quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A bolha de crédito e o ajuste no padrão de vida dos brasileiros

Reinaldo Domingos (*) 

Muito se vem falando nos últimos meses sobre projeções negativas para a economia para os próximos anos e muitos problemas macroeconômicos são tidos como culpados, o que faz com que não se perceba que a situação pode se agravar nos próximos anos, pois já vivemos uma verdadeira bolha de crédito, que está preste a estourar, fazendo com que avanços que alcançamos possam regredir. 

Hoje, os dados são assustadores, sendo que temos no Brasil cerca de 57 milhões de inadimplentes, isto é, pessoas que assumiram compromissos financeiros e não conseguiram pagar. É um dado temeroso. 

E o que mais preocupa é que as ações que vejo serem tomadas são, em sua grande parte, paliativas, como utilizar dinheiro extra para ajuste dessas situações, participar de feirões limpa nome, etc. Não se percebe que a solução está na educação financeira das pessoas, o que proporciona que essa situação não se repita mais. 

Ocorre que vivemos em um momento no qual, depois de 20 anos que conquistamos nossa estabilidade econômica macro, principalmente, com o controle da inflação, tivemos, na sequência, o aumento do acesso das pessoas a diversas ferramentas de crédito, dando assim uma falsa sensação de aumento de padrão de vida. 

Contudo, não foi observado que esse aumento de padrão não ocorreu de forma sustentável, mas sim com o comprometimento cada vez maior da renda com o crédito e, agora, se observa um risco cada vez maior de a chamada nova classe C voltar para a D ou até mesmo a E, pois, agora, enfrentam o desequilíbrio e a realidade de um falso aumento de padrão de vida. 

Agora, todos buscam culpados, e esses não faltam; pode ser o marketing publicitário, o fácil acesso ao crédito, a conjuntura econômica ou até mesmo o resultado da eleição. Contudo, não se percebe que o problema é um só: sofremos com a falta de educação, nosso sistema educacional se mostra falido. De um lado, com a progressão continuada e, de outro, com conteúdos que visam apenas que se passe no vestibular ou mesmo titulações sem conteúdos. 

Infelizmente, deixamos de lado que temos que educar as pessoas para a vida, para a realidade que enfrentarão no futuro. Assim, mais do que nunca, é necessário que, no processo educacional, se tenha uma grande reflexão sobre projeto de vida. Hoje, não se tem a essência primordial do ensino de projetar os sonhos, isso porque nossa população segue sempre a mesma fórmula, não percebendo que não se pode mudar fazendo sempre tudo igual. 

Esse é o ponto primordial que trata a educação financeira, pois ela aborda a relação com dinheiro de forma comportamental, em busca da sustentabilidade. 
Vivemos uma era de ansiedade, de consumo imediato, que leva ao consumo não consciente, que nos levou a bolha do endividamento. 

Não quero, com isso, ir contra ao consumo, muito pelo contrário, pois, quando se tem educação financeira, com certeza, o consumo irá crescer; quando se combate o endividamento e insere a educação financeira, também se proporciona à população maior capacidade de compra, além de incentivar a cidadania. 

Enfim, chegou a hora de enfrentarmos a situação da bolha de endividamento de forma séria. O problema não é apenas macroeconômico, mas também micro. 
Temos que deixar de pensar nas pessoas como apenas números e tratá-las como cidadãos possuidores de sonhos e desejos, que devem – e podem – ser realizados. 

Para isso, o único caminho é a educação. 

(*) É educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Beijinho, beijinho, tchau, tchau

Globo dispensa Xuxa e não renova contrato após quase 30 anos 

UOl/TV 

Após quase 30 anos de casa, Maria da Graça Xuxa Meneghel não será funcionária da Globo em 2015. A emissora decidiu não renovar contrato com a apresentadora, que fica livre, assim, para negociar com a Record. No começo de 2014, a Comunicação da Globo informou que Xuxa havia renovado com a emissora. Mas o contrato, ao contrário do que se especulou na época, era de apenas um ano e vence na virada de 2014 para 2015. 
E não haverá renovação. Xuxa está definitivamente fora da Globo. 

Segundo uma alta fonte na emissora, o principal motivo da não-renovação é a audiência. Xuxa já não é mais sinônimo de ibope _chegou a ser humilhada ao perder para o desenho Pica-pau, da Record, em 2012. Além disso, não há um projeto adequado para a apresentadora na grade da Globo, que deve abolir totalmente a programação infantil em 2015. As manhãs de sábado, outrora ocupadas por Xuxa, terão agora edições especiais do Mais Você, Bem Estar e Encontro. 

O novo acordo entre Xuxa e Globo já não previa nenhum programa para a apresentadora, nem mesmo adulto. Em junho, em participação no Altas Horas, a própria Xuxa admitiu que não deveria voltar ao em 2015, por causa de suas limitações físicas. 
Na época, um alto executivo da Globo revelou ao Notícias da TV que o contrato era "simbólico", apenas para preservar a exclusividade sobre Xuxa, e que não havia obrigação da emissora de colocá-la no ar em programa regular. 

Xuxa se afastou do vídeo no final de janeiro para tratar de um grave problema no pé esquerdo. Ela sofre de sesamoidite, uma inflamação causada por estresse de movimentos repetitivos. O problema provoca muita dor e inchaço. Havia o risco de Xuxa ter de fazer uma cirurgia, o que a deixaria ainda mais tempo afastada. Esse risco já foi afastado. Segundo a assessoria da apresentadora, Xuxa está começando a se adaptar à vida sem bota ortopédica. 

Xuxa estreou na Globo em 30 de junho de 1986, após pouco mais de dois anos de Manchete. O Xou da Xuxa, que sempre iniciava desembarcando de uma nave cor-de-rosa, foi um sucesso arrebatador, influenciou milhões de crianças e se transformou numa máquina de vender discos. Nos anos 1990, Xuxa experimentou uma carreira internacional e começou a fazer sucesso também nos fins de semana.

domingo, 14 de dezembro de 2014

A chantagem da petrorroubalheira

Elio Gaspari (*) 

Outro dia, a doutora Dilma recebeu dirigentes sindicais preocupados com milhares de trabalhadores de empreiteiras que correm o risco de perder seus empregos se obras da Petrobras forem paralisadas. No fim dessa linha está uma chantagem das grandes empresas: se a limpeza avançar, cria o risco de se “parar o país”. 
Já há milhares de demissões e greves em estaleiros na Bahia e no Rio. 

A doutora está jogando na defesa com as petrorroubalheiras. Falta-lhe iniciativa, mesmo que seja para reconhecer o que se fez de errado, para evitar que se faça pior. 
Está na fila das encrencas o caso da contratação de navios-sondas para perfurações. 

Depois da descoberta das reserva do Pré-Sal, a Petrobras precisava contratar navios-sonda de perfuração. Podia ir ao mercado, mas os comissários, com Pedro Barusco no lance (US$ 100 milhões na Suíça), tiveram a ideia de formar uma empresa brasileira e em 2011 criaram a Sete Brasil na qual a Petrobras tinha 10% e punha seu selo. 
Entre 2014 e 2018, a Sete Brasil forneceria 28 plataformas. Coisa de US$ 30 bilhões. 

Um projeto desse tamanho poderia atrair investidores de todo o mundo. 
Entraram três bancos (BTG, Bradesco e Santander) e mais os suspeitos de sempre: os fundos Petros, Previ Funcef, Valia e o FGTS. A Viúva ficou com cerca de 45% do negócio. Passou o tempo, entregaram um casco e cinco estão atrasados. A Sete já desembolsou US$ 8,9 bilhões, com uma parte em adiantamentos. Num caso, com um desembolso de US$ 2 bilhões, não há metade disso em obras. Só há uma sonda dentro do cronograma. 
No mercado surgiu a figura do “estaleiro Powerpoint”. 

Se tudo desse certo cada sonda sairia por algo em torno de US$ 1 bilhão. 
No mercado internacional, custavam US$ 750 milhões. Depois, seriam alugadas para operadoras, pagando-se US$ 600 mil por dia. Lá fora, esse serviço valia no máximo US$ 500 mil. Os prazos foram para o espaço e hoje pode-se torcer para que as sondas fiquem prontas entre 2016 e 2022, se ficarem. 

Quando faltou caixa, só o BTG aumentou sua participação, mas a Sete Brasil disse que ia buscar dinheiro no mundo. Piada. No início deste ano, acharam US$ 10 bilhões no Fundo de Marinha Mercante. O Banco do Brasil não topou repassar os recursos e a tarefa foi para o espeto do BNDES. Esse financiamento tornou-se o maior projeto do banco, com uma exposição superior à que ele assumiu com Eike Batista. 

A senhora pode dizer que isso são vicissitudes do mercado. Mas veja que a Sete Brasil contratou obras com seis estaleiros. Três (Jurong, Keppel e EAS) estão de pé. A OSX do Eike virou pó. As outras duas, EEP e Rio Grande, estão com gente dormindo em colchonetes da Polícia Federal. (Na EEP há duas greves de trabalhadores.) O doutor Barusco, que defendeu a criação da Sete Brasil e foi seu diretor de operações, está preso, colaborando com a Viúva. 

Na última reunião do conselho da Sete Brasil, duas operadoras de sondas resolveram cair fora. Não querem migrar das páginas de economia para o noticiário policial. 

O argumento segundo o qual a investigação das petrorroubalheiras pode parar obras, gerando desemprego, é chantagem. Em alguns casos, as empresas já estavam quebradas, em outros, não haverá jeito. Botar dinheiro nelas é remunerar o ilícito.
Se as doutoras Dilma e Graça Foster começarem a trabalhar hoje, esse mal pode ser remediado. 

Basta mostrar que a Viúva poderá avançar no patrimônio das empresas e dos seus doutores. O Brasil não é a China, mas o companheiro Xi Jinping está fazendo exatamente isso. Primeiro ele limpa o ladrão, depois manda-o para a cadeia. Um dos empreiteiros já está vendendo os cavalos do seu haras. Em vez de tirar dinheiro do Fundo de Marinha Mercante para financiar estaleiros virtuais, depenam-se os ladrões (pessoas físicas e jurídicas) para evitar que eles depenem os trabalhadores. 

(*) É jornalista e escritor 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Beirute de rosbife


Ingredientes 
1 lagarto (2 kg); 
2 tomates em molho; 
1 Pimentão vermelho; 
1 alho poró; 
2 talos de salsão; 
1 cebola; 
16g de alho; 
100ml de azeite; 
10g de pimenta do reino;
18g de pimenta síria; 
20g de sal. 

Modo de preparo 
Em uma panela comum coloque todos os temperos cortados em rodelas e refogar no azeite. 
Logo em seguida, acrescente o lagarto e refogue mais um pouco e adicione o restante dos ingredientes, depois 3 litros de água e deixar cozinhar por 3 horas. 
Retire do fogão e leve à geladeira, deixe de um dia para outro e depois fatiar no fatiador.  

Montar o Beirute 
Pegar um pão sírio, abrir em duas partes e colocar 10 fatias de rosbife, depois acrescente 5 rodelas de tomate e zaathar (tempero árabe). 
Na outra parte, adicionar mussarela e levar ao forno, deixando o queijo derreter e o pão dourar.

Sindicatos e política

José Antonio Segatto (*) 

Um fato causou surpresa nas últimas eleições presidenciais: o apoio quase unânime das centrais sindicais à candidata do PT. De procedências, concepções e práticas muito diversas, sempre às turras e trocando impropérios, as centrais travaram, durante longo tempo, competição pelo domínio do movimento sindical. Nos últimos anos, no entanto, deram de andar de braços dados, afinados e em estranha harmonia. 

Como explicar a inusitada reviravolta e a misteriosa unanimidade? 
Um recuo, não muito distante, na História, pode contribuir, para o entendimento dessa aliança, suas motivações, conveniências e seus interesses. 

Nos anos 1970/80, algumas teses acadêmicas sobre o sindicalismo tornaram-se correntes. Difundidas pela mídia e por outras instituições da sociedade civil, penetraram e disseminaram-se no movimento operário e sindical e converteram-se em hegemônicas — estiveram mesmo na base e na origem da reordenação do movimento sindical e da esquerda naqueles anos. Afirmavam, em linhas gerais, que o movimento operário/sindical até 1930 fora um movimento combativo, autônomo e revolucionário e, após essa data, teria sido derrotado e subordinado ao Estado; convertido em organismo burocratizado, de colaboração, passou a ser manipulado pelo populismo. Essa situação teria perdurado até 1978/80, quando o autêntico movimento operário/sindical, no ABC paulista, teria iniciado sua ressurreição. 

O “novo sindicalismo”, como passou a ser denominado, contestava desde a estrutura sindical (unicidade, verticalização, imposto sindical) até a intervenção e mediação do Estado nas relações entre capital e trabalho. A luta por autonomia e liberdade sindical confundiu-se com o combate ao Estado, à defesa da negociação direta entre patrões e trabalhadores e ao livre-arbítrio do mercado na compra e venda da força de trabalho. 
A principal liderança do “novo sindicalismo” (Lula) chegou mesmo a afirmar que a Consolidação das Leis do Trabalho ( CLT) era o “AI-5 da classe operária”. 

Mato Grosso conclui plantio de soja com área de 8,86 mi de hectares

Globo Rural 

O plantio de soja em Mato Grosso foi concluído esta semana, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em relatório divulgado nesta sexta-feira (12/12). O avanço foi de 0,5 ponto porcentual em uma semana. 

A semeadura foi concluída com atraso em relação ao ano passado, quando os trabalhos haviam sido finalizados na semana encerrada em 5 de dezembro. 
A área total semeada ficou dentro do previsto pelo Imea, de 8,86 milhões de hectares. 

Segundo o instituto, a safra mato-grossense 2014/2015 deve atingir rendimento de 52,4 sacas por hectare, ante 51,9 sacas por hectare no ciclo anterior, e produção de 27,89 milhões de toneladas, ante 26,29 milhões de toneladas em 2013/2014.

Aos 88 anos, Lázaro Brandão prepara a sucessão no Bradesco

Revista Exame 

O cargo de ministro da fazenda é o segundo mais poderoso da República. 
É a consequência lógica de nossa estrutura econômica, em que o Estado sufoca a sociedade, que tenta se virar para gerar as riquezas que vão, ao fim do processo, sustentá-lo. O governo federal acumula tantas atribuições que o chefe da Fazenda acaba sendo o chefe da economia — suas canetadas, afinal, podem selar o destino de setores inteiros. 

Como, então, Luiz Carlos Trabuco, o presidente do Bradesco, disse “não” ao convite para assumir o posto? Estamos no terreno da especulação, já que ele não fala no assunto, mas hoje Trabuco — mesmo no auge da carreira, mesmo com sua situação financeira resolvida para todo o sempre — não é mais dono de seu destino. 

Aos 63 anos, ele está nos estágios finais de sua formação para suceder a maior lenda do mercado financeiro nacional, Lázaro Brandão, o senhor de 88 anos que comanda, até hoje, o segundo maior banco privado do país. 

Só quem conhece a cultura criada por Brandão consegue entender: Trabuco não poderia mesmo dizer “sim” a Dilma Rous­seff. Um processo tão aguardado, tão calculado e tão sensível que não poderia ser posto em segundo plano por um cargo em Brasília. 
Por mais poderoso que seja.

O processo sucessório ganhou clareza em março deste ano, quando Trabuco assumiu o cargo de vice-presidente do conselho de administração. Ali, Brandão dava um sinal aguardado há anos: quem ele escolhia como seu provável sucessor. Mas que ninguém confunda a escolha com qualquer pressa para efetivá-la. 

Há 72 anos no Bradesco, onde começou a trabalhar numa agência em Marília, no interior de São Paulo, “seu” Brandão, como é chamado por funcionários e altos executivos do banco, é, no papel, o presidente do conselho de administração. Na prática, é o mais próximo de um dono que o grupo tem. 

Hoje, o controle da instituição é dividido entre executivos, conselheiros e herdeiros de Amador Aguiar, fundador do banco. Juntos, eles têm 38% do capital. A fatia de Brandão não é divulgada, mas pessoas próximas estimam que não chegue a 1%. 

Graças ao peculiar modelo de gestão do Bradesco, porém, essa pequena participação tem sido suficiente para dar a ele a palavra final em todas as decisões estratégicas. 
Desde que assumiu o conselho, em 1990, após o afastamento de Amador Aguiar, que faleceu em 1991, ninguém, nem os herdeiros, nem outros executivos, nem investidores, teve interesse em mudar isso. 

“Somos como um monólito”, diz Brandão. “Os funcionários trabalham pelo conjunto, e o grande objetivo é preservar nossa cultura e a consistência que temos ao executar tarefas e nos posicionar no mercado.” 

Tudo indica que caberá a Trabuco a função de preservar a cultura de que fala Brandão. 
O Bradesco se tornou um dos maiores bancos do Brasil apoiado num modelo de gestão que, na teoria, tem tudo para dar errado. É quase uma anticartilha da “gestão moderna”. 

A hierarquia é rígida, a rotina é pouquíssimo flexível (conseguir emendar um feriado é uma vitória) e o tempo de casa pesa nas promoções. Entre os 18 vice-presidentes e diretores executivos, apenas um está no banco há menos de dez anos — oito são funcionários desde a década de 70, e outros cinco, desde os anos 80. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Mea Culpa

Renato Gomes Nery (*) 

A questão da culpa ganha destaque quando nos deparamos hoje com autoridades que deixam ou omitem as traquinagens, desmandos e crimes de seus subordinados e, após escândalos e mais escândalos, dizem que não sabiam. E adentra para a questão dos entusiastas que ajudaram a entronizar estas autoridades e dizem que não sabiam que foram enganados por elas. Sabiam ou não sabiam? Eis a questão que tentei responder em outra ocasião. 

Quantos de nós, acreditando nos bons propósitos e excelentes programas, ajudamos entronizar tantas e nefastas representações políticas e, ora, estamos desapontados com elas, porque constatamos que o único objetivo era o poder que conquistaram as nossas custas e viraram as costas para tudo que pregavam (inclusive ideais e idéias que comungaram ao longo da vida), em prol de ideologias e programas duvidosos, de privilégios, benefícios pessoais, familiares e de grupos e mesmo da manutenção pura e simples do Poder. À revelia está o País que continua o mesmo, infelicitado por tantas e tão graves injustiças. Será que não temos culpa por isto? E aqui reside a questão da omissão e da responsabilidade, do entusiasmo e dos entusiastas, abordada de forma genial por Milan Kundera, em seu Livro memorável, denominado A Insustentável Leveza do Ser - 45ª Ed. Nova Fronteira, pag. 177/178, ao descrever sobre a implantação do Regime Comunista e os danos que ele causou a Europa Central – 

- A história de Édipo é bem conhecida: um pastor, tendo encontrado um recém nascido abandonado, levou ao rei Pólibo, que o criou. Quando Édipo cresceu, encontrou num caminho das montanhas um carro em que viajava um príncipe desconhecido. 
Os dois se desentenderam, e Édipo matou o príncipe. Mais tarde casou-se com a rainha Jocasta e tornou rei de Tebas. Não suspeitava que o homem que tempos atrás assassinara nas montanhas era o seu pai, e que a mulher com quem dormia era a sua mãe. 
Enquanto isto a sorte perseguia seus súditos, dizimando-os com doenças. 
Quando Édipo compreendeu que era o único culpado por esses sofrimentos, furou os olhos com espinhos e, cego para sempre, partiu de Tebas. 

Conclui o Autor....
Aqueles que pensam que os regimes comunistas da Europa Central são obra exclusiva dos criminosos deixam na sombra uma verdade fundamental: os regimes criminosos não foram feitos por criminosos, mas por entusiastas convencidos de terem descoberto o paraíso. Defendiam corajosamente esse caminho, executando, por isso, centenas de pessoas. 
Mais tarde ficou claro como o dia que o paraíso não existia, e que, portanto, os entusiastas eram assassinos. 

Assim todos acusavam os comunistas: vocês são os responsáveis pelas desgraças do país ( que está arruinado), pela perda de sua independência (caiu sob tutela dos russos), pelos assassinatos judiciários. Os acusados respondiam: não sabíamos! Fomos enganados! Acreditamos! Somos inocentes do fundo do coração! 

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Sabiam ou não sabiam? Mas: seriam inocentes apenas por que não sabiam? 
Um imbecil sentado no trono estaria isento de toda responsabilidade somente pelo fato de ser um imbecil? 

Édipo não sabia que dormia com sua própria mãe, e, no entanto, quando compreendeu o que tinha acontecido, nem por isso se sentiu inocente. Não pôde suportar a visão da infelicidade provocada pela ignorância, furou os olhos e, cego para sempre, partiu de Tebas. 

Pois é, tatu não sobe em árvore. E quem os botou lá não é capaz de tirá-los. 
E não espere que eles tenham a coragem moral de Édipo que quando não pode suportar e infelicidade provocada por ele furou os olhos e partiu de Tebas. 
Se eles não furam os olhos, pelos menos tenhamos nós a dignidade de assumir a nossa responsabilidade pelas nossas escolhas, pelos freqüentes e insistentes desmandos deste Brasil varonil. 

(*) Advogado em Cuiabá-MT – 
E-mail: rgnery@terra.com.br
            

sábado, 6 de dezembro de 2014

Armas

Bellini Tavares de Lima Neto (*) 

“A mais tremenda das armas, 
Pior que a durindana, 
Atendei, meus bons amigos: 
Se apelida: 
- A língua humana!” 
(Fagundes Varella) 

Há muito tempo um dos meus irmãos tinha um carro, um antigo Volkswagen, carrinho que já foi muito popular entre nós. Era um modelo simples, dotado de um motor identificado como 1300. Meu irmão cismou de trocar o motor por um modelo 1500. 
Eu disse a ele que aquilo era uma bobagem, que não deveria gastar dinheiro com isso e por aí afora. Mas ele queria, queria e, um belo dia, apareceu com o carro e seu motor novo. Estava feliz, orgulhoso de sua proeza. E eu, então, subi nas minhas próprias tamancas, pronto para iniciar um discurso de contundente reprovação. 
E, como que por milagre ou ação de alguma força sobrenatural, de repente alguma coisa me disse: 
“O que é que você vai dizer? 
Vai repetir aquele discurso todo? 
Ele já fez o que queria fazer, está contente. 
O que você quer fazer? 
Dar um jeito de prevalecer a tua opinião?” 
É claro que o discurso não foi tudo isso, mas o importante é que eu levei um “cala boca” de proporções exatas e oportuno, um safanão para guardar minha língua na boca e respeitar a natureza que nos dotou de apenas um órgão falador e dois para ouvir. 

Não sei se aprendi a lição de forma definitiva, mas o fato é que nunca mais me esqueci disso. Será que tomamos algum cuidado com o que dizemos? Será que nos ocorre que o que dizemos pode não ter razão alguma para ser dito e, o que é pior, pode desagradar, magoar ou ferir a quem ouve? 
Será que temos, mesmo, que dizer tudo o que nos vem à cabeça? 

Nestes tempos ásperos, a gentileza parece ter resolvido se ausentar por tempo indeterminado e se esconder em lugar incerto e não sabido. 
Na bolsa de valores morais, parece andar em baixa, cotação zero ou muito próximo disso. Ninguém quer, ninguém se interessa. Ninguém abre mão de coisa alguma em nome dela, mesmo que não haja coisa alguma a abrir mão. Ela não é considerada e pronto. 
Aí, as pessoas vão dizendo ou fazendo tudo o que lhes vêm à mente, mesmo que possa ter vindo das regiões menos recomendáveis. A peneira vem se tornando cada vez mais grossa, a filtragem não pega praticamente nada. 
Tudo sobe, tudo bem à tona e estamos conversados. Não gostou? Coma menos. 

O poeta, com seu talento inquestionável, autor de uma das mais lindas páginas da poesia em língua portuguesa, o seu imortal “Cântico do Calvários”, também teve sensibilidade para detectar essas que, sem dúvida, é a mais poderosa de todas as línguas. Uma vez que nascido no século XIX, seus parâmetros eram as armas da época: 
“Qual a mais forte das armas, a mais firme, a mais certeira? 
A lança, a espada, a clavina ou a funda aventureira? A pistola? O bacamarte? 
A espingarda ou a flecha? O canhão que, em praça forte, faz em dez minutos brecha?”. 

Os tempos correram, as armas de refinaram, mas nada conseguiu superar, em força e contundência, em capacidade de ferir ou causar dor, o poder da língua humana. 
E isso tem uma razão simples: todas essas armas podem dizimar a vida e, então, a dor se acaba. Ou podem causar muita dor mas será passageira. 

A língua humana não mata, apenas fere. 
Mas o ferimento jamais se cicatriza e a dor não passa. 

(*) Advogado, avô e morador em São Bernardo do Campo (SP)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

É estarrecedor!

Nelson Motta (*) para O Globo 

Não aguento mais falar sobre o escândalo da Petrobras. 
Mas não consigo parar de procurar notícias, comentários, desdobramentos e consequências desse assunto que domina o país e desperta em mim, e em muita gente, os instintos mais primitivos. Sou por natureza pacífico e tolerante, mas estou envenenado por terríveis desejos de vingança, por sentimentos de fúria e indignação que vão além da sede de justiça e me dão uma certa vergonha. 

É estarrecedor. 
Em cada caixa que se abre, surgem novas caixas de conspirações para saquear não só a Petrobras, mas todas as grandes estatais brasileiras. Fiquei até emocionado vendo Paulo Roberto Costa afirmar na CPMI que os esquemas da Petrobras se repetem na construção de rodovias, hidrelétricas, aeroportos, portos, usinas, onde quer que haja dinheiro público para ser roubado. 

A história de Paulo Roberto é um clássico brasileiro moderno. 
O cara que estuda, entra na Petrobras por concurso, trabalha 20 anos com competência, até que, para crescer dentro da empresa, aceita fazer o jogo dos políticos e se torna diretor — e cúmplice. O resto é história, lixo da História. 
Mas ao menos Paulo Roberto foi um dos poucos entre os denunciados que se disseram muito arrependidos e envergonhados. Entre os que, contra todas as evidências, insistem em negar culpas e responsabilidades, os que ainda se acreditam intocáveis, e os que até se orgulham de sua “missão política”, são poucos os que parecem arrependidos — não do que fizeram, mas porque foram pegos. 

Também se ficou sabendo oficialmente o que sempre só se imaginava: é impossível se tornar diretor de uma estatal sem apoio político. 
Mérito, eficiência, produtividade e ética são desprezados. 
É assim que funcionários competentes, mas ambiciosos e de moral fraca, são cooptados para alimentar a voracidade de políticos e partidos. 
Como um país pode viver assim há tanto tempo? 

Eu me prometi não escrever mais sobre isso, que procuraria temas mais divertidos, ou mais profundos, para os leitores. Mas sucumbi aos baixos instintos e, para horror de meu professor Zuenir Ventura, ainda tasco um ponto de exclamação no título.

(*) Jornalista, compositor, escritor, roteirista, produtor musical e letrista.

sábado, 29 de novembro de 2014

Resposta a Miriam Leitão

RESPOSTA DO GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO EXÉRCITO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO À MIRIAM LEITÃO

À Senhora Jornalista Miriam Leitão

Li o seu artigo "ENQUANTO ISSO", com todo cuidado possível. Senti, em suas linhas, que a senhora procura mostrar que os MILITARES BRASILEIROS de HOJE, são bem diferentes dos MILITARES BRASILEIROS de ONTEM.

Penso que esse é o ponto central de sua tese. Para criar credibilidade nas suas afirmativas, a senhora escreveu: "houve um tempo em que a interpretação dos militares brasileiros sobre LEI E ORDEM era rasgar as leis e ferir a ordem. Hoje em dia, eles demonstram com convicção terem aprendido o que não podem fazer".

Permita-me discordar dessa afirmativa de vez que vejo nela uma injustiça, pois fiz parte dos MILITARES DE ONTEM e nunca vi os meus camaradas militares rasgarem leis e ferir a ordem. Nem ontem nem hoje. Vou demonstrar a minha tese.

No Império, as LEIS E A ORDEM foram rasgadas no Pará, Ceará, Minas, Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul pelas paixões políticas da época.
AS LEIS E A ORDEM foram restabelecidas pelo Grande Pacificador do Império, um Militar de Ontem, o Duque de Caxias, que com sua ação manteve a Unidade Nacional.
Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Pelo contrário.

Vem a queda do Império e a República. Pelo que sei, e a História registra, foram políticos que acabaram envolvendo os velhos Marechais Deodoro e Floriano nas lides políticas.
A política dos governadores criando as oligarquias regionais, não foi obra dos Militares de Ontem, quando as leis e a ordem foram rasgadas e feridas pelos donos do Poder, razão maior das revoltas dos tenentes da década de 20, que sonhavam com um Brasil mais democrático e justo.

Os Militares de Ontem ficaram ao lado da lei e da Ordem. Lembro à nobre jornalista que foram os civis políticos que fizeram a revolução de 30, apoiados, contudo, pelos tenentes revolucionários, menos Prestes, que abraçou o comunismo russo.

Veio a época getuliana, que, aos poucos, foi afastando os tenentes das decisões políticas. A revolução Paulista não foi feita pelos Militares de Ontem e sim pelos políticos paulistas que não aceitavam a ditadura de Vargas.

Não foram os Militares de Ontem que fizeram a revolução de 35 (senão alguns, levados por civis a se converterem para a ideologia vermelha, mas logo combatidos e derrotados pelos verdadeiros Militares de Ontem); nem fizeram a revolta de 38; nem deram o golpe de 37.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Os culpados e as certezas

João Cesar de Melo (*) 

Como um delinquente bêbado, pouco mais da metade da população decidiu continuar acelerando inconsequentemente na mesma curva que seus vizinhos capotaram. 
Capotará também, porém, levando consigo a outra metade da população que o acompanha sentada à sua direita, no banco do carona. Devemos ter pena dessa outra metade? Devemos vê-la como inocente? Não. Apesar de sua lucidez e honestidade, ela sempre foi passiva, tanto, que virou cúmplice de sua própria tragédia. 
Foi covarde. Teve medo de impor limites àqueles que pediram e depois assumiram o volante. 

Os culpados pela reeleição de Dilma: 

Fernando Henrique Cardoso por sua tolerância com as sabotagens, ofensas e calúnias que sofreu durante seu governo, o que soou aos ouvidos do PT como uma permissão para continuar com aquela estratégia de se chegar ao poder. Qual foi sua atitude diante dos falsos dossiês sobre sua vida? Nenhuma. Qual foi sua atitude com aqueles que invadiram, depredaram e saquearam (com apoio de Lula) a fazenda de sua família? Nenhuma. Fernando Henrique Cardoso não foi homem nem para defender sua esposa (quem dedicou sua vida a projetos sociais) das calúnias que sofreu. 

Nas três eleições seguintes, José Serra e Geraldo Alckmin concorreram à presidência sem bater no PT afundado em casos de corrupção e permitindo que Lula e Dilma pejorassem as privatizações de FHC. Nesses 12 anos de governo petista, o PSDB não apenas fez uma oposição frouxa, mas assistiu passivo o PT promovendo uma massiva campanha de desconstrução do governo de Fernando Henrique Cardoso. 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Brasil renova acordo contra soja de desmatamento ilegal na Amazônia

UOL 

Os altos preços da soja levaram a um aumento no plantio em áreas recém desmatadas na Amazônia, mas o cultivo da oleaginosa corresponde a uma parcela muito pequena do desmatamento ilegal na região, disseram o governo brasileiro e ambientalistas nesta terça-feira (25), em evento de renovação da chamada Moratória da Soja. 

"Houve pressão dos elevados preços da commodities que levaram alguns produtores a plantar soja em áreas desmatadas ilegalmente", disse a Ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira. 

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa empresas responsáveis pela compra de 80 por cento da soja do Brasil, assinou acordo com o governo para estender até maio de 2016 a Moratória da Soja, em que é bloqueada a compra de soja cultivada em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia.

Imagens de satélite mostraram que a área de soja plantada em áreas de desmatamento ilegal cresceu 61%, para 47.028 hectares na temporada 2013/14, na comparação com a safra anterior. 

A área representa apenas 1,1 por cento do total desmatado nos três Estados da Amazônia onde o grão é cultivado --Mato Grosso, Pará e Rondônia-- desde que a moratória foi assinada em 2006. 

"Claramente, a soja não é a causa por trás do desmatamento da Amazônia", disse o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli. 

Especialistas dizem que a abertura de pastagens para gado é o principal motivo da expansão da fronteira agrícola sobre áreas de floresta amazônica. 

O diretor da Campanha da Amazônia do Greenpeace no Brasil, Paulo Adario, que assinou a moratória em nome de grupos da sociedade civil, disse que os patamares elevados dos grãos encorajaram sojicultores a plantar em terras ilegais, mesmo sob risco de multa ou perda do acesso ao crédito. 

No entanto, ele disse que a moratória da soja tem funcionado bem no Brasil e sua renovação é crítica "para evitar jogar mais combustível na fogueira do desmatamento da maior floresta tropical do planeta". 

Ambientalistas temem que o novo corredor logístico para grãos no norte do país, com portos na região amazônica, poderá aumentar o desmatamento, que no último ano subiu pela primeira vez desde 2005. 

A destruição da maior floresta equatorial do mundo acelerou no ano passado com uma alta de 29 por cento, de acordo com dados liberados pelo governo brasileiro em setembro. 
Dados de satélite para os 12 meses que antecederam julho de 2013 mostraram que 5.891 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados na Amazônia brasileira, área aproximadamente equivalente ao tamanho do Distrito Federal.

domingo, 23 de novembro de 2014

Brasil precisa recuperar 60 milhões de hectares de pastagens até 2023

Globo Rural 

O Brasil precisa recuperar cerca de 60 milhões de hectares de áreas de pastagens com baixa produtividade para poder evoluir em direção a uma economia verde até 2023. 
O alerta é da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), que divulgou a segunda fase da coletânea de estudos “Diretrizes para uma Economia Verde no Brasil”. 

No trabalho, a pesquisadora Susian Martins conclui que 50% dos pastos brasileiros estão em processo de degradação. Segundo ela, de modo geral, a causa é o manejo inadequado e deficiências na conservação. Com o avanço do processo, a área perde cobertura vegetal e o teor de matéria orgânica do solo, promovendo a liberação de CO2 para atmosfera. 

Ainda de acordo com a pesquisadora, quando se investe para repor os nutrientes, o produtor assegura uma dieta de melhor qualidade para o gado, reduzindo o tempo de abate e aumentando a produtividade. “Para estimular essa melhoria, os produtores têm recorrido ao Programa ABC, linha de crédito do Plano ABC criada em 2010 após o Brasil assumir voluntariamente o compromisso de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa”, diz o comunicado da Fundação. 

Ainda de acordo com a pesquisadora, a meta de recuperar 60 milhões de hectares de áreas de pastagens com baixa produtividade e baixa lotação é bem mais ampla que a do Plano ABC, de 15 milhões de hectares. Na opinião dela, é preciso capacitar 10 mil técnicos até 2023. 

“No estudo, eu mostro a distribuição espacial dessa assistência técnica. Infelizmente ela não está chegando ao Nordeste, que é a região que mais concentra propriedades de agricultura familiar. Hoje, há muito gargalo e carência desse serviço em estados do Norte, do Nordeste e no Norte de Minas”, explica, conforme o comunicado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os 7 pecados capitais do Palmeiras

Os sete pecados capitais do Palmeiras. Capazes de transformar a euforia com o novo estádio em angústia, desilusão. E até piedade do Sport. O coro de ‘time sem vergonha’ não foi por acaso… 

Cosme Rímoli (*) 

"Vergonha, time sem-vergonha. Vergonha, time sem-vergonha." 
Foi assim, com esse coro que misturava raiva e angústia, que grande parte das 35.939 se despediu do novo estádio do Palmeiras. 
A limitada equipe que Dorival Júnior tem nas mãos conseguiu uma façanha. 
Estragou a festa de inauguração perdendo para o Sport Recife por 2 a 0. 
Caprichou no vexame. Foi a terceira derrota consecutiva. 
Veio depois de fracassos contra o Atlético Mineiro no Pacaembu e São Paulo no Morumbi. 

A diretoria conseguiu o dinheiro que queria. 
Foram exatos R$ 4.915.835,00. 
Mas o sentimento que o time despertou depois da derrota foi de tristeza. 
E piedade. 
Até os jogadores do Sport pediam que os torcedores não vaiassem e xingassem os palmeirenses como fizeram ontem. 
"Restam três partidas. A equipe precisa de seis pontos para não cair. 
A hora é de apoiar e esquecer as vaias, as críticas. E dar força", pedia Diego Souza. 

"Eu estou feliz demais por ter marcado o primeiro gol nesta nova arena. Mas fiquei chateado com o que a torcida do Palmeiras fez com o time. Nesta hora difícil tem de ajudar. Tomara que eles escapem do rebaixamento", deixou escapar Ananias. 

Mas o que levou o Palmeiras a passar por um dos maiores vexames da sua história? 
Voltar a jogar em seu novo estádio e belíssimo estádio de R$ 660 milhões. 
Isso depois de quatro longos anos. E no retorno, derrota para o Sport Recife que ameaça o clube de rebaixamento para a Segunda Divisão. 

Aqui os sete pecados capitais que transformaram o orgulho do palmeirense por ter um dos mais bonitos estádios do país. A euforia virou raiva, angústia, vergonha. 

Rodrigo Amarante volta a fazer turnê pelo Brasil

Brasileiríssimos 

Quase um ano após da sua última turnê, Rodrigo Amarante volta a fazer turnê em solo brasileiro do seu último e único disco da carreira solo, o “Cavalo”. 

Gravado em Los Angeles no galpão de uma fábrica e tocado quase que exclusivamente por Amarante, o disco “Cavalo” traz 11 músicas de sua autoria.

Ele estará com a banda que já o acompanhou nas turnês dos Estados Unidos e Europa. Além de “Cavalo”, também entram no repertório outras canções do ex-Los Hermanos. 

As cidades confirmadas são: 
20.nov . São Paulo 
21.nov . Fortaleza 
22.nov . Maceió 
26.nov . Porto Alegre 
28.nov . São Paulo (novamente) 
30.nov . Rio de Janeiro

Em relatório, Cristovam propõe 15 novas fontes de financiamento para a educação

Agência Senado 

Já está pronto o relatório do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) para a comissão temporária que estuda soluções para o financiamento da educação no Brasil. 
Em entrevista à Agência Senado, o senador afirmou que procurou propor não só fontes de financiamento, mas mudanças na educação do país. 
A expectativa é de que o texto seja votado pela comissão nas próximas semanas. 

- Primeiro eu analisei quanto custa ter uma educação realmente de qualidade. Eu não procurei como financiar o sistema que está aí, mas um novo sistema, que substitua o atual. Depois, eu identifiquei 15 fontes de financiamento, de onde tirar o dinheiro para isso – explicou o senador. Juntas, as 15 fontes de financiamento indicadas pelo texto teriam um potencial de arrecadação de R$ 887,9 bilhões em 2034. 
O valor é mais de 4 vezes superior aos R$ 215,9 bilhões que, segundo o senador, teriam de ser somados aos atuais investimentos para concretizar seu projeto de mudança na educação. 

Entre essas fontes estão, por exemplo, o aumento da produtividade que seria obtido com a educação, a emissão de títulos públicos pelo tesouro e o imposto sobre grandes fortunas. Há, ainda, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira para a Educação (CPME), que, criada, teria um potencial de financiamento de R$ 93,5 bilhões. 

Outra fonte apontada pelo senador é a redução nos sacrifícios fiscais decorrentes de renúncias e desonerações, que resultaria em R$ 249,8 bilhões ao ano. 
Outras fontes de recursos apontadas são uma taxa verde sobre combustíveis fósseis, recursos recuperados pela justiça nos casos de corrupção e contrabando e a suspensão dos gastos com publicidade do governo, que geraria uma economia de R$ 4,3 bilhões.

Atraso 
Para o senador, ao longo dos séculos, o Brasil sofreu por ter sua economia baseada em bens primários e baixa produtividade, sem contar com uma base educacional para servir ao avanço tecnológico. Para evitar que os fatos do passado se repitam, Cristovam sugere a criação do Sistema Nacional do Conhecimento e Inovação (SNCI), com a revolução da educação básica, a refundação da educação superior e implantação de um amplo programa de educação da população. 

A mudança na educação básica inclui a federalização das escolas, projeto antigo do senador. Para Cristovam, o modelo atual, municipalizado, divide as crianças por CEP, principalmente em razão da desigualdade entre os entes federativos. 
Além disso, a escola funcionaria em tempo integral.

O custo por aluno é de R$ 9,5 mil ao ano. Em uma projeção para 2034, o custo estimado com a educação básica seria de R$ 497 bilhões, o equivalente a 7,4% do PIB. 

O relatório também propõe investimentos em educação superior, com aumento de 67% nos investimentos. O valor seria elevado dos R$ 48 bilhões para R$ 80 bilhões em 2034. Outros R$ 63 bilhões por ano seriam usados em um programa de educação para eliminar o analfabetismo e formar um país de leitores cultos. 

O custo total para os três eixos sugeridos seria de R$ 640 bilhões, o equivalente a 9,6% do PIB estimado para 2034. 

E Collor caiu por um Fiat Elba

Corrupção Transações suspeitas de mais de R$ 20 bilhões! E Collor caiu por um Fiat Elba

Rodrigo Constantino (*) 

A população brasileira está “estarrecida”, como diria Dilma. 
Nunca antes na história deste país se viu somas tão vultosas desviadas em um esquema de corrupção. Ninguém sabe ao certo quanto a quadrilha que operava na Petrobras roubou, mas o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informa que foram movimentados, em valor bruto, ao menos R$ 23,7 bilhões entre 2011 e 2014 de forma suspeita por pessoas físicas ou jurídicas supostamente envolvidas no Petrolão. 
Só em espécie foram quase R$ 1 bilhão: 

Nos relatórios do Coaf aparecem os nomes de 4.322 pessoas e 4.298 empresas que, de alguma forma, participaram da movimentação da montanha de dinheiro, parte dele de origem ilegal, vinculados a negócios da Petrobras. O Coaf deixa claro, no entanto, que os números não são valores absolutos. Em algumas situações nomes de pessoas e empresas são mencionados várias vezes. A soma total envolve saques e depósitos. 
Mas, ainda assim, as cifras são consideradas estratosféricas até mesmo para autoridades acostumadas a lidar com dados expressivos. 

Quando lembramos dos “anões do orçamento”, ou então do motivo pelo qual o ex-presidente Collor sofreu impeachment – a compra de um Fiat Elba – é realmente de cair o queixo. Aquela turma de antes era aprendiz perto da máfia hoje no poder. 
Eram ladrões de galinha! O PT conseguiu banalizar a corrupção no Brasil. 
Não a inventou, claro, mas a levou a patamares inacreditáveis, e tudo feito na maior tranquilidade, certos da impunidade. 

A maior evidência até agora de que os montantes desafiam qualquer limite do imaginável está no compromisso firmado pelo gerente Pedro Barusco, que era subalterno do diretor Renato Duque, homem indicado por José Dirceu na estatal. 
Para sua delação premiada, Barusco aceitou devolver US$ 100 milhões. 
Isso mesmo: cem milhões de dólares! 
Quanto será que Duque desviou? 
E quanto foi parar nas contas de petistas na Suíça? 

Os responsáveis pelas investigações necessitam de todo apoio possível da sociedade. Enfrentam uma quadrilha muito poderosa, e ainda precisam encarar uma “opinião pública” anestesiada, sonolenta, hipnotizada pela campanha mentirosa do PT, de que “todos são iguais”, de que “todos roubam”, e de que ao menos esse governo fez muito pelo “social”. Quem cai nessa ladainha é muito inocente mesmo, ou cúmplice da máfia. 

Não importa que outros partidos e governos também tenham roubado. 
Não importa que o PT distribuiu esmolas para os mais pobres. O que está em jogo é o futuro de nossa democracia e de nossos valores. Que mensagem queremos transmitir para nossos filhos e netos? Que tudo bem desviar bilhões dos recursos públicos, desde que dê o Bolsa Família para cada vez mais gente? É isso mesmo que o leitor quer repetir para os filhos? 

Quem ainda tem vergonha na cara e um pingo de juízo está chocado com a ousadia dos canalhas, indignado com a pilhagem que a quadrilha fez em nossas empresas, e quer justiça, punição severa, para combater a impunidade e fortalecer nossas instituições democráticas. Já quem busca relativizar ou minimizar tudo isso que está acontecendo abandonou qualquer resquício de ética e debandou para o lado de lá, daqueles que acham normal roubar, desde que deixe algumas migalhas no caminho para os mais pobres… 

(*) É um economista e colunista . Foi articulista da revista "Voto" e escreve regularmente para os jornais "Valor Econômico" e "O Globo"

Tempo que não passa

Bellini Tavares de Lima Neto (*) 

Curiosamente, fala-se mais agora na chamada ditadura militar que quando ela ainda era de recente término. E as críticas giram, quase que sempre, em torno de alguns poucos temas que se repetem: falta de liberdade de expressão por conta da censura, corrupção nas obras públicas, informações distorcidas a respeito da situação do país, torturas, repressão e por aí afora. 

Eu vivi esse tempo. Sou antigo, muito antigo. E confesso que, em alguns momentos, olho em volta de mim mesmo e tenho a impressão que continuo com 20 anos. 
Não fossem os cabelos brancos, a barriga, a falta de lepidez física e outras particularidades igualmente faltantes, eu seria capaz de apostar que ainda frequento a velha PUC, lá na Rua Monte , alegre e sonho em me tornar um compositor da MPB. 

Leio nos jornais que, em certo momento, um ex-presidente simplesmente ignorou uma recomendação vinda do Tribunal de Contas e aprovou uma certa medida que acabou favorecendo um setor hoje envolvido num escândalo de arrepiar. 
E me recordo de quando os homens de farda resolveram que para sair do pais era necessário fazer um depósito em dinheiro. Alguém entendeu que aquilo era ilegal e resolveu impetrar um Mandado de Segurança. O juiz concedeu a segurança, o cidadão foi à Policia Federal obter seu passaporte e recebeu um sonoro “não” pela cara. 
Tribunal não manda nada. 

Vejo nos bravos periódicos e nas redes sociais que alguns delegados de policia andaram criticando a presidente em exercício, especialmente durante o período pré-eleitoral. 
A digníssima foi reeleita e, passado o vendaval, vejo, nos mesmos bravos periódicos e redes sociais que os ais delegados serão objeto de investigação. 
E, ato contínuo, me vem à lembrança as páginas e páginas dos jornais contendo receitas de bolo ou trechos de poemas no lugar das noticias censuradas.
Falem mal, mas NÃO falem mal de mim. 

Vejo nos jornais que durante todo o período eleitoral, os dados da economia foram subtraídos do conhecimento público. Vejo mais que as autoridades responsáveis por isso se utilizam de um expediente mais do que ardiloso: a maquiagem dos balanços. 

Vejo, mais recentemente que o governo federal deseja fazer aprovar uma lei alterando, no final do ano, as regras referentes a determinadas metas econômicas que o desempenho não atingiu. E, subitamente, me volta à lembrança um antigo ministro da fazenda dos tempos verde oliva que afirmou que a inflação era algo em torno de 10% ou 11%. Mas, isso ele fazia porque eram tempos autoritários.

Pois é. Bem, a noite está chegando, vou passar a mão na viola e sair para a rua. 
Sempre pode aparecer uma chance de se tocar e cantar em algum lugarzinho legal. 
Ou, quem sabe, surge uma gatinha, a gente dá uma fugida até o Ibirapuera para namorar. 

(*) Advogado, avô e morador em São Bernardo do Campo (SP)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Arco Norte é aposta para escoamento de grãos e recebe R$ 3,4 bi até 2024

Agrolink 

Em vista dos altos custos de logística com o transporte de grãos até o eixo Sul-Sudeste, os portos da região do Arco Norte (Amazonas, Pará, Maranhão e Bahia) terão saltos de expansão na capacidade de escoamento nos próximos dez anos e devem reduzir mais de 30% do desembolso dos agricultores com frete. 

De acordo com o Ministério da Agricultura, a capacidade de exportação pelo Arco Norte deve aumentar em seis milhões de toneladas em 2015, porém, o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, disse ao DCI que um pacote de R$ 3,4 bilhões em investimentos da iniciativa privada já está em andamento, para que esta capacidade chegue a 62 milhões de toneladas até meados de 2024. 
O Pró-Logística é um fórum coordenado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). 

Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, os portos localizados nos estados Maranhão (São Luis), Bahia (Salvador e Ilhéus), Amazonas (Manaus), Pará (Barcarena e Santarém) embarcaram 8,2 milhões de toneladas só de soja, ante as 6,7 milhões de toneladas exportadas no mesmo período de 2013. 

A expansão prevista para o ano que vem "contribui para a redução do custo logístico na exportação e para reduzir a pressão nos portos do Sul e Sudeste", diz o Ministério em nota, devido a proximidade com as áreas de grande produção de grãos, como o Mato Grosso. Questionada sobre as políticas que serão adotadas neste processo, a pasta informou que o ministro Neri Geller deve se pronunciar publicamente nos próximos dias. 

Projeções 
Ferreira conta que os investimentos nos portos de Itacoatiara, no Amazonas, e Santarém, no Pará, começaram a aumentar em meados de 2005, os demais tiveram início a partir de 2013, por isso as projeções de expansão através de capital privado indicam resultados concretos para 2024. 

"Cada terminal portuário no Arco do Norte terá um custo avaliado entre R$ 150 e R$ 250 milhões, de acordo com a necessidade de obras de engenharia. Só em estações de transbordo [entre a hidrovia e o porto, por exemplo] serão investidos R$ 1 bilhão", enfatiza. 

As maiores apostas estão no aumento da capacidade dos portos paraenses de Vila do Conde e Outeiro, e de Itaqui, no Maranhão, com expectativa de que a capacidade de escoamento atinja 19 milhões de toneladas e 15 milhões de toneladas nos outros dois terminais, respectivamente, em dez anos. 

"Com relação aos custos de produção, considerando o transporte rodoviário pela BR -163 e hidroviário passando por Miritituba, que levam cargas até Santarém e Vila do Conde, por exemplo, com uma produção vinda do município de Sorriso, no Mato Grosso, o desembolso do produtor pode cair em 34%", estima o diretor. 

Ferreira ressalta que o setor acredita que estas obras "saiam do papel" pela ampla atuação da iniciativa privada. 

Novo porto 
Há cerca de 20 km de distância do atual porto de Ilhéus, terão início a partir do ano que vem as obras de um novo complexo portuário pensando na expansão de escoamento de grãos pela costa baiana. A declaração é do secretário de Agricultura e Pesca do município, Sebastião Vivas. 

"Já estamos com as obras atrasadas, tivemos problemas com o licenciamento ambiental, que saiu agora. A previsão é que as construções comecem em 2015 e durem entre três e quatro anos até a implantação", afirma o secretário. 

Com a maior parcela do investimento vindo da iniciativa privada, o empreendimento está orçado em R$ 4 bilhões. O complexo ainda deve contar com um terminal público arcado pelo governo do estado. 

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), mostram que entre janeiro e setembro deste ano, o porto de Ilhéus embarcou cerca de 200 mil toneladas de soja em grão, enquanto o terminal de Salvador exportou dois milhões no mesmo período. Em 2013, os volumes eram de 100 mil toneladas e 1,8 milhões de toneladas, respectivamente.

sábado, 15 de novembro de 2014

Febre Chicungunha

Dr Drauzio Varella (*) 

A febre chicungunha é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus CHIKV foi identificado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado do Amapá. 

O certo é que o chicungunha está migrando e chegou às Américas. 
No Brasil, a preocupação é que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo País. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da dengue. 
Em no máximo sete dias a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele. 
Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos. 

Sintomas 
Embora os vírus da febre chicungunha e os da dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes. 

Na fase aguda da chicungunha, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora. 

Ao contrário do que acontece com a dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo. 

Diagnóstico 
O diagnóstico depende de uma avaliação clínica cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. As amostras de sangue para análise devem ser enviadas para os laboratórios de referência nacional. 

Casos suspeitos de infecção pelo CHIKV devem ser notificados em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde. 

Tratamento 
Na fase aguda, o tratamento contra a febre chicungunha é sintomático. 
Analgésicos e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. 
Manter o doente bem hidratado é medida essencial para a recuperação. 

Quando a febre desaparece, mas a dor nas articulações persiste, podem ser introduzidos medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. 

Prevenção 
Não existe vacina contra febre chicungunha. 
Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença 

Observação importante: 
No Brasil, até o momento, só foram registrados três casos importados da febre chicungunha. Os pacientes foram infectados no exterior, num dos 40 países por onde o vírus circula faz tempo. Os episódios foram controlados, sem que houvesse nenhum sinal de transmissão do CHIKV em território nacional. 

No entanto, o risco de transmissão local existe. 
A proximidade da Copa do Mundo e de outros eventos no País favorece a vinda de turistas provenientes de áreas infectadas pelo CHIKV. Mesmo assim, não há motivo para alarme. Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, nossos serviços de saúde e de vigilância sanitária estão atentos. Os casos confirmados no Brasil foram notificados para a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na mesma linha de conduta, médicos, laboratórios e as secretarias municipais e estaduais de saúde estão recebendo orientação sob a melhor forma de agir diante da nova doença.

(*) Médico oncologista, cientista e escritor , formado pela Universidade de São Paulo 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Pirarucu no leite de castanha-do-pará

Grau de dificuldade: Médio 
Tempo de preparo: Mais de uma hora 
Rendimento: 2 porções 

INGREDIENTES 
300 g castanha-do-pará crua 
2 unidades filés de lombo de pirarucu fresco com pele, de 200 g cada 
Sal e pimenta-do-reino a gosto 
60 g batata-doce com casca em rodelas de 1 cm 
60 g mandioquinha descascada em rodelas de 1 cm 
2 colheres (sopa) chicória-do-pará (coentro-do-sertão) picada grosseiramente 
60 g abóbora cortada em lâminas de 0,5 cm de espessura 
1 unidade cebola-roxa cortada em 4 
60 g quiabo cortado ao meio no sentido do comprimento 
60 g maxixe cortado ao meio no sentido do comprimento 
60 g tomate cortado em 4 
4 ramos de tomilho fresco, para servir 

MODO DE PREPARO 
Bata a castanha-do-pará com 400 ml de água num liquidificador por 5 minutos 
Deixe descansar por 30 minutos na geladeira. 
Passe por um coador e reserve. 
A massa que sobrar pode ser aproveitada na confecção de doces 
Tempere o pirarucu com sal e pimenta. 
Descanse por 30 min. 
Aqueça 1 litro de água com 1 colher (sopa) de sal, até ferver 
Cozinhe, separadamente, a batata-doce (por 5 minutos) e a mandioquinha (por 3 minutos) nessa água, até ficarem al dente. 
Escorra e reserve. 
Preaqueça o forno a 220°C. 
Acomode os filés de peixe em uma assadeira, junte o leite de castanha-do-pará, a chicória, a abóbora, a cebola, o quiabo, o maxixe, a mandioquinha, a batata-doce e o tomate. 
Tempere com 1/2 col. (chá) de sal 
Asse por 10 minutos ou até que o peixe esteja cozido, e os legumes, macios 
Salpique com o tomilho.
Sirva