pode fazer uma
continha simples. Quantas toneladas foram exportadas durante esses anos. Qual a
diferença de frete entre o que foi pago embarcando a mercadoria 2 mil km da área
de produção e o que seria pago se o porto estivesse a 1 mil km de distancia.
Com a diferença apurada pode-se observar quantas BRs 163 ou 242 ou outras
poderiam ter sido construídas. Um descaso de governos que pensam unicamente em
questões políticas ou ainda em fazer Copas do Mundo e Olimpíadas. Essas
diferenças de frete podem ter certeza que não fica com as empresas. São
repassados para os trouxas e palhaços que pagam todas as contas devido à
incompetência e descaso governamental.
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