Eliane Cantanhêde (*)
Deus matou John Lennon e os Mamonas Assassinas, enquanto o Satanás dominava a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
É o que diz o pastor Marco Feliciano, que talvez pense mesmo isso e ache que veio tirar a comissão do inferno. Ele é alvo de protestos no Rio e em São Paulo e deverá ser o centro das atenções de um encontro evangélico que começou ontem e reúne 20 mil pastores em Brasília.
É uma pena, porque as igrejas evangélicas sérias não devem tomar as dores nem se envolver com frases equivocadas de pastores deputados de uma determinada denominação. O risco é serem confundidas como uma coisa só. Não são, e o encontro é uma boa chance para separar o joio do trigo.
Cada um tem direito de pensar o que quiser e de ser a favor ou não do casamento gay, por exemplo, mas não dá para endossar um sujeito que tem dois processos no Supremo, exige cartão de crédito de crente, foi filmado dizendo absurdos racistas e homofóbicos, veio com aquela do Satanás e agora surge num vídeo envolvendo Deus no assassinato do beatle e na queda do avião dos Mamonas.
É improvável que 20 mil pastores, de origens diferentes, defendam unanimemente esse tipo de coisa, ou esse tipo de gente. A alguns quilômetros do encontro, aliás, os líderes partidários estarão no Congresso tentando mais uma vez trocar Feliciano.
Até lá --se é que ele será substituído mesmo--, o pastor, deputado e presidente da comissão não pode andar na rua, não pode circular no Congresso, não pode presidir os trabalhos da comissão a portas abertas. Não pode nem abrir a boca. Não porque os ouvidos sejam antidemocráticos, mas porque o que ele diz não faz sentido e/ou é antidemocrático.
Até o que o pastor Feliciano disse no Supremo está sob sigilo. Não foi uma autodefesa? Era para ser.
PS - Goste ou não a Fifa, o estádio de Brasília é nosso e espero que se chame Mané Garrincha para sempre.
(*) Jornalista, é colunista do jornal Folha de São Paulo
Deus matou John Lennon e os Mamonas Assassinas, enquanto o Satanás dominava a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
É o que diz o pastor Marco Feliciano, que talvez pense mesmo isso e ache que veio tirar a comissão do inferno. Ele é alvo de protestos no Rio e em São Paulo e deverá ser o centro das atenções de um encontro evangélico que começou ontem e reúne 20 mil pastores em Brasília.
É uma pena, porque as igrejas evangélicas sérias não devem tomar as dores nem se envolver com frases equivocadas de pastores deputados de uma determinada denominação. O risco é serem confundidas como uma coisa só. Não são, e o encontro é uma boa chance para separar o joio do trigo.
Cada um tem direito de pensar o que quiser e de ser a favor ou não do casamento gay, por exemplo, mas não dá para endossar um sujeito que tem dois processos no Supremo, exige cartão de crédito de crente, foi filmado dizendo absurdos racistas e homofóbicos, veio com aquela do Satanás e agora surge num vídeo envolvendo Deus no assassinato do beatle e na queda do avião dos Mamonas.
É improvável que 20 mil pastores, de origens diferentes, defendam unanimemente esse tipo de coisa, ou esse tipo de gente. A alguns quilômetros do encontro, aliás, os líderes partidários estarão no Congresso tentando mais uma vez trocar Feliciano.
Até lá --se é que ele será substituído mesmo--, o pastor, deputado e presidente da comissão não pode andar na rua, não pode circular no Congresso, não pode presidir os trabalhos da comissão a portas abertas. Não pode nem abrir a boca. Não porque os ouvidos sejam antidemocráticos, mas porque o que ele diz não faz sentido e/ou é antidemocrático.
Até o que o pastor Feliciano disse no Supremo está sob sigilo. Não foi uma autodefesa? Era para ser.
PS - Goste ou não a Fifa, o estádio de Brasília é nosso e espero que se chame Mané Garrincha para sempre.
(*) Jornalista, é colunista do jornal Folha de São Paulo
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