sábado, 28 de julho de 2012

O esgoto que se chama mensalão

Mensalão marca rompimento de modelo de corrupção conhecido do Brasil 

Estadão  

Um escândalo político generalizado, obra coletiva de dirigentes de um partido que se declarava arauto da moralidade, e gerador de uma forte reação das instituições, como a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF), que o Poder Executivo não pode brecar. Para pesquisadores entrevistados pelo Estado, o mensalão significou um rompimento com o tipo de corrupção que tradicionalmente marcou a política brasileira. A ação individual dos corruptos, para fins pessoais, foi sobrepujada pelo uso político-partidário do dinheiro sujo, avaliam.

 "Acho que não tem nada parecido na história do Brasil", diz a cientista política e historiadora Maria Celina d’Araújo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). "Há (tradicionalmente) casos individuais de corrupção. Agora, com um partido que está no governo foi um fato único. Não estou dizendo que outros partidos não tenham seus esquemas. Mas o caso do mensalão tem como característica que as denúncias envolvem um partido. Foi feito de forma sistemática." 

A pesquisadora avalia que foi novidade, no escândalo, o uso sistemático do sistema bancário. "Não foi só dinheiro na cueca", ressalta, em alusão ao caso do assessor petista preso pela Polícia Federal em 2005 com US$ 100 mil escondidos na roupa e levando outros R$ 200 mil. Para Maria Celina, a corrupção apontada no escândalo não tem a ver só com a sociedade brasileira, mas com o estágio das sociedades em geral, com o que chamou de "avanço dos procedimentos democráticos".

Dia do herói

Roberto Rodrigues (*)  

Hoje, 28 de julho, é o Dia do Agricultor. 

Prestar homenagem a esse herói sem nome é um preito de gratidão, um gesto de respeito. E poder fazer isso é uma grande alegria. 

E por que esses substantivos (gratidão, respeito, alegria) todos? Comecemos com a gratidão. Como viver sem os agricultores? São eles, no amanho diuturno da terra, que produzem tudo o que nos permite preservar a dádiva divina da vida: alimentos, energia, fibras e biomassa. 

Respeito, porque fazem isso enfrentando todas as dificuldades que os demais setores da economia enfrentam em relação às crises financeiras e ao "custo Brasil", e ainda precisam acertar contas com são Pedro, do qual dependem visceralmente. Muitas vezes sem o suporte oficial que os concorrentes de outros países recebem de seus governos, vão conquistando espaço nos mercados, com a tecnologia sustentável desenvolvida por nossos cientistas, e assim contribuindo para a redução da fome no mundo. 

E é claro que destaco isso tudo com incontida alegria, porque tenho a honra de ser neto, filho, irmão, pai e amigo de produtores rurais. 

Esse orgulho espalho por onde passo, e talvez a mais clara demonstração pública disso tenha sido o discurso que fiz em julho de 2006, quando deixei o Ministério da Agricultura: 

"Amo a agricultura, profunda e reverentemente. 

Emociona-me a alvura imaculada dos algodoais em colheita, o rubro-verde dos cafezais em cereja, o galeio mágico que o vento provoca nos canaviais verdejantes ou nos dourados trigais; encanta-me o cheiro adocicado das espigas dos milharais, ou os laranjais carregados, as flores das fruteiras polinizadas pelas abelhas operárias; orgulha-me o progressista ronco das colhedeiras nos sojais e arrozais maduros; admiro os capinzais cultivados, alimentando rebanhos leiteiros e de sadia carne; minha alma se desvanece a cada vez que vejo uma semente germinando no milagre da preservação das espécies. 

Amo a agricultura, profunda e reverentemente. 

E respeito, admiro e venero os milhões de homens e mulheres que, dia após dia, ano após ano, em comunhão sublime com a natureza e com o Criador, plantam e colhem tudo o que garante a perenidade da existência. 

Mas não foi só por esse amor inesgotável que aceitei o honroso convite do presidente Lula para ser ministro da Agricultura em seu governo. Foi por muito mais. 

Foi por compreender com clareza que é o produtor rural quem, em sua cotidiana e anônima labuta, aciona a roda do desenvolvimento em um país como o nosso.

Sem o produtor rural, para que produzir sementes, defensivos, fertilizantes, corretivos, medicamentos veterinários, rações? Para que produzir tratores, equipamentos e máquinas colhedeiras? Sem a produção agrícola, para que construir usinas, fábricas de alimentos, fogões? Para que fabricar caminhões, trens, trilhos, silos e armazéns? Para transportar e guardar o quê? Sem os agricultores, como seriam criados todos os empregos nessas áreas referidas? 

Não há ovo de Páscoa sem plantador de cacau, não há vestido de seda sem plantador de amoras, não há cabos e pneus de borracha sem plantador de seringueira, não há papel sem plantador de árvores, não há cerveja sem plantador de cevada, vinho sem plantador de uva, não há calça jeans sem plantador de algodão, não há sapato e bolsa sem o pecuarista, não há etanol sem cana, não há pão sem trigo, óleo sem soja, manteiga sem leite, não há vida sem a agricultura e sem o agricultor. 

Por isso aceitei o convite e o desafio: por amar a terra e ao seu amanhador, e por reconhecer que seu trabalho é o motor da economia e da democracia". 

Saudemos hoje, com entusiasmo, esse herói e usemos este dia para pensar nele. O produtor rural é, por tudo o que foi dito, o parceiro constante do cidadão urbano: um não vive sem o outro. São gêmeos univitelinos, para não dizer siameses. 

Por isso é tão importante uma estratégia para o setor rural em nosso país: todos ganharão com ela, e não apenas os agricultores. 

(*) É Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e Professor do Departamento de Economia Rural da Unesp-Jaboticabal. Foi ministro da Agricultura (governo Lula). 

Ausência

Caros amigos e leitores do Rabiscos do Antenor 

Em razão da mudança física que estamos realizando de Santarém para São Paulo, confirmamos o desligamento dos equipamentos, os quais esperamos que sejam  religados o mais breve possivel e essa interrupção nas postagens seja mínima.

Agradecemos a audiência contínua e principalmente a compreensão.

Rabiscos do Antenor

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Biruta de aeroporto"

Eliane Cantanhêde (*)  

O prefeito Gilberto Kassab está se preparando para apanhar feio do PT em São Paulo e para alisar o PT em Belo Horizonte. Para o presidente do PSDB-MG, deputado Marcus Pestana, ele está parecendo "biruta de aeroporto". 

Na capital paulista, Kassab é estrela da campanha do tucano José Serra, contra o petista Fernando Haddad. Na mineira, impôs ao PSD a aliança com o petista Patrus Ananias, contra Aécio Neves (PSDB) e a reeleição de Márcio Lacerda (PSB). 

Se fosse só mais uma salada partidária brasileira, tudo bem, mas não é. Há muito mais vinagre e pimenta aí, já que Kassab, ao criar um partido, gerou uma grande incógnita: o que, ou quem, está por trás do PSD? Ele continua devendo essa resposta. 

Na superfície, o PSD nasceu para acomodar uma multidão de políticos aflitos com os sacolejos da oposição e loucos para pular no barco do governo. Se é só isso, a aliança de Kassab em São Paulo não é com o PSDB, mas com a pessoa de José Serra. E fugaz. Se é serrista lá, é dilmista convicto cá, em Brasília. 

Dilma convocou Michel Temer e Kassab, com igual sem-cerimônia, para a mesma missão: driblar as sessões mineiras do PMDB e do PSD, respectivamente, e garantir o apoio ao PT em BH. Faz sentido com Temer, que é vice e foi bem recompensado, até com a presidência da Câmara para Henrique Alves. Mas Kassab é o quê? E saiu de mãos abanando? 

Kassab é elogiado por aliados e adversários por produzir o principal fato político do ano passado --o PSD--, mas é um apoio polêmico. Em São Paulo, tem a máquina da prefeitura, mas uma rejeição de bom tamanho. No resto, é incerto, já que tanto pode estar com Lula/Haddad ou com Serra/Alckmin e faz qualquer coisa pelas graças de Dilma. 

É razoável supor que se trata de algo estratégico, para além de seus interesses individuais. Mas o quê? A alternativa seria muito mesquinha: por um ministério a partir de 2013? 

 (*) Jornalista, é colunista da Folha de São Paulo 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Droga pode desmascarar HIV escondido em células humanas

Folha de São Paulo 

Uma droga que normalmente é usada contra o câncer conseguiu ajudar pacientes infectados pelo HIV a combater um dos problemas que mais desafiam cientistas na busca de uma cura para a Aids: a habilidade do vírus de ficar quieto e se "esconder". 

O resultado do teste do medicamento, o vorinostat, foi apresentado hoje por pesquisadores da Universidade de Carolina do Norte na Conferência Internacional da Aids, realizada em Washington. 

Oito pacientes virtualmente "curados" pela terapia antirretroviral, já usada rotineiramente contra o vírus da Aids, tomaram uma dose da droga anticâncer e descobriram que, na verdade, ainda tinham o HIV em estado latente em algumas células. Esse estado inerte do vírus já era conhecido dos cientistas. É justamente essa habilidade do HIV que impede os medicamentos disponíveis de eliminarem a infecção de vez. 

Quando o vírus se aloja dentro de uma célula do sistema imune e deixa de usar seu material genético para fazer proteínas, os remédios antirretrovirais não conseguem atingi-lo. Tirar o paciente da terapia, porém, é perigoso, pois o vírus latente sempre pode se reativar mais tarde. 

SEM SOSSEGO 
Por isso os soropositivos precisam sempre fazer exames para medir a carga de vírus em seu sangue, mesmo que tenham se livrado da maior parte da infecção. 

O vorinostat "obrigou" os vírus escondidos a começarem a produzir cópias de trechos de seu material genético, que é formado por RNA, e não por DNA. Isso parece ter alertado células de defesa do organismo, que teriam destruído as células infectadas. 

Segundo David Margolis, médico que liderou o estudo, isso pode ser o primeiro passo para atingir uma cura real. O efeito verificado com o primeiro teste do vorinostat, porém, foi muito sutil, porque os cientistas usaram apenas duas doses pequenas da droga (200 mg e 400 mg), que é bastante tóxica. 

"Agora precisamos investigar isso em um estudo com doses múltiplas ou, no futuro, com drogas melhores que façam a mesma coisa", diz. 

Margolis detalha os resultados do teste em um estudo na revista "Nature". Em outro artigo na mesma edição, Steven Deek, infectologista da Universidade da Califórnia em San Francisco, comenta a descoberta. 

"O estudo é a primeira evidência de que talvez seja possível atingir a cura assim", afirma, apesar de questionar se as células sequestradas pelo vírus inerte serão mesmo eliminadas pelo organismo. /;/;/;/Deek também se diz preocupado com a possível necessidade de usar grandes doses da droga para obter algum efeito, pois ela é tóxica. 

Margolis, porém, acha improvável que as doses em uma eventual terapia para desentocar o HIV precisem ser tão altas quanto as do tratamento de câncer. Para ele, será preciso até evitar que o remédio não seja muito usado. 

"Pode ser que aumentar muito a expressão do RNA viral seja ruim, porque aí ocorreria um novo espalhamento da infecção, em vez de a droga apenas desentocar os vírus escondidos", diz.

Os perigos do mensalão

Os desmentidos de Marcos Valério confirmam que Lula precisa tratar com muito carinho a caixa preta mais perigosa do país 

Augusto Nunes (*) 

Como revelou a edição de VEJA desta semana, o grão-mensaleiro Marcos Valério comunicou a amigos de Lula que, se não fosse tratado com o carinho que merece a mais perigosa caixa-preta do país, poderia ceder à tentação de contar detalhes de conversas que teve com o ex-presidente antes da descoberta do mensalão. Nesta segunda-feira, instado pelo portal Terra a comentar a reportagem, Valério confirmou a ameaça com duas frases grávidas de entrelinhas. 

“Eu sou igual ao doutor Delúbio, nunca endureci o dedo para ninguém e não vai ser agora, às vésperas do julgamento”, começou o declarante. “Eu não tenho nenhum confidente em Brasília, principalmente lá, onde não vou há anos”, terminou. Traduzidas as frases, o que se ouve são dois desmentidos que ratificam e ampliam as informações divulgadas por VEJA. 

A primeira lembra aos interessados que, como Delúbio Soares, Valério sabe muito e não contou nada, está pagando sozinho por pecados coletivos e espera que os danos morais e financeiros sejam devidamente compensados. Ao frisar que nunca endureceu o dedo, está dizendo que poderia ter feito o contrário. O indicador só enrijece se existe algo ou alguém a apontar. Não fez isso e não fará às vésperas do julgamento, sublinha. Mas nada impede que faça depois. Depende do desfecho do caso. 

Ao afirmar na segunda frase que não tem confidentes em Brasília e não aparece por lá há alguns anos, Valério confirma outra informação da reportagem: os encontros com Paulo Okamotto e Luiz Eduardo Greenhalgh, que repassaram o recado a Lula, ocorreram em São Paulo. Não foi necessário reaparecer no local do crime. Antes da descoberta do esquema criminoso, ele passava mais tempo em Brasília do que em Belo Horizonte e entrava sem bater em gabinetes inacessíveis para a gente comum. Até ser reduzido a caso de polícia e descobrir como é passar a noite na cadeia. 

Em setembro de 2011, nas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal pela defesa de Marcos Valério, o advogado Marcelo Leonardo afirmou que o elenco formado por 38 réus do processo do mensalão só ficará completo com a incorporação do protagonista ausente. Dois trechos do documento resumem a ópera: 

“É um raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano”, escreveu o advogado. “Alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio presidente LULA”. 

“A classe política (…) habilidosamente deslocou o foco das investigações dos protagonistas políticos (LULA, seus ministros, dirigentes do PT etc) para o empresário (…) dando-lhe uma dimensão que não tinha e não teve”. 

Letras maiúsculas são gritos gráficos. As duas vogais e a consoante reprisada do LULA amplificam as ameaças sussurradas ou apenas insinuadas pelo diretor financeiro do bando. A drenagem do pântano não foi além das margens. Os principais personagens escondem segredos há sete anos. Nenhum tem tanto a dizer quanto Marcos.

(*) Jornalista e Ex-Diretor do Jornal do Brasil, do Jornal Gazeta Mercantil e Revista Forbes. Atualmente na Revista Veja 


O desafio da alfabetização plena

Antonio Matias (*) 

A publicação do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011, pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro/Ibope e pela Ação Educativa, evidencia um triste diagnóstico cujo conhecimento é de fundamental importância para mobilizar a sociedade a desenvolver estratégias que superem esse grave problema: o aumento de escolarização, embora tenha sido essencial nas últimas décadas, não foi suficiente para assegurar a alfabetização plena. 

A análise da série histórica do estudo, que vem sendo realizado periodicamente nos últimos dez anos, mostra que apenas um em quatro brasileiros atinge nível pleno nas habilidades de leitura, escrita e Matemática. Ou seja, é capaz de ler e interpretar textos mais longos, analisar e relacionar suas partes, realizar inferências e sínteses, além de resolver problemas que exigem maior planejamento e controle. 

Além disso, apesar de ter ocorrido uma redução do analfabetismo absoluto e da alfabetização rudimentar, só 62% dos que têm curso superior e 35% dos que têm ensino médio completo estão no patamar dos plenamente alfabetizados. Em ambos os casos, essa proporção é inferior à observada no início da década. 

O Inaf também revela que um em cada quatro brasileiros que cursam ou cursaram até o Ensino Fundamental II ainda está classificado no nível rudimentar, sem avanços em todo o período, ou seja, consegue ler apenas textos curtos e fazer operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias. 

Olhar a estagnação dos dados de plena alfabetização entre 2001 e 2011 nos permite vislumbrar a situação de uma geração: são poucas as chances de um jovem que concluiu o ensino médio ter alterado na última década sua proficiência linguística, adquirindo, assim, condições para se desenvolver no mundo profissional e social e desfrutar todas as possibilidades de uma sociedade que exige cada vez mais capacidade de expressão e de absorção de conhecimento. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Perigo na roça

Xico Graziano (*) para o Estado de São Paulo

Novidade rural: o governo federal pretende criar uma agência para disseminar o conhecimento entre os agricultores. Democratizar o uso da tecnologia faz bem à agropecuária. Mas corre o risco de manipulação ideológica.

Anunciada durante o lançamento do último Plano de Safra, o formato do novo órgão, todavia, por ninguém foi esclarecido. Mendes Ribeiro, ministro da Agricultura e Abastecimento, apenas adiantou que "a Embrapa faz as pesquisas e essa nova agência vai levar a assistência técnica ao produtor, trabalhando de forma articulada". Boa ideia, a conferir.

A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) compõe um capítulo querido, e saudoso, na história da agricultura. O pioneirismo coube a São Paulo, que desde 1926 introduziu o fomento rural nas suas atividades públicas. Logo depois, a Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav) de Viçosa (MG), atual universidade federal, organizou a primeira Semana do Fazendeiro (1929). Na década de 1940, o Ministério da Agricultura instalou País afora cerca de 200 "postos de mecanização" para demonstrar o avanço tecnológico na lide da terra.

Começaram, depois, a surgir as Associações de Crédito e Assistência Técnica Rural (Acars), formando, nos Estados, um movimento organizado de apoio aos agricultores. Em São Paulo, o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural tomou rumo próprio. As antigas Casas da Lavoura surgiram, espalhadas nos municípios, e desde 1967 passaram a ser aglutinadas na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), que as rebatizou de Casas da Agricultura. Nelas se encontrava o suprassumo das novas práticas agrícolas.

Quando nasceu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1974, o governo federal quis assumir a liderança no processo de transferência de tecnologia, criando também a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater). O intuito era, com apoio das unidades estaduais - Ematers - tirar da prateleira os resultados da pesquisa agropecuária, pondo-os à disposição da massa dos agricultores.

Com a assistência técnica propriamente dita seguiam também recomendações de natureza socioeconômica - a extensão rural -, voltadas para a promoção humana. Época de ouro da sociologia e da economia rural. Os extensionistas complementavam a visão produtivista, preocupando-se com os processos de mudança social, a educação, a higiene, a alimentação, a cultura. Qualidade de vida rural.

Pão Italiano Recheado

Ingredientes 
* 2 Kg de filé mignon
•1 pão italiano grande
•50 g de manteiga

Molho Madeira
•2 colheres de sopa de manteiga
•40 g de farinha de trigo
•80 ml de vinho tinto
•560 ml de caldo de carne
•1 pitada de sal
•1 colher chá de mostarda
•Champignon

Modo de Preparo

Molho Madeira:
1.Derreta a manteiga, junte a farinha e mexa bem até que fique dourada
2.Acrescente aos poucos o vinho tinto, o caldo de carne, o sal, a mostarda e o champignom, mexendo sempre, até engrossar ligeiramente

Carne:
1.Corte a carne em pedaços pequenos
2.Refogue-a com a manteiga até começar a dourar
3.Adicione o molho madeira e cozinhe por 20 minutos

Montagem:
1.Corte a tampa do pão italiano
2.Retire o miolo até ficar uma camada mediana perto das paredes
3.Misture o miolo retirado na carne
4.Jogue tudo dentro do pão

Tempo de preparo 2h 00min
Rendimento 5 porções

terça-feira, 24 de julho de 2012

Esses são os dirigentes de um clube de futebol profissional

Demissão de Joel aumenta dívida do Flamengo com treinadores 

Folha de São Paulo 

A diretoria do Flamengo decidiu ontem que Joel Santana não é mais treinador do clube. A sentença chegou menos de seis meses após a última troca no comando do time, quando Vanderlei Luxemburgo foi dispensado. 

Além da questão técnica, as recentes mudanças significam para o clube, afundado em problemas financeiros, mais dívidas a serem pagas. 


Ao contratar um novo comandante, o clube deverá usar cerca de R$ 850 mil da folha de pagamento com técnicos. Neste valor estão contabilizadas as dívidas do clube com Joel e Luxemburgo, e os salários do novo treinador -Dorival Jr. é o favorito. 

A demissão de Luxemburgo, em fevereiro deste ano, por exemplo, saiu cara. 

O treinador recebia na Gávea cerca de R$ 500 mil e, quando foi dispensado, tinha quatro salários atrasados. Havia ainda uma multa rescisória em seu contrato que chegava a R$ 4 milhões. 

A dívida foi negociada e, segundo cartolas flamenguistas, o clube paga ao técnico, que está atualmente no Grêmio, cerca de R$ 350 mil por mês até o início de 2013. 

Somado a esse débito, agora vem uma dívida com o recém-demitido Joel Santana. 
A Folha apurou com amigos de Joel que o treinador não abrirá mão de receber a multa rescisória do acordo. 

O novo rompimento custará aos cofres flamenguistas R$ 1 milhão aproximadamente. É a soma de 50% dos salários que Joel receberia até o fim do ano, quando terminaria o seu contrato com o time. 
A quantia deve ser negociada e parcelada. 

A diretoria flamenguista imagina que conseguirá pagar mensalmente a Joel R$ 200 mil para quitar a dívida. 

Assim, só com os dois últimos treinadores, o Flamengo irá pagar R$ 550 mil por mês.Haverá ainda na folha de pagamento do próximo mês o salário do novo treinador. 
Mais cotado para substituir Joel, Dorival Jr. recebia cerca de R$ 300 mil no Internacional, seu último clube. 

Ou seja, R$ 850 mil da folha salarial flamenguista dos próximos meses será destinada ao pagamento de técnicos. 

Com 15 pontos, o time é o 10º colocado no Nacional. 

Nota do Blog : Como é que querem que os clubes consigam diminuir suas dívidas tendo como gestores tais tipos de dirigentes. Contratam técnicos a peso de ouro, assinam contratos com multas absurdas e bastam alguns resultados negativos e o técnico é demitido e com todo direito de levar um caminhão de dinheiro do clube. Uma vergonha. Queria ver se fosse empresas desses senhores, ou dinheiro do bolso deles .. E o governo federal "penalizado" com a situação dos clubes inventa sorteios, jogos, titulos de capitalização para que o povo idiota jogue e parte do dinheiro volte aos clubes para ser administrado por esses mesmo dirigentes.. é o fim ..

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Do gene egoísta ao genoma humano

Leonardo Boff (*) 

É notório que o sistema capitalista imperante no mundo é consumista, egoísta e depredador da natureza 

Tempos de crise sistêmica como os nossos favorecem uma revisão de conceitos e a coragem para projetar outros mundos possíveis que realizem o que Paulo Freire chamava de o “inédito viável”. 

É notório que o sistema capitalista imperante no mundo é consumista, visceralmente egoísta e depredador da natureza. Está levando toda a humanidade a um impasse pois criou uma dupla injustiça: a ecológica por ter devastado a natureza e outra social por ter gerado imensa desigualdade social. 

Simplificando, mas nem tanto, poderíamos dizer que a humanidade se divide entre aquelas minorias que comem à tripa forra e aquelas maiorias que se alimentam insuficientemente. Se agora quiséssemos universalizar o tipo de consumo dos países ricos para toda a humanidade, necessitaríamos, pelo menos, de três Terras, iguais a atual. 

Este sistema pretendeu encontrar sua base científica na pesquisa do zoólogo britânico Richard Dawkins que há trinta e seis anos escreveu seu famoso O gene egoísta (1976). A nova biologia genética mostrou, entretanto, que esse gene egoísta é ilusório, pois os genes não existem isolados, mas constituem um sistema de interdependências, formando o genoma humano que obedece a três princípios básicos da biologia: a cooperação, a comunicação e a criatividade. 

Portanto, o contrário do gene egoísta. Isso o demonstraram nomes notáveis da nova biologia como a prêmio Nobel Barbara McClintock, J. Bauer, C. Woese e outros. Bauer denunciou que a teoria do gene egoísta de Dawkins “não se funda em nenhum dado empírico”. 

Pior, “serviu de correlato biopsicológico para legitimar a ordem econômica anglo-norteamericana” individualista e imperial (Das kooperative Gen, 2008, p.153). 

Disto se deriva que se quisermos atingir um modo de vida sustentável e justo para todos os povos, aqueles que consomem muito devem reduzir drasticamente seus níveis de consumo. Isso não se alcançará sem forte cooperação, solidariedade e uma clara autolimitação. 

Detenhamo-nos nesta última, a autolimitação, pois é uma das mais difíceis de ser alcançada devido à predominância do consumismo, difundido em todas classes sociais. A autolimitação implica numa renúncia necessária para poupar a Mãe Terra, para tutelar os interesses coletivos e para promover uma cultura da simplicidade voluntária. 

Não se trata de não consumir, mas de consumir de forma sóbria, solidária e responsável face aos nossos semelhantes, à toda a comunidade de vida e às gerações futuras que devem também consumir. 

A limitação é, ademais, um princípio cosmológico e ecológico. O universo se desenvolve a partir de duas forças que sempre se auto-limitam: as forças de expansão e as forças de contração. Sem esse limite interno, a criatividade cessaria e seríamos esmagados pela contração. 

Na natureza funciona o mesmo princípio. As bactérias, por exemplo, se não se limitassem entre si e se uma delas perdesse os limites, em bem pouco tempo, ocuparia todo o planeta, desequilibrando a biosfera. Os ecossistemas garantem sua sustentabilidade pela limitação dos seres entre si, permitindo que todos possam coexistir. 

Ora, para sairmos da atual crise precisamos mais que tudo reforçar a cooperação de todos com todos, a comunicação entre todas as culturas e grande criatividade para delinearmos um novo paradigma de civilização. 

Há que darmos um adeus definitivo ao individualismo que inflacionou o “ego” em detrimento do “nós” que inclui não apenas os seres humanos mas toda a comunidade de vida, a Terra e o próprio universo.

(*) Teólogo, Escritor e Professor universitário. Foi expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi mebro da Ordem dos Frades Menores , mais conhecida como Franciscanos.

Trem da alegria .. O dinheiro não é deles

RJ gasta R$ 2,2 milhões para levar comitiva de governador para Olimpíada de Londres  

UOL 

O governo do Rio de Janeiro firmou dois contratos com a agência de viagens Tamoyo y Turismo para levar a comitiva do governador Sérgio Cabral à Olimpíada de 2012. Pelos acordos, ambos fechados sem licitação, o governo pagará até R$ 2,260 milhões para garantir a presença de Cabral e outros 13 representantes estaduais nos Jogos Olímpicos. 

O vice-governador Luiz Fernando Pezão; o secretário da Casa Civil, Regis Fitchtner; a secretária do Esporte e Lazer, Márcia Lins; e a primeira dama Adriana Cabral são alguns dos escalados para a viagem a Londres. Todos eles, segundo o governo, fazem parte da comitiva porque trabalham no projeto da Olimpíada de 2016, que será sediada pelo Rio. 

Para que eles possam assistir às festas de abertura e encerramento dos Jogos e também às competições, o governo do Rio gastou 54,2 mil libras esterlinas (cerca de R$ 171 mil) só em ingressos. Por meio de um contrato firmado com a Tamoyo no ano passado, foram compradas 338 entradas. Ou seja, cada membro da comitiva do governador poderá, na média, assistir a 24 eventos olímpicos. A entrada para cada um deles custará R$ 500, também na média. 

Já para a viagem e hospedagem da comitiva, serão gastos até R$ 2,088 milhões. O valor consta de um outro contrato feito com a Tamoyo, este fechado em junho deste ano. 

Esse contrato inclui os serviços de transporte, os seguros de viagem dos membros da comitiva, além das diárias em hotel e as passagens de avião. Aliás, dos 14 membros do governo que vão a Londres, 10 deles vão e voltam do Reino Unido mais de uma vez durante os Jogos. 

Só o governador Sérgio Cabral viajará para Londres três vezes durante a Olimpíada. Na semana que vem, ele parte do Rio para assistir à abertura dos Jogos Olímpicos. Em agosto, volta para a festa de encerramento. Já em setembro, vai a Londres mais uma vez para assistir ao encerramento dos Jogos Paralímpicos de 2012. Em todas essas viagens, Cabral estará acompanhado da primeira dama. 

O governador e todos os representante do Estado do Rio de Janeiro ficarão hospedados no hotel cinco estrelas One Aldwych, localizado perto da Waterloo Bridge. Lá, um quarto de luxo, uma suíte executiva e cinco quartos executivos estarão reservados para receber a comitiva estadual. Tudo isso já consta do contrato firmado entre o governo e a Tamoyo. 

A agência de viagens é a única credenciada pelo Comitê Organizador da Olimpíada para vender ingressos dos Jogos de Londres no Brasil e também prestar os serviços contratados. Por isso, segundo o governo, não foram feitas licitações para os contratos. 

A Tamoyo ainda ressaltou que “o processo de contratação obedeceu as regras legais”.

Na política vale tudo

Opinião do Estadão 

Quando para muitos parecia que nossos políticos tinham esgotado o repertório de subterfúgios para abusar da coisa pública em benefício próprio, descobre-se que o dono do PDT em São Paulo, deputado federal Paulinho da Força, candidato a prefeito da capital, mantinha controle sobre a Secretaria de Estado de Emprego e Relações de Trabalho por intermédio de seu filho, Alexandre Pereira da Silva, que, apesar de não ter nenhum vínculo formal com a pasta, ali dispunha de um gabinete completo, a partir do qual, em nome do pai, mandava e desmandava na área de operações. Alexandre é funcionário da Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação (Fundac), fundação de direito privado, sem fins lucrativos, que só este ano recebeu R$ 3,7 milhões da Secretaria do Trabalho. 

Tendo o Estado revelado a maracutaia, o governador Geraldo Alckmin ordenou à Corregedoria-Geral da Administração, vinculada à Casa Civil, a investigação dos fatos. E na tarde da quarta-feira o pivô do imbróglio afastou-se da Secretaria, obedecendo à determinação provinda do Palácio dos Bandeirantes. Mas Alckmin, antecipando-se à rigorosa apuração que ordenara, fez eco às declarações de Paulinho da Força de que não havia no episódio "nenhuma irregularidade". 

O secretário de Emprego e Relações de Trabalho chama-se Carlos Ortiz, é sindicalista filiado ao PDT e assumiu o cargo em março último, em decorrência de um acordo político por meio do qual Paulinho garantiu uma força - da legenda de que é dono e certamente também da central sindical da qual é presidente licenciado - à candidatura de Alckmin à reeleição, em 2014. A Coordenadoria de Operações da pasta é oficialmente dirigida por um funcionário de carreira sem filiação partidária, Marcos Wolff. 

Mas era Alexandre quem dirigia de fato a unidade, recebendo diretamente os pleitos dos prefeitos e dispondo a seu critério dos recursos destinados à aplicação na área da Coordenadoria, que abrange 243 postos de atendimento a trabalhadores distribuídos por todo o Estado - uma base de operações perfeita... para cabos eleitorais.

Lamentável sob todos os aspectos, este é mais um episódio que evidencia, por um lado, o nível de banalização a que chegou a prática da mais deslavada apropriação privada dos bens e recursos públicos por parte de políticos e, por outro, que cada vez mais as principais legendas partidárias se revelam farinha do mesmo saco. 

Há quase duas décadas governando o Estado de São Paulo, o PSDB age e deixa seus aliados agirem em seus domínios com a mesma falta de cerimônia com que seu figadal adversário, o PT, atropela a lei e os mais elementares princípios éticos para impor no plano federal seu desígnio de perpetuação no poder. 

Da maneira como as coisas estão dispostas na política brasileira, os tucanos têm a pretensão de se apresentar como os principais opositores do lulopetismo. Mas o comportamento do PSDB, seja em seu principal reduto, o território paulista, seja em outras paragens como o Estado de Goiás - como a CPI do Cachoeira tem demonstrado -, revela que não existe muita diferença no modo como uns e outros manejam, na prática, o cotidiano da administração pública. O mesmo tipo de alianças de conveniência com que o PT procura garantir a "governabilidade" no plano federal se reproduz - guardadas as peculiaridades do jogo político no âmbito regional ou local - nos domínios tucanos. 

A vala comum em que os políticos parecem atolados evoca o aparente conflito apontado na política, pela teoria weberiana, entre a ética das convicções, fundada em princípios, e a ética da responsabilidade, que procura compatibilizar princípios com genuína governabilidade. Escreveu um ilustre tucano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em recente livro sobre A arte da política: "Se é certo que o político, para Weber, deve ser julgado pelas consequências de seus atos, isto não significa que a ação do político dispense convicções". 

Não tem sido tarefa fácil, porém, identificar na ação dos políticos brasileiros convicções que não sejam a de que na política vale tudo. 

Um tiro na nuca da Nação

Guilherme Fiuza (*) 

Carlinhos Cachoeira disse que vai à CPI quando quiser, porque a CPI é dele. Quase simultaneamente, um dos agentes federais que o investigaram é executado num cemitério, enquanto visitava o túmulo dos pais. Al Pacino e Marlon Brando não precisam entrar em cena para o país entender que há uma gangue atentando contra o Estado brasileiro. Em qualquer lugar supostamente civilizado, os dois tiros profissionais na nuca e na têmpora do policial Wilton Tapajós poriam sob suspeita, imediatamente, os investigados pela Operação Monte Carlo - alvos do agente assassinado. Mas no Brasil progressista é diferente. 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se pronunciou sobre o crime. Declarou que "é leviano" fazer qualquer ligação entre a execução do policial federal e a operação da qual ele fazia parte. E mais não disse. Tapajós foi enterrado no lugar onde foi morto. Se fosse filme de máfia, iam dizer que esses roteiristas exageram. No enterro, alguém de bom-senso poderia ter soprado ao ouvido do ministro: dizer que é leviano suspeitar dos investigados pela vítima, excelência, é uma leviandade. 

Mas ninguém fez isso, e nem poderia. O ministro da Justiça não foi ao enterro. Wilton Tapajós era subordinado ao seu ministério, atuava na principal investigação da Polícia Federal e foi executado em plena capital da República, mas José Eduardo Cardozo devia estar com a agenda cheia. (Talvez seja mais fácil desvendar o crime do que a agenda do ministro.) Por outro lado, o advogado de Cachoeira, investigado pelo agente assassinado, é antecessor de Cardozo no cargo de xerife do governo popular. Seria leviano contrariar o companheiro Thomaz Bastos. 

Assim como o consultor Fernando Pimentel (ministro vegetativo do Desenvolvimento) e Fernando Haddad (o príncipe do Enem), Cardozo é militante político de Dilma Rousseff e ministro nas horas vagas. O projeto de permanência petista no poder é a prioridade de todos eles, daí os resultados nulos de suas pastas. Cardozo anunciara que ia se aposentar da política, e em seguida virou ministro. Lançou então seu ambicioso plano de espalhar UPPs pelo país e se aposentou (da função de cumpri-lo). Deixou de lado o abacaxi do plano nacional de segurança, que não dá voto a ninguém, e foi fazer política, que ninguém é de ferro. Para bater boca com a oposição e acusá-la de politizar a operação da PF, por exemplo, o ministro não se sente leviano. 

Carlinhos Cachoeira era comparsa da Delta, a construtora queridinha do PAC. O bicheiro mandava e desmandava no Dnit, órgão que, além de acobertar as jogadas da Delta, intermediava doações para campanhas políticas, segundo seu ex-diretor Luiz Antonio Pagot. Entre essas campanhas estava a de Dilma Rousseff, da qual Cardozo fazia parte. O policial federal assassinado estava entre os homens que começaram a desmontar o esquema Cachoeira-Delta, e seus tentáculos palacianos. O mínimo que qualquer autoridade responsável deveria dizer é que um caçador da máfia foi eliminado de forma mafiosa. Mas o falante ministro da Justiça preferiu ficar neutro, como se a vítima fosse o sorveteiro da esquina. Haja neutralidade. 

Montar golpes contra o Estado brasileiro é, cada vez mais, um crime que compensa. Especialmente se o golpe é montado dentro do próprio Estado, com os padrinhos certos. Exemplo: às vésperas do julgamento do mensalão, um conhecido agente do valerioduto acaba de ser inocentado, candidamente, à luz do dia. 

Graças a uma providencial decisão do Tribunal de Contas da União - contrariando parecer técnico anterior do próprio TCU -, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil que permitiu repasses milionários à agência de Marcos Valério, não deve mais nada a ninguém. Os famosos contratos fantasmas de publicidade, que permitiram o escoamento sistemático de dinheiro público para o caixa do PT, acabam de ser, por assim dizer, legalizados. Nesse ritmo, o Brasil ainda descobrirá que Lula tinha razão: o mensalão não existiu (e Marcos Valério se sacrificou por este país). 

O melhor de tudo é que uma lavagem de reputação como essa acontece tranquilamente, sem nem uma vaia da arquibancada. No mesmo embalo ético, Delúbio Soares já mandou seu advogado gritar que ele é inocente e jamais subornou ninguém. O máximo que fez foi operar um pouquinho no caixa dois, o que, como já declarou o próprio Lula, todo mundo faz. Nesse clima geral de compreensão e tolerância, o ministro do Supremo Tribunal Federal que passou a vida advogando para o PT já dá sinais de que não vai se declarar impedido de julgar o mensalão. O Brasil progressista há de confiar no seu voto. 

Esses ventos indulgentes naturalmente batem na cela de Cachoeira, que se enche de otimismo e fala grosso com a CPI. Se o esquema de Marcos Valério está repleto de inocentes, seria leviano deixar o bicheiro de fora dessa festa. 

(*) Jornalista e Escritor

Santarém, até qualquer dia....

Antenor Pereira Giovannini (*)  

Depois de exatos 10 anos vivendo nessa terra maravilhosa, estou de malas prontas para retornar para São Paulo junto com a Giovana. 

O principal motivo certamente é compreensível, haja vista que Dona Lourdes, minha mãe de 87 anos, não mais consegue viver de forma independente necessitando de cuidados especiais e sendo filho único não é justo que transfira essa responsabilidade para outros, mesmo que próximos. 

Certamente muitos me dirão por que não trazê-la para Santarém, porém, de há muito isso foi tentado sem sucesso seja por medo de avião, seja por querer ficar no seu canto e próximo dos bisnetos, e agora com essa debilidade física passa ser impossível diante das necessidades inclusive hospitalares, sendo que seu convênio médico não abrange fora de São Paulo. Diante disso, não resta alternativa senão ficar próximo dela seja o tempo que Deus assim permitir, e levando comigo a Giovana que em fase de pós-alfabetização escolar, precisa continuar seus estudos. 

Peço que me desculpem se a despedida se torne fria tão somente através de palavras escritas, porém a decisão tomada por si só foi demasiadamente difícil e o fazendo pessoalmente com cada amigo que aqui tive oportunidade de conquistar a emoção se tornaria maior ainda e a idade já não nos permite alçar tais emoções. 

Nessa fase de mudança minha querida e amada Daniela como empresária e proprietária ficará à frente das lojas se desdobrando para que tudo caminhe dentro da naturalidade que até hoje temos conseguido galgar. Deus certamente estará ao seu lado sempre. 

Deixo minha querida Santarém frustrado por não ter contribuído da forma como imaginava e principalmente dentro do segmento que temos um pouco de conhecimento que é a agricultura, tão abandonada e tão renegada a um plano secundário, sendo que ela poderia ser uma mola de desenvolvimento e geração de empregos e renda, se nossos administradores tivessem um pouco mais de interesse do que demonstraram até agora. 

Olham a agricultura como se existisse tão somente agricultura mecanizada, tão rejeitada na região, sem se darem conta que através dessa coisa chamada agronegócio uma gama enorme de opções para que nossa região se desenvolvesse de maneira ordeira e principalmente em cima de uma agricultura sustentável. Basta pensar, focar os objetivos e trabalhar. Apenas isso. 

Nunca nos esquecendo que temos um porto na porta e que pouco ou quase nada é usado como uma ferramenta para gerar recursos para uma cidade extremamente dependente de esmolas estadual e federal. 

Mas, paciência. Quem sabe no próximo pleito pessoas interessadas e principalmente com conhecimento agrícola assumam uma pasta que com trabalho sério e pontual poderia proporcionar oportunidades de geração de empregos e renda tão carentes em nossa região. Talvez consigam enxergar que não se pode continuar a vermos abobrinha, tomate, cenoura, couve-flor e outros, sejam 100% oriundos de São Paulo, certamente encarecendo o custo do consumidor. Não se pode imaginar que um maço de salsas, que é mato, possa custar R$ 1,00 quando nos demais locais se compra a R$ 1,00 a baciada. 
Isso tudo precisa ser revisto com carinho e com interesses tão somente focados para a sociedade e não para construírem alicerces políticos. 

Fica aqui meu abraço apertado com coração mais apertado ainda para essa infinidade de amigos que me concederam a honra de serem meus amigos e que me receberam pelo meu RG e nunca pelo meu CPF. concendendo a exata demonstração de como é o povo santareno que mesmo sofrendo uma série de entraves continua sendo trabalhador, alegre e principalmente hospitaleiro. 

Por isso, querida Santarém, até um dia se Deus assim o permitir... 

(*) Aposentado e deixando Santarém para retornar a morar em São Paulo

'Super-ricos' têm US$ 21 trilhões escondidos em paraísos fiscais

Folha de São Paulo 

Em um momento em que muitas das principais economias do mundo enfrentam duras medidas de austeridade, um estudo mostra que alguns poucos cidadãos continuam se dando ao luxo de manter suas fortunas intactas, longe das garras afiadas das autoridades tributárias. 

A elite global super-rica somou pelo menos US$ 21 trilhões escondidos em paraísos fiscais até o final de 2010, segundo o estudo The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network. 

O valor é equivalente ao tamanho das economias dos Estados Unidos e Japão juntas. 

Segundo Henry,o valor é conservador e poderia chegar a US$ 32 trilhões. 

O estudo também lista os 20 países onde há maior remessa de recursos para contas em paraísos fiscais. No topo da lista está a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida por Rússia, com US$ 798 bilhões, Coréia do Sul, com US$ 798 bilhões, e Brasil, com US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão). 

'PERDAS ENORMES' 
James Henry usou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais. 

Seu estudo trata apenas de riqueza financeira depositada em contas bancárias e de investimento, e não de outros bens, como imóveis e iates. 

O relatório surge em meio à crescente preocupação pública e política sobre fraude e evasão fiscal. Algumas autoridades, inclusive na Alemanha, têm até pago para obter informações sobre supostos sonegadores de impostos. 

Henry disse que o movimento de dinheiro dos super-ricos em todo o mundo é feito por "facilitadores profissionais nas áreas de private banking e nas indústrias de contabilidade, jurídica e de investimento". 

"As receitas fiscais perdidas são enormes. Grandes o suficiente para fazer uma diferença significativa nas finanças de muitos países". 

"Por outro lado, esse estudo é realmente uma boa notícia. O mundo acaba localizado a uma pilha enorme de riqueza financeira que pode ser chamada a contribuir para a solução dos nossos mais prementes problemas mundiais", disse ele. 

'ESCOLHA POLÍTICA' 
John Christensen, diretor da Tax Justice Network, afirmou à BBC Brasil que as elites de países que hoje enfretam crises, como a Grécia, têm uma longa tradição de envio de recursos para paraísos fiscais. 

Segundo ele, os tributos que poderiam ser recolhidos sobre o dinheiro em paraísos fiscais seria "mais do que suficiente para manter os serviços públicos e erradicar a pobreza nestes países". 

"Eu e outros economistas vimos dizendo que austeridade é uma questão de escolha. Há muitos anos, os governos sabem que há recursos em paraísos fiscais. Nós apenas quantificamos isso. Mas muitos governantes optam por não taxar estes recursos. Até porque eles próprios estão entre os que remetem para os paraísos fiscais". 

Outras descobertas do estudo incluem: 
 - No final de 2010, os 50 principais bancos privados movimentaram mais de US$ 12,1 trilhões entre fronteiras para clientes privados. 
- Os três bancos privados que manipulam a maior parte dos ativos offshore são UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs. 
- Menos de 100 mil pessoas em todo o mundo detêm cerca de US$ 9.8 trilhões em ativos offshore.

Tu...tu...tu...tu...tu..tu..........


domingo, 22 de julho de 2012

Sanduíche completo de hambúrguer ao ketchup


CHEESEBÚRGUER 
 INGREDIENTES 
- 800g de maminha, picanha ou contra-filé com 10% de gordura 
- 200g de queijo prato ou cheddar 
- Sal e pimenta-do-reino a gosto 

MODO DE PREPARO 
- Peça para moer a carne com a gordura 
- Leve-a à geladeira por uma hora 
- Divida a carne em quatro partes e molde hambúrgueres com 10 cm de diâmetro 
- Em seguida, coloque em uma assadeira forrada com papel-manteiga, cubra com filme de PVC e leve à geladeira por duas horas 
- Aqueça bem uma chapa ou frigideira de fundo espesso e unte com óleo 
- Depois, coloque a carne e tempere a parte superior com sal e pimenta 
- Doure por seis minutos 
- Vire e tempere novamente. Doure por cinco minutos e cubra com fatias de queijo 
- Coloque uma colher (sopa) de água na frigideira e abafe com uma tampa de panela - Corte os pães e aqueça-os 
- Coloque sobre o pão alface, o hambúrguer, fatias de tomate e picles de pepino - Adicione uma colher (sopa) da maionese temperada, coloque a parte superior do pão e sirva com ketchup e mostarda 

PEPINOS EM CONSERVA 
- 20 pepinos pequenos para conserva 
- 1 ramo de dill 
- 1 colher (chá) de sementes de mostarda 
- 1 xícara de água 
- ½ xícara de vinagre branco 
- ¼ de xícara de açúcar 
- 1 colher (chá) de sal 

MODO DE PREPARO  
- Lave os pepinos e coloque-os em um vidro esterilizado 
- Junte a mostarda e o dill 
- Em uma panela coloque a água, o vinagre, o sal e o açúcar 
- Leve ao fogo e ferva por um minuto 
- Despeje sobre os pepinos e tampe o vidro 
- Deixe esfriar e coloque na geladeira 
- O ideal é preparar com uma semana de antecedência 

MAIONESE TEMPERADA 
INGREDIENTES 
- 1 xícara de maionese 
- 2 colheres (sopa) de ketchup 
- ½ colher (chá) de páprica defumada 
- 1 colher (chá) de mostarda 
- 1 colher (chá) de cebola picada finamente 
- 2 colheres (chá) de pepinos em conserva picados finamente 

MODO DE PREPARO 
- Misture tudo e conserve na geladeira 

KETCHUP CASEIRO 
INGREDIENTES 
- 600g de tomates pelados em lata 
- ¼ xícara de cebola picada 
- 2 colheres (sopa) de óleo vegetal 
- 2 colheres (sopa) de extrato de tomates 
- 2/3 xícara de açúcar mascavo 
- ½ xícara de vinagre de maçã 
- ½ colher (chá) de sal 
- ¼ colher (chá) de canela em pó 
- 1 pitada de cravo em pó 
- 1 colher (sopa) de glucose de milho 

MODO DE PREPARO 
- Bata os tomates no liquidificador com o líquido das latas 
- Leve uma panela ao fogo e adicione o óleo e a cebola 
- Refogue e junte o extrato 
- Espere um minuto e adicione os tomates, o açúcar, o vinagre, o sal, a canela e o cravo 
- Ferva, abaixe o fogo e cozinhe por meia hora, sempre mexendo 
- Quando chegar à consistência de ketchup, tire do fogo e peneire 
- Adicione a glucose e misture 
- Coloque em um pote de vidro 

Mobilização Geral

Um milhão de pessoas na Avenida Paulista e principais avenidas das capitais brasileiras pela demissão de toda a classe política -12/10/2012

Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de pessoas. A guerra contra o mau político, e contra a degradação da nação está começando. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm acontecido, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos próprios filhos! Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer tudo o que for preciso, para mudar o rumo deste abuso.

Todos os ''governantes'' do Brasil, até aqui, falam em cortes de despesas - mas não dizem quais despesas - mas, querem o aumentos de impostos como se não fôssemos o campeão mundial em impostos. Nenhum governante fala em: 

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, 14º e 15º salários etc.) dos poderes da República; 

2. Redução do número de deputados da Câmara Federal, e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países sérios. Acabar com as mordomias na Câmara, Senado e Ministérios, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do povo;

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de reais/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Acabar com o Senado e com as Câmara Estaduais, que só servem aos seus membros e aos seus familiares. O que é que faz mesmo uma Assembléia Legislativa (Câmara Estadual)?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e das Assembleias Estaduais, se não for possível acabar com elas.

7. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas atividades; Aliás, 2 partidos apenas como os EUA e outros países adiantados, seria mais que suficiente.

8. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc.., das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;

9. Acabar com os motoristas particulares 24 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, as ex-famílias...

10. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;

11. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.; 12.

Acabar com o vaivém semanal dos deputados e respectivas estadias em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes;

13 Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós que nunca estão no local de trabalho). HÁ QUADROS (diretores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE CONSULTORIAS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES....;

14. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir aos apadrinhados do poder - há hospitais de cidades com mais administradores que pessoal administrativo... pertencentes Às oligarquias locais do partido no poder...

15. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;

16. Acabar com as várias aposentadorias por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo LEGISLATIVO.

17. Pedir o pagamento da devolução dos milhões dos empréstimos compulsórios confiscados dos contribuintes, e pagamento IMEDIATO DOS PRECATÓRIOS judiciais;

18. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os ladrões que fizeram fortunas e adquiriram patrimônios de forma indevida e à custa do contribuinte, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controle, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efetivamente dela precisam;

19. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efetivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;

20. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

21. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu patrimônio antes e depois.

22. Pôr os Bancos pagando impostos e, atendendo a todos nos horários do comércio e da indústria.

23. Proibir repasses de verbas para todas e quaisquer ONGs.

24. Fazer uma devassa nas contas do MST e similares, bem como no PT e demais partidos políticos.

25. REVER imediatamente a situação dos Aposentados Federais, Estaduais e Municipais, que precisam muito mais que estes que vivem às custas dos brasileiros trabalhadores e, dos Próprios Aposentados.

26. REVER as indenizações milionárias pagas indevidamente aos "perseguidos políticos" (guerrilheiros).

27. AUDITORIA sobre o perdão de dívidas que o Brasil concedeu a outros países.

28. Acabar com as mordomias (que são abusivas) da aposentadoria do Presidente da Republica, após um mandato, nós temos que trabalhar 35 anos e não temos direito a carro, combustível, segurança, etc.

29. Acabar com o direito do prisioneiro receber mais do que o salário mínimo por filho menor, e, se ele morrer, ainda fica esse beneficio para a família. O prisioneiro deve trabalhar para receber algum benefício, e deveria indenizar a família que ele prejudicou.

30. Se tiver mais algum ítem, favor acrescentar  ......

Até o dia 12/10/2012