quarta-feira, 24 de abril de 2013

Adeus, companheira !

Fabio Blanco (*) 

Miraram na raposa, acertaram na ovelha.

É isso que acontece quando uma lei é feita apenas para satisfazer grupos ideológicos. 

E as empregadas domésticas? Venderam a elas a ideia de que agora teriam os direitos idênticos aos de todos os empregados formais, que passariam a gozar de férias, FGTS, horas extras... E algumas estavam até comemorando, pois, se o pessoal lá de Brasília falou que elas têm direito, então, a partir de agora, bastaria exigi-los. 

Doce ilusão! O que elas estão recebendo, e em massa, são comunicações de dispensa. 

Alguém pensou que seria diferente? Acreditem, o poder público não pode direcionar o mercado como muitas pessoas acham que ele pode. Ele tenta, cria normas, faz leis, impõe regras, mas, no fim das contas, o fator decisivo sempre será a oferta e a procura. 

O que os fazedores de lei esqueceram, neste caso, é que o trabalho doméstico, se muitas vezes parece indispensável, é uma necessidade de natureza bastante diversa em comparação ao trabalho em uma empresa comercial. Esta, por definição, precisa de empregados para existir, para prestar seus serviços, fabricar seus produtos, vender seus bens. Sem funcionários uma empresa não existe. O trabalho doméstico, pelo contrário, por mais que pareça indispensável, em sua ausência não se altera a natureza do domicílio. Pode causar alguns transtornos, mas o lar permanece um lar, com ou sem empregada. 

Ora, bastava dar uma olhadinha para países mais ricos, como os EUA e Canadá, para saber que o endurecimento de regras trabalhistas, ao invés de colaborar para o implemento de direitos, de fato, impedem sua efetivação. 

Nesses países o trabalho doméstico é quase inexistente. Com exceção de pessoas com muito dinheiro, poucos se atrevem a contratar um trabalhador doméstico com todos os encargos que lhe são peculiares. Porém, nesses países mais ricos o impacto dessa impossibilidade é absorvido por outras oportunidades de emprego. Aqui no Brasil, porém, onde ainda para pessoas sem formação específica a oferta de trabalho não é assim tão abundante, conceder direitos formais, ao invés de conceder ganhos para os supostos beneficiados, é o que acaba promovendo é o desemprego. 

O resultado dessa lei será, portanto: a demissão em massa de trabalhadoras domésticas, lançando-as para o trabalho autônomo de diaristas, com o óbvio aumento de oferta desse tipo de serviço, com a consequente diminuição dos valores de remuneração, exatamente por causa da concorrência. Quiseram favorecer os empregados, acabaram apenas favorecendo os patrões. Principalmente aqueles que sempre fugiram de arcar com os custos trabalhistas. Miraram na raposa, acertaram na ovelha. 

É isso que acontece quando uma lei é feita apenas para satisfazer grupos ideológicos. Estes, normalmente, são terrivelmente míopes para a história e para os fatos. Vêem tudo pela ótica do explorador e explorado, pela luta de classes e não percebem que, na realidade, as relações são bem mais complexas do que isso. O que mais ouvi, nestes dias, foi a retórica da libertação das domésticas, o fim de sua escravidão, e que essa era a última conquista que restava na área trabalhista. Porém, será que nunca se perguntaram o motivo delas possuírem menos direitos que os trabalhadores de empresas? Talvez, sim. Porém, como é de praxe, concluíram que isso devia-se a preconceito, interesse ou segregação. 

Ao que parece, que nenhum deles parou para pensar é que a natureza do trabalho doméstico é completamente diferente do trabalho empresarial. 

Melhor dito: o empregador doméstico jamais pode ser colocado em pé de igualdade com o empresário. Este, ao pagar salários, incorpora esses gastos nos preços de seus produtos e serviços. Por isso, o número de funcionários que possui depende, diretamente, da projeção de vendas e negócios que espera realizar. O empregador domiciliar, pelo contrário, paga sua empregada doméstica com o dinheiro de seu próprio bolso, sem possibilidade de reembolso. Aqui, funcionário é apenas gasto; lá, é investimento. 

Por tudo isso, já se pode considerar esta uma das piores leis trabalhistas da história. 

(*) Advogado e teólogo

terça-feira, 23 de abril de 2013

Gol contra: o calote e o perdão

Gil Castello Branco (*) 

Na Antiguidade, com a inexistência de informações científicas, alguns acreditavam que o dia amanhecia porque o galo cantava. O fato verídico — hoje anedótico — é um alerta para que sejam examinadas com cuidado as relações entre causa e efeito. No rol das ilações descabidas, está prestes a entrar nos trilhos o trem da alegria do esporte bretão. 

Com base em alegações patéticas do tipo "o futebol integra o patrimônio cultural brasileiro, possui elevado interesse social e é reconhecido como elemento constituinte da nossa brasilidade", o governo federal está pensando em anistiar as dívidas fiscais bilionárias dos clubes esportivos e dos times de futebol. Além disso, as agremiações — que faturaram entre R$ 40 milhões e R$ 290 milhões em 2012 vendendo direitos de transmissão de TV, ingressos, publicidades, títulos de sócio torcedor, jogadores e patrocínios — ficariam isentas de impostos por serem "entidades sem fins lucrativos". Parece piada. 

Na realidade, a bondade da União em relação às dívidas federais (FGTS, INSS e Imposto de Renda), de aproximadamente R$ 3 bilhões, não resolve todo o problema. O rombo total beira os R$ 5 bilhões e inclui tributos estaduais e municipais, empréstimos bancários e processos trabalhistas.

A ideia do perdão com chapéu alheio foi do deputado Vicente Cândido (PT/SP), por coincidência vice-presidente da Federação Paulista de Futebol para a região metropolitana e o ABC. Curiosamente, a "causa" foi apadrinhada pelo ministro do Esporte, mesmo em época de vacas magras na economia em que sobram isenções e falta crescimento. Em 2011, após a "CPI da CBF Nike", o atual ministro, Aldo Rebelo, e o ex-deputado Silvio Torres escreveram o livro CBF/Nike e entraram de sola na cartolagem: 

"... são milhões de dólares que rolam em contratos obscuros e desaparecem. Quanto maiores os contratos, mais endividados ficam a CBF, as federações e os clubes, enquanto fortunas privadas formam-se rapidamente, administradas em paraísos fiscais de onde brotam mansões, iates, e se alimenta o poder de cooptação e de corrupção". 

Pelo visto, no futebol brasileiro, o crime compensa com o aval federal. À custa do devo não nego, pagarei quando quiser, os clubes já foram favorecidos com dois programas de refinanciamento dos seus débitos e até com a criação de loteria específica, a Timemania, sem a redução do montante devido. Agora, porém, o negócio é de pai para filho, ou de governo para cartola. Os clubes devedores pagariam apenas 10% do principal em 240 meses. Para quitar os 90% restantes as instituições esportivas ofereceriam contrapartidas de incentivo ao esporte olímpico e projetos sociais. No linguajar político-burocrático a "mamata" é chamada de "reestruturação da dívida". Comparativamente, o cidadão comum refinancia o que deve no prazo máximo de 60 meses. 

Resta saber, como diria Garrincha, se já combinaram com os "russos". Será que as piscinas e as quadras de tênis do Flamengo e do Fluminense, por exemplo, irão comportar centenas de novos alunos que serão integrados às escolinhas? Os sócios irão arcar com as despesas de transporte, remuneração dos professores, uniformes e alimentação para os jovens carentes? 

Paralelamente, qual será o órgão responsável pela fiscalização dos "contratos" que irão trocar as dívidas federais por serviços prestados? A tentativa de punir com perda de pontos nos campeonatos os clubes que não cumprirem o prometido é história da carochinha. Ou será que alguém imagina o Vasco ou o Botafogo perderem títulos porque não pagaram o INSS? 

As vésperas da Copa das Confederações, do Mundial e das eleições de 2014 muitas propostas irão surgir por parte de autoridades e políticos com a intenção de associar suas imagens aos eventos. Não é por acaso que já estão brotando terrenos para estádios e centros de treinamento, financiamentos de bancos federais, patrocínios de estatais e incentivos fiscais a rodo. Que o diga o Corinthians, o clube do coração do ex-presidente Lula. 

Para 2014 e 2015 já estão previstos quase R$ 2 bilhões de renúncia fiscal para o esporte. Enquanto isso, mais da metade das escolas brasileiras não possui uma quadra esportiva ou a que existe não está em condições de uso. Assim, é necessário que o Ministério Público e a Justiça impeçam que a dívida e a má fé de alguns dirigentes sejam perdoadas com recursos públicos. Afinal, o dia não amanhece porque o galo canta. Mas se a caridade do governo prosperar, acabaremos pagando o Pato e outras transações milionárias.

(*) Economista e fundador da organização não-governamental Associação Contas Abertas

Nada como ser um País rico, não é senhora Presidente?

Brasil abre mão de arrecadar R$ 1 bilhão em impostos na Copa de 2014

Estadão 

Na Copa do Mundo mais bilionária da história, o Brasil abrirá mão de coletar impostos no valor de mais de R$ 1 bilhão durante o Mundial de 2014 por causa das isenções fiscais que concedeu à Fifa, seus parceiros comerciais e à construção de estádios pelo País. Os dados serão divulgados em meados do ano pelo Ministério do Esporte. O valor da renúncia fiscal é duas vezes superior ao que o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, chegou a anunciar em 2010 quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a lei que concedia os benefícios fiscais. 

O valor, estimado pelo próprio Ministério do Esporte, ainda seria suficiente para construir mais de 227 escolas pelo País, considerando o valor de R$ 4,4 milhões para cada estabelecimento, conforme projeções dos custos de um colégio estabelecido pela prefeitura de São Paulo. Outra estimativa aponta que o valor seria suficiente para construir mil creches. A Fifa prevê lucros sem precedentes na Copa e já admite que os contratos comerciais que assinou em função da Copa já superaram os valores das Copas de 2010 e de 2006, mesmo que ainda falte um ano para o Mundial no Brasil. Mas uma de suas exigências era de que a entidade não pagasse impostos no País, como também ocorreu em outras Copas do Mundo. Impostos de importação, taxas sobre lucros, tributos vários e mesmo impostos sobre os salários dos funcionários da Fifa não serão cobrados. 

A Fifa alega que não tem sede no Brasil e, portanto, não teria motivo para pagar impostos no País. Mas, na Suíça, onde tem sua sede, a entidade também tem um acordo e está praticamente livre de impostos. Resultado: os benefícios da Copa entram nos caixas da entidade praticamente sem nenhuma taxação. Questionada sobre o motivo de exigir a isenção, a Fifa se limita a explicar que "foi sempre assim", em relação a outras Copas. 

PROJEÇÕES 
Em 2010, quando a lei que previa as isenções foi assinada, o então ministro Orlando Silva garantiu que a renúncia era de R$ 500 milhões. Semanas depois, membros do próprio governo admitiam que o valor chegaria a R$ 900 milhões, diante das isenções que foram também dadas aos clubes, empresas e entidades que estivessem construindo estádios. 

Agora, o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, admitiu ao Estado que o valor deverá ficar acima de R$ 1 bilhão. .,.,.,. "Acreditamos que vá passar da marca de R$ 1 bilhão", disse em Turim. Ele promete que o detalhamento da isenção, quem recebeu e qual obra se beneficiou será divulgado pela primeira vez em meados do ano. "É um exercício de transparência", estimou.

Por enquanto, a Copa já teve um orçamento de R$ 24 bilhões, ainda que o próprio governo estime que o valor irá superar a marca dos R$ 30 bilhões.

A expectativa do governo era de que R$ 16 bilhões entrassem nos cofres da União com a realização da Copa do Mundo de 2014 em outros impostos. Mas o valor acabou sendo reduzido para R$ 10 bilhões. 

As prefeituras também deram isenção na cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) à Fifa, assim como na construção e reforma dos estádios utilizados na Copa. 

Nota do Blog: Para que construir escolas, hospitais ou socorrer mais uma vez os afetados pela seca do nordeste ... para que melhorar o sistema de logistica do País, ou combater com rigor e determinação o tráfico de armas e drogas .. para que não é senhora Presidente ... o negócio é gastar com Copa do Mundo e isentar a FIFA que é uma mãe para o País do Faz de Contas ...

Manejo de açai em área indígena

Emater vai orientar o manejo de açaizais nativos na Aldeia Xicrim em Água Azul  

Fonte: Emater - Agência Pará

Na aldeia Xicrim, em Água Azul do Norte, sul do Pará, a 130 quilômetros da sede do município, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), vai trabalhar o manejo de açaizais. A intenção é promover o melhoramento da produtividade das fruteiras nativas para comercialização. 

Essa é a primeira ação que a Emater vai trabalhar junto à comunidade indígena, distribuída em três aldeias, compostas de 39 famílias. 

Entre os objetivos da ação está o aproveitamento total do açaí que chega a registrar perdas de até 80% da produção anualmente.

Na área indígena, a Emater vai realizar um diagnóstico de produção, que tem estimativa de render 20 toneladas ao ano. Apenas parte da produção é aproveitada, por ser um dos principais alimentos consumidos pelos Xicrim, na região. 

O objetivo da Emater é aproveitar todo o potencial extrativista nas aldeias. 
Dentro das aldeias, a Emater também realizará uma vistoria para a emissão de Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf- DAP). 

A emissão do documento vai ajudar a garantir a comercialização da produção indígena via Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Apoio a Merenda Escolar (PNAE). 

“Nós acreditamos que só com a produção de açaí desperdiçada a comunidade poderia lucrar pelo menos três milhões de reais por ano. Essa vai ser a primeira ação comercial das aldeias”, disse Cesar Augusto Carneiro, técnico em agropecuária da Emater. 

Outro trabalho da Emater dentro das áreas é mostrar aos indígenas a necessidade da preservação ambiental. A exploração da floresta nas aldeias, provocada pela pecuária de corte, tem desmatamento na região. 

“O manejo das frutíferas vai ajudar na conscientização ambiental”, enfatizou Carneiro.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Doce de abóbora com coco

Ingredientes  
5 xícaras (chá) de abóbora madura descascada em cubos 
1 xícara (chá) de água 
1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar cristal 
1 canela em pau 
2 cravos-da-índia 
1 xícara (chá) de coco ralado 
Queijo fresco ou requeijão para acompanhar 

Modo de preparo 
Em uma panela, misture a abóbora, a água, o açúcar a canela e o cravo. 
Leve ao fogo baixo, mexendo de vez em quando. 
Cozinhe por 30 minutos ou até a abóbora desmanchar e começar a pegar no fundo da panela. 
Tire do fogo e misture o coco ralado. 
Deixe esfriar e guarde em recipiente fechado. 
Sirva acompanhado de queijo fresco ou requeijão.

Outra vergonhosa ação do governo federal

E-Mail enviado ao Presidente da OAB/Brasil 

Ilmo Sr Dr 
MARCUS VINICIUS FURTADO COÊLHO 
M.D Presidente da OAB Brasil 
Brasilia - DF 

Prezado senhor - saudações 

Meu nome é Antenor Pereira Giovannini , tenho 65 anos e aposentado como milhões de brasileiros. 

A lisura e a conduta sempre transparente e atuante dessa Casa em prol dos mais diversos assuntos que afetam a comunidade nacional, me levam a pedir socorro não pelos desmandos na aposentadoria porque isso é crônico e dificilmente será corrigido, mas por essa aberração que o governo federal pretende realizar que é a concessão de perdão das dividas dos clubes de futebol profissional desse País . 

Estou entregando minha declaração de imposto de renda e mesmo sendo aposentado e sem grandes rendas ainda sou obrigado a pagar imposto, inclusive um dos motivos é a coisa mais rídicula de que somente em nosso sistema tributário pode ocorrer: me mudei para São Paulo por motivos de doença em família e aluguei minha casa na cidade de origem e com esse numerário consigo alugar algo em São Paulo. Pois bem, ao declarar o que recebo entra como receita mas o que eu pago não é considerado e com isso minha receita fica maior incidindo imposto de renda ... coisa absurda . 
Mas, é a lei e não posso contrariá-la. 

Porém, logo em seguida o sangue sobe ao ler que o senhor ministro dos esportes pretende nessa semana conseguir que os clubes de futebol tenham suas dívidas junto ao INSS, Receita Federal etc, perdoadas a troco de falsas compromissos futuros ... 

Porque isso, senhores?
Pelo amor de Deus ... Isso é uma aberração, uma afronta não somente para as pessoas físicas mas, também as jurídicas desse País, que religiosamente e muitos à duras penas recolhem seus impostos, para que clubes administrados por incompetentes, omissos, inconsequentes dirigentes tenham suas dividas simplesmente apagadas para que retornem a gerar megalomanias como sempre o fizeram. 

Será que as times manias ou títulos de capitlzações inventadas pelo governo federal para tirar dinheiro do povo e seja investido em falidos clubes não é suficiente para demonstrar a ineficiência que tais clubes e principalmente o dinheiro são administrados? 

Por isso, diante da credibilidade e principios dessa Casa e da camisa que há anos os senhores vestem, por favor liderem uma campanha para que isso não ocorra. 

Somos conscientes que a grande massa ainda é a favor do pão e circo e por isso nem ligam para uma atitude dessa, mas por aqueles que ainda pensam e principalmente pagam os impostos nesse País, imploro que a OAB compre essa briga . 

Saudações e sucesso constante 

Antenor Pereira Giovannini

domingo, 21 de abril de 2013

E o País de dolentes se cala diante dessa safadeza explícita

Marin e Aldo Rebelo mostrarão a lei que premiará a irresponsabilidade dos clubes brasileiros. Mais de R$ 3,6 bilhões de impostos serão perdoados. Uma festa indecente com o dinheiro público. Que país é esse?  


Cosme Rímoli (*) 
 
O futebol brasileiro mostrará sua força na quarta-feira. 
Não, não no inútil amistoso entre Brasil e Chile no Mineirão. Mas em Brasília. 
Lá estará a verdadeira seleção. 
Marin, Aldo Rebelo, Romário, Mario Gobbi, Bandeira de Mello. 

Representantes da Receita Federal, INSS e da Caixa Econômica. 
E mais dezenas de políticos e presidentes de clubes. 
Aportarão lá para referendar a Lei Proforte. 
O deputado Vicente Cândido do PT tornará pública uma indecência. 

Perdoar 90% dos mais de R$ 4 bilhões que os clubes devem aos cofres públicos.
Dívidas de décadas com Imposto de Renda, Previdência e FGTS. 
Em compensação, os clubes seriam obrigados a investir na base. 
Na formação de novos jogadores. 

Os clubes que mais devem ao governo são os quatro cariocas. 
Mas a medida beneficia todos os grandes. 
Todos devem. 
Outra vez o governo resolve premiar a incompetência, a irresponsabilidade. 

Seguir pela demagogia, salvar clubes que deveriam estar falidos por má gestão. 
Não é será um ato de amor, a renúncia fiscal tem efeito colateral. 
O de agradar milhões de torcedores, milhões de eleitores. Isso é ótimo.
Em 2014, por coincidência, haverá eleições no País. 

O lobby será imenso e a lei deverá ser aprovada. 
Pouco importando o sacrifício. 
O Brasil tem mais de 15% da população abaixo da linha da miséria. 
Problemas terríveis de segurança, educação, saúde. 

Mesmo assim, abrirá mão de pelo menos R$ 3,6 bilhões de arrecadação.
Dinheiro que era obrigação dos clubes pagar. 
Será um desperdício com o dinheiro público.
Vergonhoso prêmio dado a décadas de má gestão, irresponsabilidade.

Dirigentes deixavam de propósito de pagar impostos para comprar jogadores. 
Sabiam o que estavam fazendo.
Há décadas a dívida foi rolando, empurrada com a barriga.
Havia um senso comum, que um dia ela seria perdoada. 

sábado, 20 de abril de 2013

As peripécias da namorada do poderoso chefão |

Sindicância detecta ‘indícios de enriquecimento ilícito’ de Rose, ex-chefe da Presidência em SP  

Blog do Josias para Folha de São Paulo 

Uma sindicância feita por técnicos a serviço da Casa Civil da Presidência da República esquadrinhou as atividades de Rosemary Noronha no governo. O resultado foi acomodado num relatório de 120 folhas. No seu pedaço mais constrangedor, o documento sugere a “instauração de sindicância patrimonial em desfavor da ex-servidora.” Por quê? Detectaram-se “indícios de enriquecimento ilícito.” A pedido da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), a Controladoria-Geral da República abriu-se contra Rose, como a investigada é chamada na intimidade, um processo administrativo. 

Até o ano passado, Rose chefiava o escritório da Presidência em São Paulo. Nomeada sob Lula, com quem mantinha íntimas relações, ela foi mantida na função por Dilma Rousseff. Tornou-se nacionalmente conhecida depois que a Polícia Federal a pilhou na Operação Porto Seguro. Indiciada por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, Rose foi alvejada pela investigação da Casa Civil. 

Os técnicos trabalharam por dois meses. Anotaram no relatório final uma recomendação prosaica: os achados deveriam ser mantidos em segredo. Avaliou-se que a divulgação poderia produzir “instabilidade institucional”. Por sorte, sigilo sobre malfeitos não é algo que orne com democracia. E o repórter Robson Bonin trouxe à luz o conteúdo do documento que se pretendia esconder. 

As constatações são de estarrecer. Nada, porém, capaz de abalar os pilares de uma República que resistiu a escândalos como o mensalão. A sindicância logrou reconstituir parte da rotina de Rose no gabinete da Presidência na Avenida Paulista entre 2009 e 2012. Fez isso tomando depoimentos de servidores e perscrutando mensagens eletrônicas, registros de agenda e relações de visitantes. 

A PF já havia revelado que Rose valera-se da intimidade com Lula para influir na nomeação de diretores de agências reguladoras e usufruir do esquema que traficava interesses privados e comercializava pareceres de repartições públicas. Além de favores, Rose recebia dinheiro. A sindicância da Casa Civil adicionou a esse prontuário novas revelações. Afora a suspeita de “enriquecimento ilícito”, empilharam-se no relatório anomalias como as seguintes: 

1. Em suas mensagens eletrônicas, Rose jactava-se de pedir favores ao “PR”, como ela se referia a Lula, o presidente da República de então.

2. Rose era solícita com os superiores e poderosos –uma forma de obter favores e afago$ como cruzeiro marítimo, viagens e um final de semana no resort Costa do Sauípe Golf Spa, no litoral da Bahia. Varejando os e-mails de Rose, os técnicos verificaram que ela usou papéis da Presidência para comprar no Departamento de Vendas VIP da Volkswagen um automóvel Space Fox abaixo do preço da tabela. 

3. Com os subordinados, Rose era grosseira. Em depoimentos, motoristas, secretárias e copeiras desfiaram um rosário de humilhações. Numa passagem, Rose ameaçou de demissão uma secretária. Humilhou-a a tal ponto que a servidora passou mal. Foi socorrida por um bombeiro. Sua pressão arterial explodira. Precisava de um médico. Alguém ousou sugerir a Rose que o carro oficial fosse acionado para levar a secretária ao hospital. 

Abespinhada, a então toda-poderosa da Presidência proibiu o motorista de prestar o socorro. Bombeiro e paciente foram ao hospital de táxi. Depois, Rose proibiu a secretária de lhe dirigir a palavra. Na sequência, mandou-a ao olho da rua. 

4. Rose utilizava um carro oficial como se fosse privado. Às custas do contribuinte, ia ao dentista, ao médico, a restaurantes… Transportava familiares e amigos. Dispunha de motorista. Usava-o como contínuo de luxo. A bordo do veículo da Presidência, o chofer deslizava por São Paulo entregando encomendas, realizando trabalhos bancários e fazendo compras. Também buscava no aeroporto lobistas parceiros de Rose. 

5. Em 2010, Rose foi passear com o marido em Roma. Absteve-se de tomar providências comuns aos turistas mortais –reservar hotel e alugar automóvel, por exemplo. Preferiu dirigir-se ao então embaixador do Brasil na capital italiano, José Viegas. Mercê de sua influência, foi recebida com deferências de chefe de Estado no Palazzo Pamphili, a mais suntuosa instalação diplomática do Brasil no exterior. 

O embaixador Viegas enviou a Rose um convite oficial que a livraria de eventuais dissabores aduaneiros no desembarque. Colocou-lhe à disposição carro e motorista. E hospedou-a na ala residencial da enbaixada. 

Vale a pena ler uma das mensagens enviadas pelo embaixador Viegas a Rose.

Reproduzido no relatório da sindicância, o texto anota: 

Querida Rose, 

Benvenuti! O endereço é Ambasciata del Brasile, Piazza Navona 14, Roma. 

Estou retransmitindo esse e-mail a minhas secretárias, Francesca e Valéria, a quem peço preparar com urgência uma carta-convite para você e seu marido, cujo nome peço enviar a elas nos endereços que aparecem acima, assim como no meu. Mande o número do fax para o envio da carta. Peço também que nos mande os dados da chegada. Vocês ficam no quarto vermelho. Dia 26 faço uma pequena operação no menisco e quando você chegar estarei na cama. Erika fará as honras, mas quero que vocês entrem para que eu a reveja e conheça o seu marido. Buon Viaggio! Auguri! 

O abraço do José Viegas”

Com o auxílio da CGU, a sindicância da Casa Civil verificou que Rose não foi a Roma a trabalho. Concluiu o obvio: ao usufruir das facilidades diplomáticas bancadas pelo contribuinte brasileiro, apropriou-se de coisa pública em benefício particular. Recomendou-se ao Itamaraty a apuração do episódio. 

Ouvido, o embaixador Viegas, que deixou o posto de Roma no ano passado, disse que não lhe cabia “discriminar quem chega com dinheiro público ou privado” à embaixada. Argumento inusitado, muito inusitado, inusitadíssimo. Tomado ao pé da letra, Viegas trataria todo mundo com os mesmos punhos de renda. 

Quaquer brasileiro que lhe batesse à porta teria carta anti-alfândega, carro, comida e os lençois do “quarto vermelho”. A propósito, Viegas jura que o tal dormitório encarnado é um cômodo secundário do palácio do século 17 que serve de sede para a representação diplomática do Brasil em Roma. 

O repórter Thiago Prado informa que Rose anda magoada com seus ex-chegados. Até compreendera que os amigos nada fizessem para impedir a PF de deflagrar a Operação Porto Seguro. Não se conforma, porém, com o fato de a companheira Gleisi ter acomodado os perdigueiros da Casa Civil nos seus calcanhares. Entende menos ainda o processo administrativo que Gleisi encomendou à CGU. 

Foi contra esse pano de fundo envenenado que Rose decidiu mudar de advogados. Trocou os doutores que faziam sua defesa, ligados ao PT, por uma banca de de Porto Alegre: Medina Osório Advogados. Trata-se de um escritório que já prestou serviços ao PSDB federal e a tucanos como a ex-governadora gaúcha Yeda Crusius. 

No processo administrativo que corre na CGU, os novos defensores de Rose planejam arrolar como testemunhas de defesa alguns petistas de mostruário. Por exemplo: Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula e atual ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência; Erenice Guerra, ex-ministra-chefe da Casa Civil e ex-braço-direito de Dilma Rousseff; Beto Vasconcelos, segundo de Gleisi na Casa Civil; e Ricardo Oliveira, ex-vice-presidente do Banco do Brasil. 

É pena que Rose e seus advogados não tenham incluído Lula no rol de testemunhas. Desde que sua ex-faz-tudo foi pendurada de ponta-cabeça nas manchetes, Lula não disse palavra sobre o caso. Num depoimento formal talvez se animasse a explicar por que permitiu que a ex-subordinada transformasse intimidade num tipo de poder que avilta o serviço público. 


Dialogando com a dor

Martha Medeiros (*) 

Não simpatizo nada com a ideia de sentir dor. Para minha sorte, elas foram raras. Vivi dois partos normais que pareceram um passeio no parque, nada doeu, sobrou relaxamento e prazer. Quando penso em dor física, o que me vem à lembrança são as idas ao dentista quando era criança. Começava a sofrer já na noite anterior, sentia enjoos fortíssimos, não conseguia dormir, passava a madrugada chorando só de imaginar que no dia seguinte teria que enfrentar a broca e seu barulho aterrorizante. Estou falando de uma época em que crianças tinham cárie – hoje muitas nem sabem o que é isso, bendito flúor. 

Mas o que fazer em relação a esse tipo de dor? Se nos pega de surpresa (um tombo, uma cabeçada, um corte), suportar. Se for uma dor interna, tomar um analgésico e esperar que passe. Não se pode dialogar com a dor física. Músculos, nervos, órgãos, pele, essa turma não escuta ninguém. Ainda bem que não são dores constantes, e sim pontuais. De repente, somem. 

Já a dor psíquica não é tão breve. Pode durar semanas. Meses. Sem querer ser alarmista, pode durar uma vida. Porém, é mais elegante que a dor física: nos dá a chance de duelar com ela, ao contrário da outra, que é um ataque covarde. A dor psíquica possibilita um diálogo, e isso torna a luta menos desigual. São dois pesos-pesados, sendo que você é o favorito. Escolha suas armas para vencê-la. 

Armas? 

Por exemplo: redija cartas para si mesmo. Console-se escrevendo sobre o que você sente e depois planeje seus próximos passos. Escrever exorciza, invoca energia. Cartas e cartas para si mesmo, estabelecendo uma relação íntima entre você e sua dor – amanse-a. 

Terapia. 
A cura pela fala. Você buscando explicar em palavras como foi que permitiu que ela ganhasse espaço para se instalar, de onde você imagina que ela veio, quem a ajudou a se apoderar de você. Uma investigação minuciosa sobre como ela se desenvolveu e sobre a acolhida que recebeu: sim, nós e nossas dores muitas vezes nos tornamos um só. É difícil a gente se apartar do que nos dói, pois às vezes é a única coisa que dá sentido à nossa vida. 

Livros. 
O mais deslumbrante canal de comunicação com a dor, pois através de histórias alheias reescrevemos a nossa própria e suavizamos os efeitos colaterais de estar vivo. Ler é o diálogo silencioso com nossos fantasmas. A leitura subverte nossas certezas, redimensiona nossos dramas, nos emociona, faz rir, pensar, lembrar. Catarses intimidam a dor. 

Meditação. 
Religião. Contato com a natureza. Viagens. Amigos. Solidão. Você decide por qual caminho irá dialogar com a sua dor, num enfrentamento que, mesmo que você não saia vitorioso, ao menos fortalecerá seu caráter. 

Quem não dialoga com sua dor psíquica, não a reconhece como a inimiga admirável que é, capaz de torná-lo um ser humano melhor. A reduz a uma simples dor de dente e, como uma criança, desespera-se sozinho no escuro. 

(*) Jornalista, escritora, aforista e poetisa brasileira.

Corrupção endêmica ataca Minha Casa

Editorial de O Globo 

No vácuo do crescimento do fisiologismo na vida pública, em que vale tudo no toma lá dá cá para preservar e ampliar poder — inclusive desviar dinheiro público para a compra literal de apoio político, como no mensalão —, multiplicaram-se redes de rapina numa zona cinzenta na fronteira entre a política e a criminalidade. 

Malhas de corrupção começaram a ficar mais expostas no início do governo Dilma, naquela fase de “faxina” ministerial, com destaque para a desenvoltura com que o PR do senador Alfredo Nascimento, do mensaleiro Valdemar Costa Neto e Juquinha (José Francisco das Neves) da Valec administraram o bilionário orçamento dos Transportes.

“Malfeitos” também foram constatados na Agricultura e Turismo, Pastas ordenhadas pelo PMDB, e no Esporte, sob os cuidados de companheiros do PCdoB de Orlando Silva. 

Ali foram identificados esquemas montados com a finalidade de dragar dinheiro público para legendas — e projetos pessoais, é claro. Engrenagens de corrupção só colocadas em movimento pela conivência de altos escalões nos ministérios. 

Já o esquema de rapinagem, revelado domingo pelo GLOBO, no programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida chama a atenção para desdobramentos dentro da máquina pública da disseminação da prática do roubo do dinheiro do contribuinte. 

Desta vez, são ex-funcionários do Ministério das Cidades, treinados nos meandros burocráticos do programa de habitação, que montam na esfera privada um esquema malandro, para atuar junto a cidades pequenas, de no máximo 50 mil habitantes, onde não transita a Caixa Econômica com seus auditores. 

Daniel Vital Nolasco, diretor de Produção Habitacional do ministério até 2008, e Fernando Lopes Borges, da Secretaria Nacional de Programas Urbanos, alegado sócio oculto na empreitada, exonerado em 2010 por abandono do cargo, são alguns dos personagens da trama. 

Como costuma acontecer em quadrilhas, a história só emergiu porque quadrilheiros brigaram. Fernando Lopes seria representado na empresa de fachada do grupo, a RCA, pelo irmão Ivo. Com a sua morte, veio o desentendimento em torno de dinheiro e Fernando recorreu à Justiça, onde relata o funcionamento desta máfia habitacional criada para explorar, no pior sentido da palavra, o Minha Casa Minha Vida. 

Em depoimentos, Fernando, sem apresentar provas, denuncia que o esquema começou com Erenice Guerra, derrubada da Casa Civil por tráfico de influência. Atira, ainda, no PCdoB, ao qual Daniel Vital é filiado. O partido seria beneficiado por desvios feitos por manobras em negócios em que o grupo atua em diversas pontas no Minha Casa — contratante de construtoras, fiscal de obras, agenciador de prefeitos etc. 

A corrupção na máquina pública parece ter entrado num estágio de endemia. É detectada no atacado e no varejo. O mundo dos pequenos negócios municipais, financiados com farto dinheiro federal, se mostra repleto de oportunidades. 

O livro mais vendido no mês

Sonho grande    

De Cristiane Correa 

 Livro narra a trajetória do trio de empresários que criou a Ambev e protagonizou alguns dos maiores negócios do capitalismo mundial nos últimos anos. A estratégia deles é estipular metas ousadas - e persegui-las com tenacidade. 

A aquisição da empresa americana de alimentos Heinz, em fevereiro, pelos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira não chegou a surpreender a comunidade internacional dos negócios. Em quatro anos e meio, eles já haviam arrematado a dona da Budweiser, a cerveja mais vendida no mundo, e o Burger King, a segunda maior rede de fast-food. Mais importante, imprimiram a sua marca de eficiência administrativa nas duas empresas, recolocando-as no caminho dos bons resultados. Para quem os conhece há mais tempo, a compra da Heinz só reafirmou a determinação do trio. Tome-se o exemplo do americano Jim Collins, o consultor de negócios mais respeitado da atualidade. Para ele, Lemann, Telles e Sicupira já deixaram a sua marca ao lado de visionários como Walt Disney, Henry Ford, Sam Walton (Walmart), Akio Morita (Sony) e Steve Jobs (Apple). É o que diz Collins no prefácio de Sonho Grande, da jornalista Cristiane Correa, que chega às livrarias no próximo dia 9. O livro conta a trajetória de obstinação e competência de Lemann, Telles e Sicupira na perseguição de seus objetivos e, por que não dizer, sonhos. Afinal, como costumam afirmar: "Sonhar pequeno dá o mesmo trabalho que sonhar grande. Então, por que não sonhar grande?". O pensamento paira como um mantra sobre todos os negócios administrados pelo trio e sua equipe. 

Para escrever o livro, Cristiane Correa conversou com uma centena de pessoas - exceto seus três personagens, historicamente avessos a entrevistas. A ascensão do trio começou em 1971, com a compra da corretora Garantia, por Lemann e outros sócios - ela se transformou no maior banco de investimentos do país. Foi a partir dali que nasceram projetos como a compra da Lojas Americanas, em 1982, e a da Brahma, em 1989. Depois viria a fusão com a Antarctica, em 1999, que resultou na criação da Ambev. As uniões com os belgas da Interbrew, em 2004, e com os americanos da Anheuser-Busch, em 2008, deram origem à AB InBev, a maior cervejaria do mundo. O maior mérito deles, porém, foi ter desenvolvido e disseminado um modelo de gestão com base na meritocracia, ou seja, no reconhecimento a quem trabalha duro e traz resultados e na redução de custos. Em outras palavras, na busca incessante pelos lucros e pela expansão dos negócios. Nessa trajetória, eles formaram alguns dos melhores executivos do país. Trata-se de uma prova de que um dos sonhos do trio já é realidade: a perpetuação de sua cultura empresarial. 

Lemann, de 73 anos, é de uma geração anterior à de seus dois parceiros. Filho de um imigrante suíço, fundador da fabricante de laticínios Leco (abreviação para Lemann & Company), ele nunca chegou a trabalhar na empresa do pai, optando por atuar no mercado financeiro. Telles, hoje com 63 anos, e, depois, Sicupira, 64, foram contratados para trabalhar no Garantia em 1972 e 1973, respectivamente. Começaram por baixo, mas subiram rapidamente na hierarquia e logo conquistaram a confiança do sócio controlador. Lemann inovara ao adotar o sistema de bônus com base em metas, em vez do tempo de casa ou no cargo, e em oferecer sociedade a quem se destacasse. Pagava salários abaixo dos de mercado, mas compensava agressivamente com a remuneração variável. O banco ganhou fama pelo ambiente competitivo e pelas longas jornadas de trabalho. Quem não se enquadrava saía logo - caso do economista Eduar­do Giannetti da Fonseca, que não durou mais de uma semana nos anos 90. Na Brahma, uma das inspirações para dar mais produtividade aos negócios foi o modelo 20-70-10, idealizado pelo lendário Jack Welch, ex-presidente da General Electric. A cada ano, os 20% de funcionários com melhor desempenho eram premiados; os 70% seguintes mantinham o emprego; e os 10% com pior resultado eram demitidos.

A trajetória do trio não é isenta de fracassos. A venda do Garantia para o Credit Suisse, em 1998, ocorreu depois de o banco sofrer um prejuízo de 110 milhões de dólares com a crise asiática. Investidores perderam muito dinheiro, e o patrimônio dos fundos administrados caiu pela metade. Lemann não conseguiu passar o banco para os sócios mais novos e definiu o episódio como uma de suas maiores decepções, porque a sua primeira grande criação não seria perpetuada. Mas assimilar as razões de uma falha é, obviamente, uma das virtudes dos vencedores.

Precisa dizer alguma coisa ???

Investigação constata rombo de R$ 47,8 milhões em seis hospitais federais do Rio  

O Globo 

Depois de fazer uma devassa ao longo dos últimos dois anos, o Ministério da Saúde rastreou um rombo de R$ 47,8 milhões provocado por contratos irregulares ou mal gerenciados, firmados entre 2005 e 2011, em seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Em relatório cujo conteúdo foi obtido pelo GLOBO com exclusividade, o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) relaciona 36 servidores que responderão a processos disciplinares — há indícios de desvios envolvendo funcionários públicos. O documento cita ainda 35 empresas que terão a conduta investigada e poderão até mesmo perder o direito de participar de novas licitações. 

O Denasus, em colaboração com a Controladoria Geral da União (CGU), encontrou uma avalanche de obras e serviços com preços superfaturados nos hospitais de Bonsucesso, do Andaraí, de Ipanema, Cardoso Fontes (Jacarepaguá), da Lagoa e dos Servidores do Estado (Saúde). Ao suspender obras, repactuar contratos e renegociar preços de insumos e medicamentos, a União obteve, a partir de 2011, uma economia de R$ 140 milhões. Apenas com as novas licitações para a aquisição de insumos e medicamentos, a Saúde contabiliza um ganho de R$ 104,2 milhões. A renegociação de contratos de serviços continuados, como limpeza e alimentação, poupou R$ 22 milhões aos cofres federais, informou o ministério. 

O rombo apurado nos contratos analisados pagaria a construção e a montagem de cerca de dez Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas, iguais à instalada em São Gonçalo, em outubro de 2011, com capacidade para atender até 500 pacientes diariamente, que custou R$ 4,6 milhões. A investida para recuperar o dinheiro desviado começa agora, com a abertura de tomadas de contas especiais que chegarão ao Tribunal de Contas da União (TCU). O desfecho dos processos, porém, com a efetiva devolução de dinheiro, pode levar mais de uma década. 

O resultado das auditorias foi encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, que já têm ações criminais contra os envolvidos e investigam a atuação das mesmas empresas em centros de atendimento de outros estados. 

— Os hospitais federais do Rio estavam totalmente desintegrados do sistema hospitalar estadual. Havia uma total desarticulação. Fomos, inclusive, obrigados a comprometer alguns serviços importantes, como a urgência e a emergência no Hospital de Bonsucesso, por causa da suspensão de contratos. A partir de agora, entramos na terceira fase da reestruturação dos federais do Rio, com as ações de ressarcimento e o novo modelo de gestão — afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 

Empresa vai gerir seis hospitais 
Ele anunciou que, até o fim do ano, o Ministério da Saúde passará a gestão das seis unidades federais do Rio para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A empresa já administra os hospitais universitários em todo o país e terá uma subsidiária no estado. 

— Da mesma forma que a regulação de leitos, as compras serão unificadas. Isso permite ganhos importantes de escala e de gerenciamento — completa. 

Em 2012, os seis hospitais federais do Rio fizeram, em média, 88.920 atendimentos ambulatoriais e 3.086 cirurgias por mês. A maior unidade, o Hospital dos Servidores do Estado, com 958 médicos e quase 29 mil atendimentos mensais, também concentrou o maior prejuízo aos cofres públicos. Lá, os auditores do ministério exigem o ressarcimento de R$ 21,9 milhões, quase metade da sangria apurada em toda a rede. 

Na unidade do Andaraí, onde a Polícia Federal fez uma operação na manhã de ontem, os auditores contabilizaram perdas de R$ 1,7 milhão. Em nota, a PF informou que abrirá inquérito para “verificar a procedência de denúncia formal dos médicos” da unidade, sobre irregularidades como desvio de medicamentos, materiais com prazo de vencimento próximo, estocagem em locais inapropriados e demora na aquisição de insumos. 

Ao centralizar as compras dos hospitais federais, o ministério tenta fechar a principal porta para a corrupção e o desperdício: a aquisição de produtos e serviços com preço superfaturado. Os contratos de aluguel de equipamentos, por exemplo, tiveram que ser revistos, após a constatação de valores muito altos. Só com a renegociação dos contratos para locação de máquinas de hemodiálise, a Saúde obteve uma redução de preço da ordem de 40%. Em videocirurgias, a economia chega a 15%. 

— Essas constatações nos levaram a encaminhar todo o resultado da investigação à Polícia Federal. Precisamos descobrir se o mesmo problema ocorre em outros serviços, em outras unidades — disse Padilha. 

Além dos serviços superfaturados, diversas obras nos hospitais foram classificadas como irregulares. Ao todo, 42 contratos foram suspensos, dos quais seis tiveram que ser cancelados. A renegociação dos preços de apenas quatro obras teve impacto de R$ 8,3 milhões. Só em um caso, no Hospital de Ipanema, o novo contrato provocará uma economia de R$ 4 milhões. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Para os noveleiros de "Salve Jorge"

“Salve Jorge” está cada vez mais confusa, inverossímil e irritante  

Blog do Maurício Stycer (*) 

À medida que se aproxima do final e a audiência melhora, “Salve Jorge” consegue a façanha de piorar. A novela está cada vez mais confusa, inverossímil e irritante. 

Focada quase exclusivamente no conflito da gangue de Livia contra a heroína Morena e a delegada Helô, a novela relegou a segundo plano, quando não esqueceu, as inúmeras outras tramas que foram esboçadas em algum momento. 

O herói da trama, Theo, virou um personagem sem sentido, quase um zumbi. Transou “por vingança” com Livia, que se apaixonou por ele e passou a assediá-lo. Morena, seu grande amor, não contou a ele que tiveram uma filha e o mandou passear. Erica,esperando um filho dele, também o dispensou. Seu chefe, o coronel Nunes, o puniu. Só sobrou a mãe, Aurea, sempre ao seu lado. 

Protegida pela Policia Federal, Morena fica num apartamento que não dispõe de segurança alguma. Sempre que alguém bate à porta, um policial espia pela fresta para ver quem é. A organização de Livia descobriu o local e montou uma arapuca para a heroína dentro de um túnel, no Rio. Morena escapou andando com o bebê nos braços. 

Sabe-se lá como, já tarde da noite, a mãe e seu bebê chegaram à Igreja de São Jorge, que funciona 24 horas por dia. Rezava quando encontrou-se com Erica, que por coincidência também buscou a igreja no mesmo horário para chorar por Theo (“Foi São Jorge que te mandou aqui”, diz Morena para a rival). Nada mais natural, depois de um diálogo inacreditável, a heroína deixou sua filha com Erica e fugiu. Já a vilã Wanda foi presa pela enésima vez porque brigou com um taxista. 

Um bom exemplo das dificuldades de “Salve Jorge” pode ser visto em uma cena do capítulo de quarta-feira (17). Elcio, o rival de Theo, encontra-se com Livia, que o patrocina, no hotel onde ela mora (a grande vilã da novela, uma personalidade famosa, mora em hotel desde o primeiro capítulo). Elcio pede uma bebida e ela diz: “O frigobar é seu”. “Vingativa”, diz o militar antes de beijá-la. Enquanto se beijam, toca o celular de Livia e ela faz a careta que se vê na imagem acima. O texto da cena é grosseiro e a direção mergulha no exagero. O conjunto é tosco, constrangedor para quem assiste. 

A quem critica os exageros e a falta de lógica de “Salve Jorge”, Gloria Perez diz que é preciso saber “voar”. A autora reivindica o título de herdeira de Janete Clair (1925-1983), a rainha do melodrama na TV. Mas, como já observou o pesquisador e crítico Nilson Xavier, em “Salve Jorge” Gloria está mais próxima de Gloria Magadan (1920-2001), a cubana que fez sucesso na Globo no final dos anos 60 com tramas rocambolescas e sem sentido, de forte apelo popular. 

(*) Jornalista

Vendedor de enciclopédias

Bellini Tavares de Lima Neto (*) 

Embora seja difícil de acreditar, o mundo já existiu sem o “Google”. Mais do que isso e, me perdoem pelo impacto, já existiu sem “internet”, sem “facebook”, sem “smartphone” e tantos outros elementos vitais. Isso foi pouco tempo depois da extinção dos dinossauros, quer dizer, muita gente nem se lembra mais. E, num mundo sem “Google” havia algo chamado “Enciclopédia”. Para os que não são jurássicos como este escrivinhador de mão esquerda, enciclopédia era um conjunto de livros que continha informações sobre todos os assuntos objeto do conhecimento humano da época. É bom enfatizar que, é claro, as enciclopédias já traziam informações sobre os poucos dados de conhecimento do homem naqueles tempos. Assim, mesmo que algum arqueólogo, em meio às suas escavações, viesse a encontrar algum exemplar de uma enciclopédia, certamente não iria achar qualquer referencia ao “funk” carioca ou ao BBB ou a tantas outras preciosidades da cultura moderna. 

Por estas bandas tropicais havia algumas enciclopédias famosas. Uma delas era a “Barsa”, composta por mais ou menos quinze volumes além de dicionário de Inglês e um volume extra que se chamava “O Livro do Ano”, em que os autores ou donos da editora iam atualizando os assuntos com as descobertas do ano. Havia uma outra, fantástica, chamada “Enciclopédia Britânica” que também era de arrasar quarteirão. Talvez antes de todas elas, existia algo que se chamava “O Tesouro da Juventude” onde se podia encontrar praticamente de tudo. Um verdadeiro “Google” impresso em papel acetinado, capa dura azul-marinho com as inscrições em letras douradas que, com o tempo, iam desaparecendo. Essa enciclopédia tinha uma particularidade: um dos volumes se chamava “O Livro dos Porquês” e se propunha a responder a uma infinidade de curiosidades científicas, mitológicas, literárias, enfim, um manancial de informações para os roedores de unhas ávidos de conhecimentos ou para os desocupados em geral. 

Esses verdadeiros templos do saber podiam ser adquiridos em seus respectivos escritórios de representação. E esses escritórios dispunham de uma figura excêntrica, uma espécie de camelô da cultura: o vendedor de enciclopédia. Essas criaturas iam de casa em casa, batiam à porta e despejavam um discurso cheio de verve e sabor para convencer as donas de casa (outra figura desse mundo antigo, praticamente em extinção) a adquirir uma enciclopédia, aquela arca de tesouro cultural que serviria para educar os pimpolhos e refinar o nível da família como um todo. Esses mágicos das palavras, na verdade, tinham como meta, convencer a rainha do lar acerca da completa impossibilidade de se continuar a viver sem aquela cornucópia de conhecimentos imprescindível a qualquer sobrevivência digna. Caso conseguisse a cumplicidade da patroa, o patrão, que era quem decidia sobre os gastos ou (como sempre foi ao longo da história da humanidade) achava que decidia, bateria o martelo, já que ela martelaria sua cabeça até a exaustão. 

O vendedor de enciclopédia era, de um modo geral, educado, simpático, agradável e, acima de tudo, respeitoso. Mas o tempo da enciclopédia, assim como o dos acendedores de lampião de gás e dos professores de filosofia e educação moral, social e cívica, passou. E assim, seria de se concluir, passou também o tempo do vendedor de enciclopédia. Aí, no entanto, reside um grande equívoco. O vendedor de enciclopédias não desapareceu, apenas mudou de forma e de ”modus operandi”. Agora, ele não tem mais fisionomia humana, não bate à porta das donas de casa (o que seria impossível em face do desaparecimento delas) nem pede licença para falar. Agora ele invade os meios de comunicação, seja pelo telefone, seja, mais recentemente, pela “internet”. Depois da verdadeira batalha campal contra aquelas ligações sem hora nem momento, eis que surge, agora, a invasão pelo “facebook”. Já há algumas semanas que se entra na página do “facebook” e surgem mensagens publicitárias oferecendo desde imóveis até cremes miraculosos contra rugas e envelhecimento. Chegam sem anunciar, sem bater à porta, sem nenhuma chance de defesa. 

Mas, nada é tão poderoso que não tenha seus calcanhares de Aquiles. Apesar da minha vexatória condição de ignorante crasso em matéria de informática, acabei descobrindo que é possível acionar um mecanismo (que, agora, se chama “clicar”) e fazer com que os tais anúncios sejam bloqueados. Ah, doce vingança! Já exterminei vários deles. É quase tão prazeroso quanto matar moscas com aquelas raquetes que são vendidas em sinal de trânsito. Portanto, a esses modernos e inconvenientes vendedores de enciclopédia, tenho a informar que sempre estarei a postos e alerta para eliminá-los como um verdadeiro super-herói contra o aborrecimento. Mas, tem mais: não me limitarei a eliminá-los. Vou colecionar seus nomes e, periodicamente, vou listá-los nesse mesmo “facebook” para que todos os internautas saibam que são vocês e não lhes comprem nem uma agulha. Vocês haverão de perder o mercado dos internautas que, convenhamos, não é dos menores. Pois é, chatos de plantão, minha vingança será maligna. 

(*) Advogado, avô, corintiano e morador em São Bernardo do Campo (SP)

O perfil psicológico dos esquerdeopatas

Edson F. Nascimento (*) 

ESQUERDOPATAS: DEPOIS DE 55 ANOS DE VIDA, ENQUANTO PSIQUIATRA, PAREI PRA REFLETIR SOBRE O PERFIL PSICOLÓGICO DA IMENSA MAIORIA DOS ESQUERDOPATAS 

Foram péssimos estudantes, a maioria com várias repetições de ano. Mas são de família de classe média, onde sempre sofreram pressão pra "ser alguém na vida". Como são preguiçosos, SEM DISCIPLINA e folgados; precisam arrumar um jeitinho pra se dar bem e se fazerem passar por coisas que NÃO SÃO: pensam ser! FINGIR QUE É CULTO, "engajado", e "crítico" rende pontos. 

Assim, prestam vestibular sem concorrência, de preferência em um curso de Geografia, Ciências Sociais e História. Então, começam sua carreira de charlatanismo. Alguns pouquíssimos estão em cursos como Direito, Medicina, Engenharia; mas, como não são chegados a estudar, terminam por trancar a matrícula ou mudam de Curso. 

E, muito dificilmente, se enturmam quando tentam esses Cursos acima e assemelhados. 

Ali, na universidade, encontram todas as FERRAMENTAS: professores barbudinhos, livros de esquerda, palestras com "doutores" no assunto; e até o assédio de políticos "guerreiros" do PT, do PC do B et caterva. É claro que não estudam nada! Vivem o tempo todo no DCE, ligam-se à UNE, deitados no chão, passeando no campus com aquelas mochilas velhas, calças cargo, sandálias de couro e CABELOS ENSEBADOS. 

Alguns começam a se INFILTRAR NOS SINDICATOS E NAS REUNIÕES DOS SEM-TERRA. Já começam a se achar revolucionários e reserva intelectual das massas proletárias exploradas; e também das causas revolucionárias.

Assim, se passam por intelectuais, cultos, moderninhos, e diferentes. 
Sentem-se mais seguros para atacar as mulheres, achando que elas são doidas por esse TIPO DE GENTE. Começam a ver os amigos que estão trabalhando ou cursando Engenharia, Direito, Medicina ou administração como pobres coitados que não tiveram a chance da "ILUMINAÇÃO". 

COMO NÃO TRABALHAM e vivem apenas da mesada, estão sempre sem grana. 
Aí começa a brotar a INVEJA, o ÓDIO de quem se veste um pouco melhor ou tem um carrinho popular. Estes, são os chamados "porcos capitalistas" ou "burgueses reacionários"! Começam uma fase ainda mais ALOPRADA da vida quando passam a ouvir Chico Buarque e músicas andinas. Nessa fase, já começam a pensar em se tornar terroristas, lutar ao lado dos norte-coreanos, admiram Cuba e, muitos deles, apoiam o Irã e NÃO ACREDITAM NO HOLOCAUSTO JUDEU! Fingem esquecer do episódio do Muro de Berlim e da queda do comunismo na antiga União soviética. Não usam mais desodorante; e a cada 5 minutos aparece nas suas mentes a imagem de um MacDonald's totalmente destruído. 

Mas, é claro que o que querem não é a revolução, isso é apenas uma desculpa. COMO SÃO INCOMPETENTES pra quase tudo, até mesmo para bater um prego na parede, e como sentem vergonha de fazer trabalhos mais simples, POR SEREM ARROGANTES o suficiente para não começar por baixo, querem saltar etapas. QUEREM, no fundo, a coisa que todo esquerdista (ESQUERDOPATA!) mais deseja, mesmo que de forma sublimada: UM EMPREGO PÚBLICO! Mas, aí surge um outro problema: é a coisa mais difícil passar em um concurso! É PRECISO ESTUDAR (argh!). 

Por isso, SONHAM com a "revolução" proletária, com a tomada do poder por uma elite da esquerda, nas quais eles estão incluídos, obviamente, afinal são da mesma TRIBO! Consequentemente, ocuparão, POR INDICAÇÃO, UM CARGO COMISSIONADO EM ALGUMA REPARTIÇÃO QUALQUER , onde ganharão um bom salário para poder aplicar seus "vastos e necessários conhecimentos" adquiridos durante anos na luta pela derrubada do SISTEMA CAPITALITA imundo. 

NESSA FASE, mudam e se contradizem: cortarão o cabelo, usarão terno, passarão a apreciar bons vinhos e restaurantes. E, dependendo do cargo que ocuparão, até motorista particular terão! E, SEM DÓ, ENFIARÃO A MÃO – E COM MUITO TESÃO – no dinheiro dos cofres da NAÇÃO!!! Claro, que pela nobre causa socialista e para o bem dos trabalhadores, POSTURA SEM NOÇÃO! 

(*) É Psiquiatra e psicoterapeuta

Demanda externa por carnes e soja aumenta pressão sobre Amazônia

Fonte Reuters 

O aumento da demanda externa por carne bovina e soja vai induzir o Brasil a desmatar mais a floresta amazônica, revertendo o sucesso recente na diminuição das perdas florestais, mostrou um estudo divulgado na última semana. 

Cerca de 30 por cento do desmatamento no Brasil na primeira década deste século ocorreram porque agricultores e pecuaristas procuraram terras para expandir a produção de carne e soja para exportação, contra cerca de 20 por cento na década de 1990, disse o relatório. 

"O comércio está emergindo como o principal motor do desmatamento no Brasil", de acordo com especialistas do Centro de Pesquisas Internacionais sobre Clima e Meio Ambiente. 
"Isso pode contribuir indiretamente para a perda das florestas que os países industrializados estão tentando proteger por meio de acordos internacionais", escreveram eles na revista Environmental Research Letters. 

As exportações de carne bovina e soja responderam por 2,7 bilhões de toneladas de emissões de carbono causadas pelo desmatamento no Brasil na década de 2010, disse o relatório. Isso excede as emissões de gases de efeito estufa de uma nação como o Egito, no mesmo período. 
O desmatamento na região amazônica caiu 27 por cento entre agosto de 2011 e julho de 2012, para 4.656 quilômetros quadrados, na comparação com o mesmo período do ano anterior, disse em novembro o Ministério do Meio Ambiente.

No entanto, dados divulgados na semana passada mostraram um aumento de 26,6 por cento no desmatamento entre agosto de 2012 e fevereiro deste ano, para 1.695 quilômetros quadrados, em relação ao mesmo período anterior, segundo o ministério.
A chamada Amazônia Legal cobre 5,2 milhões de quilômetros quadrados. 

A crescente demanda externa e a ânsia do governo brasileiro por crescimento econômico significam que uma queda contínua na taxa de desmatamento era improvável sem novas medidas para proteger as florestas, disse o relatório.
Mundialmente, o desmatamento representa até um quinto das emissões de gases do efeito estufa de origem humana, de acordo com estimativas da ONU. As árvores absorvem dióxido de carbono enquanto crescem e o liberam quando são queimadas ou apodrecem. 

Segundo as regras de mudança climática da ONU, as emissões de gases do efeito estufa são consideradas aquelas dentro das fronteiras nacionais.
Sugestões de transferir a responsabilidade aos consumidores, neste caso os compradores externos da carne bovina brasileira, são muitas vezes desprezadas como sendo muito complicadas.

"Tem sido um pesadelo no setor florestal", disse o pesquisador de florestas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Duncan Macqueen, em Edimburgo. "Os consumidores se perguntam 'por que devemos sofrer o custo da reforma do sistema?'", disse. 

Alguns projetos procuram certificar a produção florestal como vindo de uma fonte que não envolve extração ilegal de madeira. Mas têm inconvenientes, já que os custos das auditorias podem ser muito elevados para os pequenos produtores, afirmou.
O estudo do centro sugeriu uma melhor rotulagem ou informações sobre importações para ajudar os consumidores. 

O estudo não tentou comparar o impacto ambiental da produção de carne bovina ou de soja no Brasil com a de outras nações para ver onde a produção foi menos prejudicial. "Análises similares ainda têm de ser feitas", afirmou o autor Jonas Karstensen à Reuters.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O fim da picada literalmente num País que bateu recorde de safra ...

Governo vai trazer milho argentino para o Nordeste

Diário do Nordeste


Devido a problemas de infraestrutura e logística, o governo federal vai importar milho, mesmo mais caro, da Argentina para abastecer o Nordeste e evitar a morte em massa de mais rebanhos castigados pela seca. 

A decisão foi tomada no começo do mês de abril no Planalto depois da audiência realizada na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) presidida pelo senador Inácio Arruda. 
Segundo ele, foram avaliadas várias hipóteses para viabilizar o cumprimento da promessa feita pela presidente Dilma Roussef, em sua última visita ao Ceará , o de enviar 340 mil toneladas para do grão para atender a demanda da região nos meses de abril e maio. 

"O próprio Ministério da Agricultura chegou a conclusão que só nos resta esta alternativa, pois mesmo promovendo leilões para contratar o frete de caminhões, as empresas não estariam interessadas nesse momento em transportar milho para o Nordeste. Isso porque elas estão agora transportando soja e depois será a vez do açúcar. Ou seja, não é a hora do milho", conclui o senador. 

Ele explica que, embora haja bastante milho disponível em Goiás, Mato Grosso e Rondônia, não tem como o produto ser exportado para o Nordeste e defende a importação da Argentina. 

"Não vejo problema em importar milho de um país membro do Mercosul. Além disso, se perdemos no valor do grão, ganhamos no custo do transporte", diz. 

Sem licitação 
Devido ao caráter emergencial do problema, está sendo aguardada a qualquer momento uma portaria autorizando a compra do milho argentino sem o cumprimento de licitação. 

"Se o governo for licitar o frete de compra, essa questão só se resolveria em torno de junho. E aí o resto do gado já teria morrido ou sido vendido para outras regiões a preço vil", argumenta. 


Falta logística 
Conforme divulgado no Jornal do Senado, durante a audiência na CDR, o representante do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos, admitiu problemas regionais de abastecimento, apesar de não faltar milho, lembrando que a produção do País superou 70 milhões de toneladas na safra de 2011-2012 . 

Depois de confirmar o diagnóstico, o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, afirmou que o desafio é fazer o produto chegar ao Nordeste, em razão de problemas de infraestrutura e logística. 

"O que falta não é milho, é logística, que no Brasil é zero, é sucata", frisa. 

Além de apontar a inviabilidade da alternativa rodoviária, os participantes reconheceram a dificuldade dos portos do Sul e Sudeste devido as operações de exportação da soja. Inácio Arruda cobrou agilidade das obras de infraestrutura, como a ligação das ferrovias Transnordestina e Norte Sul.

"Precisamos ter diversidade de modais, senão ficaremos eternamente prisioneiros de uma única modalidade: o rodoviário". 

Estatal chinesa poderá ter em MT usina de etanol de milho

Fonte AgroOlhar 

A empresa estatal Chinesa “China National Heavy Machiney Corporation” (CHMC) poderá implantar uma usina para fabricação de etanol à base de milho, no município de Nova Mutum (250 km de Cuiabá). 

Representantes da CHMC informaram a produtores rurais, empresários, sindicatos e Poder Executivo do município, durante uma reunião nesta semana, que vão lançar uma pesquisa de mercado para mapear a viabilidade do negócio. 

Os chineses detêm alta tecnologia para transformar o milho em etanol. 
Conforme Lyang Guotal, representante da CHMC no Brasil, o município de Nova Mutum despertou interesse aos olhos internacionais devido a sua produção de soja, milho e algodão, além do franco desenvolvimento industrial que já está instalado na cidade. 

“A empresa está ampliando os negócios aqui no Brasil e temos interesse em implantar o processamento de milho para a produção de etanol, sendo Nova Mutum uma cidade tão importante no cenário econômico e agrícola estamos dando início as negociações para conquistarmos mais este mercado”, disse Lyang. 

A região médio-norte de Mato Grosso é forte produtora de grãos e importante para o país no fomento a industrialização e agregação de valor a produção agrícola. 
O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de grãos do Brasil e se tornou, nos últimos anos, o maior exportador de alimentos para a China. 

Para o secretário municipal de Indústria e Comércio, Romário Limberger Júnior, a iniciativa promove o aumento da produção e a diversificação econômica. 

“Estamos ampliando as negociações com empresas de grande geração de produção e por consequência renda e emprego. O intuito é fortalecer nossa vocação econômica, que é a agricultura através da industrialização de alimentos e demais produtos”, comentou o secretário, via assessoria de comunicação. 

Os representantes da “China National Heavy Machiney Corporation” apresentaram um modelo implantado no inicio de 1990 no país de origem. Os resultados reduziram as perdas em 15% e ampliaram a rentabilidade de produtores agrícolas. 

O projeto no Brasil contará com a instalação de unidades de armazenamento e produção da biotecnologia nas propriedades. A meta é reduzir os custos de frete e ampliar os investimentos nas lavouras da região de Mato Grosso. 

As negociações vão prosseguir em breve. 

Doutora Dilma, chame Xi Jinping

Elio Gaspari (*) 

Em setembro de 2012 houve um acidente de trem na cidade chinesa de Xian e o chefe do serviço de segurança do trabalho da região foi fotografado rindo. Em seguida, um blogueiro mostrou que o companheiro Yang Dacai tinha uma coleção de relógios, inclusive um patacão Constantin de 30 mil dólares. 

Dacai foi demitido e mandado ao ostracismo. Construir ferrovias pode ser um bom negócio, mas cuidar dos seus contratos é um ofício mais lucrativo e menos trabalhoso. Na China, o mandarim que cuidava disso acabou na cadeia. Seu irmão, que faturara US$ 50 milhões em mimos, cumpre uma pena de 16 anos. 

E em Pindorama? Salvo algumas boas experiências com a privatização da malha, o transporte ferroviário brasileiro é uma ruína pública e privada. Mesmo sabendo que a fama da burocracia chinesa está entre as piores do mundo, a doutora Dilma bem que poderia assinar um contrato de prestação de serviços com o presidente Xi Jinping, entregando-lhe a administração da moralidade dos trilhos nacionais. 

O comissariado petista não inventou essas bocarras, apenas preservou-as. Em 1976 a Viúva comprou 68 locomotivas elétricas francesas por US$ 500 milhões. Nunca rodaram, viraram sucata e ninguém foi preso. 

O repórter André Borges acaba de expor o descalabro da ferrovia Norte-Sul. É a sétima obra de transporte mais cara do planeta. Lançada em 1987, em tese ligaria o Pará ao Rio Grande do Sul. Só no governo de Lula essa linha comeu R$ 4,2 bilhões no trecho de Palmas (TO) a Anápolis (GO). Ela deveria ter sido entregue em 2008. A empreitada teve 17 aditivos e liga o nada a coisa nenhuma. Há nela túneis prontos sem malha e pastos no leito. 

O Tribunal de Contas achou 280 quilômetros inacabados, porém considerados entregues. Isso e mais R$ 27 milhões superfaturados. Em 2011 o Ministério Público acusou o doutor José Francisco das Neves (“pode me chamar de Juquinha”), presidente da estatal encarregada da ferrovia, de ter desviado R$ 71 milhões em 105 quilômetros da Norte-Sul. (Rodava a R$ 676 mil por quilômetro.) 

Juquinha foi demitido em 2011 e, no ano seguinte, posto na cadeia por poucos dias. De 2003 a 2007, o doutor tomou conta do projeto do trem-bala. Felizmente, o Padre Eterno ainda não deixou que se tirasse esse trem do papel. Custaria R$ 19 bilhões, sem dinheiro da Viúva. Estima-se que venha a custar R$ 50 bilhões, com a boa senhora bancando a iniciativa. 

O trem-bala não existe, mas já criou uma estatal. A única coisa que seus transportecas conseguiram foi anunciar leilões fracassados, gastando pelo menos R$ 63,5 milhões. A folha de pagamento da empresa tem 151 pessoas. Há pouco a doutora Dilma devolveu o Ministério dos Transportes ao Partido da República, de cuja cota de poder saiu Juquinha. 

Há uma diferença entre o modelo chinês e a administração de Lula e da gerentona Dilma. No Império do Meio furta-se, mas as obras ficam prontas e a taxa de risco dos burocratas é maior. A malha ferroviária chinesa tornou-se a terceira do mundo. 

O Brasil tem hoje 30 mil quilômetros de ferrovias que começaram a ser construídas no Império. Pois a China, que começou suas obras na mesma época, durante a dinastia Qing, tem uma malha de 91 mil quilômetros e está construindo mais 24 mil. 

(*) Jornalista.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ele não sabe o que faz


Ruth de Aquino (*) 

Mais um assassino covarde tira proveito da lei paternalista no Brasil, que considera os menores de 18 anos incapazes de responder criminalmente por seus atos. Como não sentir vergonha diante dos pais do universitário Victor Hugo Deppman, assaltado e morto na calçada de casa em São Paulo? Como convencê-los a se conformar com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que protege o homicida de 17 anos que deu um tiro na cabeça de seu filho após roubar seu celular? Como conviver com a perda brutal de um filho e saber que seu algoz será internado por no máximo três anos porque “não sabia o que estava fazendo”? 

Não consigo enxergar jovens de 16 anos como “adolescentes” ou “menores”. Eles votam, fazem sexo, chegam em casa de madrugada ou de manhã. Por que considerá-los incapazes de discernir o certo do errado? Ao tornar jovens de 16 anos responsáveis por seus atos diante da Justiça, o objetivo não é encarcerar todos os delinquentes dessa idade, mas, quem sabe, reduzir os crimes hediondos juvenis. A mudança na lei reforçaria o status que eles próprios já reivindicam em casa diante dos pais: “Eu não sou mais criança”. E não é mesmo. 

Para quem argumenta que de nada adiantará reduzir a maioridade penal para 16 anos, respondo com uma pergunta: longas penas para assassinos adultos acabam com o crime bárbaro? Não, claro. Então, vamos acabar com as cadeias porque elas são custosas e inócuas? Não, claro. Longas penas servem para reduzir a impunidade e dar às famílias de vítimas a sensação de que foi feita justiça. Não se trata de “vingança”. É um ritual civilizatório. Matou? E ainda por cima por motivo torpe? Tem de pagar. 

Um argumento popular contra a redução da maioridade penal para 16 anos é: e se um adolescente de 14 ou 15 anos matar alguém, mudaremos de novo a legislação? Sempre que escuto isso, lembro um caso na Inglaterra, em 1993. Dois garotos ingleses de 10 anos foram condenados à prisão perpétua por ter mutilado e matado um menino de 2 anos. A repercussão foi tremenda. Os assassinos foram soltos após oito anos de prisão. Mas não foram tratados com benevolência no julgamento. O recado para a sociedade era claro: não se passa a mão na cabeça de quem comete um crime monstruoso. Mesmo aos 10 anos de idade. 

Outro argumento comum no Brasil contra a redução da maioridade penal afirma que só com boa educação e menos desigualdade social poderemos reduzir a criminalidade juvenil. Essa é uma verdade parcial. Há muitos países pobres em que jovens assaltam, mas não matam por um celular ou uma bicicleta. Eles têm medo da punição, medo da Justiça. Também acho injusto atribuir aos pobres uma maior tendência ao crime bárbaro. Tantos ricos são bandidos de primeira grandeza... Melhorar a educação e reduzir a pobreza são obrigações. Isso não exclui outra obrigação nossa: uma sociedade que valoriza a vida e a honestidade precisa acabar com a sensação de que o crime compensa. Para menores e maiores de 18 anos. 

Os filósofos de plantão que nunca perderam o filho num assalto apelam à razão. Dizem que não se pode legislar sob impacto emocional. Ah, sim. Quero ver falar isso diante de Marisa e José Valdir Deppman, pais enlutados de Victor Hugo, que ouviram o tiro de seu apartamento, no 9o andar. Uma família de classe média que livrou o filho da asma com plano de saúde privado e investiu com esforço em seus estudos. A mãe falava com Victor Hugo todos os dias pelo celular. “Eu sempre falava para ele não reagir, porque a vida não vale um celular ou um carro. Ele não reagiu, mas foi morto. Estou estraçalhada por dentro.” 

Victor Hugo, o Vitão, era santista fanático, um dos artilheiros do “Inferno vermelho”, apelido do time da Faculdade Cásper Líbero, onde estudava rádio e TV. Sonhava em virar locutor esportivo e estava apaixonado. A câmera do prédio mostra o momento em que sua vida acabou. Mostra a covardia do rapaz, cujo nome nem pôde ser divulgado por ser “inimputável”. Na sexta-feira passada, o assassino de Vitão, infrator conhecido na Febem, completou 18 anos. 

Seu futuro pode ser o mesmo do menor E., que, aos 16 anos, ajudou a matar no Rio de Janeiro, em 2007, o menino João Hélio. Ele pertencia ao bando que arrastou João Hélio pelas ruas, pendurado na porta de um carro que havia sido roubado de sua mãe. Após três anos numa instituição para jovens infratores, foi libertado. A Justiça o incluiu temporariamente num programa de proteção a adolescentes ameaçados de morte, o PPCAAM. Ridículo. Ezequiel Toledo de Lima foi preso em março de 2012, aos 21 anos, por posse ilegal de arma, tráfico e corrupção ativa. Ezequiel não tinha antecedentes criminais como adulto – apesar de ter matado com requintes de crueldade um menino de 6 anos. É ou não é uma inversão total de valores? 

(*) Jornalista e colunista da Revista ÉPOCA