sábado, 30 de junho de 2012

Voto aberto e obrigatório




Cristovam Buarque (*)


Não há democracia plena sem o voto secreto para o eleitor, nem com voto secreto para o eleito. O eleitor deve ter seu voto protegido, mas os eleitos não devem ter seus votos escondidos. Ele foi eleito pela escolha do eleitor que tem o direito de saber como vota quem o representa.


É um contrassenso que um eleitor confie seu voto a um candidato e depois da eleição fique sem saber como seu vereador, deputado ou senador vota no Parlamento em assuntos que interessam ao eleitor, à cidade e ao país. O voto secreto no Congresso é uma excrescência na democracia.

Há pouco, o Brasil deu um passo positivo na transparência, ao publicizar toda informação que interessa ao público. Cada cidadão ou cidadã tem o direito de saber até mesmo o salário e os custos dos seus eleitos, mas não tem o direito de saber como votou seu parlamentar.

A lei da transparência não está completa se o Congresso mantiver o voto de parlamentares escondidos dos olhos e ouvidos dos seus eleitores.

É preciso que o Congresso tome a decisão de acabar com o voto secreto em todas as decisões. Alguns dizem que o sigilo do voto do parlamentar deve ser protegido de pressões do Poder Executivo. Isso podia se justificar durante o regime autoritário, em que a frágil oposição precisava evitar morte, prisão ou exílio por causa de um voto.

Mas na democracia, o único poder do presidente contra quem vota discordando das propostas do Executivo é tratar o parlamentar como membro da oposição, o que faz parte perfeitamente do jogo democrático.

Por isso não justifica a ideia de voto secreto na hora de votar para derrubar um veto do Presidente da República à lei ou artigo da lei. O eleitor quer saber se o seu parlamentar votou a favor ou contra o veto ou em uma lei que lhe interessa.


Enquanto isso, nas CPIs em Brasília ....


    Blog do Ricardo Noblat para O Globo - Charge Chico Caruso

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Demagogia na educação

Opinião do Estadão 


Às vésperas do início do recesso legislativo e já com as atenções voltadas para a campanha eleitoral, a comissão especial da Câmara dos Deputados encarregada de examinar o projeto do novo Plano Nacional de Educação (PNE) aprovou em votação simbólica, e em clima de assembleia estudantil, a emenda que obriga o poder público a destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a área de educação nos próximos dez anos. 


Atualmente, o País gasta 5% do PIB com as redes públicas de ensino básico, médio, técnico e superior - o que está na média dos países desenvolvidos. Em 2003, o gasto era de 3,9% do PIB, tendo passado para 4,3%, em 2007; e para 4,7%, em 2009. Elaborado pelo governo Lula, o projeto do PNE previa um gasto de 7% do PIB, até 2020. Mas, desde que o projeto chegou ao Congresso, em 2010, movimentos sociais, ONGs e entidades de estudantes e de professores pleiteavam 7,5% do PIB. Essas entidades tiveram o apoio de parlamentares governistas, que - contrariando o Palácio do Planalto - apresentaram emendas com o objetivo de destinar ao setor educacional metade dos royalties do pré-sal. 


Alegando que o Executivo ampliou as verbas para o setor na última década e que os investimentos na exploração da camada do pré-sal só terão retorno a longo prazo, o governo resistiu a essa reivindicação. Mas, pressionado pelas corporações discentes e docentes, que durante anos estiveram sob controle do PT, o Palácio do Planalto negociou um aumento de 7% para 7,5% do PIB. A elevação de 0,5% do PIB no orçamento da educação pública representa R$ 25 bilhões a mais em investimento  


Além disso, no decorrer das negociações, o relator do projeto do PNE, Ângelo Vanhoni (PT-PR), cedeu às pressões de colegas que invocam a necessidade de financiar a implantação do regime de tempo integral na rede pública de ensino fundamental e propôs o patamar de 8%. A proposta contrariou a Casa Civil e o Ministério da Fazenda. Nas últimas semanas, os movimentos sociais, ONGs e entidades de estudantes e docentes aumentaram as pressões e, sob o pretexto de valorizar o magistério público e triplicar a oferta de matrículas da educação profissional e técnica de nível médio, a comissão especial aprovou uma emenda do deputado Paulo Santiago (PDT-PE), fixando em 10% do PIB o gasto mínimo do poder público em educação. Os parlamentares também fizeram outras mudanças no projeto do PNE, que tem validade decenal. Eles anteciparam para o sexto ano de vigência do plano a meta de igualar o rendimento médio dos professores da rede pública de ensino básico com o dos docentes dos demais níveis de ensino. O projeto previa a equiparação no décimo ano. E determinara a aprovação, em um ano, de uma lei de responsabilidade educacional, para assegurar padrões de qualidade em cada sistema de ensino. 


O problema da educação brasileira, contudo, não é de escassez de recursos. É, sim, de gestão perdulária - como foi evidenciado pelo Reuni, o programa de expansão do ensino superior do governo Lula, que custou R$ 4 bilhões. Sem uma avaliação cuidadosa do setor, foram criadas escolas onde não havia demanda, admitidos alunos antes de existir instalações adequadas, criados cursos noturnos nas universidades federais e contratados mais docentes sem que houvesse candidatos preparados para as vagas abertas. Nas discussões sobre o PNE, os deputados deixaram de lado este problema e outro tão ou mais importante - a impossibilidade de o poder público continuar aumentando seus gastos em ensino sem modificar os objetivos e as formas de atuação do sistema de ensino. 


Terminada a votação, o MEC divulgou nota afirmando que, se for obrigado a gastar 10% do PIB em educação, o governo terá de tirar R$ 85 bilhões dos outros Ministérios da área social. 


O projeto foi aprovado na comissão em caráter definitivo e só passa pelo plenário da Câmara se houver recurso. No Senado, o Planalto espera que o projeto seja votado após as eleições, quando os senadores poderão agir mais responsavelmente do que os deputados.

Sensível redução religiosa




Católicos passam de 93,1% para 64,6% da população em 50 anos, aponta IBGE 


Folha de São Paulo


Entre 1960 e 2010, o Brasil viu a parcela de sua população que se declara católica cair de 93,1% para 64,6%. A queda foi constatada com a divulgação, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de novas informações do Censo 2010.



Em 2000, segundo dados do censo daquele ano, os católicos representavam 73,6% da população. Em seguida vinham evangélicos (15,4%), pessoas sem religião (7,4%), pessoas de outras religiosidades (1,8%), espíritas (1,3%) e umbandistas e candomblecistas (0,3%). 


A pesquisa mostra que a queda na proporção de católicos foi acompanhada pelo crescimento dos evangélicos, que em 1960 eram apenas 4% da população e em 2010 alcançaram 22,2%. O número de pessoas sem religião também teve aumento expressivo, passando de 0,6% para 8% nos mesmos cinquenta anos. 


No caso dos evangélicos, o crescimento foi puxado pelas igrejas de origem pentecostal, como a Assembleia de Deus ou a Universal do Reino de Deus, que atingiram 13,3% do total da população. Os chamados evangélicos de missão, pertencentes a religiões mais tradicionais, como a luterana e a batista, tiveram menos oscilações. 


O censo incluiu uma única pergunta sobre religião (Qual a sua religião ou culto?), que estava no questionário aplicado a parte da população. Para chegar aos resultados nacionais, o IBGE utilizou métodos estatísticos.


Segundo a pesquisa, os católicos somavam 123,3 milhões de pessoas no país em 2010, e os evangélicos, 42,3 milhões. Outras religiões que também foram citadas foram o espiritismo (2,8 milhões), a umbanda (407,3 mil), o candomblé (167,4 mil), o budismo (244 mil), o judaísmo (107,3 mil), o islamismo (35,2 mil) e o hinduismo (5,6 mil). 


Do total de evangélicos, 7,7 milhões eram de religiões de missão, 25,4 milhões eram de religiões de origem pentecostal e 9,2 milhões de religiões não determinadas -- como a pergunta feita pelos recenseadores tinha resposta aberta (ou, seja, não apresentava opções dentre as quais a pessoa tinha que escolher sua resposta), alguns só responderam que a religião era evangélica, sem dar mais detalhes. 


Da mesma forma, 15,3 milhões de pessoas disseram não ter religião. Desses, 615,1 mil afirmaram expressamente ser ateus e 124,4 mil, agnósticos.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O ministro e seu padrinho

O ministro pouparia as tripas do risco de enfarte se não tentasse contentar o padrinho  

Augusto Nunes (*)  

O ministro Ricardo Lewandowski demorou mais de seis meses para revisar o relatório de Joaquim Barbosa sobre o processo, iniciado há cinco anos, que trata de um escândalo ocorrido há sete. Em países sérios, o doutor teria entregado a encomenda na calada da noite e pela porta dos fundos, para não ter de explicar a lentidão inexplicável. Como estamos no Brasil, pendurou-se num palanque imaginário, caprichou na pose de magistrado exemplar e cumprimentou-se pela performance. 

“É o voto-revisor mais curto da história do Supremo Tribunal Federal”, fantasiou. “A média para um réu é de seis meses”. Se é assim, como registrou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, Lewandowski precisaria de 19 anos para resolver o que fazer com cada um dos 38 envolvidos. Para evitar que fosse decidido só em 2031 o destino dos pecadores sobreviventes, o ministro jura que andou trabalhando 20 horas por dia. 

Pelo menos não lhe faltou companhia, informa a folha de pagamento do Supremo. Além do chefe de gabinete, do recepcionista e de três agentes de segurança, a pequena multidão de funcionários subordinados ao ministro inclui pelo menos 17 analistas judiciários, 4 técnicos judiciários, 3 técnicos em secretariado, 1 procurador federal e 1 assistente administrativo. “Eu fiz das tripas coração para respeitar o que foi estabelecido pela Suprema Corte”, elogiou-se Lewandowski. 

Não fez mais que a obrigação ─ com um dia de atraso. E teria poupado as tripas do risco de enfarte se não tivesse esperado tanto tempo para colocar no papel o que está pronto na cabeça desde o dia em que chegou ao Supremo. “Nenhum ministro sofreu tantas pressões”, lamuriou-se. O presidente do STF, Ayres Britto, limitou-se a cobrar respeito ao cronograma combinado. Os brasileiros decentes limitaram-se a cobrar respeito à palavra empenhada. São cobranças legítimas. 

Nada a ver com as pressões criminosas feitas pelo padrinho Lula. No começo do ano, como revelou na desastrada conversa com o ministro Gilmar Mendes, o ex-presidente que se acha inimputável visitou o afilhado no condomínio em São Bernardo para pedir-lhe que retardasse o julgamento do mensalão até 2013. Ou, se possível, até o século 22. A reação do país que presta e as ponderações dos colegas menos insensatos dissuadiram Lewandowski de atender ao pedido. 

Terá de esperar a hora da votação para mostrar que sabe ser grato. Como sabe até o cabide em que pendura a toga, o ministro vai absolver os peixes graúdos ─ “por falta de provas” ─ e distribuir castigos de mãe entre meia dúzia de alevinos. Isso se sentir a faca roçando o pescoço. Caso lhe pareça segura a distância que separa a sede do STF do mundo real, poderá até decretar a absolvição póstuma de José Janene. 

E talvez se anime a proclamar a inocência do Silvio Pereira, fixando em seguida a indenização que o Estado tem de pagar ao ex-secretário geral do PT. Mensaleiro juramentado, Silvinho Land Rover se submeteu a um período de trabalhos comunitários em troca da exclusão do processo. O que torna o caso especialmente intrigante é que foi o acusado quem propôs o acordo. Se os parceiros de quadrilha escaparem por falta de provas, Silvinho terá purgado pecados que não cometeu. Aliás, nem existiram. 

Nessa hipótese, o mundo será apresentado à mais recente maravilha da fauna brasileira: a vítima voluntária de um grave erro judicial. 

(*) Jornalista e Ex-Diretor do Jornal do Brasil, do Jornal Gazeta Mercantil e Revista Forbes. Atualmente na Revista Veja

O nível que se encontra a atual política brasileira

Maluf tá podendo muito 

Brasil 247 

“Dr. Paulo”, como seus amigos o chamam, foi um dos poucos políticos na história do País capazes de gerar um sufixo. Seu “ismo” particular, o malufismo, se transformou em sinônimo de desfaçatez com o estilo “rouba, mas faz”. Amigo dos generais, Maluf foi governador biônico de São Paulo, sonhou com a presidência da República, na disputa contra Tancredo Neves, e depois obteve algumas vitórias importantes, elegendo-se prefeito de São Paulo e, depois, fazendo seu sucessor, com Celso Pitta. Ali, no entanto, começou sua derrocada. Com o fiasco da gestão Pitta, Maluf só afundou, perdeu todas as eleições seguintes, passou uma temporada na prisão e depois voltou ao Congresso Nacional apenas para reconquistar o foro privilegiado.

Imaginava-se que, em Brasília, como um entre 503 deputados, ele prepararia sua aposentadoria política. Que nada! Aos 81 anos, “Dr. Paulo” está mais ativo do que nunca. Além de constranger o presidente Lula e o candidato Fernando Haddad na foto que se tornou o emblema do vale-tudo na política, ele voltou ao centro da articulação política. No Recife, o seu PP acaba de fechar o apoio ao senador Humberto Costa, do PT. Quem selou o acordo? Paulo Maluf, que convocou o presidente estadual do partido, o deputado Eduardo da Fonte, para uma conversa com o presidente Lula em São Paulo. 

Nesta quarta-feira, o PP obteve mais uma vitória importante. O senador Eduardo Braga (PMDB/AM), que balançava na liderança do governo federal e não vinha sendo recebido pela presidente Dilma Rousseff, anunciou sua desistência da corrida à prefeitura de Manaus, onde seria um candidato quase imbatível. Quem Braga decidiu apoiar? A candidata Rebecca Garcia, que é deputada federal pelo PP de Maluf. Detalhe: dias atrás, Braga dizia que Rebecca divida a base aliada e não deveria ser candidata. Essa costura envolveu diretamente a dupla Lula e Maluf. 

Cortejado por tucanos 

Maluf não vem sendo cortejado apenas por petistas. Em Minas Gerais, o senador Aécio Neves, que já se move como presidenciável, estuda eleger como seu candidato ao Palácio da Liberdade em 2014 o vice-governador Alberto Pinto Coelho, que é também do PP – o atual governador, Antonio Anastasia, não tem direito à reeleição. 

E até mesmo os comunistas do PC do B têm feito alianças com o PP. Foi o que ocorreu em Porto Alegre, onde a senadora Ana Amélia declarou apoio à candidata Manuela Dávila, que foi rejeitada pelo PT, embora lidere as pesquisas. 

Maluf, conhecido por sua famosa adega de Romanée Conti, tem motivos de sobra para brindar. Foi reabilitado por Lula e, cada vez mais, tem sido chamado como convidado de honra para os grandes acertos da política. E se tudo isso não bastasse, ele também levou a poderosa Secretaria Nacional de Saneamento do governo Dilma. 

Resumindo: Maluf tá podendo. E muito. 

Nota do Blog: E ainda tem gente que acha que há salvação. Menos .. bem menos ... estamos literalmente bataneo a bunda no fundo do poço em matéira de tudo que se pode imaginar em seriedade, ética, moral, linha de conduta, caráter . Tudo isso nessa atual politica nojenta e feita nos esgôtos de há muito tais conceitos foram deixados de lado. 

Frase com destino certo

- Eu não sei morder canela. Não acho que seja apropriado ao ser humano – disse. - Eu nunca participei de campanha nenhuma desde que deixei a Presidência da República. E, quando eu era presidente, tampouco participava da campanha. Dizia em quem eu iria votar, mas não participava porque achava indevido - 



Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao anunciar, hoje, que não participará da campanha de José Serra, candidato a prefeito de São Paulo

Ressalte-se que o ex-presidente Lula disse no início da semana que "morderá as canelas" dos seus adversários para eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo.

A 'Voz do Brasil' contra a paciência do Brasil

Eugênio Bucci (*)

Na edição de ontem, o Estado trouxe uma notícia desalentadora sobre um assunto igualmente desalentador: PT barra mudança na 'Voz do Brasil'. Um resumo: o Partido dos Trabalhadores jogou por terra a possibilidade de tornar um pouco flexível, só um pouco, o horário em que as emissoras de rádio são obrigadas a retransmitir o velho programa de propaganda dos Poderes da República. Como se diz, foi um banho de água fria, sem prejuízo do desalento, que normalmente é morno.

Recapitulemos. Na semana passada, o presidente da Câmara, Marco Maia, ele mesmo do Partido dos Trabalhadores, prometera que colocaria em votação o projeto que estende em três horas o horário de início da transmissão da Voz do Brasil, hoje fixado por lei na marca das 19 horas, pontualmente. Se aprovado o projeto, as emissoras poderiam iniciar a retransmissão entre 19 horas e 22 horas. A mudança seria bem pequena, é verdade, mas, ainda assim, seria um progresso. Seria - no futuro do pretérito. Apenas seria. Na terça-feira, o PT bloqueou a votação e esfriou as esperanças dos que acreditavam numa modestíssima flexibilização.

Haja paciência. Além de chato, o tema é velho, carcomido e decadente. Aliás, desde que foi instaurado, ainda na época do Estado Novo de Getúlio Vargas, na década de 30 do século passado, o programa só fez decair. Decaiu tanto que acabou virando o que é hoje, um sinônimo de desinteresse, de enfado, de fala inócua, monocórdia, vazia, ainda que pareça um ronco sonolento.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Começa estourar a bolha do mundo X de Eike

O Globo 

Eike Batista corre o risco de entrar para a história das finanças como a maior bolha financeira individual de todos os tempos. Na história do capitalismo, já houve várias manias de investimento, seguidas de crashes e desilusões. Bolha das tulipas, bolha das ferrovias, bolha do ouro, bolha da internet... Mas nunca houve uma bolha concentrada nas promessas de um único indivíduo. Eike Batista talvez abra este precedente. 

Na noite de ontem, a maior de suas empresas, a OGX comunicou ao mercado que todo aquele petróleo prometido não era tão grande quanto se imaginava. As reservas do campo de Tubarão Azul tinham um terço do que se previa. Resultado? As ações da OGX caíram 25% no pregão desta quarta-feira. A queda acumulada no ano já supera 55% e Eike tentava acalmar investidores, numa conferência programada para o início da noite. 

Outras ações do “mundo X”, empresas de Eike Batista criadas com esta letra no nome por superstição, também sofreram no pregão desta quarta. A LLX, que constrói o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, caiu 7,88% - o tombo no ano soma 52,6%. A mineradora MMX desabou 6%, acumulando queda de 25% no ano. E a OSX, empresa que de navegação, recuou 13%, somando retração 40% no ano. 

O que há de comum a esses negócios é que estão em fase pré-operacional. Não produzem, são apenas promessas. Ainda assim, Eike conseguiu vender a vários investidores do Brasil e do mundo a promessa de que criaria uma nova Petrobras e uma nova Vale. Enquanto isso, ele foi um dos mais ativos personagens da vida social brasileira. Passou dias no Twitter, participou de leilões beneficentes para ajudar projetos sociais de Madonna, comprou ternos usados pelo ex-presidente Lula e não dispensou capas de revistas de negócios, além de ter publicado um livro de autoajuda. 

Mas produzir o que havia prometido... 

Há um dia, porém, que chega a hora da verdade. E, ao que tudo indica, este dia, para o mundo X foi esta quarta-feira. Um problema apenas de quem comprou suas ações? Nem tanto. Como os investidores já estão escaldados para as promessas de Eike, o bilionário de papel ronda cada vez mais os governos. Num evento em que anunciou o início da produção da OGX, foi chamado de “orgulho do Brasil” pela presidente Dilma Rousseff. Depois disso, a presidente da Petrobras, Graça Foster, deu entrevistas sinalizando que poderia fechar parcerias com Eike Batista. 

Como se diz no jargão do mercado financeiro, as ações do mundo X estão micando. Espera-se que o mico, tal qual no jogo de cartas, não morra nas mãos do governo federal. 

Isolamento calculado

Eliane Cantanhêde (*) 

A Argentina está na presidência do Mercosul, será a anfitriã da reunião do bloco com associados na próxima sexta e aproveita a crise no Paraguai para sair em desabalada carreira em busca de protagonismo regional. 

Cristina Kirchner tem sido cada vez mais chavista e menos lulista (ou seja, mais radical, menos negociadora), e adere ao eixo Venezuela-Equador-Bolívia justamente quando ele parece mais vulnerável. Confronta a imprensa, bate de frente com a Espanha, assusta os já parcos investimentos internacionais. Mas Cristina não está com essa bola toda: a economia vai mal, as greves pipocam. 

O Brasil corre atrás na crise do Paraguai, tentando uma "ação pedagógica", não uma declaração de guerra: nem deixar a deposição de Lugo passar em branco, até para não estimular golpismos por aí afora, nem asfixiar o país vizinho, já tão sofrido. 

Enquanto os chavistas retiram seus embaixadores de Assunção, e Chávez já corta o fornecimento de petróleo, o Brasil chama o embaixador Eduardo Santos para consultas e adia qualquer sanção prática para a reunião de sexta. Defende soluções conjuntas, não isoladas e afoitas, como as venezuelanas. 

Dilma não irá a Mendoza com ganas de jogar o novo governo Federico Franco na lona, mas disposta a aplicar, além da "ação pedagógica", um "isolamento calculado" até as eleições de abril de 2013. Leia-se: ela quer um Paraguai isolado politicamente, mas funcionando economicamente. Não só para preservar os paraguaios, mas principalmente para garantir os interesses brasileiros no país --que não são poucos. 

Também pesa na cautela brasileira o fato de as instituições paraguaias terem aprovado a deposição: o Congresso votou de forma acachapante, Lugo aceitou no primeiro momento, a Suprema Corte avalizou e a igreja abençoou. Quem, no Paraguai, está pedindo ingerência externa para manter sua democracia? 

(*) Jornalista é Colunista da Folha de São Paulo

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Corinthians: R$ 205 mil reais de prêmio para cada jogador .....

Se vencer a Libertadores, Corinthians repassará R$ 3,7 milhões da Conmebol aos jogadores. Dará em média, R$ 205 mil a cada titular. Tite tem um bônus especial de R$ 300 mil. Será a maior premiação de sua história…  

Cosme Rímoli (*) 

Vencer a Libertadores valerá R$ 3,7 milhões aos jogadores corintianos. 
Proporcionalmente será a maior premiação da história do clube. 
Nem no Mundial de 2000 foi pago tanto. 
Essa foi a decisão da diretoria do clube. 

Repassar integralmente a premiação dada pela Conmebol ao campeão do torneio. 
Os atletas repartirão de acordo com a participação na competição. 
Ganhará mais quem atuou mais vezes. 
Será proporcional. 

A decisão foi acertada quando o time eliminou o Santos. 
Para passar pelo último campeão da Libertadores, os jogadores embolsaram R$ 100 mil cada. 
Agora para a disputa do mais desejado título da história, os titulares deverão receber, em média, R$ 205 mil. 

Tite também tem um bônus especial pela conquista. Isso foi acertado na sua renovação de contrato. 
Pessoas ligadas ao ex-presidente corintiano, Andres Sanchez, garantem que é de R$ 300 mil. 
Mesmo pagando toda essa premiação, o Corinthians terá um grande lucro com essa final. 

Se o time for campeão, não gastará um tostão com jogadores e técnicos. O dinheiro é da Conmebol. 
Mas o clube arrecadará cerca de R$ 2,6 milhões com a partida final no Pacaembu. 
E mais cerca de R$ 2 milhões de patrocínio pontual da Iveco para essa decisão. 
Mais R$ 1 milhão que a Bombril pagará para estar no ombro nos dois jogos. 
Ou seja: R$ 5,6 milhões. 


Aula de Pilantragem e Safadeza Pública

Ferreirinha ensina como receber benesses de autoridades

O Globo

Novas gravações telefônicas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram um dos envolvidos com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira ensinando como se deve pedir favor a um político. Porteiro do Palácio da Alvorada durante o governo Sarney e hoje funcionário da Infraero, Raimundo Costa Ferreira Neto, o Ferreirinha, funciona como um despachante para quem quer pedir ajuda a políticos, principalmente ao hoje presidente do Senado.
Ele próprio recorreu a Sarney para ser promovido a superintendente regional da Infraero, o que não ocorreu. Ferreirinha é acusado de beneficiar o esquema do contraventor liberando máquinas de jogos de azar no aeroporto.

- Vou falar como se fala com uma autoridade. Tem que levar tudo mastigado, saber o que você quer, o que é, quem é responsável por lá e tudo porque eles não vão atrás de saber quem é que é, não. Então põe tudo num papel, direitinho, tudo certinho, aí eu entrego para ele e ele manda pra lá. Mas você tem que saber o que é, o telefone de quem é, quem é o responsável por isso. Autoridade quer as coisas assim, tudo mastigado, só para ele ligar e mandar para o cara: "Resolve isso pra mim e assina". É assim que se resolve com uma autoridade. E não: “Ó, parece que vai ter um realinhamento na Eletronorte” - diz Ferreirinha para um homem identificado como Claudio, que queria que Sarney interviesse para reverter desconto de R$ 430 em seu contracheque da Eletronorte por ser cedido de outro órgão.

O próprio Ferreirinha recorreu a Sarney, em 31 de março do ano passado, para ser nomeado superintendente da Infraero. 

Ao ouvir a preocupação do ex-porteiro do Alvorada com a possibilidade de um outro nome ser nomeado para o cargo, Sarney respondeu:

- Mas o cara está avisado já.

A assessoria do presidente do Senado afirmou que ele só ouviu a demanda do ex-funcionário do Alvorada mas não levou adiante. Ainda de acordo com a assessoria de Sarney, ele não sabia das relações de Ferreirinha com o grupo de Cachoeira.

- Todo mundo pede tudo ao Sarney e ele é muito generoso, então todo mundo pede ajuda. Mas ele não tem esse poder todo - afirmou o assessor Fernando César Mesquita.

Não foi só a Sarney que Ferreirinha pediu ajuda para virar superintendente regional da Infraero. Em conversa com o ex-diretor da empresa Rogério Bazelatti, o servidor diz que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) também ficou de ajudá-lo. Já em outra escuta telefônica, Ferreirinha diz ao sargento da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, que Sarney falou com o “Meirelles”, que ficou de falar com o presidente da Infraero, Gustavo do Vale. Esse último foi diretor do Banco Central na gestão de Henrique Meirelles.

Na conversa com Claudio, o dos R$ 430, Ferreirinha recomenda que o amigo espere a nomeação de José Antônio Muniz Lopes, afilhado político de Sarney, para a presidência da Eletronorte, para só então encaminhar ofício ao presidente do Senado pedindo que resolva seu problema.

- Pois é, eu acho melhor esperar esse cara (Muniz Lopes) assumir logo, né - diz Ferreirinha. - Se o presidente (Sarney) quer tirar o cara (presidente da Eletronorte Josias Matos de Araújo), ele não vai pedir para esse cara, não. O problema é esse. O presidente quer colocar outro cara. Como é que ele vai pedir para o cara que ele quer tirar? Estou pensando logo isso.

Em um dos grampos, Ferreirinha recebe telefonema de um homem chamado Eduardo, pedindo credencial de estacionamento da Infraero. Ele responde que só terá como resolver quando assumir a superintendência da empresa e afirma que o presidente da Infraero suspendeu a credencial até de assessores da presidência do Senado.

Eduardo pergunta:
- Só ficou o pessoal que está trabalhando mesmo, né?
E Ferreirinha responde:
- Parece que só quem tem é o … Parece que nem o Vanderlei tem. (incompreensível). Só o Piccolo - diz Ferreirinha.- O pessoal tudinho do Senado foi cancelado.

Nas conversas telefônicas, Ferreirinha aparece como um para-raio de pedidos. Ele promete arranjar emprego na Infraero até para um ex-caso amoroso que foi demitida da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Mensalão e respeito ao Judiciário

Carlos Alberto Di Franco (*)

A partir de 1.º de agosto, o ex-presidente do PT, ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha e corrupção ativa. Será um julgamento histórico, pois, talvez pela primeira vez, poderosos prestarão contas de seus atos à Justiça. Trata-se de uma mudança cultural da maior importância. O recado, independentemente do resultado do julgamento, é claro: ninguém está acima da lei.

José Dirceu, no entanto, manifesta surpreendente dificuldade de transitar nos espaços normais das sociedades democráticas. Alega inocência e se diz vítima da mídia. Falando, recentemente, aos cerca de mil estudantes presentes ao 16.º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B, no Rio de Janeiro, Dirceu afirmou que o julgamento que o aguarda será a "batalha final". Posando de vítima de um sistema opressor, Dirceu convoca suas milícias. "Essa batalha deve ser travada nas ruas também", conclamou, "senão a gente só vai ouvir uma voz pedindo a condenação, mesmo sem provas." Refere-se à mídia. Daí a obsessão com o chamado "controle social" dos meios de comunicação. Imprensa livre e independente não serve.

A conclamação de Dirceu é também uma rebelião contra as normas vigentes na democracia. Esconde, no fundo, um grave questionamento ao próprio Poder Judiciário. Para Dirceu, o STF, não obstante a solidez da denúncia do procurador-geral da República, só tem um caminho: absolvê-lo. Na hipótese de uma condenação, possibilidade que o atormenta, o caminho não é o respeito ao Judiciário, mas o grito das ruas. O Brasil, no entanto, amadureceu muito. Collor conclamou a população contra a sua destituição. A resposta da sociedade foi pedir o seu impeachment. Agora, diante do mais clamoroso caso de corrupção da República, a reação da cidadania será um vigoroso respaldo à decisão do STF, seja qual for.

Tudo pelo social !!!!!



domingo, 24 de junho de 2012

E tem gente na ilusão de que alguém será punido

Punição de réus do mensalão pode levar anos 

Estadão 

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de julgar a ação penal do mensalão conflita com demora da Corte em concluir os processos contra quatro deputados e ex-deputados, todos já condenados, mas que ainda não começaram a cumprir as penas. A pendência desses processos indica que as possíveis condenações de réus do mensalão demorarão a ser executadas. 

Até que o caso seja julgado e o acórdão publicado, o que abre prazo para recursos, meses ou anos podem se passar. E os exemplos recentes do Supremo mostram que há grande risco de as penas demorarem a ser aplicadas, caso haja condenação. 

Os magistrados terão concluído o julgamento do mensalão quando a condenação do deputado Natan Donadon (PMDB-RO) estiver completando dois anos. Condenado pelo STF a 13 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão em regime inicialmente fechado pelos crimes de formação de quadrilha e peculato, Donadon ainda exerce mandato de deputado federal. 

Donadon embargou a decisão em maio de 2011. Relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia já o liberou para ser julgado. O processo está pronto desde dezembro, mas, desde então, nem o ex-presidente Cezar Peluso nem o atual, Carlos Ayres Britto, o levaram para a sessão. Enquanto o recurso não é julgado, o processo não termina e não se cumpre a pena. 

Dívida paga. Em outro caso, o ex-deputado José Tatico (PTB-GO) foi condenado, em setembro de 2010, a sete anos de reclusão e 60 dias-multa por apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição previdenciária. Tatico recorreu da decisão e tenta extinguir a pena. 

Após condenado, o ex-deputado pagou o que devia e pediu que o Supremo revisse a condenação. O relator do caso, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, levou o recurso a plenário, negando a extinção da pena. Em dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux pediu vista do caso e até o momento não o devolveu para julgamento. Enquanto isso, Tatico permanece solto. 

O caso mais antigo data de maio de 2010. Depois da condenação do deputado Chico Pinto em 1974, acusado de violar a Lei de Segurança Nacional durante o governo militar, o STF não havia condenado nenhum outro parlamentar. O Supremo condenou por crime de responsabilidade o ex-deputado Zé Gerardo (PMDB-CE) a pagar 50 salários mínimos a uma instituição social ou cumprir pena de dois anos e dois meses de detenção. Ele recorreu e até agora o caso não foi julgado e a decisão não transitou em julgado. 

Esterilização. 
Em setembro de 2011, o plenário julgou mais um parlamentar: Asdrúbal Bentes foi condenado, pelo crime de esterilização irregular, à pena de reclusão de três anos, um mês e dez dias, em regime inicial aberto, mais 14 dias-multa, no valor unitário de um salário mínimo. Até hoje, o acórdão do julgamento não foi publicado. Sem isso, não é aberto o prazo para recurso. E só depois do julgamento desse recurso, que ainda chegará ao STF, a pena poderá ser executada. 

A demora do tribunal mostra que os ministros podem condenar réus do mensalão antes das eleições, mas as penas demorarão a ser cumpridas. Ao fim do julgamento, a Corte precisa publicar o acórdão. O presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto, prometeu para este caso celeridade. Depois disso, os réus poderão recorrer. Até que os recursos sejam julgados, todos permanecerão impunes. 

Baixada ganha uma nova Santos até 2020

Cidade de Santos
Folha de São Paulo 

A maior expansão econômica da Baixada Santista em 50 anos vai atrair 400 mil pessoas para a região até 2020. Isso equivale ao surgimento de uma nova cidade de Santos num prazo de oito anos. 

Com 1,6 milhão de habitantes, a região metropolitana da Baixada, que congrega nove municípios e onde está situada parte da maior porção contínua de mata atlântica preservada do país, vive uma febre de investimentos. 

As estimativas do poder público apontam a cifra de R$ 22 bilhões, já radiografados. Grande parte desse dinheiro será aplicada no porto de Santos, o maior complexo portuário do país. 

Nessa conta, entretanto, também estão os primeiros empreendimentos da Petrobras na região. Santos será o quartel-general do pré-sal e a chegada forte da estatal desencadeou uma corrida imobiliária sem precedentes. 

Corrida que fez triplicar o valor dos terrenos e duplicar o valor do metro quadrado construído em áreas nobres. 

Em Santos, 77 edifícios foram construídos entre 2005 e 2011 e outros 134 projetos estão em obras; a prefeitura avalia se libera outros 77. 

No porto, local em que o plano é mais do que duplicar a capacidade para trânsito de carga até 2024, dois grandes terminais de contêineres estão em construção. São projetos que devem manter Santos como a principal porta de entrada e saída num raio de cerca de 1.000 quilômetros. 

DESAFIO 
Espremida entre o mar e o paredão da serra, a Baixada Santista tem imensos desafios.
Os novos investimentos vão encontrar uma região com problemas ambientais e sociais. Hospitais, escolas e força policial hoje não são suficientes para atender a demanda prevista; já há deficit de moradias, e o transporte público regional é precário. 

A ocupação irregular em morros ou à beira-mar é comum. No Guarujá, duas ocupações simbolizam décadas do descaso do poder público e como expansão econômica não significa, necessariamente, equidade social. 

As favelas da Conceiçãozinha e da Prainha estão dentro do porto, margem esquerda do estuário. Alvo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a remoção dos moradores não avança. 

A situação das mais de 1.500 famílias é de absoluta precariedade. Porta de saída do agronegócio, parte dos 25% do comércio exterior nacional cruza diariamente a favela. Trens com mais de 60 vagões de soja ou de contêineres ameaçam homens, mulheres e, sobretudo, crianças. 

"É triste, mas a prometida remoção das famílias atrasou. É problema com a construtora, é mudança de projeto, é erro no cálculo da terraplenagem", diz Carlos Souza, o Carlinhos, líder da Prainha. A prefeita do Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB), diz que há plano de regularização fundiária e assentamento das famílias. 

Só o Guarujá tem um deficit de 35 mil moradias. Mas, além de resolver o problema, a cidade tem de evitar novas ocupações. Para isso, foi criada até uma força-tarefa para derrubar casa irregular.

Com o crescimento populacional previsto para os próximos anos, o risco de haver novas invasões é tão real quanto a febre de investimentos que toma conta da região. 

Grande Prêmio da Europa de Fórmula 1

Alonso venceu e Massa fica em 16° 

Simplesmente um show de pilotagem do espanhol Fernando Alonso, duas vezes campeão do mundo, que provou mais uma vez que mesmo tendo um carro com certas deficiências em relação aos outros carros de ponta, ele consegue através de seu talento tirar algo a mais e chegar entre os primeiros, ou melhor, ainda ganhar a segunda corrida no ano. 

Assim foi o premio nas ruas de Valência junto à área portuária daquela cidade. 

Saiu em 12° e já na primeira volta já assumia a oitava colocação e durante toda a corrida foi alternando ultrapassagens com momentos de calmaria para evitar desgastes dos pneus pelo calor abrasivo, e também contando com a quebra do carro de Sebastian Vettel, mas, sem desmerecer sua progressão e competitividade durante toda a corrida.

Sem dúvida pelas circunstâncias, pelo traçado difícil de ultrapassagem, pelo calor o seu arrojo foi recompensado obtendo a vitória em sua casa. Não é a toa que se tornou o líder do campeonato conquistando sua 2ª, vitória esse ano com um carro dito e propagado como ruim o cheio de deficiências em reta. 

Em compensação os brasileiros amargam outro resultado negativo dando demonstrações de imperícias na pilotagem, já que ambos bateram ou tiveram seus carros batidos e em conseqüência perderam posições e terminaram no fim do pelotão. Bruno Sena em 12° e Felipe Massa em 16. °.

 Não sou expert em Fórmula 1, porém de há muito procuro, mesmo de madrugada, assistir corridas e até treinos. Tal qual o futebol nota-se quando um time não tem competitividade, arrojo, audácia na sua tática para mudar um resultado. 
Melhor exemplo foi ontem mesmo vendo Portuguesa 1 x São Paulo 0. 

Poderiam ficar jogando a noite toda que o São Paulo nunca iria fazer um gol na Portuguesa, exatamente por essa falta de empenho, de mudança de postura, de arrojo enfim para tentar empatar e quem sabe virar a partida.

Na Fórmula 1 e com os brasileiros mais especificamente ocorre a mesma coisa.
Não existe arrojo, audácia, empenho. 

Por mais que o irritante e mal educado Sr Galvão Bueno tente defendê-los apelando para as justificativas mais esdrúxulas pelos resultados de ambos, é claro que se nota total falta de agressividade e vontade em pelo mostrar para quem tem o privilégio de ter uma Ferrari nas mãos. 

Não é qualquer carro, não é qualquer marca. 
Trata-se de uma Ferrari e exatamente por isso o piloto tem que ser mais do que piloto, ele tem que literalmente vestir a camisa e pelo menos tentar a todo custo atingir lugares melhores. 

Fazer o básico, ficar dando voltinhas atrás de outros carros senão menos competitivos, porém com pilotos de qualidade duvidosa, certamente não é admissível durante toda a corrida não tentar algo diferente. 

Assim foram os grandes campeões. Além da alta qualidade na pilotagem tinham arrojo e tenacidade que falta a ambos os pilotos brasileiros. 

 Hoje certamente seria um dia de voltarem para casa e assistirem várias vezes o tape da corrida e aprenderem como um verdadeiro campeão pilota e ganha uma corrida. 

ET: Um amigo me cobra que não falei do Bruno .... Desculpem . O Bruno "Quase Piloto" Senna chegou na frente do Felipe "Sem Braço " Massa ,. Apenas isso . Foi penalizado ao querer fechar o japonês Nakashima quando não deveria ... Pior foi o Galvão "Intolerável" Bueno ainda querer culpar o japonês .. Foi desmentido pelos próprios companheiros e pelos comissários .. Pronto meu amigo . Falei do Bruno ...

Apostas Globais

Globo aposta em Pedro Bial e Fátima Bernardes como âncoras de novos programas  

Folha de São Paulo 

Fátima Bernardes, 49, e Pedro Bial, 54, vivem momentos similares em suas carreiras. Donos de longas trajetórias no jornalismo da Globo --25 e 31 anos, respectivamente--, em 2012 eles encabeçam a renovação do entretenimento da emissora. Movimentação parecida ocorreu 13 anos atrás, quando Ana Maria Braga trocou a Record pelo canal, e Jô Soares disse adeus ao SBT para retornar à emissora onde comandara o "Viva o Gordo". 

"Somos meio móveis e utensílios da Globo. Entramos moleques, por meio de um curso de formação em telejornalismo, como 'trainees'. Pastamos muito e construímos nossa história, que é bacana", diz Bial, que, como Fátima, falou à Folha sobre sua nova atração 

ENCONTRO 
Ela vem primeiro: após 14 anos, trocou a bancada mais importante da TV brasileira, a do "Jornal Nacional", pelo "Encontro com Fátima Bernardes", que estreia amanhã. 

"A ideia é complementar a programação que já estava lá havia alguns anos, como o 'Mais Você'. Havia o espaço para a Globo transformar essa manhã", conta Fátima. 

Apesar de ambas as atrações serem voltadas para o público feminino, discutirem temas do dia a dia, com jornalismo e participação de artistas, e até dividirem um anunciante --a Unilever--, a jornalista não se enxerga como candidata a substituir Ana Maria Braga no futuro. 

"Eu não fui convidada a fazer um projeto. Eu o propus. Não havia nenhum intuito meu de substituição." 

No "Encontro", Fátima vai promover conversas com o público de casa e com sua plateia sobre variados assuntos. Contará com jornalistas e humoristas para apimentar as discussões. "Se uma conversa tem pessoas diferentes, flui melhor." 

Leia abaixo trechos da conversa: 

Folha - Sente falta de apresentar o "Jornal Nacional"? 
Fátima Bernardes - Temos saudades dos amigos, da convivência. Mas fiz a despedida no momento certo. Gosto de ver o "JN" em casa. 

Está preparada para a disputa da audiência matinal? 
Até agora não tem expectativa nenhuma em torno de números, ninguém me passou isso. Mas eu sei que tem uma concorrência grande. 

Espera-se que seu programa seja vanguardista?
É claro que queríamos que ele somasse com o que já estava ali. Que fosse um pouco diferente do que a concorrência faz. Mas acho que a pressão já é estar no ar na Globo, num horário que é difícil. 

sábado, 23 de junho de 2012

A triagem de um doador de sangue

Júlio Abramczyk (*)

A interferência da atividade sexual de um doador de sangue na segurança das transfusões feitas a partir das doações dele é analisada na tese de doutorado da médica Giuseppina Maria Patavino, aprovada recentemente pela Faculdade de Medicina da USP.

A pesquisa estuda o impacto do número de parceiros sexuais na triagem clínica dos doadores que comparecem aos bancos de sangue.

Os doadores com maior número de parceiros heterossexuais nos 12 meses que precedem a doação de sangue apresentaram associação maior de exames que mostravam a presença de patógenos infecciosos por transfusão, em especial o HIV.

No Hemocentro de São Paulo, é excluído um doador que tenha tido seis parceiros heterossexuais diferentes nos últimos 12 meses; em Pernambuco, apenas três; em Minas Gerais, dois.

O estudo observou também correlação entre a idade dos doadores e exames sorológicos positivos.

As pessoas com mais de 55 anos de idade apresentaram resultado oito vezes mais positivo aos testes do que os jovens de 25 anos ou menos. Acima dos 45 anos foi encontrada alta incidência para sífilis, por exemplo.

Doadores com mais de 55 anos apresentaram treze vezes mais exames positivos para sífilis do que os de 25 anos ou menos.

Por outro lado, a positividade para o HIV foi maior nos doadores com menos de 25 anos e de 25 anos a 34 anos.

(*) Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina em São Paulo, onde foi diretor-clínico.

Túmulo do samba

Ruy Castro (*)

A capa nº 6 da revista "Realidade", de novembro de 1966, era estrelada pelos jovens Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Magro (do conjunto vocal MPB4), Toquinho, Rubinho (baterista do Zimbo Trio), Jair Rodrigues, Nara Leão e Paulinho da Viola. Título: "Os novos donos do samba".

Tudo era samba, até o que não era. Era um nome genérico. E vinha de longe. Um livro de Orestes Barbosa, de 1932, intitulado "Samba", falava também de choros, marchinhas de Carnaval, valsas e sambas-canções. E, nos anos 50, quando Vinicius de Moraes chamou São Paulo de "túmulo do samba", não estava acusando a cidade de não produzir o dito ritmo, mas de ter uma noite acanhada, com poucas boates --tanto que o artista que motivou sua frase, Johnny Alf, nem era um sambista tradicional.

Em 1966, ainda se podia chamar tudo de samba porque, mesmo maquiado pela bossa nova, ele continuava o ritmo dominante --vide o número de bossas novas que lhe prestaram tributo até no título: "Samba de Uma Nota Só", "Samba de Orfeu", "Samba do Avião", "Samba Triste", "Samba do Carioca", "Samba Toff", "Samba da Pergunta", "Samba da Bênção", "Samba de Verão" e muitos mais. Chico Buarque e Paulinho da Viola compunham samba "full time" e, dali a três anos, o próprio Gilberto Gil teria seu maior sucesso com um samba: "Aquele Abraço".

Mas, em pouco tempo, a cena mudou. As gravadoras, aliás, multinacionais, decidiram que samba era aquilo que o pessoal do morro fazia no Carnaval. Tudo mais, que não fosse rock, cabia na sigla "MPB". Por coincidência --exceto Paulinho da Viola, que silenciou--, muitos sambistas de 1966 aderiram a um ritmo cursivo, invertebrado, sem swing, de mais trânsito internacional.

No fim, São Paulo deu a volta por cima. E quem se tornou o túmulo do samba, no sentido literal, foi o Brasil.

(*) Escritor e Jornalista. Já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo.

Brasil sedia maior evento de sementes do mundo

Globo Rural 

Entre os dias 26 e 28 de junho, o Rio de Janeiro receberá o World Seed Congress 2012 – Congresso Mundial de Sementes, o maior evento do setor de sementes do mundo. Mais de 65 países, através de suas associações e empresas de sementes, de biotecnologia e máquinas agrícolas, estarão representados no Congresso, que é organizado pela ISF – International Seed Federation e, no Brasil, pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM). Essa é a primeira vez que o encontro acontece em um país da América Latina. 

Entre os temas que serão discutidos no Congresso estão: o papel da semente para uma agricultura sustentável no Brasil, fitossanidade, biotecnologia, propriedade intelectual, tratamento de sementes, produção e comércio de sementes para culturas como soja, milho, forrageiras, trigo, hortaliças e forrageiras, entre outros. As discussões ocorrerão no âmbito dos Comitês Técnicos da ISF e contarão com a participação de renomados representantes de diversos países. 

O mercado mundial de sementes movimenta US$ 37 bilhões por ano. Só o Brasil é responsável por US$ 2,6 bilhões desse total. Narciso Barison Neto, presidente da ABRASEM, acredita que o Congresso Mundial é o melhor momento para a realização dos debates de relevância para o setor, principalmente em relação ao combate a pirataria. Os avanços da biotecnologia e a atualização do marco regulatório internacional, também são destaques. Durante o evento será realizada a Assembleia Geral da ISF, na qual serão eleitos os novos presidente e vice-presidente da entidade. 

“Esse é o encontro mais importante do setor de sementes no mundo, no qual os maiores pesquisadores e autoridades estarão reunidos para discutir novos projetos, novidades em pesquisas e temas importantes para o mundo das sementes. Trabalhamos muito para receber bem os cerca de 1.200 participantes, e para termos um Congresso de alto nível”, comenta Ywao Miyamoto, presidente do comitê organizador. Ele comemora a realização do evento no Brasil. “Somos um dos maiores produtores de sementes e mudas do mundo. Essa é uma grande oportunidade para buscarmos novos negócios e parceiros ao redor do mundo”. 

Radiografia da ineficiência

Opinião do Estadão 

Incapaz de planejar e de tocar projetos, o governo federal só conseguiu um bom nível de execução em pouco mais de metade - 54% - das 92 ações prioritárias incluídas no orçamento do ano passado, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). O novo relatório sobre as contas governamentais, entregue ao presidente do Senado na terça-feira, vale como um atestado de incompetência gerencial. A execução de um quinto das ações foi considerada fraca ou muito fraca. A de outros 26%, apenas razoável. Apontada muitas vezes como administradora severa e eficiente - uma fama inexplicável, quando se considera seu desempenho no governo central -, a presidente Dilma Rousseff completou seu primeiro ano de mandato com resultados muito pobres. 

O quadro continua ruim, quando se deixa de lado o número de ações e se examinam os valores aplicados nos vários programas e projetos. No orçamento de 2011 foram autorizados R$ 17,3 bilhões para o conjunto de prioridades. Foram empenhados R$ 14,5 bilhões, 84% do total. Mas só foram efetivamente liquidados R$ 10,3 bilhões, 59,5% do valor previsto para o ano. Sobraram dos empenhos R$ 4,3 bilhões de restos a pagar transferidos para os anos seguintes. 

O relatório chama a atenção para o atraso na execução de grande parte das obras de infraestrutura e para o consequente aumento de custos. Os problemas decorrem não só de falhas na preparação e na condução dos projetos, mas também da lentidão nas decisões. O autor do parecer, ministro José Múcio Monteiro, alerta para os riscos da indefinição quanto às concessões do setor de eletricidade com vencimento previsto para 2015. Esses contratos representam 18% de toda a geração de energia elétrica e 84% da rede básica de transmissão e envolvem 37 das 63 distribuidoras de energia. 

Há problemas de atrasos em todos os setores, mas o quadro é especialmente preocupante quando se trata de energia e de transportes. Neste setor, falta a conclusão dos planos aeroviário, portuário e hidroviário. Sem avanço nesse trabalho, não haverá como consolidar o planejamento das várias modalidades. 

Várias das grandes obras foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007 e com execução muito atrasada, embora já tenha sido inaugurada oficialmente sua segunda fase. Previa-se inicialmente para 2014 a conclusão das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e da ferrovia de alta velocidade, mas o prazo dos dois projetos foi ampliado até 2019. "Esses atrasos não são isolados nem restritos aos grandes empreendimentos. No eixo Transportes, a diferença média entre os prazos repactuados no PAC 2 e os prazos estimados ao final do PAC 1 é de 437 dias por ação", comenta o autor do parecer. A falta de capacidade de administrar grandes obras e projetos complexos caracteriza, segundo ele, tanto o governo federal quanto as administrações estaduais e municipais e até as empresas privadas, "responsáveis pela execução de grande parte das obras do PAC". A baixa qualidade dos projetos básicos também prejudica o rendimento dos investimentos, forçando revisões durante as obras, e, portanto, o cronograma e os custos. 

O relator acentua a necessidade de melhoras no acompanhamento dos projetos e na avaliação dos resultados. Isso vale não só para as obras financiadas pelo setor público, mas também para o uso dos benefícios fiscais concedidos ao setor privado. A renúncia fiscal aumentou 30% em 2011 e chegou a R$ 187,3 bilhões, mas faltam, segundo o relatório, prestações de contas satisfatórias e indicadores para avaliação do uso desses recursos. Diante disso, o relator sugeriu à Casa Civil dois cuidados na elaboração dos projetos de lei e de medidas provisórias para concessão ou ampliação de benefícios tributários: identificação do órgão gestor da política e especificação de objetivos, indicadores e critérios de avaliação de resultados. 

A presidente Dilma Rousseff assumiu o governo prometendo elevar a qualidade do gasto público e a eficiência da administração federal. Pouco fez para cumprir essa promessa, até agora. Refletir sobre a análise e o parecer do TCU sobre o exercício de 2011 talvez a estimule a cuidar mais seriamente do assunto. 

Lombo assado tradicional


Ingredientes 

2 colheres (sopa) de tempero pronto (alho e sal) 
1 e 1/2 xícara (chá) de vinho branco seco 
Suco de 1 limão 
1 galho pequeno de alecrim 
1/2 colher (chá) de pimenta calabresa seca 
1 xícara (chá) de água 
2kg de lombo de porco magro 
1 colher (sopa) de maisena 

Modo de preparo 

Misture o tempero pronto, o vinho, o limão, o alecrim e a pimenta. 
Acrescente a água, fazendo um caldo para temperar. 
Mergulhe o lombo nessa mistura, deixando imerso. 
Faça furos na carne com um garfo ou uma faca para que o tempero penetre mais rápido. Deixe descansar no tempero por 3 horas. 
Coloque o lombo em uma assadeira grossa, acrescente a mistura de vinho e leve para assar por aproximadamente 1h30. 
Vire uma vez. 
Retire do forno, espere esfriar e fatie. 
Coe o molho da assadeira, passe para uma panela pequena e leve ao fogo. 
Junte a maisena e mexa até engrossar. 

Dica: Se o molho da assadeira secar, acrescente água suficiente para fazer o caldo que acompanha o lombo. 

Deliciosa receita  do GuiadaCozinha.com.br

Será que a nossa justiça é lenta?

Após 16 anos, morte de PC Farias ainda não foi julgada  

Estadão 

No ano em que o primeiro processo de impeachment de um presidente na América Latina completa 20 anos, a morte de um personagem importante dessa história completa 16 anos ainda à espera de julgamento. Paulo César (PC) Farias, o tesoureiro da campanha eleitoral de Fernando Collor de Mello, foi morto com um tiro no peito em 23 de junho de 1996 na praia de Guaxuma, em Maceió, junto com a sua então namorada Suzana Marcolino. 

Na época, PC estava em liberdade condicional e era réu em inúmeros processos por crimes financeiros, sonegação de impostos, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. Tinha audiências marcadas e poderia fazer revelações sobre a participação de outras pessoas nas atividades ilícitas que comandava. Por isso, sua morte foi investigada como queima de arquivo. 

A cena do crime tentava simular um assassinato seguido de suicídio, mas as circustâncias nunca foram de fato esclarecidas. Embora o Ministério Público Estadual tenha feito a denúncia sem apontar o autor para o crime, os quatro seguranças que trabalhavam na noite do crime são suspeitos pelo crime: Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva. Todos vão a júri popular. 

A 8ª Vara Criminal da capital, onde o caso corre, ainda não tem um juiz titular, o que atrasa ainda mais o julgamento, ainda sem data para acontecer. Há expectativa de que o caso seja julgado no segundo semestre deste ano, mas nenhuma data foi divulgada ainda. 

O caso. 
O emblemático PC Farias foi um dos personagens mais marcantes do caso do impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A denúncia feita por Pedro Collor à Veja, que acabou por derrubar o presidente, citava PC como sócio do presidente em negócios ilícitos para levantar recursos que custeavam gastos pessoais e campanhas políticas. Pedro se referia a PC como “lepra ambulante”. 

Pedro Collor vinha revelando uma série de denúncias contra PC Farias. Na entrevista, ele afirmou que PC Farias era o “testa de ferro” do presidente e que os dois atuavam em “simbiose profunda”. Ele também disse que o presidente tinha um apartamento em Paris e sabia que PC Farias agia em seu nome para realizar tráfico de influência. 

Pedro ainda foi mais à frente. Depois da denúncia à Veja, ele afirmou ao ‘Estado’ que PC havia lhe oferecido US$ 50 milhões para que desistisse das denúncias contra o presidente, mas ele não aceitou o dinheiro porque sua luta “não tinha preço”. 

Investigações. 
A primeira versão para o caso – apresentada pelo delegado Cícero Torres e pelo legista Badan Palhares – foi de crime passional. Para os defensores da tese, Suzana teria matado PC e depois se suicidado. Essa versão foi contestada pelo médico George Sanguinetti e depois derrubada por uma equipe de peritos convocados para atuar no caso, fornecendo às autoridades policiais um contralaudo. 

Em 1998, a equipe dos peritos Daniel Munhoz, da Universidade de São Paulo (USP), e Genival Veloso de França, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), derrubou a tese de crime passional e concluiu pela tese de duplo homicídio. Com isso, nova investigação foi iniciada, tendo à frente os delegados Antônio Carlos Azevedo Lessa e Alcides Andrade, que contaram com a colaboração do perito Ailton Vila Nova. 

Foi com base na segunda perícia que os delegados indiciaram os 4 seguranças como autores materiais e apontaram o então deputado federal Augusto Farias como o autor intelectual do duplo homicídio. O ex-deputado nega envolvimento na morte do irmão e continua dizendo que acredita em crime passional. 

Fortalecimento da Vigor Alimentos

Vigor abre o capital e prevê faturamento de R$ 6 bilhões nos próximos anos  

Globo Rural 

A Vigor Alimentos, empresa de lácteos do Grupo JBS, iniciou nesta sexta-feira (22/6) a negociação pública das suas ações na BM&FBovespa, sob o mais alto nível de governança corporativa existente no país, o Novo Mercado. O presidente da empresa, Gilberto Xandó, disse que na primeira reunião do conselho de administração da companhia, sem revelar a data, serão definidas as metas de alavancagem. 

Xandó afirmou, após a cerimônia de abertura do início das negociações, que no momento a Vigor não tem plano definido de captação de recursos no mercado. "Acreditamos que o mercado de capitais (via negócios das ações) pode nos financiar por um tempo. Mas estamos em uma situação confortável para nos alavancar", disse o executivo. 

As ações da Vigor, até aqui a única empresa de lácteos com ações em bolsa no Brasil, chegam ao mercado após uma bem-sucedida operação iniciada em fevereiro deste ano. Será um total de 149,7 milhões de ações cotadas ao valor inicial de R$ 7,96/ação e que passam a ser negociadas livremente. Sobre a expectativas para os próximos anos, Xandó disse que acredita em um faturamento de R$ 5 bilhões, R$ 6 bilhões. Mas se será atingido em cinco, quatro ou oito anos, dependerá muito também das condições do mercado de lácteos. 

Com faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2011, a Vigor tem em seu portfólio produtos de alto valor agregado, desenvolvidos ao longo de uma história de 94 anos. Para o presidente da Vigor, há dois grandes segmentos no mercado de lácteos: queijos e derivados e iogurtes. No de queijos, conforme o executivo, a Vigor é líder nacional em requeijões. Somente em São Paulo, a participação da empresa nessa categoria chega a 30%. "Queremos crescer mais do que o dobro em queijos também", ressaltou. Já em iogurtes, Xandó aposta no portfólio abrangente da companhia, que tem público-alvo pessoas de todas as classes sociais. "Juntando queijos e iogurtes, nossa participação é de 8% no País", informou. 

Sobre o início das negociações das ações da Vigor na BM&FBovespa, Xandó declarou que "esse momento é marcante para a Vigor. Estamos ganhando independência para crescermos de forma mais robusta. A empresa tem mais de 90 anos e a reabertura de capital nos preparará para mais 90 anos de sucesso." 

Com 3.300 funcionários, sete fábricas distribuídas nas principais regiões produtoras do Brasil, a Vigor atende mais de 20.000 clientes no país. A qualidade e a diversificação dos produtos se dividem entre algumas das mais tradicionais marcas de produtos lácteos do Brasil, como Vigor, Faixa Azul, Danubio, Serrabella e Leco. Essas marcas estão distribuídas nos principais canais do varejo nacional.