Gilberto Dimenstein (*)
Resumindo o gesto de Luiza Erundina: uma aula de dignidade. É daqueles gestos que têm um efeito pedagógico contra o pragmatismo rasteiro.
Erundina disse o que deveria ser dito: nem tudo vale a pena para chegar ao poder. Haddad acena com a campanha do novo, mas seu partido usa a velha política do clientelismo para comprar 90 segundos de horário eleitoral.
No pragmatismo rasteiro, muita gente que se incomodou com a ética da aliança Haddad/Maluf, achava aceitável, elogiável até, a aliança Serra/Maluf.
Não é possível que se ache normal uma aliança com alguém procurado mundialmente pela Interpol. Tanto PSDB e PT nasceram com a bandeira da ética, criticando ações simbolizadas em personagens como Maluf.
Alguém precisava chutar esse balde da hipocrisia. Erundina sai da corrida, mas, nessa eleição, ela já venceu.
(*) Jornalista é colunista da Folha de São Paulo
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