sexta-feira, 13 de julho de 2012

Goleada de Teixeira incomoda Havelange



Juca Kfouri (*) 


Depois da separação entre Ricardo Teixeira e Lúcia Havelange que, por pouco civilizada, quase significou o rompimento do ex-genro com o ex- sogro, eis que agora os negócios, além dos netos, que mantiveram as relações, podem desfazê-las de vez. 


Segundo se comenta nos círculos próximos a ambos, João Havelange está estarrecido com a diferença entre o que ele e Teixeira amealharam nesses anos todos de promiscuidade com a ISL e as redes de TV que compraram seus serviços. 


Apesar de Havelange, 96 anos, admitir que Teixeira, 65, precisa de mais dinheiro do que ele em função da expectativa de vida de cada um, a diferença, em francos suíços, de praticamente 12 a 1, é uma goleada inadmíssivel para quem fez do genro zé ninguém um dos mais poderosos cartolas de todos os tempos, frequentador de palácios presidenciais e da alta sociedade carioca, assim como dos novos ricos paulistanos. 


E as consequências na Justiça brasileira podem acabar por jogar um contra o outro, porque aquilo que o “Jornal Nacional”, generosa, e equivocadamente, chamou de “comissões”, é propina mesmo, fortunas recebidas indevida e ilegalmente segundo a Justiça suíça. 


Apesar de continuamente bajulado por cartolas como Carlos Nuzman, presidente do COB e, pior, do Comitê Organizador da Rio 2016, tudo indica que o fim da carreira do chefão será ainda mais vergonhoso, assim como do esperto ex-genro, condenado a ficar em Boca Raton.


(*) É formado em Ciências Sociais pela USP. Desde 2005, é colunista da Folha de S.Paulo e do UOL 

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