Blog de Ciências da Folha de São Paulo
A posse coincidentemente conjunta dos novos ministros de Ciência, Marco Antonio Raupp, e de Educação, Aloizio Mercadante, nesta terça-feira em Brasília acabou promovendo um casamento de duas áreas correlatas que seguem em pastas distintas no governo federal.
Sabe-se que não se faz pesquisa sem ensino e vice-versa. A ciência precisa da formação de pesquisadores -- o que acontece nas universidades. E a própria ciência, especialmente no contexto brasileiro, também acontece nas universidades. O docente da universidade é cobrado e avaliado por suas pesquisas. Os dois assuntos estão completamente ligados.
Mas ao colocar ciência e educação em caixinhas separadas, o governo deixa universidades e Capes, instituição que as avalia, no guarda-chuva da MEC e agências de fomento à ciência, como o CNPq, sob a aba do MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação).
O próprio Mercadante sabe que essa divisão é complicada. No final de 2011, ainda ministro de Ciência, ele tentou puxar universidades e Capes para o MCTI. Ao ficar sabendo que iria para a pasta de educação, claro, desistiu da ideia.
Raupp, sucessor de Mercadante no Ministério de Ciência, parece não estar disposto a tirar do colega de governo (e padrinho) a parte do MEC que mais dá certo: o ensino superior.
“O casamento entre ciência e educação ficou ainda mais claro agora que darei continuidade às políticas do atual ministro de Educação na pasta de Ciência”, disse Raupp na sua posse em Brasília, sob olhar orgulhoso de Mercadante (que tomava posse no mesmo dia).
A própria presidente Dilma Rousseff falou sobre o casamento na cerimônia que deu posse aos dois novos ministros -- e que contou até com a presença do ex-presidente Lula. “Ciência e educação são assuntos inseparáveis”, disse a madrinha Dilma, que escolheu os dois nomes.
Agora é a vez das testemunhas do casório acompanharem quanto tempo vai durar a união -- e se a união será efetiva -- depois dessa doce lua-de-mel.
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