sexta-feira, 28 de junho de 2013

Do que adianta se nossas leis penais são uma merda

SP: governo dará 'prioridade absoluta' para achar ladrões que mataram menino 

Terra 

O secretário de Segurança Pública de São Paulo (SSP), Fernando Grella Vieira, disse nesta sexta-feira que a Polícia Civil dará "prioridade absoluta" a encontrar os criminosos que assassinaram com um tiro um menino de cinco anos durante um assalto a uma residência no bairro de São Mateus, na zona leste da capital paulista. De acordo com o secretário, a polícia já tem uma pista sobre o grupo, mas o crime é de difícil resolução pois não havia câmeras de segurança na região e cinco dos seis ladrões estavam encapuzados. 

"Esse é mais um crime cruel que deixa a todos indignados. (...) Isso é prioridade absoluta. A exemplo do que aconteceu com aquele latrocínio dos dentistas que foram queimados, isso é prioridade absoluta para a polícia. Nós já temos uma pista", disse Grella, em rápida entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes. 

Dados divulgados na última terça-feira pela SSP mostram que, somente na capital paulista, 69 pessoas foram vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) entre janeiro e maio deste ano. O número é alarmante, pois representa um aumento de 43,75% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, foram 175 mortes durante assaltos, contra 156 nos primeiros cinco meses de 2012, o que representa um aumento de 12%. 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também comentou o caso, que classificou como "absurdo". "Quero deixar aqui a nossa indignação em relação a esse crime bárbaro. E a polícia está empenhada em resolver esse caso com rapidez", afirmou Alckmin. 

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo pediu que aqueles que tiverem informações sobre os suspeitos entrem em contato com o Disque-Denúncia pelo site ou pelo telefone 181. 

Crime bárbaro 
O crime ocorreu na madrugada desta sexta-feira, quando os criminosos invadiram uma casa onde vivia uma família de bolivianos, que se mudou recentemente para São Paulo para trabalhar com confecção. Segundo a polícia, os bandidos se irritaram quando descobriram que as vítimas tinham apenas R$ 4,5 mil em casa e com o choro da criança. Antes de deixar a residência, um dos bandidos atirou na cabeça do menino Bryan Yanarico Capcha, cinco anos.

Um projeto de um pindurucalho escandaloso

Edilberto Sena (*)  


Está difícil para o prefeito santareno e a bancada e vereadores que o apoia, justificar à sociedade esse contraditório gasto de recurso público com a tal criação do Núcleo de Gerenciamento de Obras Especiais – NGO. 

Nos primeiros 100 dias de governo, o prefeito deu ordens para cortar gastos da folha de funcionários. 

Foram extintas umas 5 ou 6 secretarias, foram cortadas drasticamente as horas-aulas de professores, com prejuízo de várias escolas, professores e comunidades. 

Então, o prefeito Alexandre Von criou para cada uma das várias secretarias, um secretário adjunto , com salário ligeiramente menor do que o do secretário. 

Alegava que assim multiplicava as ações dos secretários. 

Agora, de repente na última sessão da câmara de vereadores, antes do recesso, chega lá um projeto de um pindurucalho escandaloso de um tal núcleo de gerenciamento de obras especiais, com nível de secretaria . 

Mesmo já tendo a prefeitura, uma Secretaria de Infraestrutura, com secretário e seu adjunto; uma Secretaria de Obras, com secretário e seu adjunto, uma Secretaria de Finanças com secretário e seu adjunto, entre outras, aí o prefeito quer mais esse núcleo com a finalidade, segundo ele, de “Gerenciar” e “Monitorar” a implantação de obras especiais, etc. 

O escândalo da proposta, é que o tal núcleo terá 97 funcionários , cujo maior salário será de 9 mil e 900 reais/mês e o menor, da terceira equipe, dos 28 secretários de gabinete, cada um recebendo 1.500 reais. O total de gastos mensais será de duzentos e sessenta e nove mil e novecentos reais (269.900,00). Isso tudo, sem contar gastos administrativos. 

É ou não é um escândalo no município que diminui salário de professora (o), alegando contenção de gastos públicos? 

Os vereadores têm o dever moral de vetar tal projeto de lei . 

O papel dos vereadores é zelar pela administração pública e não, fazer o jogo do prefeito para atender interesses que não se justificam. 

O fato que vários deles serem da banda aliada do gestor, não justifica fecharem os olhos para a proposta indecente, quando antes justificaram o corte de secretarias e nomeação de secretários adjuntos. 

Correta está a posição da vereadora Tolentino ao reagir contra mais esse esbulho do erário municipal e também correta está a vereadora Ivete Bastos, que pediu vista e deverá apontar a indecência do novo projeto. 

João Batista disse a Herodes, "não te é lícito usar teu poder para usar o alheio...", em raciocínio semelhante se diz agora ao prefeito e os vereadores deverão afirmar - não te é lícito apresentar tal projeto... e nem é lícito a qualquer vereador, especialmente aos que se dizem cristãos, aprovar essa lei escandalosa. 

O prefeito afirma que os gastos do núcleo que serão de 54 milhões de reais. 

Esse recurso, segundo o projeto de lei hoje na Câmara de vereadores, será gerado cortando dotações orçamentárias do orçamento atual. Isto é, vai diminuir recursos da Educação, Saúde, Infraestrutura , Agricultura , etc, para sustentar 97 funcionários especiais.

Os vereadores vão aprovar tal escândalo? 

A sociedade santarena vai engolir calada essa indecência? 

Será preciso mais multidões nas ruas gritando por democracia e decência na administração pública? 

(*) Sacerdote e diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A manipulação do plebiscito

Editorial de O Globo 

Ao sair da perplexidade e propor cinco “pactos” a governadores e prefeitos, sem qualquer sondagem prévia à base aliada, nem mesmo ao vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma Rousseff tenta responder à agenda das manifestações criando uma outra, a da reforma política. Manobra astuta. 

Na reunião de segunda com governadores e prefeitos das capitais, Dilma apresentou seus pactos, um deles o da Constituinte exclusiva para uma reforma política, projeto capaz de desviar as atenções do eixo das manifestações e ainda colocar o Congresso sob pressão. 

Pesquisas feitas entre manifestantes, antes da reunião de segunda, não detectaram o desejo por uma reforma política. No centro das reivindicações, encontravam-se a corrupção dos políticos, a oposição à PEC 37 — tema correlato —, o custo e precariedade dos transportes públicos, crítica aos gastos com as duas copas etc. 

Apenas um exercício de contorcionismo intelectual relacionaria palavras de ordem gritadas nas ruas a uma reforma política. Outro dado sugestivo é que o monitoramento de redes sociais só passou a detectar a menção à reforma depois de Dilma Rousseff lançar seus pactos. Quer dizer, a presidente começou a pautar tuiteiros e navegantes das redes. 

Na segunda, pelas palavras de Dilma, o PT conseguiu aproveitar a oportunidade da crise e encaixar o antigo sonho chavista da Constituinte exclusiva, para alterar as regras do jogo eleitoral. 

Talvez não contasse com a reação forte contrária. No Congresso, principalmente do aliado PMDB. Diretamente, do próprio vice-presidente Michel Temer, jurista, antigo crítico deste atalho para se mudar por via rápida a ordem jurídica. De ministros do Supremo, da ativa e aposentados, além da Ordem dos Advogados do Brasil. 

Por ser indiscutível que se trata de um projeto inconstitucional — Constituinte só depois de rupturas institucionais, para refazer todo o pacto político — , a própria presidente voltou atrás, mas deixou no lugar um plebiscito, para estabelecer a agenda a ser deliberada por deputados e senadores. Um aspecto deste inadequado plebiscito é a complexidade em si da temática. 

Como acreditar que o eleitorado votará de forma consciente sobre “voto em lista fechada”, “cláusula de desempenho ou barreira” e assim por diante? Por isso, esta consulta popular, sobre assuntos obscuros para a grande maioria da população, é favorável apenas a quem tem máquina partidária, militância e eleitorado fiel, independentemente do que está em questão. 

Ou seja, o “plano b” do plebiscito também ajuda o PT com suas propostas de financiamento público de campanha e voto em lista, por exemplo. Com isso, em vez de se fazer o mais simples e certo — mudanças tópicas, pelo Congresso, na cláusula de barreira e extinção das coligações em pleitos proporcionais —, envereda-se por uma rota tortuosa. 

Enquanto isso, a verdadeira agenda das ruas está sendo tratada por deputados e senadores.

Cadê o Lula?

Eliane Cantanhêde (*) 

Acossados pela pressão popular, Executivo, Legislativo e Judiciário sacodem e despertam num estalar de dedos, ou em votações simbólicas, uma lista quilométrica de reivindicações adormecidas. Além do tomate, há um outro grande ausente: o ex-presidente Lula. 

O Brasil está de pernas para o ar e os Poderes estão atônitos diante da maior manifestação em décadas, mas o personagem mais popular do país, famoso no mundo inteiro, praticamente não disse nada até ontem. 

Confirma assim uma sábia ironia do senador e ex-petista Cristovam Buarque: "Tudo o que é bom foi Lula quem fez; o que dá errado a culpa é dos outros". Hoje, a "outra" é Dilma Rousseff, herdeira do que houve de bom e de ruim na era Lula. 

Na estreia de Haddad, Lula roubou a cena e a foto, refastelado no centro da mesa, dando ordens e assumindo a vitória como sua. Nos melhores momentos de Dilma, lá está Lula exibindo a própria genialidade até na escolha da sucessora. E agora? 

Haddad foi obrigado a engolir o recuo das passagens, Dilma se atrapalha, errática, sem rumo. Nessas horas, cadê o padrinho? O que ele tem a dizer ao mais de 1 milhão de pessoas que estão nas ruas e, especialmente, aos 80% que o veneram no país? 

Goste-se ou não de FHC, concorde-se ou não com o que diz, ele se expõe, analisa, dá sua cota de responsabilidade para o debate. Dá a cara a tapa, digamos assim. Já Lula, como no mensalão, não sabe, não viu. 

Desde o estouro das primeiras pipocas, afundou-se no sofá e dali não saiu mais, nem para ouvir a voz rouca das ruas. Recolheu-se, preservou-se, deixou o pau quebrar sem se envolver. As festas pelo aniversário do PT e pelos dez anos do partido no poder? Não se fala mais nisso. 

Como marido e mulher, companheiros e partidários prometem lealdade "na alegria e na tristeza". Mas isso soa meio antiquado e Lula é pós-moderno. Deve estar se preparando para quando o Carnaval chegar. 

(*) Jornalista é colunista da Folha de São Paulo

Como tratar os professores profissionais

Cláudio de Moura Castro (*) 

Afirmou categoricamente o diretor de uma das melhores escolas de Desenho Industrial, na Suíça: "Aqui não temos profissionais do ensino. O que temos são profissionais que ensinam". Na escola de artes plásticas da Corcoran Gallery, em Washington, apenas artistas com ateliês estabelecidos e operando comercialmente podem candidatar-se para as posições docentes. O novo diretor do Media Lab do MIT nem sequer tem curso de graduação! 

Nas boas universidades do mundo, é consagrada a prática de usar acadêmicos para ensinar nas áreas científicas e nas humanidades. Em contraste, as disciplinas profissionais devem ser ensinadas por profissionais. 

Nas nossas terras, Érico Veríssimo só conseguiu ser professor de Literatura nos Estados Unidos, pois não tinha os diplomas exigidos aqui. Jacques Klein nunca foi convidado para ensinar piano em nenhuma universidade, pois, apesar de ser o maior pianista brasileiro, tampouco tinha os diplomas. Se Pelé fosse professor de futebol, o curso dele seria penalizado na avaliação, pois só tem o bacharelado. 

Numa época em que quase não havia pós-graduação e, portanto, nem mestres nem doutores, fazia muito sentido criar incentivos robustos para estimular instituições e futuros professores a investirem em diplomas pós-graduados. 

Mas é a velha história do pêndulo. Ora vai demais para um lado, ora volta para o outro. No momento, atingimos um paroxismo de diplomite. Esquecemos que diploma é um recibo de conhecimento, mas não pode virar o monopólio do saber. Mais ainda, há áreas em que o conhecimento não está nos diplomas, mas na experiência vivida no local de trabalho. Nelas, exigir diploma é quase uma garantia de falta do conhecimento prático que é o cerne do desempenho. De fato, sendo jovem a pós-graduação, não houve tempo para que muitos mestres e doutores adquirissem conhecimentos práticos. Com o regime de dedicação exclusiva, só podem adquiri-la se, ao longo da carreira docente, contrariarem a lei.

FHC deve ser eleito hoje imortal

Estadão 

O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso concorre hoje à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras, vaga desde a morte de João de Scantimburgo, aos 97 anos, no dia 22 de março. A eleição será no Petit Trianon, no Rio de Janeiro. Ele foi o primeiro a se candidatar e é favorito entre 11 concorrentes. 

Para ser eleito, o candidato precisa de 20 votos (metade do número de imortais mais um). Se ninguém atingir a meta, é realizado um segundo escrutínio no mesmo dia. Depois, uma terceira e quarta votação, ali mesmo. Caso não haja consenso, uma nova eleição é aberta. 

Disputam a cadeira com Fernando Henrique Cardoso, Felisbelo da Silva, J.R. Guedes de Oliveira, Gildasio Santos Bezerra, Jeff Thomas, Carlos Magno de Melo, Eloi Ghio, Diego Mendes Souza, Alvaro Corrêa de Oliveira, José William Vavruk e Arlindo Vicentine. A última imortal eleita foi Rosiska Darcy de Oliveira.

A importância dos fertilizantes

Bill Gates: "Um bilhão de pessoas morreria se não tivéssemos fertilizantes"  

Agrolink 

Ele é conhecido como o magnata fundador da Microsoft e criador do sistema operacional Windows. 
Também se notabiliza por ações sociais, e por conduzir uma empresa que saiu de uma garagem para conquistar o planeta. 

No entanto, revelou-se este mês um admirador da agricultura – e especialmente dos fertilizantes. 

“Os fertilizantes são muito interessantes. Não poderíamos nos alimentar – um bilhão de pessoas teria que morrer – se não estivéssemos utilizando fertilizantes”, disse Gates em entrevista ao jornalista Charlie Rose no programa "60 Minutes" da Rede CBS. 

Em uma carta pública que costuma escrever anualmente, pediu aos Estados Unidos e a outras nações desenvolvidas que prestigiem a atividade rural. 

“A agricultura é um grande exemplo de algo fundamental para o pobre que recebe muito pouca atenção nos países ricos. Questões agrícolas raramente estão nos noticiários. As exceções acontecem quando o alimento está contaminado, quando os subsídios do governo estão sendo debatidos, ou quando há uma fome”, lamentou. 

Gates adverte que, ao longo da última década, a demanda por alimentos e os preços subiram. Ao mesmo tempo, a mudança climática ameaça a produção, e em muitos países já há escassez. 

“É chocante – para não dizer falta de visão potencialmente perigosa – o pouco dinheiro que é gasto em pesquisa agrícola. No total, apenas US$ 3 bilhões por ano são gastos em pesquisa das sete culturas mais importantes”, avaliou.

Para bom juiz, meia palavra não basta

Conrado Hubner Mendes (*) 

Cotado há anos para o Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso chegou lá. Nomeado pela presidente Dilma Rousseff seis meses depois da aposentadoria de Carlos Ayres Britto, e aprovado há algumas semanas pelo Senado, Barroso é um nome de quase-consenso à esquerda e à direita. Numa vitória contra a baixa política de bastidores que assedia o Planalto nessas circunstâncias, a indicação fez mérito e prestígio profissionais prevalecerem sobre o fisiologismo parasitário que, por vezes, ronda a cúpula do Poder Judiciário. 

Barroso leva ao tribunal uma combinação incomum de reflexão acadêmica sobre o STF com experiência advocatícia na própria Corte. Muito se comentou sobre seu perfil ideológico e engajamento nas principais conquistas recentes de direitos fundamentais no Brasil. A maior diferença que poderá fazer no STF, contudo, não tem tanto que ver com sua competência para interpretar os dilemas morais e jurídicos suscitados pela Constituição. Seu legado poderá ser mais decisivo se aproveitar, com senso de oportunidade, as possibilidades de influenciar o aperfeiçoamento institucional do STF. 

A expectativa por seu desempenho é alta. Nos seus escritos, apresenta um diagnóstico abrangente sobre os gargalos estruturais da Corte. Para começar, Barroso entende a importância de um tribunal que decida menos e melhor. Percebe como o gigantismo quantitativo do STF culmina na sua mediocrização qualitativa. Isto é, sabe que uma jurisprudência criteriosa não pode ser construída na base de uma linha de produção industrial, da qual o STF ainda se faz refém. Ao contrário, somente por meio do gerenciamento agressivo de sua pauta e uso corajoso de filtros como o instituto da repercussão geral o STF poderá domesticar a ânsia recursal da advocacia a concentrar sua inteligência nos casos que importam para o País. 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nova fronteira agrícola

Araguaia - Região pode ser a grande alternativa para a soja de Mato Grosso  

Mídia News 

Em 2006, num trabalho da Abiove ou Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, com o suporte das cinco irmãs, Cargill, Dreyfus, Bunge, Amagi e ADM, apareceu a moratória da soja. 

Era a decisão de não se plantar mais soja em novas áreas da Amazônia. 
Parar onda estava. 

Aquelas cinco compradoras de grãos não emprestavam mais dinheiro para agricultores que não cumprissem esse acordo. 
Fala-se que um dos motivos foi a ameaça do exterior em não comprar carne de gado alimentado com soja produzida na Amazônia. 

Essa pressão fez com que as grandes do comércio de soja tomassem a decisão ali de cima. Além disso, há pressão do litoral brasileiro e da opinião pública do exterior contra desmatamento na região. 
E ainda monitoramento de satélites e vez por outra da presença da Policia Federal para impedir mais desmatamentos na área amazônica, principalmente na parte de Mato Grosso. 

Não podendo mais subir para a selva, os olhos e o bolso dos produtores rurais começam a se voltar para a região do Araguaia. 
Estima-se que ali se tem seis milhões de hectares de terras degradadas ou aquela terra que já teve derrubada sua selva para pastagens. 

Com o tempo foi perdendo aquela função e hoje pode ser a grande alternativa para a soja de Mato Grosso. 
Para se ter uma ideia da quantidade de terras, a produção deste ano da soja de Mato Grosso foi em oito milhões de hectares. 
Se metade das terras degredadas do Araguaia forem recuperadas seria mais 40% de terras para a agricultura. 

A terra degradada não tem ainda financiamento para se produzir nela e é difícil a licença ambiental. 
Recuperar terra degradada custa dinheiro, mas este assunto parece que vai ter uma solução. 

Tramita no Congresso uma proposta, que teve Blairo Maggi como relator, para se ter dinheiro do Fundo Nacional do Meio Ambiente para, com empréstimo subsidiado, ajudar na recuperação de terras degradadas. 
Ocorrendo isso, o Araguaia explode em produção no médio prazo.

Não é à toa que o preço da terra ali quase triplicou nos últimos anos. 
Ou que o governo do estado diz que é onde a maior parte do MT integrado está sendo investido. 

Que Geraldo Riva foi ao Pará conversar com o governador de lá para se ter uma ferrovia cortando aquela área. 
A região é cortada pela rodovia 158 que tem uns 800 quilômetros. 

Talvez metade dela esteja asfaltada. 
Se agricultura dominar a região, a estrada obrigatoriamente será asfaltada. 

Por ela a soja iria à ferrovia de Carajás e dali ao porto de Itaqui no Maranhão.
 Aquela região tem 22 municípios e uma população perto de 280 mil habitantes. 

Com agricultura a história dali muda. 
Deixará de ser o Vale dos Esquecidos e seria o novo eldorado da agricultura e também a última fronteira agrícola do estado. 
E voltaria a ter, como no passado, importância política.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Vejam quem votou a favor .. O raça difícil de ser extirpada

Câmara derruba repasse de R$ 43 mi para Copa 

Blog do Josias 

A Câmara derrubou na tarde desta terça (25) o repasse de R$ 43 milhões para um programa relacionado à Copa do Mundo de 2014. O dinheiro seria aplicado pelo Ministério das Comunicações na contratação de serviços de tecnologia para transmissão de dados nas áreas dos estádios. A transferência foi rejeitada em votação simbólica. 

Excetuando-se o PT, todos os partidos –de governo e de oposição— posicionaram-se contra a providência. Fizeram isso num instante em que Dilma Rousseff sustenta que não há dinheiro público na Copa. Os R$ 43 milhões estavam camuflados numa medida provisória que prevê a destinação de R$ 3,96 bilhões para diversas áreas –entre elas o combate à seca no Nordeste e às enchentes no Sul e Sudeste. 

Deve-se ao líder do PPS, Rubens Bueno (PR), o pedido para que o “contrabando” da Copa fosse votado separadamente. A iniciativa teve adesão instantânea. Atacada nas ruas, a Fifa tornou-se uma organização indefesa na Câmara. Sucederam-se os discursos ecoando os cartazes que pedem nas passeatas escolas e hospitais “padrão Fifa.” 

Afora o deputado Sibá Machado (AC), que falou em nome da liderança do PT, apenas o também petista Arlindo Chinaglia (SP), líder de Dilma na Câmara, defendeu o adendo futebolístico enfiado na MP das intempéries climáticas. 

“Quem afirma que o dinheiro vai para a Fifa fala por ignorância ou má-fé”, disse Chinaglia. “Seria a mesma coisa que afirmar que todo investimento em logística, para criar condições para realizar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, fosse dinheiro endereçado à Fifa. Não é. Trata-se de investimento que vai continuar beneficiando o povo brasileiro. No caso dessa MP, é dinheiro para telecomunicações, para melhorar o funcionamento da banda larga e da tecnologia 4 G. Vai servir para a Copa, é óbvio. Mas será um investimento que vai ficar para o Brasil.” 

Os colegas de Chinaglia deram de ombros para seus argumentos. Numa evidência de que a algaravia das ruas ecoa no plenário da Câmara, o contrabando da Copa foi retirado da medida provisória sob aplausos de governistas e oposicionistas.

Educação no Brasil mostra sua cara

Mais da metade dos alunos do 3º ano não sabe o adequado  

Estadão 

Mais da metade das crianças brasileiras do 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas não aprendeu os conteúdos esperados para esse nível de ensino. Uma em cada 3 crianças não sabe o adequado em matemática para o 3º ano, 55,5% leem mal e 69,9% têm desempenho abaixo do esperado na escrita. Se estiverem na série adequada, esses alunos têm 8 anos. 

Os dados são da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) e foram divulgados nesta terça-feira, dia 25, pela ONG Todos Pela Educação. Também participam dessa prova a Fundação Cesgranrio, o Instituto Paulo Montenegro e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). 

Se considerar apenas as escolas públicas, a situação é pior. Em matemática, 70,8% dos alunos não sabem o adequado para a série. Em leitura, esse porcentual é de 60,3% e em escrita, de 74,1%. 

Segundo os coordenadores da avaliação, os resultados mostram que as crianças escrevem pior do que leem e indicam certo abandono do ensino de matemática. Segundo a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, a Prova ABC adota como modelo de adequação a autonomia do aluno. “Nosso entendimento de alfabetização vai além de aprender a ler. Precisamos que as crianças tenham condições necessárias para ler para aprender”, diz ela. 

Priscila lembra que os resultados desses primeiros anos revelam o “berço da desigualdade educacional”. “Sem resolvermos esse problema não conseguiremos alcançar as outras metas de educação.” A ONG estipulou como meta que toda criança de até 8 anos esteja plenamente alfabetizada até 2022. 

Os resultados mostram um abismo entre regiões e Estados. Enquanto a Região Sudeste tem 57% dos alunos de 3º ano sem o aprendizado considerado adequado em matemática, o melhor resultado, o Nordeste aparece na outra ponta, com 86,4%. 

Considerando os Estados, a distância é ainda maior. Santa Catarina tem o melhor resultado, com 53,5% dos alunos sem o conhecimento adequado em matemática, por exemplo. Já o pior Estado é Alagoas, com 92,1% com aprendizado fora das expectativas. Alagoas também é o pior em leitura e escrita. 

Foi considerado na Prova ABC como desempenho adequado em matemática e leitura a nota mínima de 175 na escala no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), elaborado pelo Ministério da Educação. Em Leitura, os alunos conseguem, entre outras habilidades, identificar temas de uma narrativa e perceber relações de causa. 

Em matemática, o nível permite distinguir quem os alunos têm, por exemplo, domínio da adição e subtração e conseguem resolver problemas envolvendo notas e moedas. Na redação, a avaliação adotou uma escala que vai de 0 a 100 e o desempenho esperado era de pelo menos 75. A nota representa bom desempenho na adequação ao tema, gênero, coesão e coerência, além de boa grafia, normas gramaticais e pontuação. 

A avaliação foi aplicada em áreas urbanas das capitais e também de cidades do interior, em escolas públicas (estaduais e municipais) e privadas. Aplicada no final de 2012, foram avaliados 54 mil alunos de 1,2 mil escolas distribuídas em 600 municípios brasileiros. Esses resultados não são comparáveis com os edição anterior, pois as prova foi realizada em momentos diferentes da trajetória dos alunos. 

Esta será a última edição, uma vez que o Ministério da Educação já anunciou um instrumento próprio de avaliação do desempenho dos alunos, a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) a ser aplicada ainda neste ano pelo Inep. A prova já estava prevista nos termos do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), lançado em dezembro de 2012.

Quem tem .... tem medo

Pressionados por protestos, deputados arquivam PEC 37 por ampla maioria  

UOL 

Os deputados federais derrubaram na noite desta terça-feira (25), em decisão quase unânime, o Projeto de Emenda Constitucional número 37/2011, conhecido como PEC 37, de autoria do deputado federal e delegado Lourival Mendes (PT do B-MA). A matéria era uma das propostas polêmicas em tramitação no Congresso Nacional que estavam na mira de protestos na onda de manifestações pelo Brasil. 

Ao todo, foram 430 votos pela derrubada da PEC, nove favoráveis à proposta e duas abstenções. Com a derrubada, o texto da proposta será arquivado. 

Logo após a rejeição da PEC, as centenas de pessoas que acompanharam a sessão das galerias da Câmara cantaram um trecho do Hino Nacional. Os manifestantes, em sua maioria representantes do Ministério Público e agentes da Polícia Federal, aplaudiram todos os encaminhamentos favoráveis à rejeição da proposta. Das galerias, eles gritavam "rejeita!" aos parlamentares. 

A derrubada da PEC 37 era uma das principais bandeiras dos movimentos populares que têm tomado as ruas de várias cidades brasileiras e do exterior. Por definir que o poder de investigação criminal seria restrito às policias Federal e Civil, a proposta foi batizada por seus adversários como "PEC da impunidade". 

Por duas vezes, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), apelou para que a rejeição fosse unânime a fim de que a Casa ficasse em sintonia com o clamor das ruas. Autor da PEC, o deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA) foi o único a defender a aprovação da proposta. Segundo ele, "um erro de percurso", em referência às manifestações, fez com que a PEC fosse considerada "nefasta". 

Alves destacou ainda que a proposta foi pautada em plenário por acordo fechado entre todos os líderes partidários. "A PEC está sendo votada por decisão unânime de todos os líderes, foi decidido por todos os líderes, que poderiam ter optado por adiar, mas decidiram votar esta noite e assim está acontecendo", declarou. 

A manifestação havia sido uma resposta ao líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), que havia dito anteriormente que "a maioria dos deputados era a favor da PEC, tanto que ela foi aprovada [em sua admissibilidade] pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania" e que havia sido o "clamor das ruas" que fez com que o tema fosse pautado pelo Plenário. Ele anunciou que os três deputados do partido votariam contra a PEC. 

O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), argumentou na mesma linha do presidente e disse que todos os líderes partidários foram "sensíveis à argumentação" e puderam "ponderar com suas bancadas, mostrar a necessidade da rejeição da PEC, sem ter que crucificar quem quer que seja, sem ter que denegrir a trajetória de nenhum parlamentar". 

O que é a PEC 37 
O objetivo da PEC 37 era alterar a Constituição. Caso isso aconteça, com a inclusão de um parágrafo ao artigo 144 da Carta, a PEC 37, em nível nacional, impediria investigações criminais por parte do MPU e de todas as suas divisões administrativas, como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Militar (MPM). 

Entre as investigações que sairiam da alçada dos MPs estariam as que se referem a desvio de verbas, crime organizado, abusos cometidos por agentes dos Estados e violações de direitos humanos. 

De acordo com o trecho que se pretendia incluir na Constitui, "a apuração das infrações penais de que tratam os parágrafos 1º e 4º deste artigo (144), incumbem privativamente às polícias federal e civis dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente". 

Em resumo, se a PEC 37 tivesse sido aprovada, somente as polícias poderiam fazer investigação criminal.

A tia está mais perdida que cachorro quando cai da mudança

PROTESTOS: Recuo de Dilma menos de 24 horas depois de propor plebiscito e “constituinte” para reforma política é um sinal alarmante de que o governo está perdido, está no mato sem cachorro  

Ricardo Setti (*) 


Não tenham dúvidas, amigas e amigos do blog: é alarmante constatar que o governo da presidente Dilma, neste momento crucial da vida brasileira, com milhões de cidadãos protestando nas ruas, está perdido, está no mato sem cachorro. 

Nenhum chefe de Estado que se preze faz uma solene proposta em rede nacional de TV — no caso, a de uma constituinte para realizar uma reforma política, a ser convocada por plebiscito, ideia esdrúxula sobre cuja forma de execução ninguém tinha a menor ideia e que foi duramente combatida por diversos setores — para, 24 horas depois, por vias indiretas e com seu governo mostrando visível desconforto, recuar e dizer que não é bem assim. 

Segundo lembra o site de VEJA, “desde que foi alardeada pela presidente, pegando de surpresa governadores e prefeitos que aguardavam o início de uma reunião em Brasília, a ideia da Constituinte foi bombardeada por juristas, políticos da base parlamentar do governo e da oposição, e, reservadamente, considerada inviável por integrantes do Supremo Tribunal Federal. Pelo menos quatro magistrados do STF procuraram líderes do governo e da oposição para alertar sobre os riscos da proposta. Um dos ministros mais engajados enfatizou que o anúncio da chefe do Executivo era um ‘golpe contra a democracia’”. 

Dilma, que obviamente não preparou devidamente, até por falta de tempo, a grande reunião com governadores e prefeitos, como acentuei em post anterior, no fim das contas fez os governadores e prefeitos de palhaços, por mais que, hoje, constrangidíssimo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tenha tentado justificar a proposta da presidente: 

– A presidente da República falou em processo constituinte específico; ela não defendeu uma tese. Há várias maneiras de fazer um processo constituinte específico. Uma delas seria a convocação de uma Assembleia Constituinte, como muitos defendem. A outra forma seria, através de um plebiscito, colocar questões que balizassem o processo constituinte específico feito pelo Congresso. A presidente falou genericamente. 

Cargill fomenta produção sustentável de óleo de palma na Malásia

Valor 

A multinacional americana Cargill lançou hoje, em parceria com a Wild Asia, grupo da Malásia com foco em ações sociais, e com a ONG Solidaridad, um novo programa de estímulo à produção sustentável de óleo de palma no país do Sudeste Asiático. Os investimentos no programa não foram divulgados. 

O objetivo é que, por meio do programa, cerca de 2,5 mil produtores independentes de palma da Malásia recebam assistência técnica, treinamento e capacitação. Há 177 mil produtores independentes na Malásia, um dos maiores países produtores globais de óleo de palma, o óleo vegetal mais comercializado do mundo. A área plantada com palma no país chega a quase 700 mil hectares. 

Como outros países produtores, caso da Indonésia, a Malásia sofre duras e recorrentes críticas sobre seu modelo de produção de óleo de palma, considerado bastante agressivo ao ambiente

Japão desenvolve etanol de resíduos agrícolas a preço competitivo

Reuters 

A japonesa Kawasaki Heavy Industries Ltd disse na última quinta-feira que desenvolveu tecnologia para produzir combustível para carros a partir de resíduos agrícolas a um custo competitivo com o etanol importado, inclusive do Brasil, feito a partir de produtos alimentícios, como cana-de-açúcar.

A substituição dos combustíveis fósseis por bioetanol para automóveis pode ajudar a reduzir emissões de dióxido de carbono (CO2), substância que contribui para o aquecimento global, mas o custo de produção e a competição com fontes de alimentos reduzem o seu apelo. 

Um estudo de cinco anos, subsidiado pelo governo japonês, provou que a nova tecnologia da Kawasaki Heavy, se introduzida no mercado, pode produzir etanol a partir da palha de arroz, a um custo de 40 ienes (40 centavos de dólar) por litro, disse a empresa. 

Se os custos de coleta dos resíduos de palha do cultivo de arroz no Japão forem adicionados, o custo seria de 80 ienes por litro, disse um porta-voz da empresa. 

Isso se compara com 80 a 100 ienes por litro para a importação de etanol do Brasil, disse um funcionário do Ministério de Agricultura do Japão. 

Companhias petrolíferas japonesas atualmente usam um aditivo feito a partir do etanol brasileiro para misturar com a gasolina para ajudar o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo nos esforços de reduzir o aquecimento global. 
O porta-voz da Kawasaki disse que a empresa não tem um plano específico para a produção comercial e acrescentou que a tecnologia seria competitiva em um país com recursos de biomassa amplos, com custos trabalhistas mais baixos, como o Brasil e nações do Sudeste Asiático. 

O governo japonês é mais cauteloso sobre as perspectivas para essa tecnologia. 
Quando o Ministério da Agricultura traçou planos para a tecnologia de produção de bioetanol, em setembro, disse que levaria cerca de cinco anos antes que a produção comercial de etanol a partir de produtos não-alimentícios fosse economicamente viável.

A moda antiga

Dora Kramer (*) 

A presidente Dilma Rousseff convocou uma grande reunião com governadores e prefeitos e propôs a discussão de “cinco pactos” que poderiam ser vistos como itens de uma boa carta de intenções caso as soluções não estivessem nas mãos de um grupo que há dez anos ocupa o poder. 

O que se viu foi a tentativa de tratar um problema novo à moda antiga, com a enferrujada ferramenta do gesto de impacto. 

A presidente voltou a condenar a violência e prometeu mudanças. Teria dito o óbvio não fosse a esquisitice de ignorar que a preservação da responsabilidade fiscal e o controle da inflação são tarefas das quais seu governo se descuidou. 

Governo este que teria de ter cumprido a tarefa de conduzir um esforço nacional pela garantia de serviços decentes na saúde, educação e transportes coletivos. No lugar disso, o discurso antes de falarem as ruas era o de que estava tudo uma maravilha no País cujo sucesso o autorizava a dar lições de gestão mundo afora. 

Quanto à reforma política, foi a presidente Dilma Rousseff em pessoa quem avisou logo no início de seu mandato que deixaria de lado toda e qualquer reforma. Agora propõe um plebiscito que por ora tem jeito de factoide: assume o papel de protagonista do debate com vistas a deixar as questões de gestão governamental em segundo plano. 

Dilma suscitou mais dúvidas que ofereceu respostas. Muito provavelmente porque não houvesse mesmo nada de diferente a dizer, dado o susto que assolou a nação em geral e talvez de modo especial a presidente, que uma semana antes reagia a vaias com jeito de poucos amigos e atribuía as críticas à intolerância vazia dos militantes do mau agouro. 

O buraco, como se viu, é mais profundo e requer algo além de oratória veemente e atos que no passado impressionavam, mas hoje perderam a credibilidade. 

Notadamente devido à discrepância entre os fatos e suas versões. Tome-se como exemplo o PAC, a salvação da lavoura a respeito da qual não se tem boas notícias. 

O governo queimou capital de confiabilidade fiando-se na sustentação dos índices de popularidade. Agora vai precisar produzir resultados para recuperar o patrimônio. 

Dilma dá ênfase ao combate à corrupção, promete mais investimentos e eficiência. Não explicou como vai conjugar essa boa intenção com a companhia de figuras emblemáticas no quesito descompostura nem com o gigantismo da máquina, com a existência de 39 ministérios, muitos deles meras sinecuras para sustentar um modelo esfarrapado de coalizão. 

Pregar transparência tendo recentemente ordenado que os gastos com viagens presidenciais fossem considerados sigilosos não ajuda a tecer uma rede de confiabilidade na palavra presidencial.

Na semana passada soou desafinada também a alegação de que não há dinheiro público nos estádios de futebol depois de o governo passar seis anos faturando politicamente a paternidade da Copa do Mundo. 

A inconsistência ronda a proposta dos pactos para melhoria dos serviços públicos. Quais os termos do “contrato”, quem abrirá mão do quê? O governo federal quer repartir os danos com governadores e prefeitos, pretendendo receber deles apoio político. Já os chefes de executivos estaduais e municipais querem da União mais dinheiro. 

Mas, se o Planalto avisa que não tem margem para repartir receitas, fica difícil vislumbrar condições objetivas em torno das quais seria construído um entendimento para atender a gama de demandas.

Como não se enfrenta isso com passes de mágica e o palavrório cansou, convém aguardar para ver se o plano visa a aplacar os protestos ou se ficou bem entendido que as pessoas exigem que o poder público dê soluções concretas aos problemas.

(*) Jornalista é colunista política diária dos jornais O Estado de S. Paulo e O Dia do Rio de Janeiro e das rádios Band News FM e JB FM.

O sincero desabafo de uma médica

"O dia em que a Presidenta Dilma em 10 minutos cuspiu no rosto de 370.000 médicos brasileiros." 

Juliana Myssen (*) 

"Há alguns meses eu fiz um plantão que chorei. Não contei à ninguém (é nada fácil compartilhar isso numa mídia social). Eu, cirurgiã-geral, "do trauma", médica "chatinha", preceptora "bruxa", que carrego no carro o manual da equipe militar cirúrgica americana que atendia no Afeganistão, chorei. 

Na frente da sala da sutura tinha um paciente idoso internado. Numa cadeira. Com o soro pendurado na parede num prego similar aos que prendemos plantas (diga-se: samambaias). Ao seu lado, seu filho. Bem vestido. Com fala pausada, calmo e educado. Como eu. Como você. Como nós. 

Perguntava pela possibilidade de internação do seu pai numa maca, que estava há mais de um dia na cadeira. Ia desmaiar. Esperou, esperou, e toda vez que abria a portinha da sutura ele estava lá. Esperando. Como eu. Como você. Como nós. 

Teve um momento que ele desmoronou. Se ajoelhou no chão, começou a chorar, olhou para mim e disse "não é para mim, é para o meu pai, uma maca". Como eu faria. Como você. Como nós. 

Pensei "meu deus do céu, com todos que passam aqui, justo eu... Nãoooo..... Porque se chorar eu choro, se falar do seu pai eu choro, se me der um desafio vou brigar com 5 até tirá-lo daqui". E saí, chorei, voltei, briguei e o coloquei numa maca retirada da ala feminina. 

Já levei meu pai para fazer exame no meu HU. O endoscopista quando soube que era meu pai, disse "por que não me falou, levava no privado, Juliana!" 

Não precisamos, acredito nas pessoas que trabalham comigo. 
Que me ensinaram e ainda ensinam. Confio. 

Meu irmão precisou e o levei lá. 
Todos os nossos médicos são de hospitais públicos que conhecemos, e, se não os usamos mais, é porque as instituições públicas carecem. 

Carecem e padecem de leitos, aparelhos, materiais e medicamentos. 

Uma vez fiz um risco cirúrgico e colhi sangue no meu hospital universitário. No consultório de um professor ele me pergunta: "e você confia?". "Se confio para os meus pacientes tenho que confiar para mim." 

Eu pratico a medicina. Ela pisa em mim alguns dias, me machuca, tira o sono, dá rugas, lágrimas, mas eu ainda acredito na medicina. Me faz melhor. 

Aprendo, cresço, me torna humana. 
Se tenho dívidas, pago-as assim. Faço porque acredito. 

Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com mais qualidade. Com mais macas. 

Com hospitais melhores, mais equipamentos e que não faltem medicamentos. 
Um SUS melhor. Briguei pelo filho do paciente ajoelhado. Por todos os meus pacientes. Por mim. Por você. Por nós. 

O SUS é nosso. 

Não tenho palavras para descrever o que penso da "Presidenta" Dilma. (Uma figura que se proclama "a presidenta" já não merece minha atenção). 
Mas hoje, por mim, por você, pelo meu paciente na cadeira, eu a ouvi. 

A ouvi dizendo que escutou "o povo democrático brasileiro". 
Que escutou que queremos educação, saúde e segurança de qualidades. 
"Qualidade"... Ela disse. 
E disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil.... 
Para melhorar a qualidade....? 

Sra "presidenta", eu sou uma médica de qualidade. 
Meus pais são médicos de qualidade. 
Meus professores são médicos de qualidade. 
Meus amigos de faculdade. 
Meus colegas de plantão. 
O médico brasileiro é de qualidade. 

Os seus hospitais é que não são. 
O seu SUS é que não tem qualidade. 
O seu governo é que não tem qualidade. 

O dia em que a Sra "presidenta" abrir uma ficha numa UPA, for internada num Hospital Estadual, pegar um remédio na fila do SUS e falar que isso é de qualidade, aí conversaremos. 

Não cuspa na minha cara, não pise no meu diploma. 
Não me culpe da sua incompetência.
Somos quase 400mil, não nos ofenda. 

Estou amanhã de plantão, abra uma ficha, eu te atendo. 
Não demora, não. Não faltam médicos, mas não garanto que tenha onde sentar. 
Afinal, a cadeira é prioridade dos internados. 

Hoje, eu chorei de novo." 

(*)  Cirurgiã Geral no Hospital Estadual Azevedo Lima Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

Entendam o que a tia quer

Em reunião com governadores, Dilma defende plebiscito para reforma política  

Estadão 
Que entusiasmo da tia !!!!


A presidente Dilma Rousseff propôs ontem durante reunião emergencial com os governadores dos Estados e prefeitos de capitais a realização de um plebiscito que autorize a convocação de Assembleia Constituinte específica para fazer a reforma política. O plebiscito seria um dos cinco pactos propostos pela presidente à classe política para dar respostas aos brasileiros que foram às ruas e protestam por mudanças sociais. A proposta foi vista com receio no Congresso e no Supremo.
 

Além da reforma política e do combate à corrupção - que inclui a proposta de tipificar corrupção dolosa em crime hediondo -, os pactos propostos incluem investimentos em saúde, educação e transporte e manutenção da responsabilidade fiscal e combate à inflação. 

“Quero, neste momento, propor o debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de processo constituinte específico para fazer a reforma política que o País tanto necessita”, afirmou Dilma. Segundo a presidente, “o Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está”. A reforma política, segundo ela, deverá ampliar a participação popular e a cidadania. 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Ceará, Cid Gomes, foram os autores da ideia de convocar um plebiscito para a população decidir se apoia a criação de uma Constituinte para votar a reforma política. A ideia não é nova, é bastante polêmica, e já foi defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha da reeleição (2006) quando o PT foi abatido pela crise do mensalão. 

Os partidos de oposição divulgaram nota ontem criticando o governo do PT por não ter se empenhado, nos últimos dez anos, em votar a reforma política apesar de ter maioria absoluta no Congresso. Afirmam ainda ter dúvidas sobre a eficácia de uma Constituinte, acrescentando que cabe apenas ao Congresso definir se deve ou não ser proposto um plebiscito. 

Ex-parlamentar, Cardozo disse a Dilma que a reforma política nunca será feita sem uma Constituinte exclusiva, porque o “espírito de corpo” do Congresso sempre prevalece nessas horas. A cúpula do PT também avalia que a aprovação da reforma política é crucial para o governo mostrar que está disposto a enfrentar a corrupção, num momento em que protestos contra desvios de recursos públicos pipocam nas ruas. 

No ano passado, petistas foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão. “O financiamento público de campanha é essencial para coibir o abuso do poder econômico nas eleições”, disse Cardozo. 

O combate à corrupção foi incluído no pacto proposto por Dilma. Para ela, o enfrentamento à corrupção deve ser dar “de forma mais contundente” e uma iniciativa fundamental é criar “nova legislação que classifique a corrupção dolosa como equivalente a crime hediondo”. 

Ao enfatizar um pacto pela saúde, Dilma propôs aos governadores “acelerar os investimentos já contratados em hospitais, unidades de pronto atendimento e unidades básicas de saúde”. “Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde”, disse, antecipando-se também às críticas do setor. 

“Não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do País.” 

Um salto de qualidade no transporte público é outra parte do pacto proposto por Dilma. Ela disse que vai destinar R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras de mobilidade urbana. “Avançar mais rápido em direção ao transporte público de qualidade e acessível.” 

Dilma concluiu sua proposta de pacto dizendo que é preciso cuidar da educação. Afirmou que a ampliação de acesso à educação e valorização dos profissionais exige recursos. “Meu governo tem lutado, junto ao Congresso Nacional, para que 100% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal (...) sejam investidos na educação. Confio que os senhores congressistas aprovarão esse projeto que tramita no Legislativo com urgência constitucional”, disse a presidente. 

PACTOS PROPOSTOS PELA PRESIDENTE  

1. Responsabilidade fiscal e estabilidade: Todos os entes da federação devem se empenhar em manter a inflação e os gastos sob controle. 

2. Plebiscito/corrupção: Defende consulta popular sobre uma Constituinte específica para fazer a reforma política; corrupção seria crime hediondo. 

3. Saúde: Presidente pediu que políticos “acelerem” gastos com saúde pública (como UPAs) e defendeu entrada de médicos estrangeiros no País. 

4. Transporte público: Afirmou que será ampliada a desoneração de PIS/Cofins sobre diesel, o que auxilia no controle das tarifas; prometeu liberar R$ 50 bi para investimentos em mobilidade e disse que criará o conselho de transporte público. 

5. Educação pública: Governo federal pediu votação em regime de urgência constitucional da proposta que destina 100% dos royalties do petróleo e 50% dos royalties do pré-sal para investimentos em educação pública.

Exaustão

Eliane Cantanhêde (*) 

Condenados pelo Supremo têm mandato de deputado e, não bastasse, viram membros da Comissão de Constituição e Justiça. 

Um pastor de viés racista e homofóbico assume nada mais, nada menos que a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. 

Um político que saíra da presidência do Senado pela porta dos fundos volta pela da frente e se instala solenemente na mesma cadeira da qual havia sido destronado. 

O arauto da moralidade no Senado nada mais era do que abridor de portas de um bicheiro famoso. E o Ministério Público, terror dos corruptos, é ameaçado pelo Congresso de perder o papel de investigação. 

A chefe de gabinete da Presidência em SP usa o cargo e as ligações a seu bel-prazer, enquanto a ex-braço direito da Casa Civil, afastada por suspeita de tráfico de influência, monta uma casa bacana para fazer, possivelmente... tráfico de influência. 

Um popular ex-presidente da República viaja em jatos de grandes empreiteiras, intermediando negócios com ditaduras sangrentas e corruptas.

Um ex-ministro demitido não apenas em um, mas em dois governos, tem voz em reuniões estratégicas do ex e da atual presidente, que "aceitaram seu pedido de demissão". 

Ministros que foram "faxinados" agora nomeiam novos ministros e até o vice de um governador tucano vira ministro da presidente petista. 

Na principal capital do país, incendeiam-se dentistas, mata-se à toa. Na cidade maravilhosa, os estupros são uma rotina macabra. 

Enquanto isso, os juros voltam a subir, impostos, tarifas e preços de alimentos estão de amargar. E os serviços continuam péssimos. 

É por essas e outras que a irritação popular explode sem líderes, partidos, organicidade. Graças à internet e à exaustão pelo que está aí. 

A primeira batalha foi ganha com o recuo dos governos do PT, do PSDB e do PMDB no preço das passagens. Mas, claro, a guerra continua. 

(*) Jornalista e colunista da Folha de São Paulo

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os oitenta anos da OAB

Renato Gomes Nery (*)  

Estamos em pleno preparativos para comemoração dos 80 anos da OAB. Uma data, sem duvida, magna. No pleno gozo dos seus 30, 40, 50 e até sessenta anos, a sua decisiva participação em grandes episódios da vida nacional, como representante da sociedade civil, se fez sentir com vigor e foi decisiva. A vanguarda era sinônimo de OAB. No regime militar lutou incansavelmente em favor dos fracos, oprimidos e perseguidos. Foi decisiva na redemocratização do País. Na Constituição Federal de 1.988. Nas Diretas Já. No impeachment de um Presidente da República. E tantos outros episódios da vida nacional. Nomes que a presidiram são ícones da Instituição e fazem parte da sua heroica jornada frente a tantos e quantos problemas deste Brasil varonil. 

Isto que acabamos de dizer é o passado. E o presente? E o futuro? Cultua-se o passado como referência, mas não se vive dele. O Brasil continua prenhe de problemas graves a clamar por viabilizações e soluções. As massas estão nas ruas a pedir um País mais justo, mais igual e mais feliz. Como mais Justiça, mais saúde, mais segurança, com menos taxas, menos impostos, menos corrupção. Menos mazelas. Menos desfaçatez. Menos enganação. A sociedade está saturada da ineficiência. Da inércia e de falsos profetas. 

Onde está a OAB neste momento crucial da vida nacional? Ela é a representante da sociedade civil. Onde estão: a sua voz, sua coragem, seu destemor e a sua vanguarda tão úteis à sociedade brasileira no passado. Deve estar em algum asilo descansando da sua longa vida. E deve ter levado consigo a CNBB e ABI, irmãs de lutas de um passado glorioso. 

A população está nas ruas a clamar por soluções de problemas que afligem a sociedade brasileira. Sabendo que precisa mudar, mas será que sabe como? Precisa-se de lideranças que galvanizem estas mudanças e que não deixem que toda esta energia pereça, vítimas dos mesmos e velhos males que sempre infelicitaram a sociedade brasileira: o coronelismo, o caciquismo, o populismo e tantos outros ismos que afligem a vida nacional. Que Deus ajude a todos que largaram os seus afazeres e a comodidade de seus lares e foram para as ruas clamar por um Brasil melhor. E que este Brasil melhor escondido no coração de todos nasça, cresça e triunfe. 

(*) Advogado e ex-presidente da OAB/MT. – E-mail – rgnery@terra.com.br

A mais cara de todas as Copas

Opinião do Estadão 

A Copa do Mundo de 2014 no Brasil será a mais cara de todas. O secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, anunciou que em julho seu custo total chegará a R$ 28 bilhões, um aumento de 10% em relação ao total calculado em abril, que era de R$ 25,3 bilhões. E supera em R$ 6 bilhões (mais 27%) o que em 2011 se previa que seria gasto. 

Por enquanto, já se sabe que o contribuinte brasileiro arcará com o equivalente ao que gastaram japoneses e coreanos em 2002 (R$ 10,1 bilhões) mais o que pagaram os alemães em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e africanos do sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões). 

O "privilégio" cantado em prosa e verso pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que se sentou sobre os louros da escolha em 2007, e entoado por sua sucessora, Dilma Rousseff, em cuja gestão se realizará o torneio promovido pela Fifa, custará quatro vezes os gastos dos anfitriões do último certame e três vezes os gastos dos dois anteriores. 

O governo federal não justifica - nem teria como - este disparate. Mas, por incrível que pareça, os responsáveis pela gastança encontram um motivo para comemorar: a conta ainda não chegou ao teto anunciado em 2010, que era de R$ 33 bilhões. É provável, contudo, que esse teto seja alcançado, superando o recorde já batido, pois, se os custos cresceram 10% em dois meses, não surpreenderá ninguém que subam mais 18% em 12 meses. 

Esta conta salgada é execrada porque dará um desfalque enorme nos cofres da União, que poderiam estar sendo abertos para a construção de escolas, hospitais, estradas, creches e outros equipamentos dos quais o País é carente. Como, aliás, têm lembrado os manifestantes que contestam a decisão oficial de bancar a qualquer custo a realização da Copa das Confederações, do Mundial de 2014 e da Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016. E, além dos valores, saltam aos olhos evidências de que tal custo não trará benefícios de igual monta. 

É natural que, no afã de justificar o custo proibitivo, o governo exagere nas promessas de uma melhoria das condições de vida de quem banca a extravagância. Segundo Fernandes, responsável pela parte que cabe ao governo na organização do torneio, "a Copa alavanca investimentos em saúde, educação, meio ambiente e outros setores". E mais: "Ou aproveitamos esse (sic) momento para o desenvolvimento do País ou perdemos essa (sic) oportunidade histórica". 

A Nação aguarda, com muita ansiedade, que o governo, do qual participa o secretário executivo do Ministério dos Esportes, venha a público esclarecer quantos hospitais, escolas ou presídios têm sido construídos e que equipamentos têm sido adquiridos para melhorar nossos péssimos serviços públicos com recursos aportados por torneios esportivos que nos custam os olhos da cara. 

Não é preciso ir longe para contestar esta falácia da "Copa cidadã": o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) previu um "legado inestimável" que ficaria da realização dos Jogos Pan-americanos de 2007 na mesma cidade onde será disputada a Olimpíada de 2016. O tal "legado" virou entulho: os equipamentos construídos para aquele fim estão sendo demolidos e reconstruidos e, enquanto não ficam prontos, os atletas simplesmente não têm onde se preparar para disputar os Jogos Olímpicos daqui a três anos. 

A manutenção do estádio Green Point, na Cidade do Cabo, que custou R$ 600 milhões (menos da metade dos gastos na reforma do Maracanã, no Rio, e do Mané Garrincha, em Brasília) para ser usado na Copa da África do Sul, demanda, por ano, R$ 10,5 milhões em manutenção, o que levou a prefeitura local a cogitar de sua demolição. Por que os estádios de Manaus, Cuiabá e Natal terão destino diferente depois da Copa? 

A matemática revela que o maior beneficiário da Copa de 2014 será mesmo a Fifa, e não o cidadão brasileiro, que paga a conta bilionária. Prevê-se que o lucro da entidade será de R$ 4 bilhões, o dobro do que arrecadou na Alemanha e o triplo do que lucrou na África do Sul. O resto é lorota para enganar ingênuos e fazer boi dormir.

domingo, 23 de junho de 2013

Não a PEC 37

Protesto contra PEC 37 ganha corpo e vira ato de oposição a Dilma em São Paulo 

Bob Fernandes (*) 

Eram 14h50 deste sábado (22) quando algumas centenas de pessoas começaram a se aglomerar em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). O objetivo inicial, segundo os vários movimentos organizadores, era protestar contra a Proposta de Emenda Constitucional 37/2011, a chamada PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público. 

O que se viu ao longo da tarde, porém, foi o número de manifestantes aumentar significativamente e o protesto se voltar contra o governo da presidente Dilma Rousseff e seu partido, o PT. Às 16h30, a Polícia Militar falava em 4 mil pessoas na manifestação. Uma hora e meia depois, a assessoria da PM estimava que 30 mil participavam do protesto. Às 21h, o dado chegava a 35 mil. 

Maquiadas, com os cabelos lisos e roupas esportivas das marcas Nike e Adidas, cinco meninas caminhavam com euforia entre os manifestantes. Estudantes de Direito, todas faziam parte da confecção de uma faixa em que era escrito, ali mesmo, com pincel e tintas no chão do vão livre do MASP: "Enterrem a PEC 37". Com o rosto pintado de verde e amarelo, engrossavam o grito de guerra repetido incansavelmente durante as mais de cinco horas de caminhada: 

- Vem, vem pra rua, vem, contra o governo! 

Organizado por entidades como Dia do Basta, Unidos por um País Melhor (UPPM), Organização de Combate à Corrupção (OCC), Pátria Minha e Revoltados Online, grupo que defende a Ditadura Militar no Brasil, o evento criado no Facebook para o protesto tinha cerca de 230 mil pessoas confirmadas na noite de sexta-feira (21). O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado também convocaram procuradores para participar do ato. E a PM estava preparada para receber até 80 mil pessoas. 

- O movimento transbordou o MPF. O povo está na rua e isso é muito bom -, disse o procurador da República Rodrigo de Grandis. 

As faixas e cartazes contra a PEC 37 eram muitas, mas o público, formado principalmente por jovens de 20 a 30 anos da chamada classe média tradicional paulistana, não deixou de lado as outras tantas bandeiras que surgiram nos últimos quinze dias de manifestações em todo o Brasil. 

Eram contra a corrupção, contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, contra o ex-presidente Lula, contra a impunidade, contra os partidos políticos e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

- O povo acordou! O povo acordou! - Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor! 

15h43 e o primeiro grito efetivamente contra a PEC 37. 
15h50 e sai a marcha. Paulista sentido Consolação, em direção ao Vale do Anhangabaú. 

Questionada por Terra Magazine, uma estudante de Administração de 25 anos explicou porque estava ali: 

- Essa é a primeira manifestação que eu venho. E vim porque sou contra a PEC 37. Com a PEC 37, o Supremo Tribunal Federal terá menos força para investigar a corrupção… acho que é isso, fiquei nervosa… 

A empresária de 52 anos Luciana Guimarães gritava "Lula, ladrão, você é o chefão" quando também foi perguntada pela reportagem sobre o motivo de sua participação no protesto: 

- O Ministério Público tem que ter poder para investigar e deixar o povo conhecer as coisas que acontecem no país. O governo ventila a ideia de adiar o projeto [da PEC 37], mas queremos que ele seja anulado. 

A passeata seguiu pela Paulista, tomou as duas pistas da Consolação e, ao chegar ao centro da cidade, dividiu-se: uma parte seguiu para o prédio do Ministério Público – a ideia inicial, abortada, era dar um "abraço coletivo" na construção –, e outra seguiu para a Avenida 23 de Maio e voltou para a Paulista, para encerrar o ato em frente ao MASP. 

Alguns manifestantes se dispersaram em frente ao prédio da Prefeitura, após cantarem o Hino Nacional. Segundo a PM, não houve violência ou qualquer ocorrência de vandalismo, e muitas famílias e crianças participaram do protesto. 

Foi o segundo dia em que os paulistanos saíram às ruas sem a convocação do Movimento Passe Livre (MPL), que afirma ter conseguido uma "vitória popular" com a revogação do aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. 

Os diversos movimentos que estavam à frente do protesto deste sábado (22) convocaram outro ato para as 17 horas da próxima quarta-feira (26), com concentração novamente em frente ao MASP. 

- Vocês foram show de bola… está tudo na paz -, disse um PM na linha de frente do protesto. 

Jovens com camisetas pretas em que se lia "Não à corrupção" aplaudiram o PM: 

- Vocês também.

(*) Jornalista foi redator-chefe de CartaCapital.

A moça do cafezinho

Numa empresa de grande porte, havia uma linda moça de seus 25 anos, que servia o cafezinho. 
O chefão da Empresa era louco por ela. 
Um dia, quando ela entrou em sua sala, com o cafezinho, ele pediu a ela que fechasse a porta à chave. 
Tomou o cafezinho e excitado, disse: 
- Não se ofenda, mas eu dou R$200,00 para você tirar a blusa. 
Ela guardou os R$200 e tirou a blusa. 
O patrão continuou: - R$300,00 para você tirar a saia. 
Ela guardou os R$300 e tirou a saia, mostrando suas lindas coxas. 
Mais excitado disse: 
- R$500,00 para você tirar o sutiã. 
Ela guardou os R$500 e tirou o sutiã, mostrando seus lindos e durinhos seios . 
O patrão que já estava “pra lá de Bagdá”, disse: 
- Agora R$700,00 para tirar a calcinha. 
Ela guardou os R$700 e tirou a calcinha. 
Com a voz trêmula, disse entusiasmado: 
- Diga quanto você quer para transar comigo! 
A moça respondeu inocentemente: 
- O que eu cobro de todo mundo aqui na empresa é R$ 50,00 

CONCLUSÃO

Conheça bem seus empregados.

Cooxupé recebe troféu de maior exportadora de café verde do Brasil

Agrolink 

Pela quarta vez, a COOXUPÉ - Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé – foi homenageada pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), recebendo o troféu “Empreendedores do Café”. 

A homenagem aconteceu em São Paulo durante o Fórum & Coffee Dinner, evento que reuniu a comunidade cafeeira, produtores, personalidades, cooperativas, indústrias - inclusive importadores de café - e todas as entidades que se relacionam com o negócio do setor. 

Com a presença de 700 convidados na solenidade de premiação, o CeCafé outorgou o troféu às personalidades que contribuíram de modo decisivo para o desenvolvimento e fortalecimento do café do Brasil. 

Por ter embarcado mais de 2,1 milhões de sacas de 60 kg, a COOXUPÉ recebeu o troféu de maior exportadora de café verde do País no ano passado. 

“É uma cooperativa profissionalizada e que possui um quadro técnico excelente. Somos parceiros em ações sociais e sustentáveis. Temos uma relação estreita e leal e isso faz com que a Cooxupé se sobressaia de forma determinante como a maior exportadora de café verde do nosso país”, afirmou João Antonio Lian, presidente do Conselho Deliberativo do CeCafé. 

Para Elmiro Alves do Nascimento, secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo de Minas Gerais, a homenagem enobrece o Estado como maior produtor e exportador de café verde do Brasil.
 “A COOXUPÉ tem grande representatividade não somente pela grandeza da sua produção, mas, sobretudo, pela qualidade e confiabilidade inquestionáveis que tem mostrado ao mundo. O trabalho do presidente Carlos Paulino é fantástico. Ele é o ícone do café para todos nós e conquistou o respeito da cadeia em Minas, no Brasil e no mundo” disse. 

Carlos Paulino, presidente da COOXUPÉ afirma que a cooperativa recebeu a premiação com muito orgulho.
“É o reconhecimento do nosso trabalho e da contribuição da Cooxupé no cenário cafeeiro do país, evidenciando e consolidando o estado de Minas Gerais como a locomotiva da produção de café. Compartilhamos mais essa conquista com todos os nossos cooperados e também com os nossos colaboradores que efetivamente têm importante papel no desempenho da cooperativa”, disse o presidente.