terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Rascunho para 2014

Arnaldo Jabor (*) para o jornal O Estado de S.Paulo 

O ano de 2013 foi muito bom. Muito didático. Aprendemos a ver as coisas pelo lado torto. Ótimo, pois nossa verdade está no avesso. Aprendemos que corrupção no Brasil não é apenas endêmica; é eterna. Ela está encravada na alma de nossos políticos. Corrupção é vida. Foi através dela que construímos esse país, no adultério entre o público e o privado ou entre o "púbico e a privada". Daí nasceu nosso mundo: estradas rotas, a espantosa construção de Brasília, onde já gastamos trilhões de dólares com passagens aéreas para homens irem ao Planalto implantar perucas ou visitar as amantes e casas de mães joanas. 

Aprendemos que apenas 30% da população é realmente alfabetizada. O resto é analfabeto funcional que assina o nome, mas não sabe mais nada. E isso é bom para eleições, pois um povo ignorante é ótimo para eleger canalhas. 

No entanto, tudo tem um lado bom, nossa estupidez estimula uma criatividade cultural de axés e garrafinhas, aumenta a fé com milhões de novos evangélicos dando dinheiro para pregadores traficantes, estimula a boçalidade combativa, como as emocionantes batalhas entre torcidas, shows de MMA espontâneos nas arquibancadas. Estupidez é entretenimento. O País já virou novela de suspense. É uma escola. Com a prisão dos mensaleiros, enxergamos que nosso sistema penitenciário é o inferno vivo. Estupradores, chacinadores protestam contra o conforto dos petistas. Finalmente, Zé Dirceu conheceu a luta de classes e foi-nos útil: iluminou-nos sobre o sistema carcerário. 

Vimos como a escrotidão e o idealismo são primos. Neste ano aprendemos, por exemplo, que não existe primavera, nem árabe nem brasileira. E isso é mais realista. Chefes de Estado preferem secretamente que o Assad ganhe a guerra contra a Al-Qaeda que já tomou conta. Menos esperança, mais sabedoria. O mundo ganhou um pessimismo iluminado. Graças ao bravo 'nerd' Snowden, que revitalizou o Putin da Rússia, o líder da moda que protege a destruição da Síria, prejudicou o Obama e abriu portas para novos ataques do terror. Ou seja, aprendemos que tudo se ramifica em contradições inesperadas, que um bem pode virar um mal e um 'hacker' babaca pode mudar o mundo. 

Já sabemos que milagres acontecem, mas são logo destruídos. Milhões se ergueram em junho numa aurora política aparente, mais uma 'primavera'; no entanto, os black blocs, espécie de Al-Qaeda punk de imbecis, vieram nos lembrar da realidade: estupidez e mediocridade política são a clássica realidade brasileira. Enquanto Sarney reina, Agnello Queiroz se agarra no Lula e Jacques Wagner destrói a Bahia, já sabemos que os horrorizados cariocas, chocados com o grande "crime" do helicóptero do Cabral vão eleger a nova catástrofe: nosso Estado governado ou pelo Garotinho, Crivella ou Lindinho. Será o fim do Estado do Rio, durante a olimpíada. Vivam os cariocas, as bestas quadradas do apocalipse! Pedem para ser mortos duas vezes. 

Já sabemos também que "a infraestrutura sórdida do País foi culpa dos governos anteriores". Ao menos foi o que disse a Dilma diante de FHC e do Clinton (que vexame...) depois de 11 anos do PT no poder. Só não sabemos o que o PT fez em 11 anos, mas isso é curiosidade de neoliberais canalhas, o que será corrigido com a reeleição de Dilma, quando teremos uma regulamentação bolivariana nessa mídia conservadora que teima em estragar os prazeres da mentira. Finalmente entendemos que quem fez o Plano Real não foi o FHC, como afirma a mídia de direita; foi o Lula, com preciosa ajuda de Mantega. 

Já entendemos que a Dilma é brizolista. Também já sabemos que o Brasil anda na contramão dos próprios velhos países socialistas como China e Vietnã. Como escreveu Baudrillard: "O comunismo hoje desintegrado tornou-se viral, capaz de contaminar o mundo inteiro, não através da ideologia nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação brutal", vide o novo eixo do mal da A.Latina. Nós somos um bom exemplo desconstrutivo do que era o comunismo. 

Já sabemos que privatização se chama hoje concessão, que lucro ainda é crime e que aos poucos os empreendedores que fizeram o País, antes do PT existir, são aceitos ainda com relutância pelos donos do poder. 

Já sabemos que nosso ministro da economia é a própria Dilma, pois o Mantega só está lá porque ela manda nele. Por que não bota o Delfim, ou o Palocci que já salvou o Brasil uma vez? Ele é um dos petistas respeitáveis. O outro morreu há pouco - Marcelo Déda, raridade, inteligente, com senso de humor e do bem. 

Neste ano, aprendemos: a justiça não anda sozinha. Se não fossem dois grandes homens, Ayres Brito e Joaquim Barbosa, nada teria acontecido. Aprendemos que o Mercosul tem de acabar. Aprendemos que o legislativo só funciona no tranco de ameaças do povo. Agora já perderam o medo de novo. 

Já sabemos que a política tem sido um espetáculo, como um balé. No Brasil, a política já é um país dentro de outro, com leis próprias, ética própria a que assistimos, impotentes. Os fatos perderam a solidez - só temos expectativas. E tudo continuará. Saberemos no ano que vem quantos campos de futebol de floresta foram destruídos por mês nas queimadas da Amazônia, enquanto ecochatos correm nus na Europa, fazendo ridículos protestos contra o efeito estufa; saberemos quantos foram assassinados por dia, com secretários de segurança falando em "forças-tarefa" diante de presídios que nem conseguem bloquear celulares, continuaremos a ouvir vagabundos inúteis falando em "utopias", bispos dizendo bobagens sobre economia, acadêmicos decepcionados com os 'cumpanheiros' sindicalistas, enquanto a República continuará a ser tratada no passado, com as nostalgias masoquistas de tortura, ressurreição de Jango e JK, heranças malditas, ossadas do Araguaia e nenhuma reforma no Estado paralítico e patrimonialista. Não vivemos diante de "acontecimentos", mas só de "não acontecimentos". 

Repito a piada: não sou pessimista; sou um otimista bem informado.

Continuaremos a não acontecer em 2014. 

(*)  Cineasta, Roteirista, Diretor de Cinema e TV, Produtor Cinematográfico, Dramaturgo, Crítico, Jornalista e Escritor 

O humor de Dilma

José Casado (*) 

Dilma Rousseff acha que seu governo está sob ameaça de uma “guerra psicológica” capaz de “inibir investimentos e retardar iniciativas”. Foi o que disse em cadeia nacional de rádio e televisão. Não explicou quem, quando, onde, como — e muito menos por que escolheu um termo cuja definição, nos manuais militares, consiste essencialmente no manejo das palavras para abalar o moral do inimigo. 

Pode ser mero vício de linguagem, afinal Dilma é a última combatente da Guerra Fria com crachá de candidata na disputa presidencial de 2014. Ou talvez tenha sido um discreto desabafo, por estar “perdendo a batalha ideológica e política para o mercado financeiro”, como observou o economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo em entrevista à jornalista Eleonora de Lucena. 

Seja qual for o motivo, a presidente-candidata esqueceu-se de que brasileiro só é otimista entre o Natal e o Carnaval, como dizia o falecido economista Mário Henrique Simonsen. Na noite de domingo ela entrou na casa dos eleitores para fazer uma saudação de fim de ano. Gastou 1.400 palavras em autoelogios e se despediu semeando dúvidas sobre o futuro do país e das pessoas. 

É notável a mudança no humor de Dilma. Basta ver seus discursos deste ano. 

Em janeiro, ela proclamava, eufórica: “O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história.” 

Em março, baixou o tom: “Devemos ter o otimismo e o dinamismo e sempre reiterar a confiança, e mantermos uma atitude contra o pessimismo e a inércia que muitas vezes atingem outras regiões.” 

No mês seguinte, tentou animar a arquibancada: “Não tem quem nos derrote se não acharmos que já estamos derrotados. Não tem quem nos derrote! Isso é o que garante a nossa força, é o fato de que juntos ninguém nos derrota.” 

Em julho, começou a exalar preocupação com “um ambiente de pessimismo que não interessa, que não é bom para o Brasil”. Chegou a novembro nostálgica de Juscelino Kubitschek, “quando dizia ‘o otimista pode errar, pode até errar, mas o pessimista já começou errado’”. 

Poderia ter recordado outro mineiro, o escritor Fernando Sabino, para quem “o otimista sofre tanto quanto o pessimista, mas pelo menos sofre só uma vez”. E, aí, talvez a oposição até retrucasse com a definição de Woody Allen sobre pessimismo: “Mais do que em qualquer outra época, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto; o outro, à total extinção. Vamos rezar para que tenhamos a sabedoria de escolher”. 

Dilma gravou seu discurso rudimentar sobre a “guerra psicológica” e viajou à Bahia, onde o tempo avança em ritmo Dorival Caymmi. O governador Jacques Wagner, seu amigo, poderia contribuir para mudar o ânimo da presidente-candidata, sugerindo a leitura da biografia de Apparicio Torelly, o Barão de Itararé (“Entre sem bater”, de Claudio Figueiredo). O Barão ensinava: “Os acontecimentos se processam com tanta rapidez que os acontecimentos acontecem antes de terem acontecido.” 

Pode ser uma opção refrescante a quem precisa olhar para além daquilo que vê. Na pior hipótese, ajuda a começar 2014 de bom humor, um dos fundamentos para estar de bem com a vida.

(*) Jornalista 

Nossos votos

Ruth de Aquino (*) 

Confesso ter problema com a palavra “aposta”. Todos os significados dela me incomodam. O significado mais comum implica ganhar ou perder dinheiro. Ou se aposta num cavalo ou numa certeza. Quando se aposta – com um amigo ou num vício – , arrisca-se muito. Grana ou reputação. Às vezes ambas. 

Prefiro os desejos às apostas. Podemos ser mais livres e delirantes ao desejar. Podemos ser utópicos. No ano de 2014, de eleição e Copa, nossos desejos são, mais do que qualquer troféu, nossos votos. Votos na urna e numa ideia fixa: uma sociedade mais educada, mais sadia, mais responsável, mais ética e menos violenta. 

1. Que o próximo presidente ouça a voz das ruas e, antes de investir US$ 4,5 bilhões em caças suecos, escolha suas prioridades de emergência, entre elas a Saúde, evitando que pacientes morram na fila da rua ou da cirurgia, por negligência e omissão. 

2. Que o próximo presidente entenda a expressão “mobilidade urbana” e, em vez de inundar as ruas de carros particulares, invista em trens e transporte público de qualidade, com integração real entre rodoviárias, aeroportos, metrôs e ônibus. Que invista também em rodovias mais seguras, porque nossas estradas hoje são de quinta categoria. 

3. Que o próximo presidente, consciente de que quase 40% das famílias brasileiras são hoje chefiadas por mulheres, invista numa política nacional de creches, em quantidade e qualidade, permitindo assim que possamos conciliar com um mínimo de tranquilidade e competência nossas funções de mãe e trabalhadora. 

4. Que o próximo presidente remunere direito os professores e aumente a carga horária das escolas no Brasil, do ensino fundamental às universidades, para que crianças e adolescentes não fiquem apenas cinco horas por dia em instituições de ensino, enquanto os pais trabalham em tempo integral. 

5. Que o próximo presidente ataque de frente o déficit profundo de habitação popular, poupando as famílias brasileiras de viver indignamente em barracos e favelas sem esgoto, sem segurança nem saneamento, com perigo de desmoronamento ou risco de tuberculose, junto a áreas de elite nos grandes centros urbanos ou nos rincões remotos e abandonados. 

6. Que o próximo presidente tenha ética, determinação, apoio e moral suficientes para tirar a política brasileira desse pântano de corrupção e privilégios, acabando com super-salários e super mordomias num dos Congressos mais caros e menos eficientes do mundo. Que sejam punidos exemplarmente todos que tirarem proveito particular de seus cargos públicos. 

7. Que o próximo presidente ajude os Estados a ter uma política consequente de segurança. Temos visto apenas iniciativas isoladas e criativas, como as UPPs no Rio. Sem uma contrapartida maciça de serviços públicos e sociais, elas acabam torpedeadas por bandidos com e sem farda. O risco é viver, cada vez mais, em cidades sem lei, onde se corre o risco de ser assaltado e morto ao andar na rua, ir à praia, pegar um ônibus, comer num restaurante, pegar dinheiro num caixa eletrônico de banco, chegar a sua garagem ou parar num engarrafamento. 

8. Que o próximo presidente leve a sério o meio ambiente e o destino do lixo com campanhas de educação. E que não apenas multe, mas prenda os especuladores criminosos que destroem nossos parques, lagoas, praias e reservas. 

9. Que o próximo presidente revele à população como são gastos os impostos, num país onde a arrecadação tributária bate recordes. E que os impostos sejam transformados em benefício dos contribuintes. 

10. Que o próximo presidente não escamoteie os índices de inflação e não minta sobre o real estado da economia do Brasil. 

Aí sim, o Brasil seria campeão em 2014. 

(*) Jornalista , é colunista da revista Época, blogueira e repórter especial.

Feliz 2014




Dia de ano novo .
Nós abriremos o livro. 
Suas páginas estão em branco. 
Nós vamos pôr palavras nele. 
O livro chama-se Oportunidade e seu primeiro capítulo é o Dia de ano novo

A culpa deve ser da tal "imprensa golpista"

Petrobras tem maior perda de valor de mercado 

Estadão 

A Petrobras foi a empresa brasileira de capital aberto que registrou a maior perda de valor de mercado em 2013, em termos nominais, com recuo de US$ 34,1 bilhões até o dia 27 de dezembro, de acordo com levantamento realizado pela empresa de informações financeiras Economática divulgado na segunda-feira, 30. O valor de mercado da petrolífera passou de US$ 124,7 bilhões no fim de 2012 para US$ 90,6 bilhões na última sexta-feira, 27. 

No entanto, se for considerada a perda porcentual, o destaque em 2013 foi outra empresa do ramo de óleo e gás, a OGX, que viu seu valor de mercado despencar 95,4% no período. A companhia, parte do grupo EBX, de Eike Batista, entrou em recuperação judicial em outubro. 

Vale 
A mineradora Vale ficou na segunda posição entre as que registraram maiores perdas nominais de valor de mercado, passando de US$ 105,3 bilhões para US$ 75,1 bilhões. A Ambev e o Bradesco ficaram com a terceira e a quarta posições, com recuo de US$ 15,6 bilhões e US$ 10,9 bilhões, respectivamente, no valor de mercado. 

Em alta 
No sentido oposto, a credenciadora Cielo foi a empresa com maior crescimento nominal de valor de mercado, que passou de US$ 18,2 bilhões no fim de 2012 para US$ 21,8 bilhões na última sexta-feira. 

A operadora de telefonia celular TIM veio na sequência, com ganho de US$ 2,79 bilhões, apesar dos boatos de que terá de ser vendida em 2014. Em terceiro lugar ficou a empresa de alimentos JBS, com alta de US$ 2,3 bilhões. 

A consultoria Economática apontou ainda que as empresas brasileiras de capital aberto fecharam 2013 com valor de mercado abaixo de US$ 1 trilhão depois de quatro anos. Segundo a consultoria, o nível vinha sendo mantido constante desde 2009. No ano, a perda do valor de mercado das empresas listadas foi de US$ 216,3 bilhões. 

De acordo com a Economática, a maior empresa por valor de mercado é a Ambev, com US$ 113,7 bilhões. Em seguida está a Petrobras, com valor de mercado de US$ 90,6 bilhões e Vale, que agora soma US$ 75,1 bilhões.

Drinque com romã

Símbolo da sorte no Ano-Novo, romã vai bem com farofa, com ceviche e até drink  

UOL 

Queridinha das festas de Réveillon, a romã tem, nesta época do ano, presença garantida nas mesas. Embora para muitos a superstição defina que se deva comer sete pequenas sementes em busca do bom agouro para os próximos 365 dias, é possível inovar e trazer criatividade a pratos utilizando o ingrediente. 

"Eu amo romã pela cor, pela textura e pelo sabor doce e azedinho ao mesmo tempo. Há muito tempo, comi uma farofa de romã na casa de um amigo em Ilhabela. Isso me marcou muito", conta a chef Renata Vanzetto. Ela costuma acrescentar em seu cardápio do novo Ema, cujo menu não é fixo, pratos como o carré de cordeiro ao molho de romã. 

Para o clima de verão, ainda recomenda utilizar o suco ácido da romã para marinar um ceviche ou um tiradito, prato também à base de peixe cru. 

E se a comemoração pede um drinque, inclua as sementes em uma receita de caipirinha, por exemplo. É sucesso garantido. 

Caipirinha de Romã 


Ingredientes  
1 xícara(s) de chá de semente de romã (as mais vermelhinhas) 
2 colher(es) de chá de xarope de romã (1/2 xícara de suco de romã) 
3/4 xícara(s) de chá de vodca 
2 colher(es) de sopa de hortelã fresca cortada em tirinhas 

gelo moído a gosto 

açúcar ou adoçante a gosto 

Modo de preparo 
Em uma coqueteleira, coloque as sementes, o açúcar, a hortelã e o xarope de romã. Macere bem com um pilão. 
Adicione um pouco de gelo e a vodca. 
Misture na coqueteleira por 1 minuto. 
Coloque mais gelo em um copo e complete com a caipirinha.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fruta camu-camu

Doença de Alzheimer - Instituto da Memória e Núcleo de Envelhecimento Cerebral/NUDEC  

Fruta da Amazônia, camu-camu é rica em vitamina C 
Ela também possui aminoácidos e flavanóides. 

Arbusto que nasce em quase toda a Amazônia, o fruto da planta chamada de camu-camu tem alto valor nutritivo. Suas frutas são em forma de bolinhas vermelho-escuras recobertas por uma casca opaca, dura e grossa, com uma fina camada que parece uma penugem. 

Com 10 a 32 mm de diâmetro, o camu-camu tem elevada acidez e por causa de seu gosto forte, dificilmente é consumida na forma natural. Na Amazônia, onde é bastante usada, ela é utilizada no preparo de refresco, sorvete, picolé, geleia, doce, licor ou em tortas. O camu-camu possui um elevado teor de vitamina C (2606 mg por 100g de fruto). 

Seu teor de vitamina C é tão poderoso que ultrapassa o da laranja e da acerola. O camu-camu tem seis vezes mais vitamina C que a laranja e por causa disso, ela tem sido transformada em tabletes. 

O ácido ascórbico (vitamina C) contido na camu-camu atua na síntese de colágeno e vem sendo aproveitada na indústria de cosméticos. Os flavanóides contidos nela têm propriedades antimutagênicas e atuam na prevenção do câncer. 

É gostoso consumir: 
Quer uma dica de como consumir camu-camu? Faça um suco. Como o sabor é bastante ácido, utilize entre 10 e 15 frutas para cada litro de água. Desse modo, a concentração fica mais diluída. Bata no liquidificador, coe e adoce a gosto. Depois é só tomar esse suco refrescante e ter a certeza de que, pelo menos em termos de vitamina C, seu organismo está bem suprido. 

De acordo com a engenheira de alimentos Rosalinda Pinedo, a elevada concentração de compostos nutracêuticos do camu-camu apresenta uma grande gama de efeitos biológicos. A vitamina C e outros compostos fenólicos presentes no camucamu, como as antocianinas, contribuem para promover: 
* ações antioxidantes 
* ações antimicrobianas 
* ações antiinflamatórias 
* ações vasodilatadoras 

Amargo que faz bem:  
Apesar de sua origem, o consumo da fruta pela população amazonense não faz parte do hábito alimentar regular. É o que conta a nutróloga Isolda Prado Maduro, que também é professora no curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas. 

Ela entende que o amargor explica essa dificuldade do camu-camu. Porém, indica alternativas que já são consumidas, como picolés, sucos, néctar (obtidos pela mistura de polpa, açúcar e água, homogeneizado e pasteurizado), geleias, refrescos e sorvetes. 

Como lembra a pesquisadora Rosalinda Pinedo, o pH baixo da fruta facilita seu processamento agroindustrial, pois protege-a da atuação de microrganismos patogênicos. 

E, se a acidez dificulta o consumo in natura, "é desejável no processamento de suco. Pois o sabor acentuado permite diluí-lo mais e obter maior rendimento", observa Rosalinda. 

São como bolinhas de gude vermelho-escuras. Mas, ao invés do brilho de vidro, elas são recobertas por uma casca opaca, dura e grossa, com uma fina camada que parece uma penugem. Por cima, uma coroinha de minúsculas folhas cobrindo a careca do rei. O rei da vitamina C. Essa fruta amazônica é bastante cultivada no Peru, tem chamado cada vez mais atenção no Estado de São Paulo e anda fazendo muitas viagens ao Japão. Poliglota desse jeito, mas ainda pouco conhecida, a fruta do camu-camu escorre sua polpa cor de púrpura em sucos, geleias, refrescos. Se a cor é atrativa, o gosto da fruta in natura não agrada qualquer paladar. Muito ácida e amarga, especialmente quando comida com casca, motiva seu aproveitamento em formas de preparo nas quais o beneficiamento da fruta transforma a bolinha de gude amarga em receitas para o café da tarde ou aperitivos. Uma de suas metamorfoses resulta em tabletes e cápsulas de vitamina C. Afinal, estamos falando da fruta com o maior teor dessa vitamina em todo o mundo. 

A mais vitaminada  
Tradicionalmente indicada como importante fornecedora de vitamina C, a laranja passou bastante tempo sendo a prescrição mais popular para aumentar a resistência do organismo. Depois, com o crescimento do consumo da acerola, essa fruta perdeu seu posto. Afinal, com um teor de vitamina C entre 1 g e 1,3 g para cada 100 g de polpa, a acerola passa voando sobre os cerca de 0,52 g para cada 100 g de laranja. 

Mas as pesquisas feitas com o camucamu encontraram teores ainda mais impressionantes dessa vitamina, pois, em média, cada 100 g da polpa de camu-camu contém 2,5 g de vitamina C. Já foram encontradas concentrações superiores a 6 g nessa mesma quantidade. Com um teor de vitamina C que geralmente é o dobro da acerola e seis vezes mais do que a laranja, essa bolinha de gude tem a força de um canhão. "Não existe outra fruta, conhecida até o momento no mundo, com maior teor de vitamina C do que o camu-camu", confirma a engenheira de alimentos Rosalinda Arévalo Pinedo, que realizou seu doutorado sobre a fruta na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp. 

E Rosalinda chama atenção para uma parte da fruta que merece os devidos méritos além da polpa. "O teor de ácido ascórbico (vitamina C) presente na casca é surpreendentemente alto. Em análises realizadas, encontramos um teor de 3,979 g na casca para cada 100 g da fruta. E essa constatação ainda não recebeu a devida consideração dos pesquisadores", revela.

A derrota do Brasil para o crack

Antônio Geraldo da Silva (*) 

O governo reconhece que ainda não entendeu o problema do crack. A política pública não pode ser só internação compulsória 

Neste mês, o programa Crack, É Possível Vencer, do governo federal, completou dois anos. No entanto, infelizmente, a vitória não é uma realidade. Nem mesmo está próxima. 

O ministro da Justiça disse que o programa foi o segundo em verbas aplicadas pela pasta da qual é titular. A afirmação é assustadora, pois dos R$ 4 bilhões prometidos para o combate ao crack, apenas R$ 368 milhões foram de fato empregados. 

Recente pesquisa da Universidade Federal de São Paulo estima em 2,8 milhões de usuários de crack em todo o país. Esse número dobra a cada dois anos. 

Afinal, como as autoridades estão enfrentando esta que já é a mais grave epidemia da história recente do Brasil? Trata-se de uma derrota em três frentes: política, estratégica e de saúde pública. 

Política porque, segundo deputados da base aliada da presidente Dilma Rousseff, apesar de o assunto ser prioritário, há resistência interna dentro do próprio governo que ela lidera. 

O segundo escalão do Ministério da Saúde é contra o programa Crack, É Possível Vencer, inclusive defendendo a liberação das drogas. No Ministério da Justiça, um secretário teve que deixar suas funções depois de declarações desastrosas acerca do assunto. Uma torre de Babel: há uma corrente ideológica ligada ao governo que defende o contrário do que a presidente fala. 

Se a articulação política é uma questão grave, a estratégia de proteção de fronteiras é ainda mais urgente. O Brasil não planta uma única folha de coca. Como então temos tanta droga circulando no país? 

Depois que Evo Morales --pasme, presidente da confederação dos cocaleiros-- assumiu a Presidência da Bolívia, a área plantada chegou a 25 mil hectares. Sua política de liberar o plantio por lá criou um pico do consumo do crack por aqui.

Além disso, o Uruguai acaba de legalizar a maconha, sem ninguém ter certeza de como isso impactará na saúde e na segurança do país e, em última instância, do continente. A maconha não é uma droga simples. É uma bomba de aditivos e componentes químicos que causam comprovados transtornos mentais. 

Outros países que fizeram movimentos semelhantes foram obrigados a recuar. A Suécia, por exemplo, é o país que mais reprime o uso de drogas e conseguiu eliminar a tempo a epidemia de crack que tomou conta do país logo após a malsucedida legalização das drogas. 

O terceiro escorregão do governo ocorre no terreno da saúde pública. A educação é capenga. A Universidade de Michigan fez um estudo com a duração de 35 anos sobre o consumo de maconha nos Estados Unidos. Nesse período, notaram que quanto maior a percepção do risco, menor o consumo. Ou seja, informação é fator primordial. Quando há informação cruzada --de que a maconha não faz mal--, aumenta o consumo e os números de dependentes. 

Cerca de 37% dos jovens que usam maconha ficam viciados. É uma loteria cruel, especialmente com essa faixa etária, ainda não madura o suficiente para ter a dimensão das consequências dos seus atos. E que não tem acesso às informações das verdadeiras ações deletérias dessa droga maldita. 

Há uma incompreensão de que a dependência química é de altíssima complexidade. Enquanto o tratamento do vício em crack no sistema privado é digno e obtém boa resposta, o dependente pobre está entregue à própria sorte ao despreparo da maioria dos serviços disponíveis na rede pública. 

O governo reconhece que ainda não entendeu o problema do crack. A política pública não pode ser só internação compulsória, pois parece apenas a preocupação em "limpar as ruas". Qual é a consequência do tratamento? O que fazer com esses dependentes depois da internação? Como reinseri-los na sociedade de forma produtiva? Quais as diretrizes de tratamento? 

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) já se colocou e se coloca à disposição do governo federal para esclarecer dúvidas e colaborar nas diretrizes a serem seguidas. Até agora, nada. Devem saber o que estão fazendo. 

A única constatação possível é que o Brasil enxuga gelo quando o assunto é o combate ao crack e outras drogas. 

(*) É presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)

O governo rendeu-se

Editorial da Folha de São Paulo 

Muito a contragosto, o governo rendeu-se às críticas de que sua política econômica conduziria o país a uma crise grave. Premido pelo esvaziamento de seus cofres, rendeu-se ao fato de que não pode continuar a gastar como nos primeiros anos de Dilma Rousseff. 

Acuado pelo risco de fracasso das privatizações de serviços públicos, rendeu-se à necessidade de reformular os leilões de concessão. 

Rendeu-se ainda à necessidade de dar combate direto à inflação, e a taxa básica de juros voltou a subir. Rendeu-se ao descrédito e malogro de sua política de controlar preços, diretamente ou por meio de desonerações de impostos, embora os desarranjos ainda permaneçam, maquiando e reprimindo artificialmente a inflação. 

O esgotamento do arsenal de medidas de estímulo econômico e de intervenção em preços e rendas não resultou em progresso nem segundo os critérios do governo. 

A presidente e seus ministros diziam no início de 2011 que a economia cresceria a 6% ao ano; mudaram para 4,5% em 2012. No final do ano passado, acreditavam em expansão de 4% neste 2013. Na média anual, o PIB do triênio não terá avançado mais de 2%. 

Seria difícil ter crescido muito mais que isso, sob qualquer governo. No início dos anos Dilma, o país tinha de lidar com os problemas da crise mundial, os excessos do final da gestão Lula, os efeitos de quase meia década de inércia reformista, entre outros obstáculos. 

Mas é lamentável que o triênio tenha sido perdido em tentativas pueris de estimular a economia no curto prazo, como se o país estivesse pronto para deslanchar. 

Impressionado pelas ruas, pelo descrédito internacional, pelo aumento das taxas de juros no mercado doméstico, o governo cedeu. Até sua estimativa de crescimento é mais modesta para 2014: "melhor que o deste ano", apenas. 

Ainda assim, não se percebe atitude positiva do governo. Desistiu de acumular equívocos, mas não deu provas de que vai reformular de modo decisivo sua política. Se por mais não fosse, 2014 é ano de eleição. Convém não fazer marolas, não desagradar nem a comunidade financeira nem o eleitorado. 

Seria ingênuo, pois, reivindicar que fizesse logo o ajuste necessário para o país retomar ao menos o caminho da normalidade, tendo, assim, condições de refletir sobre alternativas de desenvolvimento. 

Normal seria o governo ao menos controlar sua dívida. Desistir de reprimir preços –arbitrariedade que, por exemplo, avaria a mais importante empresa do país, a Petrobras. Normal seria o realismo tarifário no setor elétrico, nos serviços públicos a conceder; seria a redução de subsídios caríssimos a empresas, por meio do BNDES. 

Trata-se de uma proposta muito modesta, nada além de um primeiro e pequeno passo para que o Brasil se habilite a planejar e modificar o seu futuro, nublado por três anos de imediatismos simplórios e, obviamente, ineficazes.

Felizmente estou morrendo !

Osmard Andrade Faria (*) 

Leio no “Estadão” de hoje, 14 de dezembro, página 12, notícia que me atinge como um soco no estômago: “A Escola Estadual Presidente Emilio Garrastazu Médici passou a chamar-se Escola Estadual Guerrilheiro Carlos Mariguella”. 

Parece que estamos chegando ao fim e a República Federativa do Brasil também mudará de nome: seremos República Popular Democrática do Brasil, que este é o apelido usual de todos os países comunistas à volta do mundo. 

Passado o impacto, obrigo-me a uma volta ao passado. Como dizia Augusto dos Anjos, “sou uma ameba, venho de outras eras...”. Era ginasiano em 1937 quando Getúlio Vargas implantou o “Estado Novo” e espancou os comunistas que, à soldo de Moscou, tentavam criar na América do Sul um satélite da União Soviética. Foram daquela época o famigerado cavaleiro da esperança Luiz Carlos Prestes, (Em caso de guerra entre o Brasil e a União Soviética, lutarei por eles”), Harry Berger, Garota, Olga Benário e outros militantes bolchevistas, saía-se recentemente da chamada intentona comunista que buscou arrasar o terceiro Regimento de Infantaria da Praia Vermelha com dezenas de oficiais mortos, o Partido Comunista Brasileiro e a UNE (esta, sempre foi no Brasil uma célula do partidão) foram fechados, o país respirou aliviado. 

A partir de 1939, fui radialista e jornalista, escrevendo para rádios e jornais. Em 1943 participei da Força Expedicionária Brasileira lutando pela democracia mundial. Nos anos de 1951 e 1952, produzi para as rádios Ministério da Educação, Roquette Pinto, Mauá e uma rede de 48 emissoras no interior do país, uma série de rádio-reportagens sob o título de “Paisagens da Vida”, um teleteatro de contra-propaganda comunista, na qual, com a colaboração de um militar foragido da URSS, Anatoli Mickailovich Granovski, contava as atrocidades que eram sofridas pelo povo soviético nas mãos dos líderes vermelhos Stalin, Lênin e quadrilha. Esses programas foram gravados pelo NKVD de Moscou e de lá veio a ordem para o Tribunal Vermelho do Brasil, vivendo na clandestinidade, me condenando à morte. O DOPS, (Departamento de Ordem Política e Social) do segundo governo do Getúlio, teve ciência do fato. Chamaram-me. Avisaram-me que tinha a vida em perigo. E o máximo que me podiam oferecer eram uma arma e o seu porte, nada mais. Duas vezes tentaram os comunistas matar-me. Meu elenco de artistas era substituído a cada mês, tal a natureza das ameaças que sofriam por telefone. 

Deixei tudo em 1953 quando entrei para a Marinha como médico. Em 1961 fui transferido para Florianópolis. E aqui, como militar, vivi os episódios históricos da renúncia do Presidente Jânio Quadros com posse do esquerdista João Belchior Goulart e sua deposição em 1964 ao tentar incendiar o país com sua participação ativa nas tentativas de implantação do regime comunista no governo brasileiro. Neste último episódio, como antigo jornalista, fui nomeado relações públicas do Estado Maior da 5ª. Região Militar. Mais uma vez lutei contra a barbárie vermelha. 

Com IOF mais caro, qual o melhor meio de pagamentos no exterior?

Estadão  

Foi na sexta-feira, 27 de dezembro, no apagar das luzes de 2013: o governo anunciou reajuste do IOF, o Imposto Sobre Operações Financeiras, cobrado dos cartões de débito, dos cartões pré-pagos, dos saques em conta corrente feitos em moeda estrangeira e dos quase esquecidos traveller cheques. A alíquota, que era de 0,38%, foi igualada à dos cartões de crédito, até então sozinhos no posto de meios de pagamento mais caros no exterior: 6,38%. 

E agora, qual a melhor opção para levar dinheiro e fazer pagamentos nas viagens ao exterior? Eis, a seguir, os pontos a considerar: 

Cartão de crédito: o meio de pagamento no exterior mais caro até semana passada agora ganha uma vantagem competitiva frente às outras opções, o programa de pontos. Ao gastar no cartão de crédito, o consumidor inscrito no programa de pontos de seu cartão acumula créditos para trocar por passagem aérea, diária de hotel ou carro alugado, compras e produtos em lojas específicas. A desvantagem é a de sempre, ficar à mercê da variação cambial na data do fechamento da fatura. Se dólar, euro ou qualquer outra moeda se valoriza em relação ao real, a conta sai mais cara. 

Cartão pré-pago: o imposto de 6,38% será cobrado no momento em que se carrega o cartão na casa de câmbio. Justamente por isso, o saldo que você já tem no cartão, carregado até a última sexta-feira, não sofre efeito da nova alíquota. A vantagem do cartão pré-pago é congelar as despesas – não há risco de a conta final da viagem ao exterior aumentar por conta da valorização cambial. O jeito mais inteligente de usar o cartão pré-pago é carregá-lo aos poucos, em datas com diferentes taxas de câmbio, para equilibrar dias de moeda estrangeira valorizada com outros de taxa de conversão mais favorável ao viajante brasileiro. Lembre-se de que cada saque do cartão pré-pago no exterior custa de 2,50 a 3,50 unidades da moeda estrangeira em questão. 

Débito na conta corrente e saque em moeda estrangeira: devem ser usados como opções complementares durante uma viagem ao exterior. Além de estarem sujeitos à taxa de câmbio do dia, é bem comum que lojas e restaurantes fora do País não tenham a máquina de cobrança habilitada para passar o cartão de débito do turista estrangeiro. Antes da viagem é preciso procurar o banco e desbloquear as opções de débito em conta corrente e saque em moeda estrangeira – muitos bancos pedem inclusive o itinerário da viagem. 

Traveller cheque: alguém ainda lembra que eles existe? É a opção menos prática e econômica porque o viajante fica sujeito a duas taxas de câmbio, no momento de comprar o traveller cheque, antes de sair do Brasil, e na hora de trocá-lo por moeda local no país de destino. A não ser que tenha alguns guardados, comprados antes do IOF reajustado de 6,38%, esqueça. 

Dinheiro em espécie: é a única forma de levar dinheiro ao exterior que não foi alcançada pela alíquota de 6,38%. O IOF sobre a compra de moeda estrangeira continua de 0,38%. A grande desvantagem é que não é muito seguro levar grandes somas em dinheiro vivo na bolsa.

Isso sim é um País organizado: até o crime tem sua administração centralizada

Facção criminosa paulista gerencia negócios do crime no Rio 

Folha de São Paulo 

O PCC (Primeiro Comando da Capital) chegou ao Rio. A facção criminosa paulista, que já montou bases em 13 Estados e até no exterior, se aproximou das três facções cariocas e passou a cuidar de negócios do crime no Estado. 

A colaboração entre quadrilhas dos dois Estados ocorre eventualmente há anos, mas agora os criminosos de São Paulo são presença constante em reuniões do CV (Comando Vermelho), da ADA (Amigos dos Amigos) e do TC (Terceiro Comando) no Rio. 

Nelas, definem o envio de armas, dinheiro e drogas. 
A influência cresceu tanto que os paulistas conseguiram convencer os cariocas a vender crack, droga que sempre evitaram nas favelas do Rio. 

Em dificuldades financeiras desde os ataques de 2006, quando passou a ser estrangulado pela polícia, o PCC diversificou sua atuação. 
No Rio, a ação mais efetiva vem sendo feita junto ao CV. A facção carioca teve dívidas de R$ 7 milhões perdoadas e alguns já batizam essa união de CV-Primeiro Comando. 

Levantamento do Ministério Público paulista no sistema carcerário do Rio mostra que 38 internos cariocas já foram "batizados" pelo PCC -ou seja, passaram a integrar a facção. Há ainda 15 presos de São Paulo, ligados à quadrilha, cumprindo pena no Rio. 

A preocupação de policiais e promotores dos dois Estados é que a parceria cresça. 
A Secretaria de Segurança do Rio disse que "não comenta ou divulga informações sobre investigações". A de São Paulo não se pronunciou. 

Até os criminosos do Rio estão preocupados com a presença do PCC. Os investigadores flagraram um recado do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-mar, pedindo aos chefes do PCC que não "convertessem" os traficantes cariocas. 

A partir do cruzamento de dados obtidos por promotores e policiais foi possível descobrir planos do PCC no Rio. 
Do presídio de Presidente Venceslau (611 km de SP), chefes da facção decidiram, em conferências por celular, os caminhos da ação no Rio. 

Em 2010, o PCC tinha dívida de R$ 4,5 milhões devido a apreensões de armas e drogas pela polícia. A facção decidiu então que era preciso criar uma base no Rio. 
Assim, chefes ficariam escondidos no Estado e poderiam, das ruas, decidir os rumos da quadrilha, retirando o foco dos comparsas presos. Falam até em investir R$ 1 milhão na compra de uma casa. 

Os planos para o Rio foram definidos em conversas de até duas horas que mostram Marcos Herbas Camacho, o Marcola, e Roberto Soriano, o Tiriça, dois dos chefes que estão presos, iniciando os contatos com ADA e CV. 

Tiriça chega sugerir a paz entre as facções do Rio. Os traficantes do TC resistem à união das facções, mas sugerem uma "trégua" nas invasões de territórios. 

Em um dos contatos, em outubro de 2010, Tiriça conversa do presídio com o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, na época em liberdade -hoje está na prisão federal de Campo Grande (MS). Eles acertam a ida ao Rio de emissários do PCC. 

Após a visita, em novembro, um traficante conversa por telefone com Soriano e outros três do PCC sobre a ida ao Rio. "O negócio é fora do comum. O bagulho é chique, é chapa quente. É um país. Não consegui nem contar [os fuzis] do tanto que tem." 

Não demorou para que, mensalmente, oito criminosos do PCC passassem a ir ao Rio para treinamentos de tiro com a ADA.

Ausência e novo retorno

Caros leitores 

Outra ausência mais prolongada e nova justificativa. 
Tivemos que nos ausentar até Santarém e envolvido com outras atividades naquela cidade, tornou-se difícil acessar o blog. 
Pedimos sinceras desculpas. 

Atrelado a isso, temos que ser sinceros que aos poucos a paciência vai sendo minada e os constantes absurdos que ocorrem nesse País fazem com que o blogueiro se desanime cada dia mais a publicar algum artigo. 
A política temos essa coisa sórdida e nojenta que se enraíza a todo instante e não importa em que nível de escalão. 

 O esporte nem se fala. O futebol está sendo alijado das noticias pelos absurdos que se observa quando os interesses são de times chamados grandes. 
É torpe, é baixo, é a esculhambação pela esculhambação. 
Não se ganha mais nos campos e sim nos tribunais. Por isso, é um assunto que não mais se comenta.

Sem muitos assuntos, o interesse desanima porque o País não ajuda. 
Temos 65 anos anos e muito pouca perspectiva que alguma coisa melhore por esses lados . 

Desculpem o desabafo. 

Rabiscos do Antenor

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Depois querem ser um País olímpico

Bolsa Atleta: sem prazo para ser paga  

José Cruz (*) 

Notícia boa: 
O Ministério do Esporte tem recursos financeiros para pagar a Bolsa-Atleta de 2012 e 2013. 

Notícia ruim: 
O Ministério não estipula data para fazer o pagamento. Pode ser este ano ou no ano que vem. 

As informações são do responsável pelo setor, Ricardo Avelar, e do diretor de infraestrutura do Ministério do Esporte, Denner Zacchi. 

Memória 
Em maio deste ano o Ministério quitou as bolsas referentes a 2011. Em outubro, os bolsistas foram informados de que estava em curso a assinatura do convênio com a Caixa Econômica, que transfere os valores para as contas dos bolsistas, o que teria provocado o atraso no pagamento das parcela de 2012. Agora, a 18 dias de terminar o ano, Ricardo Avelar não quer mais fazer previsões. 

“Não há data prevista para assinar o contrato com a Caixa. O processo de renovação de um contrato é lento, complexo, envolve pareceres da consultoria jurídica e tudo isso atrasa”, afirmou. “Por isso, não vamos criar falsas expectativas”, disse ele. 

Orçamento 
Conforme o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), R$ 181 milhões foram aprovados no orçamento da União para atender aos bolsistas. Desse total, já foram gastos R$ 87 milhões. Os restantes R$ 94 milhões estão “empenhados”, isto é, garantidos para liberação assim que for resolvida a parte burocrática com a Caixa.

As folhas de pagamentos também estão prontas para serem liberadas à Caixa, logo que o Contrato, assinado, for publicado no Diário Oficial da União. 

“A Caixa e o Ministério não terão recesso de fim de ano. Vamos desenvolver todo esse processo assim que estiver tudo resolvido”, afirmou Ricardo Avelar. 

Porém, é possível que nem todas as parcelas de 2013 sejam pagas, pois a Bolsa consome em torno de R$ 5 milhões mensais. Ou seja, o saldo de R$ 94 milhões é suficiente para atender 19 dos 24 meses de 2012 e 2013. 

Enquanto isso…  
O problema é aflitivo para os atletas. Eles assumiram compromissos ainda no ano passado e renovaram este ano contando com os valores mensais, conforme contrato assinado com o Ministério do Esporte. 

E o dinheiro não sai por questões burocráticas, como se as autoridades do governo não soubessem que o contrato com o banco pagador deveria ser renovado a tempo de enfrentar a tradicional burocracia e evitar prejuízos reais para os beneficiados. 

Como estamos falando de “benefícios do governo”…. paciência! 

(*) Jornalista e que cobre, em Brasília, as áreas de política, economia e legislação do esporte.

O gol de Romário

Luiz Garcia (*)  

Na terça-feira passada, Romário entrou em campo. Usava, se me permitem a pobreza da imagem, não as sandálias da humildade e da timidez, mas as chuteiras do artilheiro. E fez um gol de placa. 

Denunciou ao plenário da Câmara um fato que muitos de seus colegas certamente ignoravam. E uns tantos outros fingiam ignorar — o que não é raro no mundo político. Por interesse direto, ou por contar que seus colegas façam o mesmo, quando for do seu interesse. 

Romário simplesmente contou um episódio triste do mundo do futebol profissional. 

Aqui vai: no último dia 9, ocorreu em Brasília um jantar no qual o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, foi recebido por um grupo de mais ou menos 25 deputados e senadores, para discutir um assunto que caridosamente podemos definir como cabeludo. 

Ignoro, lamentavelmente, seus nomes e partidos. A opinião pública merecia conhecê-los. 

Acontece, e a gente não sabia, que o Ministério do Esporte está preparando uma medida provisória que concederá anistia a dívidas de clubes de futebol do país inteiro, no valor de mais ou menos R$ 3 bilhões. 

É a soma do que devem ao INSS, ao Imposto de Renda e ao Fundo de Garantia — que eles simplesmente, ousadamente, não pagaram nos últimos 20 anos. 

É um dinheirão, que se explica pela soma dos juros ao longo desse tempão. Provavelmente, é o maior escândalo na história da cartolagem do esporte profissional brasileiro. 

A anistia, segundo o nosso craque — que agiu com coragem e sem nada ganhar com isso, a não ser o ódio dos mandachuvas do esporte que é a paixão do povo brasileiro — está sendo preparada pelo Ministério do Esporte. 

Em seu discurso-denúncia, Romário não revelou o que ficou acertado no jantar que reuniu o presidente da CBF e parlamentares. Ninguém falou em pagamento: discutiu-se apenas o encaminhamento da anistia. 

É uma vergonha, como poucas as que temos conhecido na vida pública brasileira. E também, vale a pena repetir, um gol de placa do nosso artilheiro. 

(*) Jornalista

Mais um degrauzinho na incompetência

PIB do Brasil é o pior do G-20 no 3º trimestre, aponta OCDE 

Valor Econômico 

O Produto Interno Bruto (PIB) do G-20, bloco formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2013, ligeiramente acima do avanço de 0,8% nos três meses anteriores, segundo estimativas preliminares da Organização Internacional para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

O Brasil registrou o resultado mais fraco do terceiro trimestre dentro do G-20, com contração de 0,5%. De acordo com a OCDE, o resultado do PIB brasileiro pode ser reflexo, em parte, do crescimento robusto apresentado nos três meses anteriores, quando a atividade subiu 1,8%. Além do Brasil, apenas a França apresentou recuo no PIB, de 0,1%, enquanto na Itália a economia ficou estável no período de julho a setembro. 

Entre as economias do grupo, a China registrou o maior crescimento, com 2,2% no trimestre, uma aceleração frente aos 1,9% do período anterior. A Índia ocupou o segundo lugar entre os países que mais cresceram de julho a setembro, com avanço de 1,9%. 

Indonésia e Coreia do Sul tiveram crescimentos de 1,3% e 1,1%, respectivamente, ou seja, resultados idênticos aos do segundo trimestre. Os EUA, Reino Unido e Canadá conseguiram avanços de 0,9%, 0,8% e 0,7% também superiores aos dos três meses de abril a junho, informa a OCDE. 

Compare os resultados do PIB dos países do G-20:



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cargill compra 25% de terminal de grãos na Rússia

Globo Economia  

Fonte: Dow Jones Newswires. 

A Cargill anunciou nesta quinta-feira, 12, a compra de 25% de um terminal portuário na região do Mar Negro, na Rússia. A participação no terminal da cidade de Novorossiysk, controlado pela DeloPorts Ltd., é o primeiro investimento da Cargill em um porto russo no Mar Negro e deve melhorar a capacidade da empresa de embarcar grãos a partir do país. O terminal tem capacidade para 3,5 milhões de toneladas de grãos por ano, disse a Cargill. 

'Este investimento estratégico está em linha com nossa intenção de expandir as operações na Rússia', disse em comunicado Andreas Rickmers, chefe das operações de grãos e oleaginosas na Europa. De acordo com o executivo, o negócio também beneficiará produtores russos, já que eles terão maior acesso aos mercados globais. 

A Rússia é o quarto maior exportador mundial de trigo, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Se levarem a sério, vai faltar cadeia

Delator cita propina para tucanos, e caso de cartel vai ao STF 

Folha de São Paulo  

Um novo depoimento da testemunha-chave no inquérito da Siemens cita dois secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) como recebedores de propina do cartel que atuava no Metrô e na CPTM, o que levou a Justiça federal em São Paulo a enviar a investigação para o Supremo Tribunal Federal. 

Os políticos citados como tendo recebido suborno do esquema são Edson Aparecido (PSDB), chefe da Casa Civil de Alckmin, Rodrigo Garcia (DEM), secretário de Desenvolvimento Econômico de Alckmin, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o deputado estadual Campos Machado (PTB). 

Aparecido e Garcia são deputados federais licenciados e só podem ser investigados em inquérito conduzido pelo Supremo. O nome dos quatro foi citado em um depoimento sigiloso pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que foi utilizado pelo juiz Marcelo Cavali, de São Paulo, para justificar o envio da investigação para Brasília. 

O executivo contou à Polícia Federal ter ouvido de um diretor da CPTM que eles recebiam suborno de empresas do cartel dos trens. O depoimento com os nomes foi o segundo que o ex-diretor prestou à PF num acordo de delação premiada em troca de uma pena menor. 

Rheinheimer também participou do esquema de pagamento de propina e temia ser punido por isso. O executivo disse, porém, não ter provas contra os políticos. Para o juiz Cavali, os indícios contra os suspeitos ainda são frágeis mas qualquer medida para aprofundar as investigações deve primeiro ser analisada pelo STF. 

O engenheiro mencionou quatro nomes quando foi questionado se havia políticos próximos à empresa de consultoria de Teixeira, a Proncint, apontada como repassadora de suborno pela PF. Rheinheimer repetiu o nome de Rodrigo Garcia e citou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) e Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos. O Metrô e a CPTM são vinculadas a essa pasta. 

Em seu depoimento Rheinheimer disse que soube que o valor das propinas correspondia a 5% do montante dos contratos fraudados. Os sete nomes já haviam aparecido antes em um documento apócrifo, cuja autoria é atribuída ao ex-diretor da Siemens. Logo após sua divulgação, no mês passado, ele divulgou uma nota negando ser o autor dos papéis. Era um jogo de cena. À PF, ele confirmou os nomes. 

Foi esse documento que levou tucanos a acusar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de tê-lo vazado para tentar acobertar a prisão dos petistas condenados no mensalão. 

EFEITOS PRÁTICOS 
O Supremo vai analisar se as evidências citadas são suficientes para que o inquérito seja conduzido por um ministro da Corte. Se o Supremo julgar que sim, o primeiro efeito prático será a paralisia da apuração até que um ministro seja designado para ser o relator do caso. O Supremo entra em recesso no próximo dia 20 e volta a funcionar em fevereiro. 

O banho-maria no inquérito deve ter um efeito político, já que as decisões sobre os deputados devem ser tomadas pelo STF em ano eleitoral, no qual o PT tenta conquistar o governo paulista. 

O Supremo terá que decidir também se o inquérito completo ficará com aquela corte, como ocorreu com o mensalão. A procuradora Karen Louise Kahn, que era contra a remessa para o STF, defendeu, alternativamente, que pelo menos a apuração contra pessoas sem foro privilegiado fosse desmembrada e mantida em São Paulo.

Espero que a Giovana ou seus filhos ou seus netos vejam isso

Rio Tietê terá plano de despoluição igual ao do Rio Sena 

Estadão 

Sena e Tietê - "pequena" diferença
Um acordo inédito de cooperação internacional assinado entre os governos do Estado de São Paulo e a França vai renovar a esperança dos paulistanos de ver despoluído o Rio Tietê, utilizando a mesma tecnologia aplicada em Paris no Rio Sena. 

Outros programas de mobilidade urbana, recuperação e urbanização da Serra do Mar e desenvolvimento urbano em municípios do Litoral Norte fazem parte de um pacote de 50 iniciativas conjuntas que serão assinadas na sexta-feira, 13, pelo presidente da França François Hollande e pelo governador paulista Geraldo Alckmin. 

O Rio Sena era considerado biologicamente morto no início dos anos 1960, mas foi recuperado com leis de proteção e milhões de euros de investimento em estações de tratamento e recuperação do ecossistema.Em 2009 foi anunciado que o Salmão do Atlântico havia retornado ao rio, juntamente com várias outras espécies. 

Acordos. 
A comitiva do presidente Francês inclui o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e Jean-Paul Huchon, presidente da região de Île-de-France. 

Île-de-France, principal região administrativa da França, cuja capital é Paris, reúne 1.281 cidades com um PIB total de US$ 812 bilhões. É a região mais populosa do país e a mais rica da Europa. 

"O acordo de cooperação será o primeiro assinado entre a Franca e um estado sub-nacional no hemisfério Sul e formaliza uma relação bilateral para a criação de um grupo de trabalho que tratará de iniciativas que trarão grandes benefícios para São Paulo", afirma Rodrigo Tavares, assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo de São Paulo. 

Entre as iniciativas estão um projeto piloto de sustentabilidade na Serra do Mar e troca de conhecimentos e tecnologias entre Sabesp e o órgão francês responsável pela despoluição do Rio Sena.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Falta apenas cobrirem com lona

Antenor Pereira Giovannini (*) 

Não bastasse o deputado Vicente Cândido (PT-SP) ser o pai do projeto cuja meta é zerar o maior montante do débito fiscal dos clubes de futebol, perto dos R$ 3 bilhões, denominado “Proforte – Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos”, e que já tramita no Congresso e tem apoio irrestrito do Ministério do Esporte , um outro gênio da política nacional de nome Jovair Arantes(PTB - Goiânia) entrou com requerimento solicitando uma audiência pública com a presença dos ex-presidente Lula e do ex-governador de São Paulo, José Serra para não somente debaterem o tal "Proforte" bem como fortalecerem pela experiência política e de interesse pelo esporte no País.

É ser muito escroto, ser muito podre ... 

Para quem não sabe tal programa após ser discutido, poderá ser apresentado em forma de medida provisória ou de projeto de lei. Na prática, os clubes seriam perdoados em 90% do principal de suas dívidas de INSS, FGTS e Imposto de Renda, pagando apenas o saldo de 10% mais os juros e correção em infindáveis 240 meses (20 anos). 

Apenas isso ... Nunca esquecendo que os clubes já receberam outras graças do governo através Refis 1, 2 e 3 e da Timemania e que não deram em nada exatamente pela podridão que mina por tudo onde passa o chamado futebol profissional . Os clubes são dirigidos por pessoas tão sérias, compromissadas, e responsáveis que conseguiram atingir esse patamar de dívidas que se tornou impagável, muito mais pela incompetência do que outra coisa, mas não se corrige isso concedendo isenções e perdões em dívidas onde o maior credor é o povo brasileiro haja visto que se tratam de dívidas com entidades públicas ..

Não é justo mas, para os políticos essa visão é tosca quase cega uma vez que o futebol é a paixão do povo e através dele os degraus para se atingir a vitória em eleições é um caminho mais curto e mais garantido e por isso, perdoando as dívidas ficamos aliados com os torcedores e o santinho para a próxima eleição segue junto com um projeto dessa natureza . 

Ora nada melhor que o endosso de um ex-presidente que está trazendo a Copa do Mundo e mais as Olimpíadas, fez seu time do coração ganhar um estádio novo vociferando que tudo seria através de dinheiro privado e sabe-se que tudo é oriundo de dinheiro público mais isenções fiscais e tributaria, mas ninguém liga ... importante é o pão e o circo ... o resto deixa pra lá já que o povão não entende nada disso ... deixa pra lá .. 

Já em 2012 quando o projeto foi apresentado o comentarista Juca Kfouri escrevia que o Proforte nascia cínico, hipócrita, falso, mentiroso, imoral e escandaloso, tiro de misericórdia na cidadania, e a cada dia mais isso se torna uma realidade próximo à sua aprovação e depois desse requerimento apenas nos resta alertar para não esquecerem de colocar a lona . 

(*) Aposentado e morador em São Paulo

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O livro do delegado

Assustado com o livro-bomba, a seita tenta desqualificar o delegado que Lula sempre achou ‘muito respeitado’ 

Augusto Nunes (*) 

A esgotosfera transformou-se num tsunami de chiliques depois de confrontada com a reportagem de VEJA que antecipou a péssima notícia para quem tem culpa no cartório: o delegado Romeu Tuma Junior revela num livro de 557 páginas boa parte do muito que sabe sobre bandalheiras produzidas, dirigidas e/ou protagonizadas por figurões do governo. Nomeado pelo então presidente Lula, Tuminha chefiou por três anos a Secretaria Nacional de Justiça. Demitido em 2010, esperou mais três para revidar com chumbo grosso. Ele conta coisas de que até Deus duvida. 

Ainda atarantada com a prisão dos mensaleiros,a seita lulopetista decidiu recorrer à safadeza mais antiga que o Dia da Criação: se faltam aos acusados álibis sustentáveis ou mesmo desculpas esfarrapadas, resta a tentativa de desqualificar o acusador. Engajados na conversa fiada, alguns blogueiros estatizados vêm republicando trechos de artigos em que, apoiado no que afirmavam autoridades federais, defendi o afastamento de Tuma Junior. Nesta segunda-feira, ele reiterou que nenhuma das denúncias prosperou. “Não sofri uma única sanção judicial”, garantiu. 

Não tenho compromisso com o erro. Se porventura foi assim, devo desculpas ao delegado. Devo também reconhecer que a razão estava com quem, à época, defendeu Tuminha. Luis Nassif, por exemplo, enxergou outra conspiração na reportagem do Estadão sobre o aparente envolvimento do secretário nacional de Justiça com a máfia chinesa que age em São Paulo. Encabeçada pelo próprio blogueiro, uma lista de vítimas que Nassif qualificou de “assassinato de reputações” incluiu o nome do secretário nacional de Justiça. 

Confiram o que Nassif escreveu em 7 de maio de 2010: 

“O delegado Romeu Tuma Junior consegue o bloqueio das contas do Opportunity nos Estados Unidos e sugere a utilização dos recursos no Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública). É alvo de um ataque, agora do Estadão, em cima de vazamento seletivo de grampos, apesar de nem o Ministério Público ter encontrado elementos para indiciá-lo. Ou seja, um grampo, que não se sabe de onde surgiu, atribuído à Polícia Federal, sem que esta confirme, é transformado em peça de acusação”. 

“É preciso levar em conta a folha de serviços prestados ao país por um delegado muito respeitado”, concordou Lula na época. ”Ele é um delegado muito experimentado na polícia paulista, na polícia brasileira. É preciso esperar o fim das investigações”. Como as investigações deram em nada, o autor deveria enriquecer a contracapa do livro os testemunhos elogiosos de Lula e Nassif. 

Os esclarecimentos e ressalvas acima registrados são necessários, mas irrelevantes. O que importa é o conteúdo estarrecedor do livro-bomba. O essencial é levar adiante as revelações de Tuma Junior, que continuariam exigindo aos berros confirmações ou desmentidos. Mesmo que Tuma Junior fosse um meliante de nascença, mesmo que fosse ele o mandante da morte de Jesus Cristo, o bando de alvejados pelos disparos do delegado continuariam obrigados a explicar-se. 


Fatos não são revogados pela biografia de quem os testemunha. Denúncias não são anuladas pelo prontuário de quem as revela. A máfia italiana foi duramente atingida, e tanto o terrorismo de extrema-esquerda quanto o de extrema-direita acabaram desmontados, graças aos depoimentos dos pentitti, ou arrependidos. É compreensível que um ex-mafioso como Tommaso Buschetta tivesse muito mais a dizer sobre a organização criminosa do que o Papa João Paulo II. O depoimento de um ex-militante do do PCC seria muito mais revelador que as declarações de uma carmelita descalça. 

Se Tuma Junior está mentindo, que seja processado pelas vítimas de falsidades. Se o que diz é verdade, Dilma Rousseff terá de cumprir às pressas a promessa feita por Lula em 2003: construir mais prisões federais. Um puxadinho na Papuda não bastará para abrigar a multidão. 

(*) Jornalista e colunista da revista VEJA

Justiça veta em todo o país venda de andador infantil

Folha de São Paulo 

Na tentativa de garantir mais segurança a bebês que começam a dar os primeiros passos, a Justiça no Rio Grande do Sul decidiu liminarmente suspender a comercialização, em todo o país, de andadores infantis. 

Cabe recurso à medida, que foi tomada em ação civil pública elaborada pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). A entidade alega que o equipamento coloca crianças em risco de acidentes graves, inclusive com morte. 

Médicos afirmam que o andador dá uma mobilidade inadequada para a etapa de vida dos bebês. Com o uso, eles poderiam se aproximar de fogões, piscinas, escadas e produtos tóxicos. 

A juíza Lizandra Cericato Villarroel, de Passo Fundo (RS), citou artigos da Constituição Federal, do Código de Defesa do Consumidor e do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em sua ordem. 

"Pelo só fato das especificidades e da natureza do produto que se destina a bebês e crianças na fase de aprendizado do ato de caminhar, portanto, em situação biológica de vulnerabilidade potencializada, seja proibida a comercialização visando assegurar os direitos fundamentais à vida e à segurança", informa o texto da decisão. 

Em julho deste ano, o Inmetro realizou testes com todas as marcas de andadores produzidas no Brasil e reprovou todas elas. 

MULTA 
A reportagem tentou ontem falar com representantes da Abrapur (Associação Brasileira de Produtos Infantis), mas não teve sucesso. 

Em declaração anterior, a entidade se posicionou contrária à proibição da fabricação dos andores, mas defendia a criação de regras rígidas de qualidade para o produto. 

"Não existe nenhum argumento razoável para o uso do andador. A nossa avaliação é que esse produto é assassino e deixa sequelas para a vida toda", afirma o pediatra Rui Locatelli Wolf, da SBP, um dos que ajudou a elaborar a peça judicial. 

Neste ano, pelo menos três relatos de morte em decorrência do uso do andador por bebês chegaram até a entidade. 

De acordo com a SPB, no ano passado, 850 crianças de 7 a 15 meses receberam atendimento médico emergencial por acidentes em andadores, sendo 60% delas com lesão na cabeça. Algumas mães avaliam que o equipamento ajuda a desenvolver a marcha. 

A juíza fixou multa de R$ 5.000 por dia de descumprimento da medida. Determinou também que, caso as fabricantes não apresentem certificação de qualidade de seus produtos feita pelo Inmetro, a proibição de venda ficará valendo até a decisão final da ação.

O Rio de Janeiro amanheceu chorando

Juca Kfouri (*) 


Dois gigantes do futebol brasileiro caíram para a segunda divisão nacional.

Mais de 1/4 dos torcedores do Rio de Janeiro, os do Vasco e do Fluminense, voltarão a viver a humilhação da Série B.

Mas o Rio, cartão de visitas do Brasil, e o Maracanã, cartão postal do futebol brasileiro, palco da final da Copa do Mundo, têm motivos ainda mais sérios para estar tristes, chorando de tristeza e de vergonha. 


Porque mais uma vez o futebol brasileiro viveu cenas de absoluta barbárie, agora na catarinense Joinville, durante o jogo entre um time paranaense e outro carioca, o Atlético Paranaense e o Vasco. 

Do mesmo modo que Brasília viu entre são-paulinos e flamenguistas e entre vascaínos e corintianos no Mané Garrincha e assim por diante, porque a bestialidade não se limita às cidades ou às torcidas, é generalizada pelo país afora, graças à inapetência, incompetência e pusilanimidade das autoridades brasileiras dos três poderes e dos ministérios públicos pelo país afora, no mínimo, desde os anos 80, quando o fenômeno da violência das torcidas uniformizadas adquiriu ares de epidemia. 

As cenas da selvageria correm o mundo, mas, você sabe, o ministro do Esporte do Brasil foi assaltado no aeroporto de Paris e torcedor violento tem em todo lugar do mundo… 

Em meio a tudo isso, a última rodada do Brasileirão teve um de seus públicos médios mais altos, com 19.300 torcedores por jogo. 

Imagine se não tivesse violência nos estádios e em volta deles. 

(*) É formado em Ciências Sociais pela USP. Desde 2005, é colunista da Folha de S.Paulo e do UOL.