domingo, 31 de março de 2013

BR 163 - a estrada que nunca é concluída

País pode economizar até R$1,4 bi ao ano após conclusão da BR-163, diz CNI  

Fonte: Reuters 

A conclusão da BR-163, também conhecida como rodovia Cuiabá-Santarém, poderá representar uma economia de até 1,4 bilhão de reais por ano no transporte de cargas, com a possibilidade de alterar a rota de exportação para o Norte do país, apontou um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quarta-feira. 

"A economia resultaria da redução de gastos logísticos ao mudar a via de exportação para os portos do Norte brasileiro, uma rota mais curta e mais barata", disse a CNI em comunicado. "Isso melhoraria a competitividade brasileira." 

Segundo o estudo "BR-163: Quebra de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior", a saída pelos portos do Norte do país reduziria de três a cinco dias a viagem de navio entre o Brasil e a Europa em comparação às embarcações que partem de Santos (SP) ou Paranaguá (PR). 

"A BR-163 abriria uma nova via para o comércio internacional, aliviando sensivelmente a infraestrutura do sul do Brasil", disse o presidente do Conselho de Infraestrutura da CNI, José de Freitas Mascarenhas, no comunicado. 

A BR-163, que começou a ser construída em 1973, passa por importantes municípios produtores de soja de Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa. O Estado também está entre os grandes produtores de milho, algodão e carne. 

Segundo a CNI, a BR-163 está asfaltada apenas no trecho que vai de Cuiabá à divisa de Mato Grosso com o Pará, no município de Guarantã do Norte. No trecho paraense da rodovia, apenas 49 por cento estariam pavimentados, de acordo com um levantamento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja). 

O executivo ressaltou que a obra ajudaria a desafogar os portos das regiões Sul e Sudeste, por onde é escoada a maior parte da safra brasileira de grãos. 

Na atual temporada, com a produção de soja prevista no recorde de mais de 80 milhões de toneladas, os exportadores enfrentam grandes filas de caminhões e custos logísticos crescentes para carregar a soja nos portos. 

A soja é o principal item na pauta exportadora de commodities. Desde o fim do ano passado, a indústria de soja já alertava para o chamado "caos logístico" por conta do escoamento da safra recorde.

O Alter do Chão que ninguém conhece

Alter do Chão que não queremos 

Ubirajara Bentes Filho (*) 

Fiquei estarrecido na visita que fiz ontem (30) ao CAT (Centro de Apoio ao Turista) na Vila de Alter do Chão. Aquele lugar público pode ser chamado de coió de porres, de drogados, albergue de vagabundos, motel de hippies, depósito de garrafas de cachaça, de camisinha, de calcinhas, menos um lugar de apoio logístico ao turismo. 

Decadente, com tábuas/pranchões soltos e irregulares, pregos à mostra e prontos para causar acidentes, guarda-corpo inseguros, telhas e telhado quebrados, instalações elétricas, janelas e portas destruídas, com vidros, fezes humanas e lixo espalhado pelo chão, aquele local é o retrato cruel do descaso com a coisa pública. 

Nós não queremos nem merecemos isso, nem os turistas vindos de todos os lugares do mundo que esperam encontrar beleza e o encantamento dos botos no lugar denominado ‘Caribe da Amazônia’, mas que, na verdade, encontram um local em completa ruína em face da ausência do Poder Público e da própria comunidade. 

Para completar, quem chega de carro à Vila de Alter do Chão depara, no início da orla, com a presença de dois ou três tugúrios de madeira de venda de doces e outras gororobas – que não resistem ao mais raso olhar da vigilância sanitária – que assumem ares de comércio permanente. 

No mesmo sentido, com certeza, com autorização do administrador da vila, fincado está um ‘trailer’ de venda de tapioca sobre a calçada dessa mesma orla, concorrendo com os quiosques construídos pela prefeitura, numa área que deveria estar despoluída de entulhos para permitir uma visão plena do lago Verde. 

A vila está suja, as ruas alagadas e destruídas pela erosão. O novo Código de Posturas, em Alter do Chão, ainda é potoca. O potencial turístico, nossa vocação natural, segundo os entendidos, parece que foi esquecido pela secretária de Turismo, que deveria avocar a vila à sua administração para colocá-la nos trilhos do desenvolvimento e do bem-estar social. 

Descer à praia é um sacrifício. Numa das laterais da praça central, em frente à Igreja de N. S. da Saúde, um boteco impede o ir e vir de pessoas e de veículos simplesmente porque um sabe quem qualquer tomou conta – por conta própria – da via pública (não particular) com a colocação de dois tronquetes de madeira, de mesas e cadeiras do seu comércio, transformando o espaço público no quintal da ‘mãe Joana’. 

No lado oposto da praça, a venda de doces que igualmente deveria temporária, encravou no local casebres desalinhados que parecem currais, quando aquela área deveria ter barracas padronizadas e desmontáveis ao final da férrea diária, seguida de limpeza e da desocupação. 

Não é essa Alter do Chão que queremos, ainda é tempo de fazer alguma coisa! 

(*) Advogado e atual presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Santarém.

sábado, 30 de março de 2013

O feirão da Petrobras

Revista Época 

Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina.

O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção. 

Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas. 

A seca e o Bolsa-Família

Evaristo Eduardo de Miranda (*) 

A atual seca no Nordeste brasileiro apresenta uma intensidade equivalente à que ocorreu entre 1982 e 1984. Há 30 anos não acontecia uma seca com tal amplitude no semiárido. 

Eu morei na cidade pernambucana de Petrolina e trabalhei como pesquisador em todo o sertão, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre 1980 e 1988. Vivi de perto a dura realidade dos períodos de seca. Agora, contudo, uma combinação virtuosa de diversas ações sociais está obtendo um resultado inédito na proteção dos mais pobres diante dos impactos de dois anos de estiagem. 

Mais de 10 milhões de pessoas, em cerca de 1.300 municípios, estão atingidas pela seca. Ao contrário do que ocorria no passado, não houve ondas de saques, nem deslocamentos de flagelados, nem a organização de frentes de trabalho pelo governo, nem a invasão de cidades ou ataques a armazéns em busca de comida. Não existem campanhas na televisão para arrecadar alimentos para as vítimas da estiagem. Antes tudo isso se passava, até mesmo em secas de menor intensidade. Cerca de 1,2 milhão de pessoas foram alistadas em frentes de trabalho em 1999! Hoje, não. Por quê? 

O Programa Bolsa-Família está garantindo a alimentação de quase todas as famílias no semiárido nordestino. Com esses recursos financeiros as pessoas adquirem alimentos básicos no comércio local. E há uma sinergia com outros programas, como a construção de mais meio milhão de cisternas entre 2003 e 2013. 

Tv Brasileira - audiência a qualquer custo

Palavras do ator Wagner Moura sobre o Pânico na TV. 

“Quando estava saindo da cerimônia de entrega do prêmio APCA, há duas semanas em São Paulo, fui abordado por um rapaz meio abobalhado. Ele disse que me amava, chegou a me dar um beijo no rosto e pediu uma entrevista para seu programa de TV no interior. 
Mesmo estando com o táxi de porta aberta me esperando, achei que seria rude sair andando e negar a entrevista, que de alguma forma poderia ajudar o cara, sei lá, eu sou da época da gentileza, do muito obrigado e do por favor, acredito no ser humano e ainda sou canceriano e baiano, ou seja, um babaca total. 
Ele me perguntou uma ou duas bobagens, e eu respondi, quando, de repente, apareceu outro apresentador do programa com a mão melecada de gel, passou na minha cabeça e ficou olhando para a câmera rindo. 
Foi tão surreal que no começo eu não acreditei, depois fui percebendo que estava fazendo parte de um programa de TV, desses que sacaneiam as pessoas.
Na hora eu pensei, como qualquer homem que sofre uma agressão, em enfiar a porrada no garoto, mas imediatamente entendi que era isso mesmo que ele queria, e aí bateu uma profunda tristeza com a condição humana, e tudo que consegui foi suspirar algo tipo “que coisa horrível” (o horror, o horror), virar as costas e entrar no carro. Mesmo assim fui perseguido por eles. 
Não satisfeito, o rapaz abriu a porta do táxi depois que eu entrei, eu tentei fechar de novo, e ele colocou a perna, uma coisa horrorosa, violenta mesmo. 
Tive vontade de dizer: cara, cê tá louco, me respeita, eu sou um pai de família! Mas fiquei quieto, tipo assalto, em que reagir é pior. 

” O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice ” 

O táxi foi embora. No caminho, eu pensava no fundo do poço em que chegamos. Meu Deus, será que alguém realmente acha que jogar meleca nos outros é engraçado? Qual será o próximo passo? Tacar cocô nas pessoas? Atingir os incautos com pedaços de pau para o deleite sorridente do telespectador? Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas públicas ou anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz, por exemplo, com que uma emissora de TV passe o dia INTEIRO mostrando imagens da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando. O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a coisa tá feia. 

” Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência ” 

Digo isso com a consciência de quem nunca jogou o jogo bobo da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que apareço na TV das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, assim como deve gostar o jornalista, o médico ou o carpinteiro que ouve um elogio. Gosto de ser conhecido pelo que faço, mas não suporto falta de educação. O preço da fama? Não engulo essa. Tive pai e mãe. Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana? É jornalismo isso? Aliás, dá para ter respeito por um sujeito que fica escondido atrás de uma árvore para fotografar uma criança no parquinho? Dois deles perseguiram uma amiga atriz, grávida de oito meses, por dois quarteirões. Ela passou mal, e os caras continuaram fotografando. Perseguir uma grávida? Ah, mas tá reclamando de quê? Não é famoso? Então agüenta! O que que é isso, gente? Du Moscovis e Lázaro (Ramos) também já escreveram sobre o assunto, e eu acho que tem, sim, que haver alguma reação por parte dos que não estão a fim de alimentar essa palhaçada. Existe, sim, gente inteligente que não dá a mínima para as fofocas das revistas e as baixarias dos programas de TV. Existe, sim, gente que tem outros valores, como meus amigos do MHuD (Movimento Humanos Direitos), que estão preocupados é em combater o trabalho escravo, a prostituição infantil, a violência agrária, os grandes latifúndios, o aquecimento global e a corrupção. Fazer algo de útil com essa vida efêmera, sem nunca abrir mão do bom humor. Há, sim, gente que pensa diferente. E exigimos, no mínimo, não sermos melecados. 

No dia seguinte, o rapaz do programa mandou um e-mail para o escritório que me agencia se desculpando por, segundo suas palavras, a “cagada” que havia feito. Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência. E contra a audiência não há argumentos. Será?” 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Chico Bento na faculdade

Chico Bento cresce vai estudar agronomia na Esalq/USP  

Globo Rural 

Assim como todos os outros personagens da Turma da Mônica, Chico Bento, o caipira, também entrou em uma nova fase. Agora, o personagem passou no vestibular e vai cursar Agronomia na renomada Esalq - Escola Superior Luis de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Usp), em Piracicaba (SP). A jornada de Chico estreia nas bancas em maio, segundo o "pai", Maurício de Souza. 

A revista se chamará Chico Bento Moço e na trama, o personagem terá 18 anos. Para elaborar as histórias, o cartunista visitou a Esalq/Usp no dia 22 de março, reuniu-se com pelo menos dez alunos e o coordenador do curso de agronomia. /;/;/;/ De acordo com o grupo de alunos, Souza queria ouvir histórias e saber como era o dia a dia da universidade para começar criar as histórias de Chico. 

Em nota, a assessoria de imprensa da Esalq/Usp disse que o cartunista não quis tirar o Chico Bento do mundo rural e, quando ele decide prestar vestibular, opta pelo curso de agronomia e viverá tudo o que os alunos reais do curso vivem. Ainda de acordo com a nota, a filha do cartunista, Marina de Sousa, também participou do encontro e é ela quem coordenará a produção de Chico Bento Moço. 

"Essa (a agronomia) é uma das profissões responsáveis pelo sucesso do Brasil como uma das potências econômicas emergentes e o Chico Bento, mesmo continuando a ser um personagem divertido, terá que contribuir, como esses alunos, para a construção de um futuro mais limpo", disse Mauricio de Sousa, durante a visita à instituição. 

"Os alunos apontaram os aspectos importantes que um estudante de agronomia tem atualmente, como comprometimento com a sustentabilidade", afirmou o coordenador do curso de agronomia da Esalq, José Otávio Machado Menten. Até o início deste ano, de acordo com ele, o curso formou 10.892 engenheiros agrônomos. A Esalq completará 106 anos de fundação em maio. 

Outra palhaçada que o governo finge não ver

A interdição do Engenhão 

Opinião do Estadão 

O Estado do Rio e a prefeitura da capital fluminense gastaram R$ 1,6 bilhão para reformar o Maracanã e construir o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão. Este, em que foram disputadas provas de atletismo e partidas de futebol nos Jogos Pan-Americanos de 2007, foi interditado pelo prefeito Eduardo Paes por tempo indeterminado por haver risco de a cobertura desabar. E, previsto para ser entregue em dezembro, o Maracanã só deverá reabrir em 28 de maio, a 19 dias do primeiro jogo da Copa das Confederações. 

A pedra fundamental do Maracanã foi lançada em 20 de janeiro de 1948, e, após menos de dois anos e meio de trabalho, no dia 16 de junho de 1950, o estádio, durante muito tempo o maior do mundo, foi inaugurado para sediar jogos da Copa daquele ano. Sua reforma, se terminar no último prazo, o terceiro, custará R$ 1 bilhão e demandará dois anos, oito meses e meio, mais do que a construção, apesar dos avanços da engenharia civil desde então.

Orçada originalmente em R$ 60 milhões, a construção do Estádio Olímpico foi iniciada e, depois, abandonada pela Delta, empreiteira que alimentou o noticiário de escândalos com a divulgação das relações nunca explicadas entre seu dono, Fernando Cavendish, e o bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira. Repassada ao consórcio formado pela Odebrecht e pela OAS, ela foi concluída às pressas e terminou custando seis vezes mais, R$ 380 milhões. Escolhido para as disputas de atletismo e futebol da Olimpíada de 2016, o Engenhão tem um longo histórico de problemas. O Botafogo, que o arrendou até 2027, foi informado pelo consórcio que o concluiu e é o atual encarregado de sua manutenção da existência de 30 problemas graves. Foram constatadas infiltrações nas casas de máquinas dos elevadores com risco de curto-circuito e nas juntas de dilatação que sustentam a estrutura. Já então se falava em falha de projeto que prejudicava o funcionamento do sistema no-break, cujos equipamentos não teriam sido projetados com refrigeração independente, o que prejudicava a operação dos geradores elétricos. Segundo O Globo, a prefeitura do Rio foi informada desses problemas há mais de um ano. Antes disso, em 2011, três partidas de futebol foram interrompidas por quedas de luz. 

Esse histórico de problemas levou a autoridade municipal a monitorar a atuação do consórcio responsável pela manutenção e foi isso que motivou a encomenda de três laudos, um dos quais, o mais drástico, apontava para a possibilidade de desabamento da cobertura. A expressão "falha no projeto" foi usada pelo prefeito ao comunicar que tinha resolvido interditar a praça de esportes para evitar uma tragédia. "É inadmissível que um estádio construído há tão pouco tempo já enfrente esse tipo de situação", reclamou Eduardo Paes. 

A interdição do Engenhão também afeta as provas de corredores fundistas e velocistas deslocadas para lá desde o fechamento do Maracanã para a reforma. E é mais um dos inúmeros exemplos de degradação progressiva das construções e dos equipamentos instalados no Rio para os Jogos Pan-Americanos de 2007. O Velódromo foi demolido, o Parque Aquático Júlio de Lamare também o será. O Estádio Célio de Barros, transformado em depósito de materiais para as obras do Maracanã, está prestes a ir ao chão. As cordas que demarcam as raias das piscinas estão guardadas num contêiner e não foram usadas na primeira regata do Estadual de Remo. A Arena Multiuso não é mais usada, porque seu aluguel custa caro demais. O "legado do Pan com nível olímpico", como o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Artur Nuzman, definiu o Engenhão em 2007, custou uma fortuna e está interditado. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral comemoraram as escolhas do Brasil para sediar a Copa de 2014 e do Rio para a Olimpíada de 2016 garantindo que, depois desses eventos, a sociedade seria beneficiada com equipamentos e instalações adquiridos para eles. A realidade revelada pela herança do Pan mostra que isso é falácia.

Rei Leão no Brasil

'O Rei Leão' estreia em São Paulo e se torna um marco  

Estadão 


A estreia de "O Rei Leão" nesta quinta à noite, no Teatro Renault, encerra mais uma fase da consolidação dos musicais no Brasil - e em São Paulo, em particular. O espetáculo dirigido e concebido por Julie Taymor traz uma riqueza de detalhes técnicos cuja realização não apenas justifica o alto investimento de produção (R$ 50 milhões) como comprova a qualificação dos profissionais brasileiros. 

"É impressionante como tudo acontece perfeitamente sincronizado, sem problemas", observou o ator Saulo Vasconcelos, que acompanhou, na terça-feira, uma apresentação para convidados. Ele faz parte da ''primeira geração'' dos musicais brasileiros, um seleto grupo de intérpretes que ajudaram a formatar o gênero em São Paulo. Vasconcelos, que fez "A Bela e a Fera" (2002) e principalmente "O Fantasma da Ópera" (2005), primeiro megassucesso, estava na plateia formada ainda por outros pioneiros como Marcos Tumura, protagonista de "Les Misérables" (2001), o musical que fincou as fundações nacionais desse tipo de espetáculo; Daniel Boaventura ("A Bela e a Fera", "Chicago", "Evita") e Jonathas Joba ("A Bela" e "Fantasma"). 

"O Rei Leão" não representa apenas um marco no Brasil - estreou na Broadway em 1997 e, em cartaz até hoje, logo se tornou um estrondoso sucesso, faturando cerca de US$ 4,8 bilhões e batendo nas bilheterias um super peso-pesado, "O Fantasma da Ópera", que está há muito mais tempo na estrada (estreou em 1986). O curioso é que, no início do projeto, temia-se por um grande fracasso. "Fiquei com medo de que a montagem fosse algo como os personagens da Disneylândia, vestidos com a cabeça do Mickey Mouse", lembra Julie Taymor, que veio a São Paulo para acompanhar a estreia nacional. 

O desastre foi evitado graças a medidas corajosas tomadas pela diretora. Quando foi convidada por Tom Schumacher (produtor e presidente da Disney Theatrical Productions, a produtora do espetáculo) para adaptar para o palco a animação, em 1996, Julie teve várias ideias que, na época, soavam arrojadas. A primeira e mais essencial era não esconder os atores que interpretariam os animais. "Não queria fazer um musical ao estilo Disney, em que o segredo da fantasia não pode ser revelado", lembrou. "Meu desejo era que a plateia visse o ator manipulando o boneco e criasse sua própria fantasia." 

Assim, ela promoveu, no palco, a mistura de elementos de arte e artesanato africano para retratar personagens antropomórficos - ao lado do designer Michael Curry, Julie criou centenas de máscaras e fantoches, que se amoldam ao corpo de cada ator. E, além das canções criadas por Elton John e Tim Rice (traduzidas aqui por Gilberto Gil), o espetáculo possui diversas músicas no idioma zulu. 

A história é fiel à trama da animação e conta a trajetória de Simba, pequeno leãozinho filho de Mufasa, que governa a floresta. O nascimento do jovem desperta a ira de Scar, irmão do rei, pois diminuem suas chances de herdar a coroa. Assim, bem ao estilo Hamlet, Scar mata Mufasa e acusa Simba de permitir a morte do pai. O rapaz é obrigado a fugir do reino e amadurece à distância, até chegar o momento de voltar e retomar o poder. 

O REI LEÃO  
Teatro Renault (Av. Brig. Luís Antônio, 411). Tel. (011) 2846-6060. 4ª a 6ª, 21 h, sáb., 16 h e 21 h, dom., 15h30 e 20 h. R$ 50 / R$ 280.

Alerta sobre bisfosfonatos contra osteoporose

Anvisa pede cautela em uso de remédio contra osteoporose  

Folha de São Paulo 

O médico deve avaliar, caso a caso, se vale a pena prolongar para além de três anos o uso dos bisfosfonatos no combate à osteoporose. 

É o que alerta um boletim elaborado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com base em estudos clínicos e de casos internacionais que avaliaram o uso desses medicamentos por mulheres na pós-menopausa. 

Por conta da redução na produção de estrogênio após a menopausa, estima-se que a osteoporose atinja um pouco menos de 20% das mulheres com 50 anos ou mais. 
Entre os homens, as taxas estimadas não passam de 6%, descreve o boletim. 

O trabalho não questiona o benefício dos bisfosfonatos -remédios mais usados contra a doença- de forma geral, mas alerta que não há garantias de efetividade da droga após uso prolongado. 

"Não há evidência clara de benefício pelo uso além de três anos e há relatos de eventos adversos desagradáveis, apesar de pouco frequentes", diz Márcia Fernandes, técnica da agência que trabalhou na produção da análise. 

Um desses eventos adversos é a fratura atípica (por exemplo, no meio do fêmur). Já as fraturas nas vértebras e no fêmur na altura da virilha são tidas como típicas em pacientes com osteoporose. 

As conclusões da Anvisa vão na mesma linha do relatório divulgado, em setembro de 2011, pela FDA (agência americana que regula remédios e alimentos). À época, a agência afirmou que os bisfosfonatos só tinham benefícios comprovados na prevenção de fraturas até três anos. E informou que, após o quinto ano, não havia mais melhoria na densidade óssea. 

MANTER OU NÃO  
O alerta que faz o boletim da Anvisa já é de conhecimento dos especialistas brasileiros. Eles, no entanto, acham que o estudo pode ser um aviso importante aos não especialistas que tratam pacientes com osteoporose. 

"Tem muita gente usando bisfosfonato há bastante tempo. Os especialistas sabem [do alerta], os generalistas não. E tem muito generalista tratando osteoporose", diz Bernardo Stolnick, vice-presidente do comitê de doenças osteometabólicas da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia). 

Para decidir manter, suspender ou trocar de droga é preciso avaliar questões como o passado de fraturas e o aumento da massa óssea, diz Sebastião Radominski, coordenador da comissão de osteoporose da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 

"Há pacientes que, três ou quatro anos depois, continuam com altíssimo risco de ter uma fratura comum, que não aumentaram a massa óssea. Não tenho dúvida [de que ele deve manter o uso]. Porque, assim, você evita 240 fraturas típicas frente a uma atípica que poderia ocorrer", diz. 

Stolnick lembra que há remédios que servem de alternativa aos bisfosfonatos, como o ranelato de estrôncio. 

"É uma excepcional alternativa para quem usou o bisfosfonato e tem que parar após três ou cinco anos." Em fevereiro, o uso da substância foi aprovado no país para o tratamento de homens. 

Ainda vai dar merda !

Ditador norte-coreano manda apontar mísseis para bases dos EUA  

Folha de São Paulo 


O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou na noite de quinta-feira que as Forças Armadas do país fiquem em alerta a um ataque americano e pediu para que sejam apontados mísseis para os Estados Unidos e as bases militares americanas no Pacífico. 

A medida foi tomada horas depois de Washington enviar dois bombardeiros B-2, que têm capacidade de levar ogivas nucleares, para os exercícios militares que faz com os sul-coreanos desde o início do mês. O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, disse que o envio dos aviões não é uma provocação a Pyongyang. 

Segundo a agência estatal KCNA, o norte-coreano fez uma reunião com generais e "julgou que é o momento de acertar as contas com os imperialistas". O país comunista informa que preparará os mísseis para atacar a parte continental dos Estados Unidos e as bases militares no Pacífico, incluindo as da Coreia do Sul. 

Mais cedo, Chuck Hagel disse que os Estados Unidos estavam preparados para enfrentar qualquer ameaça dos norte-coreanos e que o perigo vindo do país comunista estava em aumento. "Devemos deixar claro que essas provocações da Coreia do Norte são levadas muito a sério por nós e responderemos a isso", disse. 

Os dois B-2 Spirit partiram da Base Whiteman da Força Aérea do Estado americano do Missouri e dispararam munições artificiais contra um alvo no território sul-coreano, segundo um comunicado das forças americanas mobilizadas na Coreia do Sul. 

Em comunicado, as Forças Armadas americanas disseram que o voo foi realizado no no âmbito de exercícios conjuntos organizados todos os anos entre as forças americanas e sul-coreanas, "demonstra a capacidade dos EUA de realizar ataques a grandes distâncias, rápidos e quando quiser". 

As duas ações aumentam a tensão entre os norte-coreanos e os vizinhos do Sul e os Estados Unidos. O país comunista foi submetido a duas sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) por causa do lançamento de um foguete em dezembro e ao teste nuclear de fevereiro. 

Além da preparação das tropas para o combate, os norte-coreanos cortaram as linhas telefônicas de contato com a Coreia do Sul e romperam o armistício com Seul, vigente desde o fim dos combates da Guerra da Coreia (1950-1953). 

Eletrobras no vermelho

Após prejuízo recorde, Eletrobras está perto de virar uma Petrobras  

Folha de São Paulo 

Com planos de um dia se tornar uma Petrobras, como queria a então ministra Dilma Rousseff, a Eletrobras tem no maior prejuízo da sua história, e da história do país, a chance de chegar mais perto desse objetivo. /;/;/;/ Assim como a estatal do petróleo fez no plano de negócios, a holding do setor elétrico trouxe o seu balanço para a realidade das novas regras do setor de energia elétrica, sofrendo um baque negativo de R$ 10 bilhões na reavaliação dos ativos. 

E, assim como a estatal do petróleo, a transparência em reconhecer as perdas no resultado do ano passado agradou ao mercado, que ontem deu um voto de confiança ao plano de investimentos de R$ 52 bilhões com a alta expressiva das ações. 

O plano tem como base o aumento de receita com novos projetos, possíveis privatizações das distribuidoras de energia deficitárias e um plano de demissões voluntárias, que já estava na gaveta havia pelo menos um ano. Uma cesta de boas notícias para uma empresa apelidada pejorativamente de "elefante". 

Criticada pela vocação para nomeações políticas e nem sempre alinhadas com a eficiência, a Eletrobras mudou seis vezes de presidente durante os governos Lula e Dilma, lançando a cada novo titular esperanças de mudanças nunca concretizadas. Uma delas, a internacionalização da empresa, apesar de aprovada no Congresso, caminha lentamente. 

Assim como a Petrobras sofre com os preços defasados da gasolina em relação ao mercado internacional, a Eletrobras teve a sua geração de caixa comprometida pela redução das tarifas elétricas. 

E teve que assumir as superobras estruturantes do setor elétrico, da mesma forma como a Petrobras precisa impulsionar a indústria nacional de fornecedores. 

Sem a presença da estatal nos consórcios, nenhuma privada entraria em projetos como as hidrelétricas do rio Madeira ou Belo Monte. 

Agora, obrigada a ser mais enxuta, talvez a empresa perca o apelido pejorativo de "elefante" no mercado. E, assim como está acontecendo com as ações da Petrobras, talvez passe a fazer parte da carteira de acionistas de longo prazo, que vão apostar no aumento da receita que os novos projetos devem proporcionar. Assim como acontece com o pré-sal.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Isto é Santarém !!!!

Praia do Carapanari - Santarém - Pará

Eleição já, para não ter de trabalhar

José Nêumanne Pinto (*) 

Todas as estradas que levam aos Portos de Santos e Paranaguá estão bloqueadas por filas de caminhões carregados com a supersafra de 38 milhões de toneladas de soja esperando para descarregar o produto em terminais portuários incapacitados para embarcar tanto grão. A China, a maior compradora do mundo, está desistindo, à medida que o tempo passa, do que adquiriu e, por causa disso, o minério de ferro não foi ultrapassado pela leguminosa como o maior produto de exportação da nossa Pátria amada, idolatrada, salve, salve! Enquanto tudo isso ocorre, a presidente Dilma Rousseff põe Antônio Andrade, peemedebista mineiro, no lugar de Mendes Júnior, peemedebista gaúcho, no Ministério da Agricultura. Mas não por causa do apagão da logística ou pelo colapso da infraestrutura, e sim porque trata de acomodar mais partidos em seu superpalanque da eleição de 2014. 

A soja tinha de ser entregue faz tempo, mas a maior responsável pela operação desastrosa dos nossos portos só pensa no que vai ter de enfrentar em outubro do ano que vem – daqui a um ano e sete meses. Pode? Pois é! Diante da expectativa de os paulistas não conseguirem passar o feriado da Páscoa no litoral ao pé da Serra do Mar porque a Piaçaguera-Guarujá está intransitável, não há um líder oposicionista empenhado em entender, explicar, traduzir e criticar o absurdo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) não foi solidarizar-se com os caminhoneiros paralisados, mas gastou todo o seu tempo e seu latim para apagar o fogo ateado com as manifestações de apreço de José Serra (PSDB-SP) pelo adversário Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Assim como o governo, a oposição só pensa naquilo para depois da Copa. 

Não são estudantes, são bandidos

Estudantes ateiam fogo em sala de aula e riscam carros de professores em Bauru 

Estadão 

Alunos da escola estadual professor Christino Cabral, no jardim Estoril, em Bauru, danificaram oito carros de funcionários e professores e atearam fogo na cortina de uma sala de aula, na tarde da última terça-feira. Os veículos estavam estacionados em frente da escola, quando os professores foram avisados de que um grupo de alunos estava riscando seus carros. 

A Ronda Escolar foi chamada, mas quando atendia a ocorrência, outro aluno ateou fogo na cortina dentro da sala de aula. O professor percebeu quando os alunos começaram a sair da sala apressados e sentiu um cheiro de fumaça. O aluno autor do incêndio disse que colocou fogo na cortina para protestar contra o fato de a PM ter entrado na escola. 

Dois estudantes de 12 anos foram identificados pela polícia como possíveis autores dos danos nos carros dos professores, um deles não estudava na escola. Outro estudante, de 15 anos, também foi detido por colocar fogo na cortina. Os pais foram chamados e todos foram levados para a Delegacia da Infância e da Juventude (Diju). 

A Delegacia de Ensino divulgou nota considerando os atos inadmissíveis e informando que a direção da escola chamou os pais dos alunos para conversar e pedir empenho deles na conscientização dos filhos sobre 'boas práticas de cidadania'. Segundo a diretoria de Ensino, a equipe gestora da escola fará um acompanhamento dos estudantes e o Conselho da Escola vai se reunir com a Promotoria de Justiça para estudar medidas contra os alunos. 

Nota do Blog: Começaria a ser resolvido esse tipo de ação se ao invés dos tais "alunos" serem encaminhados para esses tais centros de reabilitação, que na verdade não reeduca ninguém, os pais serem processados e presos. Primeiro crime é de negligência na educação de seus filhos ... os pais sabendo que irão para a cadeia pelas ações dos tais "de menor" talvez começassem a criar vergonha e darem educação em casa aos filhos ... Masi rigor ainda seria nos casos de agressão aos professores, diretores etc ... além do menor ser trancafiado, os páis deveriam sofrer sérias sanções.

O ato falho de Dilma

Eliane Cantanhêde (*)  

Pelo visto e pelos relatos da imprensa, a ida da presidente Dilma Rousseff à reunião dos Brics, em Durban, foi cheia de percalços. E de tropeços. 

Dilma levou chá de cadeira do presidente da África do Sul, Jacob Zuma. Depois de quase uma hora e meia esperando, com seus ministros, imagine-se o humor da presidente. Ela voltou para o hotel e foi à abertura do encontro, mas dispensou o jantar. Não é trivial. Será que alegou uma dor de cabeça danada? 

Ontem, Dilma disse em entrevista coletiva que não concorda com combate à inflação à custa do desenvolvimento. Depois, diante da reação de espanto e crítica, disse que não disse. Mas é o que ela pensa, certo? 

Vejamos as frases da presidente: 
1) "Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico"; 
2) "Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado. Eu vou acabar com o crescimento do país?". 

O mercado deu um pulo. Interpretou que Dilma estava assumindo a leniência com a inflação, o que, a esta altura do campeonato, é quase uma heresia. Nesses pouco mais de dois anos, o combate à inflação não chega a ser prioridade. Mas há coisas que até se pensam, mas não se dizem. Principalmente presidentes. 

Pelo Blog do Planalto, Dilma tentou consertar. Acusou que sua fala foi manipulada por agentes do mercado financeiro e empurrou o abacaxi para o presidente do BC descascar. Ele é que mostrasse por "A" mais "B" que, como disse Dilma na nova versão, "o combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente". 

Cá entre nós, a frase original de Dilma tem um fundo de verdade e combina com a ação do seu governo, já que a inflação ultrapassa o centro da meta e se aproxima do teto. E o pior é que o Brasil não tirou nota baixa na inflação para poder tirar 10 no crescimento. Com pibinho de 0,9% em 2012 (bem abaixo dos Brics), não brilhou em nenhum dos dois. 

(*) Jornalista e colunista da Folha de São Paulo 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Oito mil postagens

Rabiscos do Antenor no ar desde setembro de 2009 e prestes a completar 4 anos de vida tem a satisfação de atingir 8 mil postagens. 

Para quem começou como uma brincadeira jamais poderia imaginar chegar a esse número de postagens. 

Além de tudo isso é a aceitação dos leitores. 

O rastreador acusa que até agora foram 246 mil acessos. Mês de março foram quase 7 mil acessos. Hoje já passamos dos 320 acessos. 

Somente posso agradecer a Deus e a todos que compartilham esse blog . 

 Muito, mas muito obrigado mesmo.

A tragédia da incompetência

Ruth de Aquino (*) 

Não importa mais o total de mortos na “tragédia” da serra do Rio de Janeiro. Não é insensibilidade. Numa semana de histórias lacrimejantes, de perdas e heróis, não basta lamentar o destino de milhares de famílias à beira de abismos. Não posso comemorar que milhões ou bilhões serão gastos para recuperar encostas e reassentar desabrigados. Engrossar correntes de solidariedade não resolve. Porque não acredito mais. A sociedade não acredita mais. 

No bolso de quem vão parar as verbas liberadas após enchentes, diante do rosto compungido das autoridades? O prefeito de Teresópolis foi cassado por desvio. Quantos outros não roubaram dos que nada têm, dos que perderam tudo? Eu queria ver o governador do Rio de Janeiro e os prefeitos do Rio, de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo submetidos a multa e julgamento. Por omissão e negligência criminosas. Não há prestação de contas detalhada, não há transparência no gasto das verbas de emergência. Não há pressa. Uma hora a casa cai. 

O que aconteceu na serra fluminense é um escândalo muito maior que o da boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, embora o número de mortos seja inferior. Na hora do aguaceiro, não há portas de saída para quem vive em barraco em área de risco, não há bombeiro que dê jeito. Há sorte ou azar. Os sinalizadores da natureza matam crianças, velhos, fortes, fracos. O fogo da boate Kiss provocou maior repercussão pelo inusitado e por suas centenas de vítimas jovens de classe média e alta. As enchentes do verão são tão previsíveis que provocaram calos em nossa consciência. 

Bacalhau desfiado ao forno

Rendimento: 10 porções 

Ingredientes  
1 kg de bacalhau ling demolhado(s) 
200 gr de batata cozida(s) e picada(s) 
quanto baste de azeitona preta picada(s) 
6 unidade(s) de ovo cozido em rodelas 

Molho 
2 unidade(s) de cebola em tiras 
3 unidade(s) de tomate picado(s) 
2 dente(s) de alho picado(s)
1 folha(s) de louro 
quanto baste de sal 
quanto baste de pimenta-do-reino branca 

Modo de Preparo 
Deixe o bacalhau de molho por 12 horas, trocando de água algumas vezes. 
A seguir coloque uma panela no fogo com água e deixe ferver. 
Acrescente o bacalhau e deixe nessa água por 20 minutos com o fogo desligado e a panela tampada. 
Depois desfie o bacalhau e reserve. 
Nessa mesma água cozinhe as batatas e reserve. 

Molho 
Aqueça o azeite e doure o alho, as cebolas. 
Depois acrescente os tomates e o louro. 
Tempere com sal e pimenta. Reserve. 

Montagem  
Em um refratário, espalhe o bacalhau, por cima coloque as batatas picadas e os ovos. Depois acrescente o molho e por último polvilhe as azeitonas. 
Leve ao forno por uns 10 minutos e sirva regado com o azeite.

E eles insistem com essa canalhice! Que governo é esse????

Governo quer baixar MP para perdoar 90% de dívida bilionária de clubes  

UOL 

O governo federal prepara uma MP (medida provisória) para perdoar a dívida bilionária dos clubes de futebol em impostos, taxas e contribuições. Pelo projeto formatado por executivos do Ministério do Esporte e deputados federais, os clubes trocarão 90% da dívida que possuem com o governo pelo compromisso de realizar projetos sociais, que envolvem a abertura de suas estruturas esportivas gratuitamente para jovens das comunidades próximas aos clubes. A dívida dos 20 principais clubes do futebol brasileiro está avaliada em pelo menos R$ 4 bilhões pela pasta do Esporte. 

Ainda não há data definida para a apresentação da MP, mas membros do governo e parlamentares favoráveis à solução esperam que ela esteja pronta antes da Copa das Confederações. De acordo com o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, o jornalista Toninho Nascimento, a iniciativa não pode ser chamada de perdão, já que prevê uma contrapartida dos clubes de futebol em troca da anistia da dívida. 

"Eles vão ter que fazer a parte deles, que não é pequena", afirmou o secretário, em entrevista ao UOL Esporte. "E haverá punições para quem não cumprir o acordo", diz ele, justificando a renúncia bilionária a que pretende submeter o erário público com o argumento de que clubes de futebol não são empresas comuns. "Não podemos tratar os clubes de futebol, alguns com mais de 100 anos de idade, como empresas comuns", afirma. "É uma oportunidade dos clubes modernizarem suas gestões, um impulso". 

Segundo Nascimento, entre as sanções previstas está a possibilidade de o clube faltoso no acordo de anistia da dívida perder pontos e até ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, além de perder acesso a financiamentos públicos e ser impedido de estabelecer contratos com entes federais. "Qual dirigente que será louco de deixar isso acontecer com o seu time e sua torcida?", indaga o jornalista-secretário. 

Assim, de acordo com o exposto por Toninho Nascimento, não há forma prevista de restabelecer a dívida dos clubes que não fizerem o combinado. O que está previsto são apenas sanções às agremiações, mas não uma forma de obrigá-los a cumprir o acordado. 

O País da incompetência e descaso que se faz de rico

Produtores perdem US$ 4 bilhões com caos logístico no país  

Folha de São Paulo 

A Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) calculou em pelo menos US$ 4 bilhões os prejuízos que os produtores terão neste ano com a caótica logística para a exportação de soja e de milho. 


A entidade diz que o país vai exportar 40 milhões de toneladas de soja e 18 milhões de toneladas de milho.
O custo para levar cada tonelada aos portos de Santos ou Paranaguá passou de US$ 81 para US$ 98 por tonelada, cerca de US$ 70 a mais do que pagam os concorrentes da Argentina e dos EUA.
Esse custo é descontado do preço da soja, cotada a US$ 525 a tonelada, e do milho -US$ 246 a tonelada.
 milho. 

"Os prejuízos envolvidos com o escoamento da safra já alcançaram valores superiores ao custo que teríamos em implantar vários corredores hidroviários no país", afirma Sérgio Mendes, presidente da Anec. 

O Brasil tem planos para implantar ao menos duas hidrovias para escoamento da safra pelo Norte, nos corredores dos rios Teles Pires-Tapajós e Araguaia-Tocantins. 

O único corredor de exportação que funciona com saída hidroviária pela bacia do Amazonas é a logística do rio Madeira, a partir de Porto Velho (RO). 

O governo brasileiro demonstrou interesse em desenvolver sistemas de transporte hidroviário ao bancar a construção da eclusa que rompe a barragem da usina hidrelétrica de Tucuruí (PA), no rio Tocantins. 
O país gastou R$ 1,6 bilhão (US$ 800 milhões) no projeto, mas mesmo concluída a estrutura é subutilizada devido a problemas com a navegação abaixo da barragem.

O escoamento de grãos para a exportação pela região Norte do Brasil resolveria parte dos problemas registrados atualmente nos portos de Santos e de Paranaguá. 

VOLTA DO PROBLEMA 
Depois de uma trégua de três dias, a rodovia Cônego Domênico Rangoni -principal via de circulação entre Bertioga, Guarujá, Cubatão e Santos- voltou a congestionar ontem. Obras de recapeamento da rua do Adubo, única que dá acesso ao porto, atrapalharam o fluxo. 

A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, responsabilizou a PMR (Polícia Militar Rodoviária) por falha na fiscalização dos caminhoneiros. 
Segundo ela, a separação de caminhões de contêineres e de grãos não foi feita. 
A PMR disse que reforçou o efetivo na região para tentar organizar o fluxo de caminhões, mas diz que ainda aguarda medidas estruturais para resolver o problema do escoamento da safra. 

FILA DE NAVIOS 
Não são apenas caminhões que estão em fila. O porto de Santos tem hoje 45 navios esperando vaga no cais para carregar soja e farelo. Juntos, eles aguardam 2,6 milhões de toneladas de grãos. 

Excluído o que chega a Santos sobre trens, o volume restante de 1,9 milhão de toneladas de soja precisará de 54 mil caminhões para dar conta de encher os porões dos graneleiros. 

Por dia, descem a Santos 3.200 caminhões carregados com soja. Considerando todas as cargas, são mais de 10 mil caminhões. Logo, chegarão os caminhões de açúcar. 

Nota do Blog: Adivinhem para que bolso irá esse prejuízo? ..  Há 40 anos se fala em problemas logísticos e há 40 anos o governo enrola, enrola, e não consegue desenvolver políticas que resolvam os graves problemas logísticos no País. Um exemplo é a BR 163 que nunca fica pronta e muito menos concedem ao porto de Santarém uma enorme opção de saída. Uma vergonha de todos ... sem exceção ..

A arte de não adoecer

Dráuzio Varella (*) 

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos" 
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia. 

Se não quiser adoecer - "Tome decisão" 
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele. 

Se não quiser adoecer - "Busque soluções" 
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença. 

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências" 
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor. 

Se não quiser adoecer - "Aceite-se" 
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia. 

Se não quiser adoecer - "Confie" 
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste" 
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia. 

(*) Médico oncologista, Cientista e Escritor formado pela Universidade de São Paulo

segunda-feira, 25 de março de 2013

Tia Zulmira está de volta

Gaudêncio Torquato (*) 

O que diria Tia Zulmira, a engraçada personagem criada por Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do impagável cronista Sérgio Porto, no início dos anos 60, ao enchergar (isso mesmo, com ch) numa dissertação sobre movimentos imigratórios para o Brasil no século 21 uma receita de Miojo e um trecho do hino do Palmeiras? Acharia rasoavel (assim mesmo, com s e sem acento) as notas 560 e 500, de um total de 1.000, obtidas, respectivamente, por um galhofeiro que mostrou como se faz o famoso macarrão instantâneo e por um apaixonado torcedor do Verdão? E que nota daria ao Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, que orienta os corretores da prova a "aproveitar o que for possível", mesmo ante a inserção de textos com evidente intenção de desmoralizar o processo corretivo? O próprio autor da receita confessa que seu intuito era mostrar que "os corretores não leem completamente a redação". A velha senhora da família Ponte Preta enquadraria seguramente os personagens em questão no Festival de Besteiras que Assola o País, sempre muito farto por ocasião do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E aproveitaria para pinçar mais uma pérola que explica o motivo de tanta asneira no famigerado concurso: "O nervo ótico transmite ideias luminosas ao cérebro". 

Todos os anos o Enem produz extensa crônica de besteiras previsíveis. As expressões fosforescentes transmitidas por apreciável parcela dos cérebros que prestam o exame deixam transparecer um estado de hibernação, para não dizer piora, do corpo educacional do País. O Brasil continua a ocupar um vergonhoso 88.º lugar entre 127 no ranking de educação da Unesco. Seis anos atrás tinha melhor posição(72.ª). Há 6 milhões de alunos no ensino superior, mas 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita. Ou seja, de cada dez alunos, quatro são analfabetos funcionais, como atesta pesquisa do Instituto Paulo Montenegro e da ONG Ação Educativa entre 2001 e 2012. 

A saúde deles vai bem

Opinião do Estadão  

O gasto com a saúde dos senadores e funcionários do Senado quase triplicou na última década, o que é mais um sintoma de uma persistente doença brasileira: o desperdício escandaloso de dinheiro público com regalias a políticos e servidores públicos. 

Reportagem do Estado (17/3) mostrou que as despesas médicas do Senado atingiram R$ 115,2 milhões em 2012, último ano da gestão de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa. Foi o maior valor desde 2003, quando os gastos atingiram R$ 40,8 milhões, corrigidos pelo IPCA. 

Em relação a 2011, quando as despesas chegaram a R$ 71,3 milhões, houve um aumento de 38%. Os números mostram ainda que houve um estouro de R$ 10 milhões no orçamento previsto para custeio médico no Senado em 2012 e nada sugere que isso não se repetirá neste ano. Recebem esses generosos benefícios os 81 parlamentares e seus dependentes, os 6.300 funcionários, os ex-parlamentares e os demais pensionistas da Casa. 

O Senado justificou o aumento dizendo que a inflação dos serviços de saúde foi maior do que a de outros itens e que a idade média dos senadores e de seus funcionários aumentou, gerando a necessidade de procedimentos mais caros. Essa versão seria plausível, não fosse o fato de que todos os brasileiros também envelheceram e também sentiram no bolso o aumento dos preços da área médica, mas são obrigados a pagar planos de saúde cada vez mais caros se quiserem ter atendimento ao menos razoável - a menos, é claro, que precisem enfrentar as clamorosas carências do SUS. No Senado, o serviço médico, de ótima qualidade, é garantido e majoritariamente subsidiado pelo erário. 

Além disso, os senadores e os funcionários tinham à sua disposição, até este ano, uma estrutura de atendimento médico nas dependências do Senado equivalente à de um bom hospital. Os custos dos serviços prestados nessa unidade eram integralmente assumidos pelo Senado, de modo que a saúde dos servidores e dos parlamentares estava duplamente coberta. Ao assumir a presidência da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) - interessado em emplacar uma agenda positiva para se contrapor à saraivada de denúncias contra ele - prometeu acabar com esse privilégio. Renan disse que a medida vai representar uma economia de R$ 6 milhões anuais, um valor que representa somente 5,7% do orçamento dos serviços médicos do Senado para este ano. É medida tímida e cosmética, bem ao gosto do senador que se diz guardião da ética. 

Enquanto isso, está mantido o imenso rol de inexplicáveis benefícios aos parlamentares. No ano passado, o Senado bancou as despesas médicas dos senadores no valor de R$ 3,4 milhões. 

Além do plano de saúde a que todo funcionário da Casa faz jus, esses parlamentares podem pedir reembolso de seus gastos médicos sem nenhum limite e sem a obrigação de contribuir com nenhum centavo. O Senado se recusa a especificar a natureza dessas despesas, sob o argumento de que se trata de informação que não pode ser detalhada em respeito à "proteção legal à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem" dos parlamentares - apesar do farto financiamento público. 

Também correm por conta do contribuinte as despesas de ex-parlamentares e de seus familiares, pois o benefício é vitalício, desde que o político tenha servido ao menos seis meses como senador - ou seja, não há necessidade nem de cumprir um mandato inteiro para se beneficiar. Mesmo para os padrões do Congresso brasileiro, onde nada mais surpreende, trata-se de um acinte. 

Tais distorções só reforçam a sensação de que há no Brasil uma casta superior, formada por aqueles que se elegem parlamentares ou conseguem ser admitidos no serviço público. Para esses afortunados, ao contrário do que acontece com o resto da Nação, não se exige a aplicação das boas normas da administração, que mandam, sempre que possível, economizar dinheiro. 

Ao contrário: parece que eles se esmeram em criar mecanismos para esbanjar recursos que não lhes pertencem.

Imposto de Renda 2013

Para apanhar sonegadores, leão cruza dados de oito documentos  

Folha de São Paulo 

A Receita Federal dispõe de um sofisticado sistema eletrônico que permite cruzar as informações prestadas pelos contribuintes na declaração do IR. A meta é apanhar quem tenta sonegar. 

Uma vez recebidos, esses dados são cruzados com aqueles armazenados nos computadores da Receita. Esse sistema é abastecido por oito declarações exigidas de empresas e de outros órgãos públicos e privados. 

O primeiro (e principal) documento que o fisco usa é a Dirf (Declaração do IR Retido na Fonte), entregue pelas empresas. Nela estão diversos valores: salário anual pago pela empresa, 13º salário, IR retido na fonte (se for o caso), contribuição ao INSS, plano de saúde (se for o caso) etc. 

Outro documento usado é a DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica). Por esse documento, o fisco sabe quanto as empresas distribuíram de lucro aos sócios. 
Os gastos com clínicas médicas, com laboratórios, com hospitais e com planos de saúde são informados ao fisco por meio da Dmed, a declaração entregue pelas prestadoras de serviços de saúde e operadoras de planos privados de assistência à saúde. 

Os dados de quem tem conta em banco (conta-corrente, poupança, investimento etc.) são informados ao fisco por meio da Dimof (Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira). 

As administradoras de cartões de crédito usam a Decred (Declaração de Operações com Cartão de Crédito) para informar as operações acima de R$ 5.000 mensais. 

Os dados de transações com construtoras, incorporadoras e imobiliárias são informados pela Dimob (Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias). 
Uma vez feita a operação imobiliária, é preciso registrar o imóvel em cartório. Para verificar isso, a Receita dispõe da DOI (Declaração sobre Operações Imobiliárias), entregue pelos serventuários da Justiça responsáveis por cartórios de notas, de registro de imóveis e de títulos. 

Há ainda a Dprev (Declaração sobre a Opção de Tributação de Planos Previdenciários), entregue ao fisco pelas entidades de previdência complementar, pelas sociedades seguradoras ou por administradores do Fapi (Fundo de Aposentadoria Programada Individual). 

Lição de Moral

Uma academia colocou um outdoor em São Paulo que dizia o seguinte: 
 
Neste verão, qual você vai ser? Sereia ou Baleia? 

Uma mulher enviou a eles a sua resposta e distribuiu o seguinte email.

"Ontem vi um outdoor com a foto de uma moça escultural de biquini e a frase: 
Neste verão, qual você vai ser? Sereia ou Baleia? 
Respondo: 
Baleias estão sempre cercadas de amigos. 
Baleias tem vida sexual ativa, engravidam e tem filhotinhos lindos. 
Baleias amamentam.
Baleias andam por ai cortando os mares e conhecendo lugares legais como a Antártida e os recifes de coral da Polinésia. 
Baleias tem amigos golfinhos.
Baleias comem camarão à beça. 
Baleias esguicham água e brincam muito. 
Baleias cantam muito bem. 
Baleias são enormes e quase não tem predadores naturais. 
Baleias são bem resolvidas, lindas e amadas. 
Sereias não existem... 
Se existissem viveriam em crise existencial: Sou um peixe ou um ser humano? 
Não tem filhos, pois matam os homens que se encantam com sua beleza. 
São lindas, mas tristes, e sempre solitárias... 
Querida academia, prefiro ser baleia!" 

(A referida academia retirou o outdoor na mesma semana!) 

Muitas vezes o ser humano se importa tanto com o exterior de uma pessoa (criticando a gordura), a posse de bens materiais, e esqueçe que o mais importante é o interior, os sentimentos daquela pessoa... 

Vamos valorizar mais o que somos, e não o que os outros visualizam, cada um sabe como quer estar ou fazer de si... E só assim seremos felizes.

domingo, 24 de março de 2013

Dívidas dos clubes sem paternalismo

Editorial de O Globo  

Os clubes brasileiros acumulam uma dívida astronômica, algo entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões, quase toda ela resultado de obrigações fiscais que deixaram de ser recolhidas. Somente das 12 agremiações de maior receita, a valor das contas espetadas vai a quase R$ 2 bilhões. 

Como se trata de calote de maus pagadores, boa parte deles insolvente, o bolo devido aumenta a cada mês. A situação não é confortável sequer para os que dispõem de patrocinadores de peso: nesses casos, praticamente toda a receita de ações de marketing costuma ser engolida pelos buracos administrativos e exigências financeiras que inviabilizam planos e projetos. 

É uma dívida criada pela irresponsabilidade gerencial de dirigentes que, livres de obrigações legais, comprometem receitas, envolvem as agremiações em operações financeiras de lastro duvidoso — enfim, tudo ao contrário do que recomendam os bons manuais de administração. 

Por isso, deve-se ver com cuidado as propostas que o governo tem apresentado para zerar tais débitos. É fora de dúvida que se trata de dívida impagável diante da realidade de penúria dos clubes; mas, por outro lado, é preciso evitar que desmandos e falta de compromisso dos cartolas sejam premiados com o puro e simples perdão dos contenciosos por eles próprios criados. 

Buscar uma saída para esse buraco fiscal é iniciativa saudável do governo e a solução ela passa por isenção tributária. A questão está em determinar em que medida a ajuda aos clubes contribuirá, de forma responsável, para restabelecer a saúde contábil das agremiações. 

Quaisquer que sejam as propostas colocadas à mesa — entre elas a troca de dívidas fiscais por projetos sociais, ou o investimento em esportes olímpicos de alto rendimento —, é imperioso que, da parte beneficiada, sejam exigidas contrapartidas como a profissionalização gerencial e, no caso dos departamentos de futebol, que são de fato o motor dessas entidades, a adoção de modelos administrativos nos moldes dos que regem o funcionamento de empresas privadas, com o comprometimento patrimonial dos dirigentes, que precisam responder — legalmente e com a garantia de seus bens — por atos lesivos cometidos à frente dos clubes. 

No âmbito das normas esportivas, é fundamental também que a CBF se alinhe com a moralização das gestões, punindo severamente as agremiações. Por fim, mas igualmente importante: a desoneração precisa ser acompanhada de instrumentos que impeçam os clubes de, uma vez aliviados das dívidas atuais, voltem a namorar a insolvência com gestões temerárias. 

Tanto quanto atividade de lazer, o esporte — e, no caso do Brasil, principalmente o futebol — também se torna, cada vez mais, um setor que movimenta cifras milionárias e com papel importante na economia. 

Assim como não se pode fechar os olhos para o buraco financeiro dos clubes, também é inaceitável que se trate o problema com paternalismo. 

Morreu o mestre da carne

Morre em SP aos 64 anos Marcos Bassi, o 'artesão da carne'  

Folha de São Paulo 

Morreu na manhã deste domingo (24) em São Paulo, de câncer, o empresário e churrasqueiro Marcos Bassi, aos 64 anos. Até o momento, não há informações sobre o velório. 

Conhecido como "artesão das carnes", são de sua autoria alguns cortes conhecidos, como bombom de alcatra, fraldinha e o steak do açougueiro. Também foi pioneiro na adoção do sistema de embalagem a vácuo. 

Filho de italianos, nasceu Marcos Guardabassi e entrou para o mundo das carnes aos oito anos, vendendo miúdos na rua e enchendo linguiça em um açougue do Mercado Municipal, no Brás. 
Virou empresário aos 15 anos, quando arrendou o seu próprio estabelecimento no Bixiga (zona central de SP). 

Batizou o espaço de "Casa de Carnes Bassi", já mirando os imigrantes mais ricos da cidade. Embrulhava as carnes no papel-manteiga e depois em bandejas de isopor, coisa rara na época. Mantinha uma churrasqueira dentro da Casa de Carnes e vendia assados e sanduíches. 

Com a fama de seus cortes especiais, em 1978 montou frigorífico para fornecer para restaurantes, bares e hotéis. 

Anos depois, a marca conquistou os supermercados. Mas o negócio foi vendido em 1999. Desde 2005 a marca Bassi integra o portfólio da Marfrig. 


Em 1979, inaugurou churrascaria na rua Treze de Maio que funciona até hoje e que ainda lhe pertencia, a Templo da Carne. 

Casado com Rosa Maria, era pai de Tatiana e Fabiana. 

sábado, 23 de março de 2013

Rápidos no gatilho

Dora Kramer (*) 

A desfaçatez anda de tal forma despudorada que a Câmara nem esperou esfriarem os corpos dos recentemente extintos dois salários extras por ano, para torná-los cadáveres insepultos na forma de aumento de verbas compensatórias à “perda” de suas excelências. 

Há dois tipos de contas a serem feitas: uma é numérica, a outra política. A Câmara fica devendo nas duas. 

Com a primeira promete uma economia de R$ 27,4 milhões deixando de pagar os salários adicionais, mas vai gastar quase tudo (R$ 21 milhões) só com o reajuste daquela cota para despesas extraordinárias que não raro é usada para gastos ordinários – no sentido pejorativo do termo. 

Isso sem falar na criação de novos cargos (59), duas novas estruturas (Corregedoria Autônoma e Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Casa). A título de verniz, criou-se um tipo de ponto para controlar melhor o pagamento de horas extras dos funcionários do Legislativo. 

Positivo? Sem dúvida, mas risível e até provocativo o aperto em face do afrouxamento na rubrica das benesses aos parlamentares que, segundo pesquisa recente, estão em segundo lugar entre os mais caros do mundo. 

Mas dizíamos que há uma conta numérica e outra política. Nesta também o saldo é negativo. Confirmou-se a necessidade de adotar parcimônia em elogios quando o Congresso se curva à necessidade de dar cabo a exorbitâncias. Viu-se pela rapidez no gatilho para anular a economia e criação de duas esquisitices. 

“Corregedoria Autônoma”? Alto lá: há uma corregedoria em funcionamento e que, pelo visto, foi posta sob desconfiança de atuar sem a necessária independência. 

“Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Casa”? Espera aí: não seria o Parlamento já um centro de estudos e debates? Não são o estudo e o debate funções do Legislativo junto coma prerrogativa de legislar e fiscalizar? 

Ou bem estão sendo criadas instâncias inúteis, ao molde de sinecuras, ou mal estão sendo criadas instâncias com sobreposições de funções. Ao molde de sinecuras . 

(*) Jornalista  é colunista política diária dos jornais O Estado de S. Paulo e O Dia do Rio de Janeiro e das rádios Band News FM e JB FM.