terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A mentira do cofre cheio

Wanderley Nogueira (*)

Recuando apenas alguns meses no tempo, ouvimos e assistimos discursos parecidos sobre “o novo momento financeiro do futebol brasileiro”.

Estão lembrados? Vários cartolas entusiasmados disseram que “agora é possível segurar os grandes jogadores” e outros passaram para o estágio do delírio: ” e agora será possível repatriar ou contratar grandes jogadores”.

Muita gente boa acreditou nisso.

Quando a CBF articulou para implodir o Clube dos 13, outra vez acompanhamos o discurso ilusório: “os clubes ganharão milhões e milhões e a TV vai bancar tudo. Os cofres dos clubes ficarão recheados”.
É certo que, corretamente, a TV pagou um bom dinheiro para os clubes. Fez mais: antecipou receitas de quase todos e já mandou o recado que de agora basta de receber cotas antecipadas.

Mas, entregar um cofre cheio de dinheiro para péssimos gestores é pedir para a raposa cuidar das galinhas.
Vários grandes clubes brasileiros estão sem nada em caixa. Pior: devendo milhões de reais para credores de muito tempo.

Além disso, salários atrasados e todas as demais responsabilidades de empregadores anotadas no gelo.
Jogadores ameaçam greve branca e se negam a seguir para a concentração, tentando pressionar para que os salários sejam pagos.

Ouvi, algumas horas atrás, de um antigo segurança de um clube grande a seguinte revelação: “sabe, chegamos a torcer para que o time não ganhasse aquele clássico no fim do ano. O presidente tinha prometido um dinheirão para cada jogador. Já estávamos com os salários atrasados e, se ele pagasse aos atletas , a nossa chance de receber seria zero. O time perdeu, ele não pagou nada aos atletas e até agora não acertou a nossa vida…”.

Algumas contratações caras foram feitas nas ultimas semanas e com salários irreais.
É a chamada multiplicação dos pães: vários clubes estão sem dinheiro e com dívidas que jamais serão pagas e continuam cavando o poço da irresponsabilidade.

Procuram empréstimos bancários (e as portas não estão se abrindo) ou parceiros/investidores e sabem que quase sempre esse tipo de comprometimento não acaba bem.

E os clubes que fizeram “grande esforço” para segurar seus principais jogadores dizem em público que valeu a pena e nos bastidores choram a falta de compradores.

O discurso anunciando um novo momento e o cofre cheio, não passou de mais uma enganação.

(*) Jornalista esportivo e que atua desde 1977 na Jovem Pan e responsável pelo Terra Esportes Show.

Zum, zum, zum . lá se vai mais um

Coluna Esplanada: Dilma demite Negromonte

Já está acertada a saída do ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP). A presidente Dilma Rousseff deve demiti-lo quando voltar do Caribe. Presidente do PP, o senador Francisco Dornelles (RJ) foi avisado e procura um nome, em vão. Negromonte é alvo de série de denúncias de irregularidades em contratos na pasta. 

No sábado, a situação do ministro se complicou com a denúncia da coluna de que ele acumulou cargo remunerado enquanto ministro, como deputado licenciado, o que contraria a lei. O problema do PP é que o partido não tem um nome para substituí-lo.

Nota do Blog: Realmente o time da tia é de primeira .... Interessante que as denúncias aparecem, os personagens são afastados dos seus cargos (certamente porque algo de verdadeiro nas denúncias existem) e não acontece mais nada. Fica o dito pelo não dito. Ninguém vai preso, ninguém devolver o dinheiro desviado ou que ajudou a desviar, as empresas e e/ou empresários favorecidos também nada acontece. Um País do faz de contas com todas as letras . 

Desabafo vazio nos dias atuais

Desabafo de um Professor enviado ao Jornal Correio do Povo/RS

Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio.

Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos.
Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala.
Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula.
Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.

Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.

Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!...

Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde.

Tenho outras opções no mercado.

Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.

Fica cristalina a visão de que, neste país:

NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES
NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM

Os canalhas nos ensinam mais

Arnaldo Jabour para o Estado de São Paulo

Nunca vimos uma coisa assim. Ao menos, eu nunca vi. A herança maldita da política de sujas alianças que Lula nos deixou criou uma maré vermelha de horrores. Qualquer gaveta que se abra, qualquer tampa de lata de lixo levantada faz saltar um novo escândalo da pesada. Parece não haver mais inocentes em Brasília e nos currais do País todo. As roubalheiras não são mais segredos de gabinetes ou de cafezinhos. As chantagens são abertas, na cara, na marra, chegando ao insulto machista contra a presidente, desafiada em público. Um diz que é forte como uma pirâmide, outro que só sai a tiro, outro diz que ela não tem coragem de demiti-lo, outro que a ama, outro que a odeia. Canalhas se escandalizam se um técnico for indicado para um cargo técnico. Chego a ver nos corruptos um leve sorriso de prazer, a volúpia do mal assumido, uma ponta de orgulho por seus crimes seculares, como se zelassem por uma tradição brasileira.

Temos a impressão de que está em marcha uma clara "revolução dentro da corrupção", um deslavado processo com o fito explícito de nos acostumar ao horror, como um fato inevitável. Parece que querem nos convencer de que nosso destino histórico é a maçaroca informe de um grande maranhão eterno. A mentira virou verdade? Diante dos vídeos e telefonemas gravados, os acusados batem no peito e berram: "É mentira!" Mas, o que é a mentira? A verdade são os crimes evidentes que a PF e a mídia descobrem ou os desmentidos dos que os cometeram? Não há mais respeito, não digo pela verdade; não há respeito nem mesmo pela mentira.

Mas, pensando bem, pode ser que esta grande onda de assaltos à Republica seja o primeiro sinal de saúde, pode ser que esta pletora de vícios seja o início de uma maior consciência critica. E isso é bom. Estamos descobrindo que temos de pensar a partir da insânia brasileira e não de um sonho de razão, de um desejo de harmonia que nunca chega.

Avante, racionalistas em pânico, honestos humilhados, esperançosos ofendidos! Esta depressão pode ser boa para nos despertar da letargia de 400 anos. O que há de bom nesta bosta toda?

Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos! Aprendemos a dura verdade neste rio sem foz, onde as fezes se acumulam sem escoamento. Finalmente, nossa crise endêmica está em cima da mesa de dissecação, aberta ao meio como uma galinha. Vemos que o País progride de lado, como um caranguejo mole das praias nordestinas. Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades sórdidas estamos conhecendo, fecundas como um adubo sagrado, tão belas quanto nossas matas, cachoeiras e flores. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras. Como mentem arrogantemente mal! Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma.

Enquanto isso no Rio de Janeiro ....

Blog do Ricardo Noblat para O Globo - Charge Chico Caruso

China e a proibição de meganavios

China proíbe meganavios em portos; Vale é prejudicada

Terra Notícias
Cargueiro de 400 mil/tons

O governo chinês não permitirá mais que navios gigantes que superem a capacidade máxima aprovada de 300 mil t atraquem em seus portos, informou o Ministério do Transporte do país nesta terça-feira, minando os planos da mineradora Vale de utilizar seus megacargueiros para suprir seu principal mercado de minério de ferro.
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Os navios que excediam a capacidade aprovada antes eram avaliados caso a caso, mas o ministério informou em comunicado nesta terça que navios cargueiros e petroleiros gigantes estão proibidos, medida que entra em vigor imediatamente.

O comunicado surge apenas um mês depois de a Vale tentar descarregar o navio Berge Everest, carregando com 388 mil t de minério de ferro, no porto de Dalian - rapidamente gerando protestos da influente associação de armadores chinesa (China Shipowners Association), que tem ativamente pedido que Pequim barre os navios gigantes da Vale.

Atualmente, nenhum porto chinês tem aprovação para receber navios com mais de 300 mil t e os navios da Vale podem carregar até 400 mil t. Fontes da indústria disseram que a entrada do Berge Everest no porto de Dalian provavelmente ocorreu por uma falha burocrática, uma vez que estas permissões podiam ser emitidas por autoridades das províncias.

Declínio
O Ministério do Transporte chinês admitiu que sua decisão de proibir navios gigantes também decorre em parte da crise que assola a indústria de navegação chinesa, assim como assuntos de segurança marítima. Com a desaceleração econômica em importantes regiões no mundo, como a Europa, a demanda por embarcações, muitas delas construídas e operadas por companhias chinesas, caiu, levando também os valores do frete marítimo para baixo.

A frota dos megacargueiros da Vale, mais competitivos que outras embarcações, pelos ganhos de escala, está ampliando sua atuação no mercado justamente neste momento ruim do setor, alimentando o lobby contrário chinês. A China Shipowners Association e as siderúrgicas disseram que a frota de meganavios da Vale pode ser um "Cavalo de Troia", que permitiria à mineradora monopolizar os mercados de minério de ferro às custas da China.

O vice-presidente executivo da associação de armadores, Zhang Shouguo, é ex-vice-diretor da divisão de transporte marítimo do Ministério do Transporte. Com Pequim mantendo seus portos fechados aos Valemax, a mineradora terá de depender do transporte mais caro feito por embarcações que fazem o transbordo da carga em outros países na região para abastecer o maior consumidor de minério de ferro.

Até o momento, a Vale mantinha a posição de que a dificuldade de entrada de seus meganavios na China ocorria principalmente pela falta de adaptação dos portos do país, evitando reconhecer uma motivação política relacionada à crise dos armadores chineses. Consultada nesta terça-feira sobre a decisão do governo chinês, a área de comunicação da Vale informou que não comentaria imediatamente o tema.

Uma fonte na companhia familiarizada com a situação disse que a Vale ainda buscava uma confirmação diretamente com o governo chinês da proibição dos meganavios. Afirmou também que caso a proibição se mantenha, a alternativa será utilizar países como Filipinas e a Malásia para atracar as embarcações, e repassar o minério a navios menores, que seguiriam para a China.

O projeto da Malásia, chamado de Taluk Rubiah, ainda está em desenvolvimento e tem previsão para operar em 2014. É um centro de distribuição com capacidade de movimentar 60 milhões de toneladas/ano de minério de ferro. Ele foi concebido para atender Japão e Austrália, inicialmente, mas segundo a fonte da empresa, "poderia perfeitamente atender à China".

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Concordam ?

Dois super-heróis

O domingo foi do tênis de dois super-homens

Juca Kfouri (*)

Que me perdoem todos os amantes do futebol como este que vos fala.

Mas o domingo 29 de janeiro de 2012 entrou para a história do esporte mundial não por causa de Messi, Neymar ou de qualquer outro gêni de esportes coletivos.

O sérvio Novak Djokovic e o espanhol Rafael Nadal foram os responsáveis por mais uma página inesquecível ao protagonizarem um espetáculo de cinco horas e cinquenta e três minutos de arte, resistência física e emocional para culminar com um 3 a 2 sensacional de tênis jogado com um nível de excelência poucas vezes vistas nas quadras pelos tempos e pelo mundo afora.

O sérvio ganhou o jogo, mas os dois venceram uma batalha de duração jamais acontecida numa decisão de torneio do Grand Slam na final do Aberto da Austrália.

Quem viu, viu e, é claro, poderá rever, mas nunca será a mesma coisa depois de se conhecer o resultado final.

E o resultado final é mais que o resultado final porque o resultado final é a prova de que o esporte é uma atividade que faz dos homens super-homens, ao mesmo tempo inatingíveis e comoventes em seu esforço de buscar a perfeição.

(*) Formado em Ciências Sociais pela USP. Desde 2005, é colunista da Folha de S.Paulo e do UOL

Uma beleza escondida

Praia do Pajuçara/Santarém/Pa - Foto de Jorge Carlos

Cadê o dinheiro?O gato comeu ...

R$ 6,4 mi em doações do CNJ a tribunais estaduais desapareceram

Folha de São Paulo

Uma investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) descobriu que em torno de R$ 6,4 milhões em bens doados pelo órgão a tribunais estaduais desapareceram, informa reportagem publicada na Folha de São Paulo desta segunda-feira.

Relatório inédito do órgão, a que a Folha teve acesso, revela que as cortes regionais não sabem explicar onde foram parar 5.426 equipamentos, entre computadores, notebooks, impressoras e estabilizadores, entregues pelo CNJ para aumentar a eficiência do Judiciário.

A auditoria mostra ainda que os tribunais mantêm parados R$ 2,3 milhões em bens repassados. Esse material foi considerado "ocioso" pelo conselho na apuração, encerrada no dia 18 de novembro

Os tribunais estaduais dizem que vão investigar o destino de bens desaparecidos.

A prisão do Rei

Padre Sidney Augusto Canto (*)

Certo dia um sábio rei decidiu visitar o calabouço de seu castelo. Durante a visita começou a ouvir as queixas dos presos:
- Sou inocente! – dizia um acusado por homicídio – Vim para cá porque quis assustar a minha mulher e, sem querer, a matei.
Outro dizia:
- Sou inocente! Estou aqui acusado de suborno, mas tudo o que fiz foi oferecer um presente para um amigo...
Mais adiante outro apelava:
- Majestade, sou inocente! Me colocaram neste calabouço acusando-me de roubo, mas, apenas fiquei com um dinheiro que encontrei esquecido na rua.
E assim por diante, todos os presos clamavam inocência ao rei, até que um deles, um rapaz que aparentava uns vinte e poucos anos, lhe disse:
- Sou culpado! Feri meu irmão durante uma briga e mereço este castigo. Este lugar me faz refletir sobre o mal que causei ao meu próximo.
Então o rei, vorazmente disse ao carrasco:
- Expulsem este criminoso da prisão imediatamente! Com tantos inocentes aqui, ele terminará por corrompê-los!

Somos seres humanos, passíveis de erros e delitos. Somos todos filhos e filhas de Deus, mas também cometemos nossos pecados. A questão que a história nos leva a refletir é de como agimos diante dos nossos erros.

Quem somos nós nesta história?

Será que somos os “sempre inocentes” que são vítimas do sistema e das ações dos outros?

Será que somos os “culpados” que assumem seus erros e refletem sobre os atos cometidos?

Será que somos dignos da visita do sábio rei, que, agindo de maneira aparentemente “inusitada” acaba aplicando a verdadeira justiça para com aqueles que se encontram consigo mesmos e refletem sobre os seus atos?

Pense e reflita!
 
(*) Sacerdote santareno e foi ordenado presbítero no dia 28 de dezembro de 2001. É membro da Academia de Letras e Artes de Santarém, como escritor e pesquisador da história da sua Diocese já tendo dois livros publicados e outros dois inéditos. 
 

domingo, 29 de janeiro de 2012

País das contradições

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), classificou como "delinquentes" os quatro funcionários da concessionária Porto Novo --responsável pelos serviços públicos na zona portuária-- suspeitos de furtar pertences das vítimas do desabamento de três prédios no centro da cidade.

Realmente senhor Prefeito. São desqualificados quem rouba de vitimas de uma catastrofes dessas. Os funcionários foram demitidos mas ninguém falou em levá-los para cadeia que é o lugar que merecem.

Porém, senhor Prefeito, que classificação que podemos conceder a colegas seus, servidores públicos , que "sumiram" literalmente com dinheiro enviado para atender as vitimas dos deslizamentos do ano passado na área serrana do Rio de Janeiro?

Também não seriam uns "desqualificados"??

Porém, pelo que sabe nada,absolutamente nada aconteceu.

O dinheiro sumiu, os representantes são os mesmos e as cidades estão se reconstruindo como podem.

É ou não é um País das contradições? 

Outro ângulo

Outro ângulo de Alter do Chão, Santarém, PA!- Foto de J.Ninos

Uma dependência perigosa

Opinião do Estadão

O veterano Enrique Iglesias, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ex-secretário-geral da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, temperou com uma pitada de realismo e de autocrítica o entusiasmo dos latino-americanos com o próprio desempenho nestes anos de crise. A região enfrentou muito bem os efeitos da turbulência financeira e da recessão nos EUA e na Europa. Essa façanha, improvável há duas décadas, foi possibilitada pelas reformas empreendidas nos anos 80 e 90. Houve progresso na gestão das finanças públicas, a inflação foi domada, as contas externas melhoraram, a região acumulou reservas e criou um colchão para amortecer choques externos. A região aprendeu com as crises pelas quais passou. Mas ainda falta muito para alcançar o crescimento sustentado. É preciso, por exemplo, investir muito mais em tecnologia, inovação e, de modo geral, em aumento de produtividade. O lembrete de Iglesias, formulado num painel sobre a América Latina, em Davos, vale principalmente para os países mais industrializados da região.

Os exportadores de matérias-primas ganharam muito desde o início da década. A demanda global esquentou os mercados de commodities e puxou os preços para cima, favorecendo países como Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia e Peru. O impacto da crise de 2008-2009 foi limitado e em 2010 os preços de vários produtos básicos estavam de novo em níveis excepcionalmente altos. A China e outros países emergentes, por sua vez, continuaram em crescimento acelerado e esse foi um dos principais fatores de sustentação das cotações. Também houve alguma especulação, alimentada pelo enorme volume de dinheiro emitido nos EUA e na Europa.

Não há nada errado em aproveitar as oportunidades para ganhar com a exportação de matérias-primas. Mas histórias parecidas com essa já ocorreram, e os países exportadores pouco fizeram para converter a bonança temporária em alavanca de um desenvolvimento mais sólido e duradouro. Por que não escrever uma história diferente, desta vez?

É possível ser um grande vendedor de commodities sem depender desse tipo de exportação como principal fonte de receita comercial. É o caso de vários países desenvolvidos, a começar dos EUA. Mas o Brasil tem caminhado na direção oposta. A maior parte de sua receita de exportação vem sendo proporcionada pela venda de produtos básicos e semimanufaturados. Isso não seria preocupante, se resultasse apenas da valorização desses produtos e das condições do mercado. Mas a história é outra. A indústria brasileira tem enfrentado dificuldades crescentes na disputa de mercados, tanto no exterior como no País.

Além do problema cambial, há deficiências evidentes no sistema produtivo. Parte dos problemas está localizada nas empresas. Outra parte, maior e de remoção mais difícil, está fora das companhias - nas estradas precárias, na burocracia estatal, no altíssimo preço da energia, na péssima formação escolar, na tributação do investimento e da exportação, no excesso de encargos trabalhistas, na timidez da política de inovação tecnológica, etc.

Nenhum desses problemas foi seriamente atacado nos últimos anos. E a história tende a se repetir: a bonança poderá terminar no mercado de commodities e pouco terá mudado no sistema produtivo brasileiro. Mas terá mudado a posição relativa desse sistema no quadro internacional. Outros países terão investido muito mais em obras de infraestrutura, em educação, em tecnologia, em políticas de promoção comercial, etc.

No caso do Brasil, a dependência da exportação de matérias-primas é agravada por ser a China o nosso maior parceiro comercial. Essa relação está caracterizada - o Brasil exporta quase exclusivamente produtos básicos, a China vende apenas manufaturados. Esse é um ponto essencial para qualquer avaliação da estratégia comercial brasileira. Outros latino-americanos, também exportadores de matérias-primas, cuidaram do acesso a outros mercados. Foram mais prudentes.

Ministros e vice gastam R$ 16,6 milhões com jatinhos

Folha de São Paulo

Em 2011, ministros de Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer gastaram R$ 16,6 milhões com viagens em aviões da FAB, informa reportagem da Folha de São Paulo deste domingo.

Eles estavam em missões oficiais ou em deslocamentos para casa. A Folha teve acesso às planilhas de voo de todos os ministros, com dados inéditos sobre horário de partida, duração da viagem, custo da hora/voo, roteiros e datas.

O cruzamento de todos esses dados, que abrangem dez meses de exercício, revela que muitas aeronaves decolam em horários próximos, com o mesmo destino, cada uma com um ministro a bordo.

Não há um planejamento para evitar desperdício do dinheiro público e em muitos casos foi desrespeitada a orientação da presidente para que os voos fossem compartilhados por uma ou mais autoridade.

A maior parte dos ministros vai para casa de jatinho nos finais de semana. Dos 16,6 milhões, R$ 5,5 milhões foram gastos neste tipo de trajeto. Nesses casos, o jatinho precisa fazer até quatro viagens (normalmente a aeronave leva o passageiro na quinta ou sexta e retorna para Brasília; depois, volta para buscá-lo na segunda). 

Notas do Blog:  Vamos gastar .. vamos gastar ... vamos gastar ... quanto mais melhor .. São rapinas. Não há controle,não háplanejamento ... A desculpa é missão oficial . Bando de chupa-sangue. Um País do faz de contas ...

A Amazônia, segundo um morto e um fugitivo

Eliane Brum (*) para a Revista Época

João Chupel Primo é o morto. Junior José Guerra é o que luta para se manter vivo, depois de pedir e não receber proteção das autoridades. Eles denunciaram o que pode ser uma das maiores operações criminosas de roubo de madeira na Amazônia. Segundo testemunhas, as quadrilhas chegaram a transportar, em um único dia, cerca de 3.500 metros cúbicos – o equivalente a 140 caminhões carregados de toras e 3, 5 milhões de dólares brutos no destino final. A maior parte da produção é ipê, hoje a madeira mais valorizada pelo crime organizado pelo potencial de exportação para o mercado internacional. Toda a operação passa por uma única rua de terra de um projeto de assentamento do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), controlado por madeireiros: o Areia, localizado entre os municípios de Trairão e Itaituba, no oeste do Pará. Pelo menos 15 assassinatos foram cometidos na região nos últimos dois anos por conflitos pela posse da terra e controle da madeira. Este é o começo da explicação de por que João Chupel Primo morreu – e Junior José Guerra precisa fugir para não ter o mesmo destino.

Os dois denunciaram a operação criminosa de extração de madeira no mosaico de unidades de conservação da região da BR-163 e da Terra do Meio para os seguintes órgãos federais: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal e Secretaria Geral da Presidência da República. Também fizeram denúncias ao Ministério Público Federal e também ao Estadual, além da Polícia Civil do Pará. Pouco aconteceu, além da execução de Chupel.

Na tarde de 20 de outubro de 2011, João Chupel Primo detalhou o esquema em uma reunião com o procurador Cláudio Terre do Amaral, que durou 1 hora e 20 minutos, na sede do Ministério Público Federal em Altamira. Participaram dessa reunião várias pessoas, entre elas uma representante da Secretaria Geral da Presidência da República. Na reunião, Chupel afirmou que decidiu procurar o Ministério Público Federal de Altamira porque já denunciara a outros órgãos e nada havia acontecido. Nos dias 6 e 8 de setembro, por exemplo, ele e Junior haviam dado um depoimento, em Itaituba, à Polícia Federal e ao ICMBio, autarquia do governo federal responsável por fiscalizar e proteger as unidades de conservação. Depois de fazer mais uma vez a mesma denúncia, Chupel afirmou: “Daqui, eu só tenho um caminho”. Fez uma pausa antes de continuar: “Pro céu”.

Menos de dois dias depois, em 22 de outubro, João Chupel Primo foi executado com um tiro na cabeça, dentro de sua oficina mecânica, em Itaituba, à beira da Transamazônica. Junior trancou-se com a mulher e os dois filhos, de 12 e 14 anos, dentro da sua casa, no município de Trairão, nas proximidades da BR-163, e postou-se com uma espingarda na mão. Às 6h da manhã seguinte, uma viatura da Polícia Rodoviária Federal finalmente alcançou a porta de sua casa. Ao ouvir as portas do carro batendo, Junior empunhou a espingarda. Sua mulher chorava: “Você acha que vai conseguir nos defender com uma espingarda? Você nunca deveria ter denunciado”. Ao perceber que quem estava ali era a PRF, Junior jogou a espingarda embaixo da cama. Ele e a família foram levados a Santarém e, de lá, Junior foi a Brasília, para, mais uma vez, fazer as mesmas denúncias.

Geografia de sangue: nas unidades de conservação, grileiros trocaram o gado pelo roubo de madeira
Ao voltar da capital federal, Junior viajou a Itaituba para recolher provas e documentos na casa de João Chupel Primo. Lá, foi perseguido por um pistoleiro conhecido como “Catarino”. Conseguiu escapar. Mesmo assim, Junior não foi aceito no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. Neste programa, pessoas ameaçadas de morte vivem sob escolta, mas continuam atuando em suas comunidades. Para Junior foi oferecido ingressar no Provita – um programa em que testemunhas com risco de morte trocam de identidade, rompem todos os laços e passam a viver em outra região do país, sem contato com a vida anterior. Junior recusou. “Eu quero proteção para voltar lá no Areia e ajudar a criar uma estrutura em que a comunidade tenha condições de trabalhar na legalidade e viver em paz”, afirma. “Por que eu tenho de me esconder e perder tudo o que eu construí na minha vida, e os bandidos continuam lá? O governo quer me esconder para continuar não fazendo nada.”

Macarronada de Panela

Ingredientes

Massa e carne

400 grama(s) de músculo cortado em cubos médios
400 grama(s) de fettuccini (seco ou fresco)
3 unidade(s) de mandioquinha pequena (cortada em cubos)
1 unidade(s) de cenoura (cortada em cubos)
120 grama(s) de vagem (picada)
120 grama(s) de quiabo picado
2 unidade(s) tomates concassées (sem pele e sem sementes, cortados em cubos)
2 punhado(s) de agrião
1 unidade(s) de cebola bem picada
4 unidade(s) de dentes de alho bem picados
Cebolinha bem picada a gosto
Salsinha bem picada a gosto
Azeite de oliva a gosto
200 mililitro (ml) de água
3 xícara(s) de chá de caldo de carne*
Sal a gosto

Modo de preparo

Massa e carne
Tempere a carne com sal.
Despeje um pouco de azeite em uma panela de pressão e deixe esquentar bem. Acrescente a carne e deixe os cubos dourarem em fogo bem alto.
Adicione, também, a cebola e o alho.
Quando os cubos estiverem bem dourados de todos os lados, acrescente 200 ml de água e o caldo de carne.
Tampe a panela e deixe cozinhar na pressão por uns 15 minutos.
Desligue o fogo, espere sair a pressão e abra a panela com cuidado.
Transfira a carne e o caldo para uma panela maior.
Acrescente a mandioquinha, a cenoura e a vagem e cozinhe por mais ou menos cinco minutos. Vá adicionando mais água conforme a necessidade.
Adicione o tomate concassée, o quiabo e o fettuccine cru.
Deixe cozinhando até a massa ficar "al dente" ((cozido mas firme, não muito mole), ). Adicione o agrião e acerte o sal.
Apague o fogo, coloque a salsinha e a cebolinha e sirva em uma panela bem bonita. 

Bom apetite!

Alter do Chão

Ilha do Alter do Chão à noite

Produtividade agrícola do Brasil cresce mais do que a mundial

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Incentivo à pesquisa, aumento das exportações e ampliação do crédito rural contribuem para os bons resultados.

O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e Caribe e apresenta índices de crescimento acima da média mundial, segundo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2011.

Os dados da OCDE mostram também que junto com o Brasil, China, África do Sul e países do Leste Europeu são os que apresentam as maiores taxas de crescimento da produtividade.

O movimento é contrário ao verificado no resto do mundo, especialmente entre os países desenvolvidos que apresentam decréscimo nas taxas de produtividade.
Enquanto países como França, Inglaterra e Estados Unidos crescem abaixo da média histórica de 1,48% ao ano, verificada no período que compreende os anos de 1961 e 2007, o Brasil pressiona o crescimento produtivo agrícola na América Latina.

O crescimento anual da produtividade do Brasil é de 3,6 % ao ano, comparativamente aos 2,6% da América Latina, 0,86 % dos países desenvolvidos e 1,98% para o conjunto de países em desenvolvimento.
Pelo menos três fatores contribuem para esses resultados, na avaliação do coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

O avanço na área da pesquisa, liderada pela Embrapa, é considerado preponderante no aumento da produtividade da agricultura brasileira.
Aliado a isso, o aumento das exportações também contribuiu, assim como a variação positiva dos preços internos e ampliação do crédito rural.

O Ministério da Agricultura está atento a esse cenário positivo e vem trabalhando na implementação de políticas para a área.
Resultados ainda preliminares sobre as projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos deverá aumentar 22%.

A soja é a cultura que vai puxar esse crescimento, com média de 2,3% ao ano, seguida do trigo (1,9%) e do milho (1,8%).
O segmento de carnes também terá desempenho positivo, com incremento na produção de 40% nos próximos 10 anos.
A carne de frango deverá liderar o ranking com estimativa de crescimento de 4,2% ao ano, seguida da carne bovina e suína, com 2% ao ano, cada segmento.

“Esses dados são importantes porque exigem um conjunto de ações e medidas que o governo deverá adotar para que as projeções se concretizem, especialmente no aprimoramento da política agrícola e no direcionamento dos instrumentos para a concessão de crédito”, salienta.

O técnico destaca também o fato de o crescimento da produtividade agrícola ocorrer sem a ampliação, nas mesmas proporções, da área cultivada, reforçando a importância do incentivo à inovação e pesquisa que o Mapa vem dando à área.

Um exemplo disso é o Plano de Emissão de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incentiva a produção de várias culturas numa mesma área.

Hoje, o país detém 65,3 milhões de hectares de áreas plantadas, sendo 50 milhões em grãos e o restante em hortaliças. 

As formigas

Terminal agilizará o escoamento da safra de MT

Escoamento da safra mato-grossense de grãos pode ficar mais ágil a partir deste ano com a readequação dos terminais ferroviários de Alto Taquari e Alto Araguaia e inauguração do terminal de Itiquira, pré-agendada para 03 de março.

Nas obras de ampliação serão investidos R$ 2,4 milhões pela América Latina Logística (ALL), sendo R$ 1,8 milhão em Alto Araguaia e R$ 600 mil em Alto Taquari. Concessionária investirá ainda na melhoria do terminal de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul, onde devem ser aplicados R$ 600 mil.

Recursos serão direcionados para obras de infraestrutura no acesso aos terminais, manutenção de equipamentos e rede elétrica, facilitando a descarga de caminhões e o embarque de vagões.

Resultado esperado com os investimentos é conseguir descarregar 900 caminhões por dia, durante a safra, segundo informações do gerente de terminais de Mato Grosso, Ivandro Paim, para atender a demanda da nova safra de grãos matogrossense.

Em 2011, no terminal de cargas de Alto Araguaia, foi alcançado o número recorde de 832 caminhões descarregados em um único dia, durante 4 dias consecutivos, no mês de abril.
Recorde anterior havia sido 761 caminhões descarregados em um dia.
“Estamos conduzindo nosso plano de alta, que fazemos todos os anos. Para a safra 2012 foi estipulado um valor de R$ 3 milhões a serem investidos na parte de infraestrutura e manutenção pesada de equipamentos”.

No terminal de Itiquira, integrado à malha norte da ALL, o trabalho de conclusão do trecho ferroviário de 112 km entre o terminal e Alto Araguaia foi concluído no final de setembro, no qual foram investidos R$ 750 milhões.
Para inauguração do terminal de cargas é aguardada a conclusão da pavimentação de 26 km da rodovia estadual MT-299, interligando Itiquira ao distrito de Ouro Branco do Sul. Até agora, foi concluída a pavimentação de 10 km.

Terminal de Itiquira, construído em parceria com a Seara, ocupa área de 70 hectares e tem 6 km de extensão no município homônimo, distante 110 km de Rondonópolis. Extensão dos trilhos até Rondonopólis está prevista para acontecer até o fim deste ano.

Por Itiquira deverão ser movimentadas 2,5 milhões de toneladas de grãos, além de óleo de soja, álcool, madeira, contêineres refrigerados e derivados de petróleo, sendo a capacidade estática de 100 mil toneladas/dia.

Conforme o prefeito, Ernani José Sander, os investimentos realizados na construção do terminal de cargas já revigorou a economia local, ao atrair 195 empresas desde que a obra começou, em 2010. Entre as empresas que aportaram no município está a fábrica de calcário Petrocal. “Mas já se instalaram aqui muitas micro e pequenas empresas, como lava-jatos, farmácias, óticas, entre outras.

Que partida!

Desde a 07,00 da manhã em frente ao televisor para assistir uma das maiores e sem dúvida a mais longa partida de final de Grand Slam de tenis profissional.

A partida levou 5 horas e 53 minutos.

O sérvio Novak Djokovic número 1 do mundo bateu o espanhol Rafael Nadalnúmero 2 na decisão do Aberto da Austrália, por 3 sets a 2, parciais de 5/7, 6/4, 6/2, 6/7 (5-7) e 7/5, e conquistou mais um torneio sendo tri-campeão na Austrália.

Um jogaço onde não houve vencedores e sim os espectadores que assistiram um grande jogo de tenis .

É a sétima vez seguida que o sérvio ganha do espanhol. 

sábado, 28 de janeiro de 2012

Os Pinóquios do esporte

José Cruz (*)

Confirmando o que antecipei em março de 2010, o governador do Distrito Federal disse ontem, com um ano de atraso, que o novo estádio Mané Garrincha custará “cerca de R$850 milhões”, e não R$ 650 milhões que foram mentidos por ele mesmo à população.

Mesmo atualizando o valor, Agnelo voltou a falar inverdades, porque a obra passará de R$ 1 bilhão. Em breve os jornais, obedientes ao discurso oficial, vão noticiar isso.
Motivo: no custo original não estava prevista a “cobertura”, disse o governador, que, com suas inverdades, lembra o folclórico personagem Pinóquio.

Agora sairá a licitação para a cobertura do estádio. Depois virá outra para o gramado, mais uma para a iluminação, outra para elevadores, geladeiras, poltronas, tecnologia da informação, carpetes, banheiras para os vestiários dos atletas, sanitários em geral e por aí vai.

Inventor
Quando está sem notícia para colocar seu nome em evidência, o governador do Distrito Federal (que esta semana volta às páginas policiais da revista Veja) inventa uma visita às obras do estádio Mané Garrincha. E qualquer bobagem que diga é publicada com destaque.

Diz Agnelo que licitação internacional escolherá empresa para assumir o Mané Garrincha. Ora, se o elefante em construção é um negócio rentável, como afirma, porque entregá-lo à iniciativa privada?

Está aí outra mentira: em 2008, três empresas estrangeiras estiveram aqui pesquisando o mercado, para projetar o uso do Mané Garrincha como arena multiuso. Dependendo do resultado, poderiam até bancar as obras do novo estádio. Porém, depois de três meses os especialistas foram embora. O desinteresse foi geral.

Enquanto isso…
A soma dos incentivos fiscais e gastos públicos relacionados ao estádio que o Corinthians está construindo em Itaquera (Zona Leste de São Paulo) gira em torno de R$ 581 milhões. O valor é superior ao custo total de seis das 12 arenas que estão sendo construídas ou reformadas para a Copa do Mundo de 2014, informam os repórteres Vinícius Konchinski e Vinícius Segalla, do UOL Esporte.

E teve aquela do Lula, dizendo que “a Copa não terá um só centavo de dinheiro público…”

(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.

Um claro recado a Cuba

Opinião do Estadão

Na mesma medida em que demonstra enorme dificuldade, ou falta de disposição, para corrigir os efeitos negativos provocados na gestão governamental pela política licenciosa de alianças implantada por seu antecessor, a presidente Dilma Rousseff permanece firme na clara intenção de recolocar a diplomacia brasileira no rumo da cautelosa distância dos regimes totalitários cortejados por Lula e seu séquito de denodados "anti-imperialistas". Sem alarde, Dilma e a nova equipe do Itamaraty têm agido pontualmente para corrigir a lambança lulista na política externa, por meio de manifestações explícitas e reiteradas de que agora o Brasil está atento à preservação dos princípios democráticos como parâmetro para a orientação de seu relacionamento com a comunidade internacional e que não mais transige quando estão em jogo os direitos humanos.

O mais recente e louvável exemplo dessa nova realidade é a decisão tomada pela presidente de conceder visto de entrada para que a dissidente cubana Yoani Sánchez - colaboradora do Estado - possa visitar o Brasil. A decisão de Dilma, que não significa hostilidade com o regime totalitário de Havana, mas apenas um exercício de coerência, contrasta fortemente com as atitudes assumidas pelo ex-presidente Lula em sua última visita ao domínio dos Castros, quando meteu os pés pelas mãos em manifestações explícitas de vassalagem aos ditadores que há meio século se adonaram da ilha. Entre outras barbaridades, Lula comparou a criminosos comuns um dissidente cubano que acabara de morrer em consequência de uma greve de fome.

Na segunda-feira Dilma fará sua primeira visita oficial a Cuba como chefe de Estado. Nem por isso hesitou, poucos dias antes, em conceder o visto, mesmo podendo causar constrangimento ao regime de Havana, que já negou 18 pedidos de Yoani Sánchez para viajar ao exterior.

Sánchez tentou três outras vezes visitar o País, sempre atendendo a convites. Uma delas, para o lançamento de seu livro De Cuba, com carinho. Jamais obteve permissão para sair da ilha. Desta vez, convidada para o lançamento de um documentário cinematográfico do qual participa, enviou carta a Dilma Rousseff solicitando visto de entrada, o que é uma das condições que o regime cubano impõe para conceder autorização de saída. Sua intenção clara era exercer pressão sobre Havana. É improvável que tenha êxito, até porque a presidente brasileira com toda certeza não fará pressão sobre Raúl Castro. Nem se pode exigir isso dela, em termos diplomáticos, até porque seu recado já foi claramente dado.

O mesmo comportamento observado nas relações com Havana o governo Dilma tem aplicado a outros regimes antidemocráticos antes cortejados pela diplomacia lulista. O iraniano Mahmoud Ahmadinejad não tem feito segredo de seu descontentamento com a nova postura de Brasília. Ele não engole o fato de o Brasil, logo no início do governo Dilma, ter votado na ONU a favor da resolução que abriu caminho para a investigação de casos de violação de direitos humanos pelo regime dos aiatolás. Em Caracas, Hugo Chávez remói queixas parecidas, que repercutem na órbita bolivariana.

Com todas as críticas que possam ser feitas pelo que o governo Dilma ainda não mostrou em termos de política interna, é inegável que no plano externo se registraram avanços significativos, traduzidos por esse claro rompimento com o alinhamento automático a tudo o que fosse antiamericano, adotado pelo governo Lula. Não significa, é claro, que os interesses nacionais recomendem uma política externa radicalmente oposta, de alinhamento automático com as posições de Washington. Até pelo seu expressivo desenvolvimento econômico, o Brasil assumiu um papel de potência emergente que exige, no limite do possível, um relacionamento externo pautado pela defesa aguerrida dos interesses nacionais, em frequente dissídio com os das potências estrangeiras.

É com alívio que o País acolhe mais uma demonstração de que a diplomacia brasileira deixou de estar a serviço do exibicionismo populista do amigão dos Castros, Ahmadinejad, Chávez, Morales, Correa e que tais.

Gaby não vai para o céu

Estadão

"Um lamento triste sempre ecoou/ desde que o índio guerreiro foi pro cativeiro e de lá cantou/ negro entoou um canto de revolta pelos ares/ no Quilombo dos Palmares, onde se refugiou", proclama desde 1976 o Canto das Três Raças, de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, eternizado pela mineira Clara Nunes.

Na madrugada chuvosa de sexta-feira, brilharam no palco paulistano do Beco 203, na Rua Augusta, uma índia paraense do bairro pobre do Jurunas, em Belém, e um negro paulista do quilombo do Cachoeira, região montanhosa na zona noroeste da capital. A dona do show (e rainha do tecnobrega), Gaby Amarantos conta no fim, cheia de orgulho, que um "brega" paraense defendido por sua voz será tema de abertura da próxima novela das 7 da Rede Globo.

Para reencenar com ela o Canto das Três Raças, Gaby chama ao palco o rapper paulistano Emicida. Ela tece loas à "nova música brasileira", capaz de congregar num mesmo espaço a descontração do tecnobrega paraense e a concentração do rap paulista. Ele improvisa rimas de protesto contra a ocupação policial do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, e da Cracolândia, no centro da capital, e contra os governantes paulistas.

O público jovem de classe média alta, que já vinha abaixo diante dos comandos pop e das luzes de aparelhagem grudadas ao figurino de Gaby, vem abaixo com as provocações de Emicida. "Pinheirinho! Pinheirinho!", entoa a plateia no fim do Canto das Três Raças, juntando ao coro um slogan-palavrão direcionado, algo erroneamente, ao prefeito Gilberto Kassab. Estamos diante de uma cena símbolo das transformações vividas pelo Brasil e por aquilo que Gaby chama de "nova música brasileira".

Parece estar acabando o tempo em que cenas chamadas "indie" cresciam nos centros urbanos cosmopolitas, enquanto periferias dispersas País afora se desenvolviam separadas em cenas distintas (mas semelhantes na produção artesanal) como axé music baiana, funk carioca, sertanejo paulista, forró cearense, lambadão mato-grossense, tchê music gaúcha e assim por diante. Juntos, Gaby e Emicida celebram aquilo que os une, por cima de quaisquer diferenças quanto a ideologia, estética, política ou hedonismo.

Gaby, em especial, encena em si a contradição ambulante de que falava Raul Seixas quase 40 anos atrás. Com vozeirão e presença de palco incomuns, ostenta vocação evidente para ser uma próxima Ivete Sangalo, mas, por enquanto, permanece "indie". A empatia explosiva entre o público do chamado Baixo Augusta demonstra isso com nitidez.

Palmeiras .. outra vergonha


Acreditem se quiserem . Esse busto foi aprovado pela diretoria do Palmeiras para "homenagear" o goleiro Marcos .

O busto parece com tudo, até com o Shrek,menos com o goleiro Marcos.

Muita incompetência junto.

Nem para fazerem uma homenagem para quem tanto concedeu ao clube, sabem.

Outra vergonha da diretoria do Palmeiras

Do chão não passa !

Antenor Pereira Giovannini (*)

Havia prometido e escrito que deixaria de conceder pitacos, rabiscar, reclamar sobre coisas que ocorrem nesse nosso universo sejam em que nível for federal, estadual ou municipal.

Porém, creio que valha um parêntese, nessa minha decisão principalmente, depois que eu tive privilégio de cair na rua tal qual um saco de batatas velho.

Se isso tivesse ocorrido numa rua distante, numa rua não asfaltada, não seria nada estranho, porém, a queda se deu na principal avenida da cidade, Av. Ruy Barbosa, quase próxima ao Banco HSBC, motivada não pela velhice que já bate nas costas do blogueiro, mas, sim pelo excesso de entulhos e materiais de uma obra realizada nas proximidades.
Ao deixar a parte mais transitável para uma senhora acompanhada de uma criança/adolescente, me predispus a querer andar sobre uma camada fina de areia pertencente à obra e que se encontra jogada bem no meio da calçada acompanhada de outras tralhas, e não tive suficiente apoio para me equilibrar no rápido balé proporcionado pelo movimento e a queda foi inevitável, sob os olhares assustados de algumas pessoas próximas. Aos palavrões dirigidos aos nossos administradores me levantei, limpando a sujeira e continuei o caminho. Fico imaginando se sofresse alguma fratura quem iria me ressarcir.

Interessante que à tarde nossa prefeita inaugurou uma praça toda enfeitada com escola de samba, foguetório bem ao estilo pão e circo que nossa população adora e aplaude e não conseguem enxergar que se a praça é interessante, concede lazer à população, porque não olhar com rigor e atenção para nossas calçadas que estão simplesmente abandonadas, sem lei, sem Código de Postura onde cada um faz o que bem entende e o pedestre, o verdadeiro dono delas, que se lixe e que vá andar junto com os carros e motos no leito da rua, porque as calçadas servem tão somente para colocação de todos os tipos de coisas, menos para uso dos pedestres.

Tenho dúvidas que haja alguma cidade com  tanto desleixo com calçadas como a nossa. Lixo, entulhos, floreiras, materiais de construção, comércio, puxadinhos, garagem, enfim tudo é permitido com aval da Prefeitura, sem que haja qualquer contestação, uma vez que Código de Postura é utopia nessa cidade. Uma vergonha. Talvez nossos administradores não saibam da situação por não andarem pelas “pseudo-s calçadas” de nossa cidade haja vista que mesmo andando de um lado para o outro, nunca cruzei com algum vereador, com algum secretário caminhando ou pelo menos tentando caminhar por entre elas. l

Criam espaço novo e não cuidam dos espaços velhos. E inauguram como pompa de algo como se fora do comum fosse, mas não possuem habilidades, vontades em fazer com que principalmente, as calçadas de modo geral, sejam dos seus reais proprietários: os pedestres.

Ficam os leitores imaginando se as pessoas sãs são tratadas dessa forma no quesito calçadas, imaginem para as pessoas com alguma deficiência física, um deficiente visual ou pior ainda um cadeirante.

Somos na realidade uma cidade sem lei e sem calçadas. Aliás, um título de um texto que rabisquei para o Jornal " O Estado do Tapajós" no dia 09 de dezembro de 2008. Não mudou e continua piorando cada vez mais.

(*) Aposentado e agora com um roxo na bunda e morador em Santarém (PA)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sejam sinceros

Arthur Virgílio (*)

Este será, provavelmente, o artigo mais singelo de minha série, neste Blog. Falarei diretamente a adversários políticos meus, que criticam o que escrevo, muitas vezes me oferecem dados que levam à reflexão, que se dispõem à luta política por um Brasil mais digno e justo.

Óbvio que não me refiro aos indigentes intelectuais que me agridem sistematicamente e, pior do que isso, ferem, sem piedade, o vernáculo. Esses não merecem atenção. Devem estar a soldo de interesses escusos. Ou são opacos demais para travar debate sobre tema qualquer com quem quer que seja.

Não faço parte do grupo de pessoas que não enxerga seriedade em nenhum petista. Tenho amigos no PT, com a mesma legitimidade com que me julgo no dever de cobrar punição para mensaleiros e corruptos em geral.

Não sou sectário, enfim. Adversário, para mim, é adversário e não inimigo. Não alimento rancores pessoais, porque meu objetivo é travar a luta política com a força das idéias. Deploro, sinceramente, os rumos maniqueístas que a vida pública brasileira vai tomando.

Em poucas palavras: distingo o insultador profissional das pessoas que de mim divergem de modo claro e lúcido. Não precisam usar punhos de renda. Podem ser duros à vontade, porque a crítica não me amofina nem me indispõe contra ninguém.

É, pois, aos adversários de compostura e decência que me dirijo: é correta a nomeação da Sra. Graça Foster para presidir a Petrobras, sabendo-se que seu marido, Sr. Colin Foster mantém 43 contratos com essa estatal, sendo 20 deles sem licitação? Foi, aliás, correta, sua indicação para uma diretoria da empresa, em 2007, quando o Sr. Foster com ela (a empresa) já mantinha laços comerciais?

Registre-se, a bem da verdade, que foi justamente a partir de 2007 que os negócios do Sr. Foster começaram a prosperar na Petrobras, coincidindo, pelo menos no calendário, com a chegada de sua esposa a um posto de diretoria.

Longe de mim considerar que Sergio Gabrielli é, em alguma coisa, melhor do que sua sucessora. Politiqueiro, sempre foi mais militante do PT do que técnico ou administrador.

Gostaria de estar perguntando à Sra. Graça Foster sua opinião sobre a partilha de royalties petrolíferos. Ou sobre a política de preços da gasolina, que inviabiliza o etanol, logo agora que as barreiras americanas a esse produto – muito nosso – acabaram de ruir.

Tenho como “começar do começo”: meus adversários racionais e bem intencionados, em sã consciência, podem dizer que a presidente Dilma Rousseff agiu com espírito público e sem estar diante de brutal conflito de interesses?

Sejam sinceros. Ficarei muito feliz se for assim.

A presidente ainda não demitiu Fernando Pimentel, Mario Negromonte e Fernando Bezerra. Já surgiu outro escândalo na área do PP e mais um pelas bandas do PTB. Agora se passa por cima, em forma acintosa e grave, do princípio da impessoalidade no trato da coisa pública.

Não escrevi para polemizar, porém para conhecer a opinião de pessoas que se têm marcado por participações plenas de boa fé, contraditando-me neste espaço. Aguardo com positiva expectativa suas opiniões.

(*) Diplomata, foi Líder do PSDB no Senado