Mato Grosso viu-se obrigado a mudar suas políticas agropecuárias para se enquadrar no programa MT Legal, sob pena de não receber mais benefícios por parte da União e de financiamentos internacionais.
O Estado é grande produtor de grãos e gado de corte entre outras atividades agropecuárias que apresenta níveis comerciais. No entanto, todo este avanço comercial trouxe grandes danos aos municípios mato-grossenses, entre eles o fato de estarem taxados na operação Arca de Fogo, que teve por objetivo detectar os grandes focos de desmates e queimadas no Brasil.
Dentre os 44 estados e municípios com os índices de queimadas e desmatamentos mais preocupantes lotados na lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 22 municípios mato-grossenses receberam este destaque pouco desejado. Para ajudar estas cidades a se recuperarem o Termo de Cooperação Técnica do MT Legal viabiliza a execução do cadastro das propriedades rurais com ações de reflorestamento de reservas e recuperação de áreas degradadas.
Caso isso não ocorra o programa MT Legal determinou que qualquer tipo de desmatamento praticado desde dezembro de 2007 é ilegal e que as propriedades correm o risco de serem embargadas. Dessa forma as propriedades ficam impedidas de receber qualquer tipo de financiamento agropecuário de instituições oficiais.
Os trabalhos vêm sendo feito em alguns municípios e o programa estadual se espelhou no de Lucas do Rio Verde, feito há mais de dois anos, em parceria com empresas do agronegócio e organizações não governamentais ligadas ao Meio Ambiente.
De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, Edu Pascoski, este foi um projeto que teve dificuldades ao ser implantado, pois havia grande resistência por parte dos produtores.
“Fizemos muitas palestras, visitamos as propriedades mostrando os prós do projeto. Contudo, o fator que mais incentivou foi o fato da exigência de legalidade para se comercializar os produtos. Com o cinto apertado à saída foi legalizar. Hoje, podemos dizer que Lucas produz com sustentabilidade”, avalia.
Já Cotriguaçu, município localizado a noroeste do Estado, busca ainda implantar as ações do projeto. A cidade está entre as inclusas no arco do desmatamento, já que a criação de gado de corte é uma de suas principais atividades. A secretária de Agricultura e Meio Ambiente do município, Elaine Castanha Bonavico, diz, que, apesar de ainda não terem assinado nenhum documento fechando o acordo, a cidade atribui atividades que diminuem os impactos ambientais sofridos até então. “Iniciamos o processo de cadastramento dos produtores e as palestras que incentivam deixamos claro o fator do comércio restrito para aqueles que não aderirem, por este fator estamos com boa aceitação” declara.
A secretária disse ainda que, se tiver uma boa parceria com a próxima gestão, a expectativa é que, em no máximo dois anos, possam sair da lista dos que mais agridem o meio ambiente. Os governos federal e estadual vão trabalhar juntos para a recuperação destes ambientes a fim de que se tornem bons exemplos em breve.
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