sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Do que tem medo a magistratura?

Renato Gomes Nery (*)

O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela Emenda Constitucional nº. 45/04, incorporada na Constituição Federal, através do seu artigo 103-B, competindo-lhe o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juizes, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura.

Compete-lhe ainda (CNJ), entre outras atribuições menores, receber e conhecer das reclamações contra os membros ou órgãos do Poder judiciário.... Podendo ainda avocar processos disciplinares e determinar a remoção, a disponibilidade ou aposentadorias dos magistrados.... É contra esta disposição que a Associação dos Magistrados se insurge junto ao STF para limitar os poderes do CNJ, sob o pálio de que estas reclamações têm que ser instauradas e processadas pelas Corregedorias a que o magistrado esteja vinculado. E a não ser assim, estar-se-ia suprimindo uma instância ao se reclamar diretamente ao CNJ, como se este instituto de direito judicial contencioso fosse aplicado às questões administrativas e funcionais.

Enfim, os magistrados querem ser julgados em seus deslizes administrativos, funcionais e disciplinares pelas suas respectivas Corregedorias. Este fato, também, não é reivindicação de foro privilegiado? Os políticos também não abrem mão de serem julgados por foros privilegiados. Esta questão polêmica ainda gera debates e indignações. Quem não deve não teme e pode ser processado e julgado por qualquer órgão. Se a apuração e punição por parte do CNJ têm sido mais eficazes, a manutenção de sua competência seria mais salutar para os ideais republicanos. E se existem ervas daninhas – “bandidos de toga”, como afirmou a Corregedora do CNJ - elas precisam ser extirpadas pelo método mais eficaz.

A polêmica está instaurada. De um lado, o Presidente do STF e CNJ que defende a limitação dos poderes do CNJ e, de outro, a sua Corregedora que defende intransigentemente a manutenção da sua competência atual, sob a sua agenda positiva na apuração e punição de magistrados, o que certamente não aconteceria se os processos fossem instruídos e julgados pelas Corregedorias.

O processo iria entrar em pauta ontem, se a turma do “deixa disso”, não tivesse interferido e o tirado de pauta. E estão apresentando uma solução alternativa, segundo noticia os jornais: - Pelo que ficou acertado, as corregedorias dos tribunais locais terão um prazo determinado para tomar providências sobre as denúncias contra magistrados. Esgotado este prazo, não havendo qualquer medida concreta, a Corregedoria Nacional do CNJ terá carta branca para processar o juiz suspeito de irregularidade e cobrar responsabilidades do corregedor local que não levou adiante as investigações.

Do limão se fez uma limonada. A ficar assim, se contrariará a intenção do legislador que não estabeleceu atuação alternativa, mas simultânea do CNJ com as corregedorias. De qualquer forma vão-se os anéis e ficam os dedos. O magistrado é um cidadão, senhor de suas atitudes e atos, respondendo nos estritos limites da lei por eles. E que o CNJ, apesar de tudo, não se acanhe e continue com a sua função saneadora, pois ninguém está acima e nem a margem da lei. É preciso reafirmar que a sociedade espera muito do seu Poder Judiciário.

(*) Advogado em Cuiabá-MT. E-mail – rgnery@terra.com.br

Já vai tarde ....

Kleber está rumo ao Timão?

Jornal da Tarde/SP

Kleber está preocupado, e não apenas com a má fase do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Chateado com a diretoria por não ter ido para o Flamengo, no meio do ano, ele pensa no futuro e sabe que dificilmente será valorizado no clube como gostaria. Por isso, toma corpo a ideia de se transferir para o Corinthians em janeiro.

O Timão já havia tentado levá-lo no começo do ano (os salários até estavam acertados), mas ele não conseguiu a liberação do Palmeiras – Kleber era prioridade no Corinthians, à frente de Emerson e Liedson. A diretoria corintiana fará nova investida após o término do Brasileiro e tem certeza que Kleber não terá a rejeição da torcida.

Antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians no fim de agosto, a Gaviões da Fiel divulgou que Kleber era associado da organizada. Quando os times chegaram a Presidente Prudente, o Gladiador foi recebido pelos torcedores corintianos com gritos de “Kleber é da Fiel”. Ele não escondeu seu passado corintiano, mas fez questão de dizer que hoje é palmeirense.

A princípio o Timão oferece R$ 300 mil mensais, valor que pode aumentar com patrocínios. Diretores imaginam que Kleber possa assumir a vaga de “garoto-propaganda” que Ronaldo tinha com a Hypermarcas, por exemplo.

Kleber tem sido pivô de várias confusões no Palmeiras nos últimos meses. Em campo ele sempre foi elogiado pela garra, e Felipão sempre o defendeu. Ultimamente, porém, não tem mostrado a mesma disposição.

O episódio envolvendo o Flamengo está diretamente ligado ao seu jejum de gols (14 jogos sem marcar no Brasileiro). O atacante queria ter ido para o Rio, seduzido pelo alto salário (perto de R$ 500 mil mensais), mas o Palmeiras vetou a negociação.

Kleber tem contrato até 2015, e a multa para tirá-lo antes desse prazo é hoje de mais de R$ 200 milhões, segundo o Verdão. O Flamengo havia oferecido R$ 14 milhões, o presidente Arnaldo Tirone balançou, mas acabou recusando. E o atacante ficou chateado.

Reclamação
A chateação é também pela fase que o time vive. Kleber disse há alguns dias que imaginava encontrar um grupo forte como aquele de 2008, quando foi campeão paulista. Mas crises internas não deixam o Palmeiras crescer na competição.

Nos últimos jogos Kleber reclamou das falhas do time, fato que irritou alguns companheiros e desencadeou a “lei de silêncio” imposta por Felipão. Mas, segundo pessoas ligadas ao atacante, o clima dele com o resto do grupo não foi afetado.

O maior problema é sua preocupação com o futuro. Kleber via no Flamengo a chance de mudar de ares e, quem sabe, conseguir uma vaga na Seleção. Em junho, mês da proposta, ainda estava em alta, marcando gols. O Corinthians pode ser a “salvação” para o Gladiador. O maior problema será convencer o Palmeiras a abrir mão dele.

Nota do Blog: E que vá o mais rápido possível. Onde já se viu um clube de tradição ficar refém de um jogador e ainda mais um jogador absolutamente comum e que não tem feito nada em campo, aliás tem feito mais fora que é reclamar do que dentro que é jogar.
A mediocridade da direção do Palmeiras expõe a isso de ficar com melndres em repassar o jogador para quem quer que seja, inclusive ao Corinthians. Que vá e que seja feliz.

Bombas da semana: Eliana Calmon e Roque Barbiere

Blog do Trágico e Cômico para o Jornal da Tarde/SP
Foi um encontro ocasional, mas a corregedora Eliana Calmon e o deputado estadual Roque Barbiere resolveram escolher a mesma semana para ligar o ventilador e falar o que todo mundo já sabe (mas não tem coragem de assumir publicamente). Com Roque Barbiere foi o óbvio: ele apenas relatou como funciona o comércio de emendas na cracolândia dos políticos. Agora só falta dar nome aos bois e mandá-los todos para o abate.

Já com a Eliana Calmon o buraco é bem mais embaixo. Deve ter muito juizinho bandido morrendo de medo, pois não é de hoje que políticos corruptos legitimam juridicamente sua impunidade através desses escrotos togados. E é óbvio que eles se incomodam com fiscalizações — principalmente aquelas em que não há cupinchas para tapar o sol com a peneira (e a verdade dói, dói muito).

Acho, inclusive, que deveriam fazer o contrário do que estão propondo: ao invés de diminuir o poder da CNJ, deveriam aumentar. Mas, sendo mais realista, já estaria de bom tamanho se o corporativismo de Cezar Peluso fosse repudiado. Seria um começo, pelo menos…

Moqueca de surubim com camarão


Ingredientes
3 kg de surubim (pintado) em postas
1 kg de camarão pequeno (descascado)
1,5 kg de camarão grande (descascado)
1,5 kg de tomates maduros cortados em cubos
600 g de cebolas picadas
1 colher (café) de coentro em grão amassado
30 g de alho picado e amassado
100 ml de óleo de dendê
30 ml de tintura de urucum
2 limões
1 pitada de pimenta do reino
100 ml de leite de coco
Sal a gosto

Preparo
Limpe as postas tirando o couro e os espinhos.
Lave-as com os limões e deixe descansar por 30 minutos.
Regue uma panela de barro com 30 ml de óleo de dendê e frite o alho e a cebola.
Quando estes estiverem dourados, acrescente os tomates e os camarões pequenos (para dar o gosto) e o coentro.
Quando os tomates estiverem cozidos, acrescente as postas de surubim, deixando cozinhar em fogo baixo por cerca de l5 minutos.
Adicione os camarões grandes, sal a gosto e pimenta do reino.
Regue com o restante de óleo de dendê e, por fim, acrescente a tintura de urucum.
ampe a panela e deixe cozinhar por mais l5 minutos em fogo alto.
Quando começar a ferver, verifique se está boa de sal.
Não coloque água e nem vire as postas para não quebrá-las.
Agora é só regar com o leite de coco e está pronto para servir.
Como acompanhamento, arroz branco e pirão.

Uma deliciosa receita extraida da Revista Pellegrino

Novo partido do Kassab

Próxima adesão do partido de Kassab ao governo é mostra do descaramento que impera na política brasileira

Ricardo Setti para a Revista VEJA

Amigos, com o convite do líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT), para que o PSD recém-legalizado pelo TSE faça parte da base de apoio ao governo, vai-se consumar a pouca vergonha perpetrada pelo fundador do partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

O novo-velho partido, formado não pela base, mas, bionicamente, por trânsfugas vindos de diferentes legendas, proclama que será “independente” do governo, mas basta ler a entrevista de Vaccarezza para perceber a tendência da bancada.

Sendo assim, repito o que escrevi em março passado, quando Kassab iniciava os movimentos para formar o PSD, a respeito de comentário emitido via Twitter pelo deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido na Câmara dos Deputados, quando Kassab anunciou que abandonaria a legenda. “Partido Sem Decência” e “Partido Sem Dignidade”, metralhou ACM Neto, ironizando as iniciais do assim chamado Partido Social Democrata.

Tinha e tem toda razão o herdeiro do cacique da Bahia. Kassab era absoluto um joão-ninguém político até ser convidado pelo então candidato José Serra (PSDB) a integrar sua chapa de candidato a prefeito em 2004, consolidando a aliança com o DEM iniciada pelo governador Mario Covas em 1995.

Serra esmagou nas urnas a prefeita Marta Suplicy (PT), assumiu em janeiro de 2005 mas deixou a Prefeitura em 2006 para disputar – e vencer – as eleições para o governo de São Paulo. Com o apoio do já governador tucano Serra, Kassab se consolidou como prefeito e, em 2008, de novo com apoio do governador, foi reeleito, derrotando a mesma Marta Suplicy.

Fundar um partido com o único propósito de deixar os quadros da oposição, nos quais se nutriu e pela qual se elegeu, e aderir ao governo da presidente Dilma é uma facada nas costas de seus aliados, uma traição a seus eleitores — que repudiaram o PT nas urnas — e uma demonstração mais do descaramento reinante na política brasileira. Kassab só foi eleito porque estava num partido de oposição, o DEM, e tinha o apoio de outro partido de oposição, o PSDB. Só foi eleito porque se apresentava como o anti-PT na capital paulista — PT que agora o afaga e que dele obterá, certamente, uma resposta no mesmo tom.

ACM Neto estava certo. Partido Sem Decência. E, completo eu daqui, sem vergonha também.

(*) Jornalista .  É colunista do site No Minimo e do Observatorio da Imprensa  e colaborador de várias outras publicações entre elas revista VEJA.

Cristo Redentor = 80 anos


O Cristo Redentor um dos mais belos e tradionais monumentos do mundo , localizado no bairro do Alto da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, junto ao topo do Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar, foi inaugurado às 19h 15min do dia 12 de outubro de 1931, depois de cerca de cinco anos de obras.

Dessa forma, nesse ano o monumento comemora 80 anos de vida.

Um símbolo do cristianismo, o monumento tornou-se um dos ícones mais conhecidos internacionalmente do Rio de Janeiro e do Brasil.

Em uma pesquisa realizada pela revista América Economia, no ano de 2011, o Cristo Redentor foi considerado por 23,5 por cento dos entrevistados como o maior símbolo da América

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, rezou missa, na manhã desta sexta-feira, sendo o primeiro evento religioso dentro das comemorações do aniversário de 80 anos do Cristo Redentor.

A crise da Justiça

Opinião do Estadão

Diante da forte reação da opinião pública e das críticas ao corporativismo do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) agiu com sensatez ao adiar o julgamento da ação de inconstitucionalidade impetrada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) questionando as prerrogativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar e punir juízes acusados de desvios de conduta.

Até terça-feira, a tendência da Corte era acolher o recurso da AMB, abrindo caminho para que o órgão responsável pelo controle externo do Judiciário só examinasse denúncias já julgadas pelas corregedorias dos tribunais. Mas, diante das reações da opinião pública e, principalmente, do Senado ao bate boca entre o presidente do STF e a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, os ministros concluíram que não havia clima para tomar qualquer decisão.

Dias antes, Eliana Calmon havia afirmado que é preciso combater a impunidade dos "bandidos que se escondem atrás da toga". Ela também disse que o presidente da AMB, Nelson Calandra, estaria agindo de comum acordo com Peluso. E classificou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no qual ambos foram colegas, como o maior foco da resistência corporativa à punição de juízes. "Sabe quando vou inspecionar o TJSP? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro", disse ela.

Em nota de repúdio às declarações da corregedora, Peluso cobrou uma retratação. A ministra não só se recusou a se retratar, como aumentou o tom de suas críticas, acusando as corregedorias dos tribunais de "camuflarem suspeitos" e de serem lentas nas investigações para permitir a prescrição dos processos. Calmon disse ainda que tramitam na Corregedoria Nacional de Justiça 115 processos contra juízes de primeira instância e 35 contra desembargadores. Lembrou que há dias pediu a abertura de uma investigação para apurar denúncias de envolvimento da presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, desembargadora Willamara de Almeida, num esquema de venda de sentenças. E afirmou que, se o STF acolhesse o recurso da AMB, as investigações sobre as denúncias de irregularidades cometidas por esses magistrados seriam suspensas.

No embate com os presidentes do STF e da AMB, a ministra Eliana Calmon recebeu dois importantes apoios. O primeiro foi da Associação Juízes para a Democracia. Em nota, a entidade denunciou a "longa e nefasta tradição de impunidade (...) de desembargadores dos tribunais estaduais e federais e ministros dos tribunais superiores", e afirmou que a campanha contra o CNJ é "animada por interesses particulares e manifestações das cúpulas dos tribunais" que, a pretexto de defender as corregedorias, "objetivam garantir poderes arbitrários".

O segundo e mais decisivo apoio foi o do Senado, onde parlamentares do governo e da oposição assinaram Proposta de Emenda Constitucional (PEC) mantendo os poderes do CNJ, de iniciativa do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) - que, ao apresentá-la, ponderou que, se acolher o recurso da AMB, o STF passará para a sociedade o recado de que a Lei da Ficha Limpa só vale para o Poder Legislativo.

A rigor, a PEC não seria necessária, pois o artigo 103-B da Constituição é claro quando autoriza o CNJ a tomar as providências pertinentes - inclusive avocando processos em tramitação nas corregedorias dos tribunais - para zelar pelo princípio da moralidade na instituição. Esse artigo foi introduzido pela Emenda Constitucional 45, graças a um acordo firmado em 2004 pelos chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário. A PEC agora proposta elimina qualquer dúvida que possa existir sobre essas atribuições e prerrogativas.

Em seu recurso, a AMB invocou argumentos técnicos para questionar os poderes do CNJ. Mas a discussão vai além das implicações jurídicas, envolvendo valores éticos e morais. Em seis anos de existência, o CNJ e sua corregedoria puniram 49 juízes por desvio de conduta, combateram o nepotismo, extinguiram adicionais salariais e estabeleceram metas de desempenho. Foi essa folha de serviços que levou o CNJ a ser apoiado pela opinião pública, partidos políticos e entidades da sociedade civil. Esse apoio é que levou o STF a pensar duas vezes na decisão que tem de dar ao recurso da AMB.

Redução de reservas florestais

Parlamentares aproveitam decreto do governo para reduzir reservas


Folha de São Paulo

Parlamentares armaram uma surpresa para o plano do governo de reduzir três parques na Amazônia por medida provisória: colocaram no texto emendas que acabam com 650 mil hectares de outras áreas protegidas.


Floresta e Rio Jamanxim

Uma extensão superior à do Distrito Federal seria subtraída de unidades de conservação no Pará e em Minas Gerais que nada têm a ver com a medida provisória. Tais emendas costumam ser apelidadas de "contrabando".

Elas foram apensadas à MP 542, que Dilma Rousseff baixou em agosto para acomodar três hidrelétricas em Rondônia e no Amazonas cujos reservatórios se sobrepunham aos parques.
A medida foi criticada na ocasião por ambientalistas. Segundo os verdes, só se pode alterar o limite de unidades de conservação por lei.

De acordo com o governo, a MP visa corrigir "com urgência" impedimentos legais ao funcionamento das usinas.
Urgência foi exatamente o argumento usado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG) para propor o "contrabando" que reduz de 200 mil para 71 mil hectares a área do parque nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais.

O parque é palco de uma disputa entre agricultores, mineradores de quartzo e diamante e o Instituto Chico Mendes, que gerencia as unidades de conservação.
Há um projeto de lei de 2007, de autoria de Cunha e outros deputados mineiros, que reduz o parque em 70% para acomodar seus ocupantes. "Como a lei anda em passo de tartaruga e a MP é mais ágil, fiz essa proposta", disse o deputado à Folha.

DUAS MEDIDAS
Segundo Cunha, a área do parque, criado em 1970, "sempre foi de 71 mil hectares". Isso porque o decreto de criação da unidade continha um erro: decretava uma área de 200 mil, mas só considerava 71 mil passíveis de desapropriação --ou seja, o governo permitiu a ocupação de 129 mil hectares.

O Instituto Chico Mendes e o Ministério de Minas e Energia já fizeram um acordo para suspender a mineração na área, reduzir 9.000 hectares do parque e retirar lentamente os ocupantes.
Eles querem a redução maior. "Por que fizeram uma MP para resolver as hidrelétricas e não para a agricultura familiar?", diz Cunha.

Dois outros "contrabandos" são do senador ruralista Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Um quer reduzir em 520 mil hectares a floresta nacional do Jamanxim, Pará. A outra divide quase ao meio a Reserva Biológica da Serra do Cachimbo, no mesmo Estado. Uma área de 162 mil hectares seria transformada em parque nacional. A outra metade (168 mil hectares) viraria APA (área de proteção ambiental), categoria que não protege quase nada.

O senador diz que, a criação das duas unidades, em 2005, foi feita "sem levantar a realidade da área", onde moram centenas de pessoas. Ele é autor de um projeto que determina que a criação de novas áreas protegidas seja aprovada antes pelo Senado.

Flexa diz que, já que o governo não tem dinheiro para indenizar os ocupantes de unidades de conservação, deveria frear sua criação.

A MP com os "contrabandos" será submetida ao plenário da Câmara na quinta-feira. No Senado, Flexa Ribeiro diz ter um apoio de peso a suas emendas: o do líder do governo no Senado, Romero Jucá.

Pátria de chuteiras e ocaso da razão

Fernando Gabeira (*) para O Estado de S.Paulo

Aprendi ao longo de alguns textos sobre a Copa do Mundo de Futebol que o preço de questionar uma conquista nacional é o de ser acusado de torcer contra o Brasil. Isso não é exclusivo do atual governo. Desde a ditadura militar, com seu famoso slogan "ame-o ou deixe-o", a tendência é inibir certas críticas, associando-as à falta de patriotismo. Neste caso, e em muitos outros, o patriotismo não é simplesmente um refúgio de canalhas, como na célebre citação. Ele faz parte de um processo complexo de acúmulo de poder e dinheiro, no qual um dos elementos sempre impulsiona o outro: mais dinheiro traz mais poder, que, por sua vez, traz mais dinheiro.

Da maneira como está sendo conduzida, a preparação para a Copa não é racional. Notícias de bastidores relatam a insatisfação da Fifa, que poderia em outubro cancelar a escolha do Brasil como sede. O que a Fifa parece querer é pior ainda do que se está fazendo por aqui. A entidade quer eliminar o meio ingresso para estudantes e idosos, algo que, correto ou não, representa direitos conquistados. O governo enfatiza esse detalhe da disputa com a Fifa porque sabe que o deixa bem com a opinião pública.

Outros anéis já se foram, sem grandes protestos. O Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), denunciado pela Procuradoria-Geral da República, foi o primeiro grande passo para conformar a legislação brasileira ao desígnios dos que se querem aproveitar da Copa. E o relator do projeto do novo Código Florestal no Senado, Luiz Henrique (PMDB-SC), afirmou que seria introduzida uma emenda no projeto permitindo desmatar para obras da Copa. O Brasil tem pressa, disse ele.

Quando se trata de conformar uma legislação aos seus desígnios, o Brasil deles tem pressa. Quando se trata de avançar com obras essenciais para a Copa, o Brasil deles é devagar. Aparentemente, são movimentos contraditórios, mas no fundo se complementam: mais pressa significa menos controle sobre os gastos.

Novas fábricas de automóveis

Presidente da Renault/Nissan anunciará duas novas fábricas no Brasil

O Estado de São Paulo

A presidente Dilma Rousseff recebe neste sábado, 1, no Palácio do Planalto, o presidente mundial da Nissan e da Renault, Carlos Ghosn. O empresário vai anunciar a construção de outras duas fábricas de automóveis no País. O encontro ocorrerá às 10 horas.

As novas fábricas devem ser instaladas nos Estados do Rio de Janeiro e no Paraná. Segundo fontes, o encontro também contará com as presenças de ministros como Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), também foi convidado.

O anúncio ocorrerá 16 dias após o governo aumentar, em 30 pontos porcentuais, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. Para escapar do valor cheio da nova tributação, as montadoras terão de garantir, no mínimo, 65% de conteúdo nacional e regional.

Em entrevista ao programa "Hoje em Dia", da TV Record, Dilma disse ontem que o aumento das alíquotas do IPI de automóveis importados foi tomada para proteger o emprego no Brasil. "Nosso mercado interno não será objeto de pirataria de país nenhum", afirmou a presidente. "Eu não tenho nenhum compromisso de gerar emprego lá fora."

Aliança que irrita (2)

Recebemos do leitor Lucas o seguinte comentário a respeito da postagem: Alianças que irritam.
Agradecemos ao Lucas pela sua audiência e me concedo o direito de me recolher na mais absoluta ignorância do assunto e sem poder emitir qualquer opinião. Nessas modernidades, acreditem sou zero a esquerda com louvor. Lamento e agradeço a opinião do leitor.

Lucas disse...
A Microsoft vai cair mais cedo ou mais tarde... a Apple e a Google estão simplificando e melhorando o mercado. Hoje a Apple tem um crescimento no exterior muito maior em aparelhos. Já a Google, seu programa operacional da internet, o GOOGLE CHROME, hoje é o mais usado. O dia em que a Apple se juntar com a Google ou a Google criar um sistema operacional a Microsoft vai cair. Não é coincidência que os produtos mais novos da Samsung se pareçam muito com o iPhone e o iPad, desde o formato até o hardware, interface de usuário e até mesmo sua embalagem. Esse tipo de cópia descarada eu acho muito errado

Fuvest 2012

Fuvest tem mais de 140 mil inscritos para o vestibular 2012

Folha de São Paulo

A Fuvest recebeu 146.885 inscrições para o vestibular 2012. O vestibular seleciona candidatos para os cursos da USP (Universidade de São Paulo) e para o curso de medicina da Santa Casa. O número de inscrições deste ano é 10,4% maior do que do ano passado.

No ano passado, o número total de inscritos foi de 132.969 candidatos. Ao todo, são oferecidas 10.952 vagas, sendo 10.852 na USP e outras 100 na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa.

A divulgação dos locais de exame da primeira fase está prevista para 21 de novembro. A lista de candidatos convocados para a segunda fase será divulgada em 19 de dezembro. As provas desta segunda etapa acontecerão entre os dias 8 e 10 de janeiro.

A prova antecipada de habilidades específicas para o curso de Artes Visuais, de caráter eliminatório e classificatório, será realizada no dia 9 de outubro. Nesta mesma data começam as provas para o curso de Música, e se estendem até o dia 14 do mesmo mês.

A lista de aprovados para esses cursos da ECA (Escola de Comunicações e Artes) será divulgada no dia 4 de novembro.

O pior do caso da Gisele Bündchen

Gilberto Dimenstein (*)

Há um grupo de pessoas, do qual eu faço parte, que é muitas vezes debochada por ser "politicamente correta". Nunca entendi bem essa crítica, afinal o que se pretende é preservar os direitos de quem, no cotidiano, é vulnerável. Isso significa apenas educação para a cidadania: um olhar crítico a comentários que possam ofender negros, judeus, mulheres, deficientes, migrantes, nordestinos, homossexuais. Mas está virando moda dizer que essa visão é atrasada e estimularia a censura. Aí está o pior do caso do comercial da Gisele Bündchen.

Pode-se achar a propaganda de mau gosto, mas, em alguns casos, a repercussão acaba dando força a quem se imagina engraçadinho ao desrespeitar as outras pessoas. É um exagero, na minha visão, o governo tentar coibir esse anúncio.

Gosto muito mais da ideia de brigar no campo das palavras: estimular o debate.

A santinha Sandy fazendo pose de devassa para vender cerveja? Vamos mostrar o ridículo. Rafinha Bastos brincando com estupro? Vamos fazê-lo ver a falta de graça e que tudo tem limites. Mulheres se sentem ofendidas em se ver como objeto sexual? Compre-se outro sutiã.

O governo entrar como entrou contra o comercial soa um tanto ridículo.

O pior do caso da Gisele é passar a sensação de que politicamente é ser chato e intolerante. Quando, na verdade, o que se combate é a intolerância em nome do respeito à diversidade.

(*) Jornalista e integra o Conselho Editorial da Folha de São Paulo e vive atualmente nos Estados Unidos

A agricultura familiar e o novo Código Florestal

Leonardo Sakamoto (*)

A agricultura familiar foi citada insistentemente pela bancada ruralista como argumento para a (suposta) necessidade de flexibilização das leis ambientais durante os debates sobre a revisão do Código Florestal no Congresso Nacional. Durante a discussão, o setor tem adotado posicionamentos distintos – de opiniões próximas ao preservacionismo até a defesa de terra-arrasada.

Exageros à parte, os debates sobre o Código Florestal evidenciaram duas propostas distintas de modelo para a produção familiar: por um lado, a defesa de práticas agroecológicas, policultivos, sistemas agroflorestais e utilização sustentável e integrada dos recursos naturais, e por outro uma agricultura mais tecnificada e integrada ao mercado de commodities.

Mais próxima ao processo produtivo do agronegócio, esta segunda parcela – uma “classe média” da agricultura familiar que atualmente está no centro das disputas da reforma sindical entre a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) -, tem se colocado mais favorável ao texto aprovado na Câmara e atualmente em apreciação no Senado. Já os movimentos sociais do campo, em especial os ligados à Via Campesina, têm proposto adaptações e uma maior inter-relação entre as políticas ambientais e agrícolas, sem mudanças nas garantias de proteção ambiental.

De qualquer forma, o setor convergiu na defesa da adoção de um tratamento diferenciado para os pequenos agricultores e o grande agronegócio no novo Código Florestal. A idéia é que esta posição, negociada com o Ministério do Meio Ambiente, seja apresentada e negociada pelo governo com o Senado no próximo período de apreciação da matéria na casa.

Esse é o contexto em que o Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis, aqui da Repórter Brasil, lança o relatório “A Agricultura Familiar e o debate do Novo Código Florestal” com um diagnóstico sobre esse setor, que produz 70% dos alimentos nacionalmente consumidos, mas que também concentra boa parte dos pobres brasileiros.

(*) Jornalista e Doutor em Ciência Política.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Enquanto isso .. no STJ ...

Blog do Ricardo Noblat para O Globo - Charge Chico Caruso 

Muito além da ponte aérea Rio - São Paulo

Sérgio Barroso (*)

Num passado nem tão remoto, a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e a avenida Paulista, em São Paulo, simbolizavam o Brasil mundo afora. Legitimamente, a praia é linda, e a avenida, impactante. Entretanto, o tempo andou, o país se desenvolveu em todas as direções e a vida dos brasileiros se diversificou muito.

A Copa do Mundo em 2014 será uma grande oportunidade para as pessoas experimentarem as belezas brasileiras fora da costa e além da ponte aérea Rio-São Paulo.
Há vida fora do eixo, existem muitos Brasis. Esse redescobrimento do país certamente vai encantar os turistas e também os organizadores do Mundial. E isso não é um exercício de antagonismo ou uma questão bairrista. A Copa deve ser uma vitrine, principalmente para o Brasil ainda pouco conhecido no exterior.

Agora, em outubro, a Fifa vai decidir qual cidade deverá receber o jogo de abertura do Mundial. O presidente da entidade, Joseph Blatter, revelou sua preferência pessoal pelos cariocas. “O futebol brasileiro é o Rio. E para o mundo, o Rio é a cidade mais atraente para abrir uma Copa, sem dúvida”, disse Blatter, numa entrevista recente ao Estadão.
Por outro lado, dirigentes esportivos e autoridades de São Paulo têm repetido que o estádio Itaquerão já é o escolhido para abrir o evento, faltando apenas o anúncio oficial pela Fifa.

Ao exaltar São Paulo e Rio de Janeiro, Blatter nos instiga a convidá-lo a olhar as montanhas. Minas Gerais reúne mais da metade do patrimônio histórico brasileiro. Ouro Preto foi a primeira cidade brasileira a ser declarada pela Unesco Patrimônio da Humanidade, e está lá o maior acervo barroco do mundo. É, Minas tem história.
Quem quer realmente entender o Brasil deve conhecer Minas Gerais. Inclusive para entender o país do futebol.

Na única Copa do Mundo realizada no Brasil, em 1950, fora a trágica final Brasil X Uruguai, o jogo mais famoso foi realizado em Belo Horizonte. Os Estados Unidos desclassificaram a Inglaterra com um placar surpreendente de 1 x 0, em um jogo antológico.
Temos tradição no futebol, o Atlético, o Cruzeiro e o América empolgam as torcidas há décadas.

Minas tem memória, mas também tem futuro. Hoje os centros de treinamento do Cruzeiro e do Atlético estão entre os melhores do país e são referências internacionais.
,Seleções que têm grandes chances de se classificar para o mundial em 2014 já estão em negociação com os clubes para fazer a preparação antes da Copa nesses CTs.
Quando Minas Gerais decidiu se candidatar a ser uma das sedes da Copa de 2014, colocou-se como meta que o estado será, não apenas uma entre as doze escolhidas, mas a melhor.

Estamos cumprindo nossos compromissos. Não temos dificuldades com cronogramas, exigências, tudo isso é simplesmente parte do trabalho. Aqui o que se planeja é realizado, e nada se realiza sem planejamento. Sabemos lidar com imprevistos, mas sabemos gerir para evitá-los.
Os resultados até o momento mostram que estamos no caminho certo: obras de mobilidade iniciadas, pelo menos 28 hotéis a mais prontos até a Copa, capacitação em andamento e as obras do Mineirão rigorosamente em dia. O Mineirão não deixará nada a desejar a qualquer estádio no mundo e isso sem precisar de aditivos, “ajudinhas”, “puxadinhos”, adaptações, emendas etc.

Lançamos e mantemos a candidatura de Minas Gerais e de Belo Horizonte para sediar a partida inaugural da competição. Queremos e estamos trabalhando para que o Mineirão seja protagonista na Copa do Mundo. Nos dias de hoje, quando tanto se fala e se cobra profissionalismo, os mineiros têm dado aula.
Se temos história, belezas, futebol, estádio, infraestrutura, é necessário dizer também que os mineiros também têm entusiasmo, emoção e paixão. São critérios importantes e fundamentais. Acredito, sinceramente, que a Fifa levará em conta cada um deles. Minas Gerais estará preparada em 2014 para qualquer jogo da Copa do Mundo, inclusive para a abertura.

Diz a canção “Minas Gerais quem te conhece não esquece jamais”. Deixo aqui um convite para o senhor, Joseph Blatter, nos visitar e entender o que se passa entre as montanhas. Asseguro que o senhor será muito bem recebido, com mesa farta e boa prosa. O senhor gostará muito do que vai ver.

O Rio de Janeiro sempre será a cidade maravilhosa, e São Paulo a locomotiva econômica do país. Minas são muitas.

(*) Secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo do Governo de Minas Gerais e Ex-Presidente da Cargill Agrícola no Brasil

Aliança que irrita

Samsung se alia a Microsoft e irrita Google

O Estado de São Paulo/Tecnologia

A Samsung anunciou, nessa quarta-feira, 28, dois importantes acordos sobre o mercado de software para dispositivos móveis. Junto com a Intel, a segunda maior fabricante de celulares do mundo vai liderar o comitê técnico que orientará o desenvolvimento de um sistema operacional baseado em Linux para aparelhos como smartphones, tablets e Tvs inteligentes.

Com a Microsoft, a empresa firmou um acordo para desenvolvimento e comercialização de celulares Windows e um grande pacto de intercâmbio de patentes. Com o acordo, a Samsung irá pagar royalties sobre as vendas de celulares e tablets com Android para a Microsoft

A Samsung, que costumava usar o sistema operacional da Microsoft no passado, se converteu rapidamente em um dos maiores fabricantes do mundo da telefonia móvel, graças à sua grande oferta de aparelhos que usam a plataforma Android do Google.

Analistas entrevistados pela Reuters afirmaram que os acordos firmados pela Samsung ajudam a empresa a reduzir sua dependência do Android, especialmente depois que o Google adquiriu a Motorola Mobility em agosto por US$ 12,5 milhões.

Troca de farpas.
Quem não gostou na notícia foi o Google, que deu a seguinte declaração ao TechCrunch: “Essa é a mesma tática que já vimos a Microsoft usar. Não conseguindo obter sucesso no mercado de smartphones, eles estão recorrendo a medidas jurídicas para extorquir lucro das conquistas dos outros e prejudicar o ritmo da inovação. Nós continuamos focados em desenvolver novas tecnologias e em apoiar os parceiros do Android”.

Não é primeira vez que o Google acusa seus rivais de travar uma verdadeira cruzada contra seu sistema operacional gratuito. E, mais uma vez, a Microsoft retrucou o comentário – só que dessa vez com menos disposição para a briga. Frank Shaw, diretor de comunicações corporativas da Microsoft, escreveu em seu Twitter:

“Deixem-me resumir a declaração que o Google deu ao @parislemon (MG Siegler, repórter do TechCrunch), de 48 palavras para 1: Waaaah”.

Polipílula para doenças cardiovasculares

Brasil testa polipílula que poderá prevenir doenças cardiovasculares

Folha de São Paulo

Uma pílula que reúne quatro remédios para controlar a pressão arterial e o colesterol e prevenir o entupimento de vasos sanguíneos está sendo testada em diferentes países, incluindo o Brasil, para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares.

São dois os alvos: pacientes com risco moderado que não têm bons resultados com dieta e exercícios e pessoas com risco elevado, que já tiveram infarto ou derrame.
O país já participou da primeira fase do primeiro estudo internacional com a chamada polipílula.

Os resultados, publicados em maio na revista "PLoS One", mostraram que a pílula pode diminuir em 60% o risco de infarto e derrame em pessoas com risco moderado.
Na pesquisa, esses pacientes tinham idade média de 60 anos, eram obesos e tinham pressão arterial e colesterol pouco elevados, além de outros fatores de risco.

"São pessoas que não necessitariam de medicação, mas, infelizmente, boa parte delas não consegue reduzir o risco com outras medidas", diz Otávio Berwanger, cardiologista do HCor (Hospital do Coração) e coordenador da pesquisa no Brasil.

Ao todo, 378 voluntários participaram do trabalho, que também foi feito na Índia, na Austrália, na Holanda, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.

A NOVA PESQUISA
A segunda fase do estudo começa em novembro, com pacientes que já tiveram infarto ou AVC e tomam os remédios separadamente.

No Brasil, a pesquisa envolverá 22 hospitais, além do HCor, e 2.000 pessoas em todas as regiões do país.
Além disso, em 2012, o país deve participar da terceira fase de uma pesquisa já iniciada na Índia, na China e no Canadá.

Dessa vez, o responsável pela pesquisa brasileira será o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
O objetivo, segundo o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da divisão de pesquisa do instituto, é testar a medicação em 2.000 pacientes de São Paulo com risco cardíaco moderado.

MEDICALIZAÇÃO
De acordo com Luiz Antonio Machado César, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e cardiologista do InCor (Instituto do Coração da USP), a ideia é simplificar e baratear o tratamento.

Berwanger lembra que, hoje, no máximo metade dos pacientes de alto risco segue o tratamento corretamente. "Se pudermos facilitar a vida do paciente, mantendo os benefícios dos remédios, com custo menor e maior adesão, será muito interessante."
Ele afirma, no entanto, que a ideia não é "medicalizar" a prevenção de quem tem risco moderado. "A adesão a dieta e exercícios é péssima, apesar de as mudanças serem fundamentais. Essas pessoas não sentem nada, mas a tendência é piorar", afirma.

"Mudar o estilo de vida da população é utopia. Do jeito que a gente montou nossas cidades e a nossa vida nos grandes centros, essa opção não existe", afirma César.
Berwanger recorda, no entanto, que não se trata da "pílula da vida eterna", e que o controle de fatores como tabagismo e obesidade, deverá ser mantido, mesmo para quem tomar a polipílula.

Aonde vamos parar (3)

Pistola é achada com aluna de 14 anos em escola em Praia Grande

Folha de São Paulo

Uma pistola semiautomática calibre 635 foi apreendida na quarta-feira (28) com uma aluna de 14 anos da Escola Estadual Lions Clube Centro, bairro no Jardim Quietude, em Praia Grande, litoral de São Paulo.

Segundo a PM, ao estacionar o carro em frente à escola, os policiais militares que faziam a ronda escolar foram chamados para apurar a denúncia de que um aluno estava armado em sala de aula.

Através de informações de alunos e professores, os PMs chegaram até um adolescente de 15 anos que, supostamente, estava com a arma. O menino, porém, disse que a pistola estava com outro aluno de 16 anos. O primeiro já foi apreendido uma vez por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. E o segundo, por roubo, sempre segundo a PM.

Depois de dizer que não estava com a arma, o jovem de 16 anos informou que a pistola estava com uma aluna de 14 anos. A PM ainda não sabe qual dos dois levou a arma para escola, mas diz acreditar que os garotos entregaram a arma para a menina, para que ela a escondesse, uma vez que não poderia ser revistada pelos policiais militares.

Na ronda escolar, no entanto, havia uma PM mulher que, com a vice-diretora da escola, levou a adolescente ao banheiro para revistá-la. Antes, porém, a menina revelou estar com a arma na cintura e a entregou.

Com capacidade para sete tiros, a arma estava sem munição. Os pais dos adolescentes foram chamados. Todos encaminhados à delegacia para registrar o ato infracional por porte ilegal de arma.

Nota do Blog: Será que existe alguma ação governamental eficaz sendo estudada, trabalhada para coibir tudo isso que vem ocorrendo junto às escolas? Bullying, drogas, armas, invasões, depredações, isso sem contar o mísero salário pago aos professores sejam que nível educacional forem. Onde iremos parar? Qual a confiança que os governantes passam aos pais que podem deixar seus filhos irem a escola se a cada dia a mídia nos apresenta monstruosidades ocorrendo em vários cantos do País? Está passando da hora de nossos dirigentes tomarem ações efetivas de combate a essa guerra que se encaminha hoje dentro e nos arredores das escolas.
Abra o olho Brasil!!!

País dos impostos complicados

Opinião do Estadão

O Brasil é campeão mundial de complicação no pagamento de impostos e contribuições. O peso dos encargos - dos mais altos do mundo - é só um dos problemas suportados pelas empresas, quando têm de cuidar da tributação. Além de pesados, os tributos são incompatíveis com a inserção global da economia, porque encarecem toda a atividade empresarial, desde o investimento em máquinas e instalações até a exportação ou a venda final no mercado interno. Tanto no exterior quanto no País, o produtor nacional fica em desvantagem diante do concorrente estrangeiro. Essas características bastariam para fazer do sistema brasileiro um dos piores do planeta. Mas há mais que isso.

As companhias gastam muitas horas de trabalho só para acompanhar e decifrar as mudanças de regras e para seguir todos os trâmites necessários ao cumprimento de suas obrigações. É muita mão de obra desperdiçada numa atividade custosa e sem retorno, tanto para a empresa como para a economia nacional.

As empresas brasileiras gastam em média 2.600 horas por ano com os procedimentos necessários para cumprir as normas tributárias. Isso equivale a 325 jornadas de 8 horas. Foi o pior desempenho nesse quesito identificado em pesquisa anual da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) em colaboração com o Banco Mundial (Paying Taxes 2011). Segundo o levantamento, realizado em 183 países, o tempo médio gasto para o cumprimento das normas tributárias é de 282 horas, ou 35 dias de trabalho. O tempo despendido no Brasil é mais que o dobro do consumido no segundo país em pior situação, a Bolívia - 1.080 horas. No Chile, frequentemente classificado como o país mais competitivo da América Latina, gastam-se 316 horas. Na França, 132. Na Alemanha, 215. Nos Estados Unidos, 187. Na Índia, 258. Na China, segunda maior economia do mundo, 398.

O tempo consumido no Brasil para o cumprimento das obrigações se mantém desde 2006. Nesse período, houve reformas tributárias em 60% dos países cobertos pela pesquisa, os sistemas foram aperfeiçoados, tornaram-se menos onerosos e, além disso, os procedimentos foram simplificados. Na média, o peso dos tributos caiu 5%, o tempo de trabalho ficou cinco dias menor. Também houve redução no número de pagamentos efetuados. Na média, cerca de quatro recolhimentos foram eliminados.

Na China, a unificação de procedimentos contábeis e o maior uso de meios eletrônicos permitiram às empresas poupar 368 horas de trabalho e 26 pagamentos por ano. Na América Latina os procedimentos continuam complexos, mas, apesar disso, as empresas dedicam em média 385 horas à administração dos impostos, apenas 14,8% do tempo consumido no Brasil. Houve descomplicação das tarefas em vários países da região, segundo a pesquisa. No Brasil, as mudanças foram insignificantes. Quanto às economias mais avançadas, operam, de modo geral, com sistemas bem mais simples. Também isso contribui para a competitividade de suas empresas.

Pelo menos num ponto a situação brasileira é semelhante à da maior parte dos demais países. O imposto sobre valor agregado (IVA) complica sensivelmente os procedimentos administrativos das empresas. De modo geral, o pagamento do Imposto de Renda é muito menos trabalhoso que o recolhimento das várias contribuições e do IVA (no Brasil, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, ICMS, cobrado pelos Estados). A empresa brasileira gasta em média 736 horas para cuidar do Imposto de Renda, 490 para administrar os encargos trabalhistas e 1.374 para cumprir as normas dos impostos sobre consumo (principalmente dos Estados).

O caso do ICMS é especialmente complicado, porque as empresas têm de observar 27 legislações estaduais, com diferentes alíquotas, condições de recolhimento e incentivos. Se não houvesse várias outras, esta já seria uma excelente razão para a reforma do sistema. Conseguir o apoio dos governos estaduais, no entanto, tem sido um dos principais obstáculos à racionalização do sistema. Enquanto isso, outros países simplificam, reduzem a carga e ganham capacidade de competir.

Cuidado, frágil. Pode explodir

José Luiz Portella Pereira (*)

De uma hora para outra, a gente descobre que poderia ter explodido. Principalmente aquelas 800 mil pessoas que costumam frequentar o Center Norte, aos sábados e domingos.

"Basta uma faísca e pronto", palavras da diretora de Controle Ambiental da Secretaria do Verde. É muito louco. Uma sensação total de risco. De impotência.

O shopping foi construído sobre um lixão. Todo lixão gera gás metano pela decomposição do lixo. A licença inicial de construção tem que prever a captação e destinação segura do gás.
Ninguém sabe como se deu a liberação lá, no início dos anos 80, pelo então prefeito Reinaldo de Barros. Mistério! A cidade não tem memória. Nem os documentos públicos.

Inaugurado em 1984, o Center Norte deveria ter passado por rigorosa inspeção para ver se aquilo que foi determinado na licença inicial de construção foi cumprido. Outro mistério; ninguém fala ou sabe disso.
Em 2003/2004, a Câmara e a Cetesb pedem ao Center Norte um levantamento de risco. Ele se nega a fazê-lo, pasmem, alegando a responsabilidade ser da Prefeitura. E ficou por isso mesmo. Pelo menos, é o que se sabe.

Aí, diz a mídia, em 2009, por conta do Decreto 13.542, a Cetesb teve suas atribuições aumentadas e passou a investigar e gerenciar terrenos contaminados.
Contaminado em 1981. E esse tempo todo? É louco! Ninguém sabe com quem estavam o comando e o obrigação de fazê-lo. E se algo foi feito. O Center Norte, ou parte dele, poderia ter ido pelos ares.

Aparecem também, só agora, filhas da crise: outras regiões contaminadas que são monitoradas. Uma delas fica em Mauá, onde já explodiu um apartamento com vítima fatal. Todos os que moram no local vivem um calvário, sem poderem se desfazer do imóvel que perdeu barbaramente o valor enquanto não se chega a uma conclusão. Descaso inaceitável.

Hoje, o Center Norte é um mar de metano. E de dúvidas. Os comunicados são confusos. A Cetesb diz algo, o Center Norte desmente, a Prefeitura fala outra coisa. O Ministério Público faz um acordo com o Center Norte, e a Prefeitura diz que não foi avisada.
Confusão geral.

O que emerge, além do metano, é que somos uma cidade desorganizada, sem mecanismos que nos protejam. Uma cidade indefesa, em risco permanente, desconhecido, e que só vem à tona quando à beira de uma explosão.
Isso alimenta o medo. Uma cidade tão rica e com tanto a proporcionar, vive com medo de si mesma: do trânsito, de atravessar uma rua, do carro a invadir calçadas, do assalto, do bullying na escola. Medos sem conta.

O medo paralisa. Congela o prazer. Atrofia. São Paulo vive com o potencial atrofiado. As pessoas não podem viver e usar suas capacidades. Por isso: há sempre "um shopping" a explodir.
Resta a sensação de continuarmos a fazer as coisas como nos tempos do Brasil Colônia: exploração predatória da terra, das riquezas.

Exaurida uma terra, passava-se para a seguinte. Não havia o espírito de se construir uma nação, mas de auferir vantagens imediatas, de ganhar dinheiro a qualquer custo.
O poder público não faz a cidade respeitada. O segredo de uma cidade que se impõe e tem valores é singelo: legislação clara e simples, sem enrolações que vendam facilidades. Define: para ganhar dinheiro é preciso respeitar os pilares que garantam uma vida civilizada e saudável, sem privilégios. Ninguém acima da lei.

Acordar todo dia com novo medo é sentir-se fraco, frágil. Acordar todo dia nessa fragilidade é o pior imposto que pagamos.

(*) Engenheiro Civil especializado em gerenciamento de projetos, orçamento público, transportes e tráfego. .

Marcão do Palmeiras em filme

Vida e carreira de Marcos devem virar tema de filme, diz jornal

Uol Esporte

Um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, o goleiro Marcos deve virar filme. De acordo com o Jornal da Tarde, o projeto é de grupos que não pertencem à diretoria e será capitaneado pelo jornalista Mauro Beting, palmeirense confesso. Embora o clube não esteja oficialmente envolvido no projeto, existe a expectativa para a colaboração do Palmeiras para facilitar a realização das filmagens e pesquisas.

É uma ideia que tive há uns três anos. Queremos fazer esse documentário com o Marcos contando boa parte da sua história. E esse vai ser o maior desafio”, explicou Beting.

O documentário ainda não tem data para ser lançado, mas a expectativa dos envolvidos é que o goleiro reveja sua decisão de se aposentar no fim do ano, o que daria mais tempo para as filmagens. A direção deve ficar a cargo do Canal Azul, que já fez filmes para Corinthians e Santos.

Mesmo ciente do imenso prestígio que tem com os torcedores, Marcos revelou estar surpreso com a ideia. Para ele, ser tema de um filme é algo que vai além das suas expectativas.

“Sei que sou um ídolo da torcida, que conquistei títulos importantes, mas um filme é algo grandioso demais, é coisa para os grandes craques da história”, comentou o goleiro.

Além da vida de Marcos, o grupo encabeçado por Mauro Beting planeja lançar outros três filmes; um relembrando o fim do jejum de 17 anos sem títulos com a conquista do Paulistão de 93 e outro resgatando a conquista da Libertadores em 99. Um documentário especial está planejado para 2014, ano do centenário do clube, para fechar a saga.

Depois de lançado, o filme sobre a vida e a carreira de Marcos deve dar origem a um livro. A obra ainda não tem título e nem data de lançamento definidos.

Prevendo tragédias

"Estamos com o cenário de uma nova tragédia pronto", diz ex-controlador de voo da FAB

Uol Notícias - São Paulo

Além do sofrimento causado às famílias das 154 vítimas, a tragédia do voo 1907 da Gol, ocorrida há cinco anos, revelou ao país as falhas no sistema de controle do tráfego aéreo brasileiro, até então desconhecidas pela população, e deflagrou uma crise no setor. Entre os problemas, radares em condições precárias, buracos negros no espaço aéreo e controladores sobrecarregados.

Na avaliação de Edleuzo Cavalcante, que serviu a Força Aérea Brasileira (FAB) como controlador de voo por 23 anos, a situação não mudou desde setembro de 2006. “Estamos com o cenário de uma nova tragédia pronto. Não será surpresa para nenhum de nós [do setor] se acontecer outro acidente daqueles”, diz o ex-militar, hoje presidente da Associação Brasileira dos Controladores do Tráfego Aéreo (ABCTA).

O ex-militar trabalhava no Cindacta 1, em Brasília, e foi expulso da Aeronáutica em abril deste ano por indisciplina. Em junho de 2007, ele e mais 13 controladores do Cindacta 1 foram retirados do controle de tráfego após se envolverem em operações-padrão e manifestações para denunciar as condições de trabalho dos controladores
Colega de trabalho de Cavalcante, o controlador Lucivando Tibúrcio de Alencar foi condenado, em abril deste ano, a três anos e quatro meses no regime semiaberto --pena revertida em prestação de serviços comunitários-- por não ter seguido os procedimentos recomendados diante das dificuldades de comunicação com o Legacy.

Já o controlador Jomarcelo Fernandes dos Santos, condenado na Justiça Militar, foi inocentado por ser considerado inapto para o exercício da função. Ele estava havia nove meses no Cindacta 1 e ignorou as indicações em sua tela de controle de que o Legacy estava com o transponder (sistema anticolisão) desligado e voava na contramão.

Além dos controladores, foram condenados os pilotos do jato Legacy, os norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, a quatro anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto, pena também revertida em prestação de serviços comunitários.

Jomarcelo foi colocado para cumprir serviços burocráticos em Brasília. Já Lucivando trabalha na torre de controle de Fortaleza. “O Jomarcelo é muito tímido. Depois do acidente, sofreu muito por dentro, não gosta de falar sobre o assunto. Já o Lucivando era apaixonado pelo tráfego aéreo, é um excelente profissional. E hoje é apontado pela morte de 154 pessoas.”

Desabafo

Na fila do supermercado o caixa diz uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”

O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente. "

"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente.
Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é visível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver só um pouco como na minha época?

Futuro objetivo do Palmeiras!!!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para tanta sujeira, muitas vassouras!!!

Brasília amanhece com 594 vassouras na Esplanada dos Ministérios

Estadão.com.br

A ONG Rio da Paz colocou no gramado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, 594 vassouras nas cores verde e amarela como forma de protesto contra a corrupção. As vassouras representam 513 deputados federais e 81 senadores e ficarão fincadas no local até as 15 horas. A inteção é entregar um exemplar para cada parlamentar.

A ONG é a mesma que realizou o protesto na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na semana passada. A ideia surgiu depois que o senador Pedro Simon (PMDB) disse que gostaria de receber uma vassoura em Brasília. Além de pedir a limpeza da corrupção no País, a ONG A ONG pede ao Congresso que se envolva na luta do povo brasileiro pelo fim da corrupção e a aprovação do fim do voto secreto.

Depois, ainda no Rio, um ato idealizado a partir das redes sociais com o apoio de mais de 33 mil usuários no Facebook, conseguiu reunir cerca de 2,5 mil pessoas na Cinelândia, de acordo com a Polícia Militar.

O Brasil de hoje é o Maranhão de 1966

José Neumanne (*) para O Estado de São Paulo

Nesta semana, este Estadão ainda não se livrou da censura imposta pelo Judiciário às notícias a respeito da Operação Boi Barrica, na qual a Polícia Federal (PF) investigou negócios suspeitos da família Sarney. Esta também foi aliviada com a notícia de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) invalidou as provas que a referida autoridade policial levantou na dita investigação. O YouTube revelou a cinéfilos e interessados em política um curta-metragem de propaganda feito pelo baiano Glauber Rocha, ícone do Cinema Novo e da sétima arte no Brasil, por encomenda do então jovem governador do Maranhão, registrando o início de uma carreira política que, contrariando as previsões mais otimistas, o levou à Presidência da República. E a um poder, na presidência do Senado, que ora lhe permite substituir no Ministério do Turismo um indicado, Pedro Novais, afastado por suspeita de corrupção e evidências de má gestão, por outro, Gastão Vieira, cuja única virtude notória é a de ser mais um ilustre desconhecido e leigo nos assuntos da pasta a assumi-la.

O filme de Glauber Rocha, Maranhão 66, suscitou um debate inócuo em torno das intenções e dos verdadeiros interesses do cineasta e da notória sagacidade do político profissional que patrocinou um comercial da própria posse e terminou por financiar um documentário vivo e cru da dura realidade do País e de seu Estado miserável. Questionou-se se o cineasta foi leal a seu patrocinador ou se se aproveitou do patrocínio dele para, com imagens chocantes, denunciar o abismo existente entre o discurso barroco do empossado e a revoltante miséria de seu eleitorado. Também foram levantadas dúvidas sobre o papel do protagonista do filme no relativo ostracismo em que a obra mergulhou, não merecendo a fortuna crítica que obras como Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe viriam a ter. Glauber foi um militante de esquerda, mas aderiu à ditadura em seus estertores quando voltou ao Brasil, chegando a chamar o ideólogo da intervenção militar contra a pretensa República sindicalista, general Golbery do Couto e Silva, de "gênio da raça". O Sarney por ele filmado era da "Bossa Nova" da UDN, com tinturas pink, mas aderiu ao regime autoritário e, depois, se afastou dele para entrar na chapa que lhe pôs fim no colégio eleitoral.

Personagem e autor podem, assim, alinhar-se na galeria das "metamorfoses ambulantes" em que Luiz Inácio Lula da Silva se introduziu, inspirando-se em Raul Seixas, para justificar na prática sua adesão ao lema de Assis Chateaubriand, segundo o qual "a coerência é a virtude dos imbecis". Mas, com todo o respeito às boas intenções de quem entrou no debate, não é a incoerência do material do curta-metragem que interessa, e sim exatamente o contrário: a permanência das práticas denunciadas com a imagética bruta da fita sob a gestão do orador inflamado e empolado, que as usava para detratar seus antecessores, dos quais assumiu os mesmos vícios ao tomar-lhes o lugar nos braços do povo que, "bestializado", na definição de José Murilo de Carvalho, o ouvia e aclamava.

Barraco no Supremo

Eliane Cantanhêde (*)

O supremo Tribunal Federal é aquela Corte solene, onde senhores e agora senhoras vetustos e vetustas, metidos em longa togas negras, fazem discursos intermináveis que poucos ouvem e quase ninguém entende. Mas é nesse cenário e com esses personagens que se fazem a democracia e a defesa da lei e da cidadania. Pelo menos em tese.

Pois não é que está o maior barraco no Supremo? Começou com a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que, por corporativismo, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade tentando limitar os poderes e a abrangência do Conselho Nacional de Justiça, órgão que fiscaliza o Judiciário e, portanto, os juízes.

O pau quebrou, e os ministros se dividiram. Uns contra, outros a favor de deixar o CNJ quase como mero ratificador das investigações e decisões das corregedorias regionais, onde os juízes estão, claro, mais 'protegidos' por colegas e amigos.

Ao criticar o corporativismo e defender a CNJ, a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, bateu firme, dizendo que há 'bandidos' que se escondem atrás da toga. Ou seja, que há juízes bandidos.

O mundo caiu!

Extraordinariamente, o presidente do Supremo, César Peluso, abriu a sessão da Corte na terça-feira com uma nota de 12 dos 15 conselheiros do CNJ condenando as declarações 'levianas' de Eliana Calmon, que teria colocado sob suspeição todos os juízes do país e o próprio Judiciário.

É barraco ou não?

E teve aquele detalhe pessoal na reação indignada de Peluso. Na entrevista bombástica à Associação Paulista de Jornais, Eliana Calmon citou especificamente o Tribunal Regional de São Paulo: segundo ela, o órgão só vai se deixar investigar 'quando o Sargento Garcia prender o Zorro'.

Ih! Qual a origem do ministro Peluso? O Tribunal Regional de São Paulo.

(*) Jornalista é colunista da Folha de São Paulo desde 1997

Se ela que está dizendo ....

Corregedora mantém críticas e diz que imagem do Judiciário é a pior possível

Folha de São Paulo

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, afirmou nesta quarta-feira (28) à Folha que não recuará das declarações que fez sobre a magistratura brasileira.

"Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados", disse.
"A quase totalidade dos 16 mil juízes do país é honesta, os bandidos são minoria. Uma coisa mínima, de 1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário", reiterou.

Segundo a ministra, todos precisam perceber que "a imagem do Judiciário é a pior possível, junto ao jurisdicionado" --público que recorre aos tribunais.

"Eu quero justamente mostrar que o próprio Judiciário entende e tenta corrigir seus problemas."

Sobre o julgamento de hoje do Supremo, que poderá limitar os poderes da corregedoria, ela disse que está muito triste.
"As portas estão se fechando. Parece haver um complô para que não se puna ninguém no Brasil."

Em recente entrevista, Calmon fez duros ataques a seus pares ao criticar a iniciativa de uma entidade de juízes de tentar reduzir, no STF (Supremo Tribunal Federal), o poder de investigação do CNJ.

"Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga", declarou em entrevista à APJ (Associação Paulista de Jornais).