quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vem nova palhaçada do governo federal por aí (2)

Recebemos do leitor Germano do Rio de Janeiro um comentário a respeito da postagem "Vem nova palhaçada do governo federak por aí". 
Agradecemos ao leitor a audiência e endossamos seu comentário. 

Germano do Rio de Janeiro disse.... 
Sinceramente fico pensando aonde iremos chegar com esses políticos que temos. Se tenho uma divida com um orgão público e atraso, recebo cartas, vou parar no Serviço de Proteção ao Crédito, sou impedido de financiamentos, sujam meu nome e por aí vai ... E os clubes, administrados por calhordas, incompetentes, traíras do próprio clube, ficam livres de pagarem as dívidas dos clubes, dívidas que a maioria criou e assumiu, para depois realizarem novas dívidas ... uma palhaçada ...

O LulaLincoln II

Capa do Jornal do Comércio de hoje 

O LulaLincoln

O Lincoln de cordão carnavalesco finge que aprendeu a ler para reduzir o estadista americano a uma versão em inglês de Lula 

Augusto Nunes (*) 

O único doutor honoris causa do mundo que sempre detestou escola e estudo guardou para a festa do 30° aniversário da CUT a notícia tão confiável quanto uma previsão de Guido Mantega. “Estou lendo muito agora”, disse já no começo do palavrório desta quarta-feira. A plateia caiu na gargalhada. O palanque ambulante reiterou que o milagre se consumara. “Só de livro do Ricardo Kotscho e do Frei Betto já li uns trezentos”, exemplificou. A troca da gargalhada pelo riso respeitoso foi a senha para a viagem pela estratosfera. 

“Estava lendo o livro do Lincoln’, decolou, caprichando na pose de quem decorou a Bíblia ainda no berçário. Não disse qual. Mas pelo menos descobriu que houve um Lincoln ─ Abraham ─ que foi presidente dos Estados Unidos. É um avanço e tanto. Até recentemente, Lula achava que Lincoln era marca de cigarro e de automóvel. “Fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln, em 1860, igualzinho bate em mim”, comparou-se o Exterminador do Plural ao vencedor da Guerra da Secessão. No Brasil da Era da Mediocridade, não há limites para a bazófia. A lira do delírio encaixa qualquer partitura. 

O posseiro do Planalto e o antigo inquilino da Casa Branca só não são idênticos porque o Lincoln de cordão carnavalesco é favorecido pelo aparecimento de armas inexistentes nos tempos da versão de Lula em inglês. “O coitado não tinha computador”, descobriu. “Sabe o que ele fazia para saber de notícias? Ia para o telex, para o telégrafo, ficar numa sala esperando”. 

O telex instalado por Lula na Casa Branca permitiu que Lincoln usasse em 1860 um aparelho ínventado em 1930. “Nós aqui poderemos xingar um ao outro em tempo real”, completou o animador de comício. Em sete anos e meio, como prova o post reproduzido na seção Vale Reprise, ele produziu 19 palavras manuscritas. Mas faz de conta que aprendeu a disparar desaforos pela internet. 

De 2003 para cá, o ex-presidente repetiu em incontáveis palavrórios que é o Getúlio Vargas do século 21. A comparação só faria algum sentido se o novo Pai dos Pobres reprisasse o tiro no coração. De qualquer forma, um Getúlio agora lhe parece pouco. O maior dos governantes desde Tomé de Souza é páreo para o estadista que impediu a fragmentação dos EUA e acabou com a escravidão. Mas não tem chance alguma de morrer como o colega ianque. 

Lincoln foi assassinado enquanto assistia a uma peça teatral. Lula nem sabe o que é isso. Jamais foi visto na plateia do gênero. E nunca será. Quem acha leitura pior que exercício em esteira decerto acha teatro mais detestável que três maratonas. Uma atrás da outra. 

(*) Jornalista e Ex-Diretor do Jornal do Brasil, do Jornal Gazeta Mercantil e Revista Forbes. Atualmente na Revista Veja 

Expansão da palma de óleo e a inclusão social

Nelson Tembra (*) 

As empresas cumprem com as suas partes no processo e a inclusão social ocorre na medida em que elas conseguem viabilizar o acesso de pequenos agricultores familiares ao Pronaf Eco Dendê. 

Selecionam os agricultores, financiam a elaboração dos projetos, garantem a compra da produção, fornecem mudas de qualidade e prestam assistência técnica especializada. Porém, o sucesso do Programa Federal de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PSOP) em termos de inclusão social de agricultores familiares e desenvolvimento local requer a criação de arranjos institucionais que permitam a verdadeira cooperação entre os decisores políticos, empresários e movimentos sociais. 

Após dois anos do lançamento do Programa Federal de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PSOP), percebe-se que ainda existem obstáculos que dificultam a viabilização dos projetos, como a regularização fundiária, o licenciamento ambiental, o acesso ao crédito, dentre outros aspectos amplamente disponibilizados e discutidos em vários artigos publicados na internet. 

O Programa Federal de Produção Sustentável de Óleo de Palma – PSOP foi anunciado no dia 6 de maio 2010, no município de Tomé-Açú, no estado do Pará. É um programa ambicioso para a expansão do cultivo do óleo de palma na Amazônia e no Nordeste brasileiro. 
O Programa identificou 31,8 milhões de hectares adequados ao cultivo de óleo de palma – a produção mundial atualmente ocupa 12 milhões -, sendo que 29 milhões estão na Amazônia Legal. As áreas se encontram em regiões com forte presença da agricultura familiar. 

A proposta do programa é oferecer condições para que os investidores incorporem estes agricultores como parceiros. 
Um grande desafio que hoje se coloca para a região é como utilizar de forma racional o valioso patrimônio natural obtendo benefícios. 

Para impedir a destruição dos ecossistemas e promover a recuperação de áreas degradadas é necessário inovar com formas e atividades produtivas capazes de gerar emprego e renda para as populações regionais. 
Dentre as principais causas da degradação ambiental estão as de origem socioeconômica.

É nesse contexto que vem o propósito de apoiar a expansão da lavoura do dendê na Amazônia como uma das possibilidades de recuperar áreas desflorestadas e promover o desenvolvimento social e econômico regional. 

Elton John em São Paulo

Elton John apresenta clássicos da carreira em show em São Paulo  

Estadão

Elton John ignorou o vento forte que anunciava chuva uma hora antes do início do show e fez uma entrada de peso em sua primeira apresentação da turnê Rocket Man, nesta quarta-feira, no Jockey Club de São Paulo. Não choveu e Elton, que surgiu no palco pontualmente às 20h30, parecia em casa ao lado de seus escudeiros, o guitarrista David Johnston, o baterista Nigel Olsson e outros nove músicos. 

A abertura da noite com The Bitch is Back (algo como A Prostituta está de volta) soou uma autoironia, já que o próprio Elton faz piada sobre sua homossexualidade. Na sequência, apresentou Bernie and the Jets para uma plateia sentada. 

Em show previsto para durar pouco mais de duas horas, o cantor mostrou suas canções mais conhecidas, como Tiny Dancer, Candle in The Wind, Daniel, Crocodile Rock, Your Song e Believe (do álbum Made in England, de 1995), que surpreendentemente revelou ser sua preferida. 

Elton segue agora para Porto Alegre, onde se apresenta dia 5 de março, e de lá segue para Belo Horizonte e Brasília. 

E nada melhor que curtir Elton John em "Believe" 

http://www.youtube.com/watch?v=ABSXJiYQFuI

Uma boa idéia, se sair do discurso ....

SP quer dar dinheiro e apoio a empresário que oferece creche  

Folha de São Paulo 

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu ajudar a financiar creches de empresas que queiram oferecer o serviço a empregados. O objetivo é diminuir o deficit de vagas para crianças de 0 a 3 anos na capital --a fila é de 94 mil.

Atualmente, o município faz acordos apenas com instituições sem fins lucrativos, cujas vagas ficam à disposição do sistema que distribui os alunos entre as unidades. 
O repasse de recursos públicos a empresas é controverso entre os educadores .

Segundo o secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, o próprio Haddad pretende procurar pessoalmente os empresários.
O convênio, que incluirá apoio pedagógico e técnico, também irá prever que as empresas terão ajuda da prefeitura para construir a unidade e montar o plano de ensino. Para isso, elas terão de criar uma entidade sem fins lucrativos. 

CUSTEIO 
A ideia é repassar cerca de R$ 5.500 anuais por criança --mesmo valor dos convênios tradicionais. A verba deverá ser majoritariamente proveniente do Fundeb, fundo nacional que financia os alunos na educação básica. 
O custo total do programa e o número de participantes ainda não estão definidos. 

Segundo o secretário municipal da Educação, deverá haver matrículas já neste ano sob o novo modelo --que ele considera ser inédito no país. 
Segundo Callegari, prioritariamente serão procuradas empresas que se mostram com preocupações sociais. 

"Elas podem objetivamente ajudar a resolver um problema crônico e grave, que é a sonegação de acesso ao ensino infantil", disse à Folha. 

Segundo o secretário, as empresas "podem ser ágeis para criar vagas para filhos dos seus empregados, muitos deles que estão nas nossas filas".
A ideia foi bem recebida pelo Instituto Ethos, entidade que prega a responsabilidade social empresarial. 

Segundo o diretor-presidente do instituto, Jorge Abrahão, a ideia é criar um fórum de empresários que auxilie a prefeitura a atingir metas como expansão do ensino infantil, mobilidade urbana e destinação de resíduos sólidos. 

A implementação está em discussão. "É do interesse das empresas ajudar a criar uma cidade com ambiente mais favorável para seus negócios." 

Haddad tem como promessa de campanha a criação de 150 mil vagas no ensino infantil --o número é maior que a fila atual porque espera-se que a demanda aumente. 
Segundo Callegari, cerca de metade dessas vagas será criada via convênios --tradicionais e com empresas. 

O novo modelo é necessário, diz o secretário, porque já não há muitas entidades sem fins lucrativos disponíveis. A prefeitura já possui acordo com mais de 700. 
A previsão é que o restante da meta seja coberta com a construção de unidades próprias. Haddad herdou contratos assinados da gestão Kassab (PSD) para a construções de 179 unidades. 

Uma das alegações da gestão passada para a dificuldade de construir novas creches era a falta de terrenos disponíveis que pudessem ser comprados pela prefeitura. 

No grito

Eliane Cantanhêde (*) 

Os articuladores e manifestantes do movimento "Fora, Renan!", com milhares de assinaturas na internet, miraram no que viram e acertam no que não viram. 

A intenção era, primeiro, impedir a posse de Renan Calheiros na presidência do Senado, criando constrangimento para a de Henrique Alves na da Câmara. Depois, minar as "condições de governabilidade" sobretudo de Renan, mais conhecido da plateia e mais emblemático. 

Não deu certo, mas obriga os presidentes do Senado e da Câmara a se esfalfarem para dar respostas à pressão e mostrar que são melhores do que parecem. Há nisso, obviamente, um forte lado marqueteiro. Mas há também efeitos práticos. 

Renan promete reduzir cargos comissionados e transformar o serviço médico do Senado em posto de emergência, despachando os médicos para o SUS. Se vai ter força para fazer, não se sabe. Mas a promessa é boa. 

E Henrique reuniu os líderes, num dia, e colocou para votar, no outro, o fim (em parte) do 14º e do 15º salários de Suas Excelências. Com a mudança, em vez de receberem em todos os quatro (ou oito anos) de mandato, vão passar a ter direito em apenas dois, o de chegada e o de saída (mesmo os que, reeleitos, saem sem sair). 

A excrescência significa cerca de R$ 54 mil a mais para cada parlamentar e de R$ 30 milhões a menos para os cofres públicos por ano. Como foi criada em 1946 --há quase 70 anos, portanto--, não era nada simples acabar com ela. Só mesmo por forte pressão da sociedade. 

Como, aliás, ocorreu com o descalabro do Tribunal de Contas do DF, que tenta aumentar de 43,53% para 65% os salários de seus funcionários. A medida, vetada pelo governo do DF e aprovada pela Câmara Distrital, acaba de ser suspensa por liminar do Tribunal de Justiça. Depois, claro, de parar na imprensa. 

Moral da história: resistir, pressionar e gritar é preciso, sempre e cada vez mais. A luta continua! 

(*) Jornalista, é colunista da Folha de São Paulo 

8 chaves para o desenvolvimento da paz interior

Sri Prem Baba (*) 

(Trecho extraído do livro "Transitando do Sofrimento para a Alegria") 
 
A paz é a mais elevada das virtudes. É o anseio secreto de todos os seres. Ela é uma profunda aceitação daquilo que é. É não se opor a nada ou ninguém. A paz brota da entrega: você entrega todos os seus problemas à Deus e deixa que o fluxo da vida a leve. Entregar significa não pensar mais a respeito. Você relaxa e sente autoconfiança. Para isso, é preciso abrir mão do controle. A paz, portanto, nasce de um profundo confiar. 

Olhando para trás, revendo a minha história pessoal, vejo que a minha busca pela paz começou quando ainda era muito jovem. Antes mesmo da adolescência, entrei numa escola de conhecimentos espirituais. Certa vez, um professor disse: “As pessoas se autodenominam humanas, mas na verdade, são humanóides - criaturas com cérebro grande e duas pernas que se passam por seres humanos. Na condição atual as pessoas são incapazes de perceber o que realmente precisam. Acreditam que serão felizes se obtiverem este ou aquele objeto ou título, mas toda essa ganância somente mostra que são ainda muito imaturos para entenderem que a verdadeira felicidade somente nasce da paz no coração e na mente.” Quando eu ouvi isso, pensei: “Será que ele está se referindo a mim?” 

Até aquele ponto, tudo indicava que a paz poderia ser atingida somente através do domínio sobre a matéria. E, de repente, ouvir essa devastadora crítica sobre a humanidade, e perceber nas profundezas do meu coração que isso era verdade, foi como um nocaute. Mas, esse ensinamento abriu as portas da verdade para mim. Eu pude perceber que a vida frequentemente se resumia em uma eterna tentativa de forçar o outro a nos amar, e que podemos desperdiçar uma vida inteira nessa busca inútil. Uma vez que, no mais profundo, você sabe que amor forçado não é amor, facilmente você encontra razões para lamentar que não é amado. Com isso, você se distrai e se desvia ainda mais do objetivo de atingir a paz interior. 

Eu compreendi que a paz duradoura somente pode ser alcançada quando você se liberta da necessidade de receber amor exclusivo, pois esta é a fonte de todo o sofrimento. Eu diria que essa é a principal doença da humanidade. Daí nasce o pensar compulsivo e todos os outros desdobramentos. O sofrimento é o principal enigma da humanidade. Este é o principal desafio: como superar o sofrimento? Como superar a dor em todas as suas manifestações? Em outras palavras, como alcançar a paz? 

Através da minha experiência, no trilhar do Caminho do Coração, eu descobri algumas chaves que abrem as portas para o despertar da paz interior, as quais eu compartilho com você agora. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O modesto ego do pai de Deus

Na CUT, Lula se compara a Lincoln e critica adversários  

Estadão 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira, 27, seus adversários, afirmou que eles têm "bronca" dele e da presidente Dilma Rousseff e avaliou que a oposição e os formadores de opinião pública nunca quiseram a eleição dos dois. "Essa gente nunca quis que eu e a Dilma ganhássemos as eleições, que a gente fosse progressista", disse o ex-presidente, durante evento em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT). "A bronca que eles tinham de mim era (em relação ao) meu sucesso e agora é o sucesso da Dilma." 

Lula se comparou ainda ao ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln em relação, segundo ele, aos ataques sofridos na imprensa. "Eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ia para o telex ficar esperando", disse Lula, contando que está lendo a biografia do ex-presidente dos Estados Unidos, cuja trajetória política também foi retratada recentemente nos cinemas. "Hoje a resposta é em tempo real. Eu quero parar de reclamar dos que não gostam de mim e não dão espaço. Eu não convido eles para minha festa e não sou convidado", resumiu. 

Para Lula, os adversários e "os formadores de opinião pública" foram os últimos a aderir, na década de 80, ao movimento pelas eleições diretas para presidente e, na década seguinte, à campanha pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, hoje senador. 

"É preciso reconhecer que o País mudou muito, inclusive na questão da comunicação. Nos anos 80, qualquer imbecil se achava formador de opinião pública", disse. "Nesse País, formadores de opinião pública eram contra a campanha das diretas, contra a derrubada do Collor", criticou. 

Movimento sindical. 
O ex-presidente reclamou ainda da falta de espaço para o movimento sindical na imprensa e cobrou um mapeamento de toda a mídia do setor para que esse segmento se organize. "É uma arma poderosa, mas totalmente desorganizada. Por que a gente não organiza a nossa mídia, dá formatação, um pensamento coletivo, mais unitário?", indagou. 

Lula pediu uma mudança de postura da CUT, cobrou que a central sindical e seus dirigentes saiam às ruas, deixem os prédios e viajem mais pelo País. Recomendou ainda que conversem mais com a presidente Dilma "porque mulher sempre trata melhor que o homem". Após manifestações da plateia sobre a fama de rígida da presidente, Lula emendou: "Mesmo quando a mulher é mais dura, é mais flexível que o homem." 

Na saída do evento, Lula disse, em uma rápida conversa com jornalistas, que apoia a marcha dos trabalhadores a ser realizada em 6 de março. "Todas as reivindicações são justas. Agora, só precisa saber se o governo tem condições de atender", comentou. 

Rumo ao pior ano da logística agrícola

Marcos Sawaya Jank (*) 

Este ano o Brasil está colhendo a maior safra da sua História. Serão 185 milhões de toneladas (MT) de grãos e oleaginosas, 11% mais do que na safra anterior. Viramos o primeiro produtor (84 MT) e exportador (41 MT) mundial de soja. Também tomamos dos americanos a posição de primeiro exportador mundial de milho (25 MT, ante 23 MT dos EUA), um fato inédito e surpreendente que decorre da terrível seca que atingiu aquele país em meados do ano passado e provocou uma quebra de safra superior a 110 milhões de toneladas de grãos.

Em recente evento de que participei nos EUA, a principal questão não era saber a estimativa de quanto o Brasil vai produzir nesta safra, mas sim os volumes de soja e milho que serão efetivamente escoados através de nossos portos até o início da próxima safra americana. Ninguém mais tem dúvida de que o Brasil consegue responder rapidamente na produção. Basta dizer que só na soja ampliamos a área plantada em quase 3 milhões de hectares em apenas um ano. A segunda safra de milho - erroneamente chamada de "safrinha" e plantada após a colheita de soja no mesmo ano agrícola - superou a safra de verão em mais de 6 MT nos dois últimos anos. Trata-se de uma notável vantagem competitiva da agricultura tropical, que jamais vai ocorrer em países de clima temperado. 

Acontece que em apenas um ano aumentamos a nossa exportação "potencial" de milho e soja em 18 milhões de toneladas, 36% mais do que na safra passada. Vale notar que o grosso da expansão de soja e milho se dá nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Bahia, em áreas que se situam entre 1.000 e 2.300 km de distância dos portos. Se somarmos ainda as exportações de 25 MT de açúcar e a importação de 18 MT de matérias-primas para fertilizantes, não é de espantar que este ano assistiremos, passivos e apavorados, à maior asfixia na logística de granéis da nossa História! 

O aumento da violência escolar

Opinião do Estadão 

Repreendido por mau comportamento, um aluno da 6.ª série do ensino fundamental de uma escola pública de Diadema jogou um vaso contra o professor, atingindo-o na cabeça. A agressão ocorreu no ano passado e foi presenciada pela mãe do estudante. O caso resultou em boletim de ocorrência registrado numa delegacia de polícia e, por causa da violência do agressor, que tinha na época 12 anos, converteu-se num dos exemplos mais citados nos estudos de órgãos públicos e fundações privadas da área educacional sobre os fatores responsáveis pelo aumento da violência escolar. 

Em 2011, segundo dados do Ministério da Educação, quase 4,2 mil professores de português e matemática da 5.ª e da 9.ª séries da rede pública e privada de ensino fundamental contaram ter sido agredidos fisicamente por alunos dentro das salas de aula, nos corredores ou na saída dos colégios. O número representa 1,9% dos 225 mil docentes que responderam a um questionário anexado à última Prova Brasil. Trata-se de um exame aplicado a cada dois anos nas escolas públicas urbanas pelo Ministério da Educação. 

A Prova Brasil faz parte do Sistema Nacional de Avaliação do Rendimento Escolar e seus resultados entram no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Na Prova Brasil de 2007, 6,6 mil professores afirmaram ter sido agredidos por aluno e outros 1,9 mil testemunharam estudantes portando armas de fogo dentro das escolas. Na Prova Brasil de 2011, mais de 9 mil docentes informaram ter visto estudantes portando facas e canivetes em sala de aula. Pelas estatísticas do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), as agressões aos docentes estão crescendo cerca de 20% por semestre. Entre 2008 e 2011, a entidade recebeu 157 denúncias de agressão, roubo, vandalismo e ameaças de morte em escolas paulistas. 

Além dos ferimentos físicos, as agressões geram depressão, síndrome do pânico e estresse pós-traumático nos professores. Para tentar coibir a violência escolar, as entidades sindicais do professorado criaram canais para receber denúncias. Entre 2011 e 2012, o Sindicato dos Professores de Minas Gerais recebeu uma denúncia de violência a cada três dias. 

Em todo o País, colégios públicos e privados estão oferecendo cursos de conciliação, de mediação e de justiça restaurativa para alunos e professores. Também investem na formação de pedagogos e dirigentes escolares preparados para fomentar o diálogo e aproximar os professores do universo social e cultural dos alunos. No Rio de Janeiro, professores de 150 escolas - entre elas os melhores colégios particulares do Estado, como o Teresiano e o São Bento - participaram de cursos oferecidos pelo Tribunal de Justiça. Para a responsável pelos cursos, desembargadora Leila Mariano, a sentença judicial não basta para atenuar a violência escolar. "Na escola, as relações são continuadas. A professora e o aluno que brigam estão ali no dia seguinte. Se a gente não resolver o problema emocional deles, a questão não vai parar aí", afirma. 

Essas medidas, contudo, têm se revelado insuficientes para coibir a agressividade dos alunos e conter a escalada da violência nas escolas. "A violência física é a ponta de um iceberg de outras violências que acontecem e não são tratadas. Ninguém dá um soco do nada. Começa com olhares, xingamentos e empurrões", diz o pesquisador Renato Alves, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, depois de lembrar que as escolas já não se preocupam mais em estimular o bom relacionamento, como no passado. O problema estaria na ênfase excessiva no vestibular, que privilegiou o individualismo em detrimento do estímulo à convivência. "Temos uma educação do século 19 para alunos do século 21, com uma linguagem que não chega aos jovens", afirma Miriam Abramovay, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. 

No ensino fundamental, a violência escolar tornou-se um problema tão grave quanto o da má qualidade da educação. E não é só por meio da oferta de cursinhos de mediação que ele será equacionado. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Nós, os idiotas, pagamos essa conta

Quanto custa o Congresso Nacional? 

Gil Castello Branco (*) 

A democracia não tem preço, mas o Legislativo brasileiro tem custo elevado. No ano passado, as despesas da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU) atingiram R$ 9 bilhões, montante equivalente aos dispêndios integrais de seis ministérios: Cultura, Pesca, Esporte, Turismo, Meio Ambiente e Relações Exteriores. 

Neste ano, somente os gastos das duas Casas Legislativas, excluindo o TCU, deverão alcançar 8,5 bilhões. Assim sendo, chova ou faça sol, trabalhem ou não suas Excelências, cada dia do parlamento brasileiro custará R$ 23 milhões, ou seja, quase um milhão por hora!. 

Estudo realizado no ano passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a União Interparlamentar revelou que o congressista brasileiro é um dos mais caros do mundo. No campeonato de 110 países, o Brasil ganhou a medalha de prata no ranking dos custos por parlamentar, atrás apenas dos Estados Unidos. 

Na classificação dos custos por habitante, ocupamos a 21ª posição. 
Dentre as Casas, a vilã do momento é a Câmara que custou aos contribuintes R$ 4,3 bilhões em 2012, montante superior em R$ 400 milhões à média de R$ 3,8 bilhões dos últimos dez anos. Já no Senado, em função dos escândalos de 2009, as despesas vêm caindo e, no ano passado, foram as menores desde 2010, totalizando R$ 3,4 bilhões. 

Considerando os 15.647 servidores da Câmara e os 6.345 do Senado, o Congresso é uma “cidade” com quase 22.000 funcionários efetivos e comissionados. 
A título de comparação, dentre os 5.570 municípios do País, apenas 27% possuem mais habitantes. 

Em 2012, o custo de “pessoal e encargos sociais” no Congresso Nacional foi de R$ 6,4 bilhões, o que correspondeu a 84% da despesa global. A conta inclui salários, gratificações, adicionais, férias, 13º salário e outras vantagens. Só pelo trabalho noturno, Câmara e Senado pagaram R$ 4,5 milhões em 2012. 

Comparativamente, o Legislativo é o campeão de salários médios entre os Poderes. 
Em dezembro de 2012, segundo o Ministério do Planejamento, a média salarial do Legislativo foi de R$ 16,3 mil, mais do que o dobro dos R$ 6,7 mil que ganham os servidores do Executivo. No Judiciário, a média é de R$ 13,5 mil.

(*) Economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas

O mendigo magnata

Depois do pobre que vira classe média sem sair da pobreza, o Brasil Maravilha inventou o ex-miserável que continua paupérrimo. Vai acabar inventando o mendigo magnata 

Augusto Nunes (*) 

Às vésperas da celebração dos 10 anos da Descoberta dos Cofres Federais, a presidente da República animou a quermesse do PT com outra notícia assombrosa: falta muito pouco para a completa erradicação da miséria em território nacional. “Mais 2,5 milhões de brasileiras e brasileiros estão deixando a extrema pobreza”, informou Dilma Rousseff em 17 de fevereiro. 

Eram os últimos indigentes cadastrados pelo governo federal. Graças aos trocados distribuídos pelo programa Brasil Carinhoso, todos passaram a ganhar R$ 71 por mês. E só é miserável quem ganha menos de R$ 70. Passou disso, é pobre. Nesta segunda-feira, depois de cumprimentar-se pela façanha, Dilma reiterou que o miserável-brasileiro só não é uma espécie extinta porque cerca de 500 mil famílias em situação de pobreza extrema estão fora do chamado Cadastro Único de Programas Sociais. 

Como nem sabe quem são, quantos são e onde moram esses miseráveis recalcitrantes, o governo ainda não pôde transferi-los para a divisão superior. “O Estado não deve esperar que essas pessoas em situação de pobreza extrema batam à nossa porta para que nós os encontremos”, repetiu no Café com a Presidenta. Até dezembro de 2014, prometeu, o governo encontrará um por um. 

Vem nova palhaçada do governo federal por aí

Governo Federal prepara socorro ao calote dos clubes ao fisco  

José Cruz (*) 

Em crise em campo depois da derrota para o Grêmio pela Libertadores, o Fluminense vive outro drama, financeiro, com atraso de salários, conforme conta reportagem de Renan Rodrigues, do UOL, no Rio de Janeiro. 

O problema não é exclusivo do Tricolor carioca. E o drama para pagar dívidas vem de anos, envolvendo os principais clubes do nosso futebol, Flamengo, Corinthians, Santos, Atlético e por aí vai. 

Em resumo, os bens dos clubes, em geral, são penhorados por ordem judicial para pagar contas, principalmente com o INSS, Imposto de Renda e Fundo de Garantia. Extraoficialmente, a dívida dos principais clubes passa de R$ 2 bilhões. 

Para tentar resolver o problema o Governo do então presidente Lula criou a Timemania, aposta que repassa 22% da arrecadação para abater nas dívidas fiscais. Não adiantou. 

Alternativa esperta 
Em 25 de agosto alertei para um possível perdão do governo aos R$ 2 bilhões de débito ao fisco. 

O projeto de perdão, do deputado Vicente Cândido (PT-SP), previa a criação do Proforte (Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos). 
Na prática, o valor da dívida fiscal de cada clube seria abatido com os clubes oferecendo práticas esportivas para jovens atletas. 

O Flamengo, por exemplo, que recentemente acabou com sua equipe de natação por falta de dinheiro, poderá participar do Proforte formando atletas, em troca da dívida que tem para com o fisco. A questão é que o Flamengo não tem dinheiro nem para a sua equipe principal… 

Solução a caminho 
No sábado, o companheiro Luiz Carlos Azedo confirmou em sua coluna (Brasília-DF), no Correio Braziliense, que o programa de anistia das dívidas está a caminho. 

“Para fazer valer a força das nossas chuteiras, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, prepara um pacote de medidas para resolver as dívidas dos clubes e das federações. Os clubes trocarão apoio à iniciação ao esporte para classes menos favorecidas em troca de perdão ou renegociação de dívidas coma Receita e a Previdências. As negociações já começaram e deverão ser anunciadas logo após a Copa das Confederações.” 

É difícil acreditar que o ex-presidente da CPI da CBF Nike, que identificou falcatruas, evasão de divisas e corrupção no nosso futebol agora prepare um pacote para premiar os fraudadores de ontem. 
A medida é casuística e atenta contra o contribuinte que honra seus compromissos. 

Não é possível que o governo federal, que cobra dos empresários pesados impostos seja “bonzinho” com o cartola fraudador esquecendo o calote praticado há mais de 10 anos… 

Se essa medida de Aldo Rebelo se confirmar fica evidente que é discriminatória e uma fortíssima peça de campanha eleitoral, que já está nas ruas. 

Mas que moral terá a presidente Dilma Rousseff para encarar o eleitor em geral e lhe exigir que honre seus compromissos para com o Estado? 

(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.

O futebol, a vida e a dignidade.

Jorge Luiz Souto Maior (*) 

A morte do jovem boliviano de 14 anos, Kevin Espada, em uma partida de futebol, após ser atingido por um sinalizador naval, que tem a capacidade de atingir 300 metros em 3 segundos, impõe-nos a produção de uma racionalidade que reconheça o total absurdo da situação, que foge de qualquer parâmetro de civilidade, e que conduza o convívio nos estádios a outro patamar. A identificação dos culpados diretos, atribuindo-lhes uma punição, com respeito aos preceitos jurídicos da ampla defesa, é essencial, mas não é o bastante, pois, há de se reconhecer, não se trata de um fato isolado ou da ação exclusiva de um ou de alguns poucos torcedores. A atitude de uma pessoa de levar a um estádio de futebol um artefato como o que gerou a tragédia está integrada ao contexto da grave distorção que se instalou nos estádios de futebol (e fora deles) no sentido de que a violência, individual ou coletiva, está justificada pelo impulso do ato de torcer. 

Do ponto de vista específico, é importante consignar que ninguém pode ser condenado sem a plena possibilidade de se defender, exigindo-se a necessária apuração dos fatos, mas é impossível não deixar de destacar a enorme afronta à convivência humana que constitui a conduta de conduzir um artifício daquela natureza a um estádio de futebol. 

Visualizando a questão por um ângulo mais amplo, o mais relevante é a produção de uma racionalidade que possa nos conduzir à superação do problema da violência gratuita que se pratica em nome do futebol. 

Nessa busca, mesmo reconhecendo a relevância do futebol na vida econômica e na construção da identidade cultural, como se dá, ademais, com diversas outras práticas sociais, ainda que ligadas ao aspecto restrito do lazer, há que se fixar o pressuposto de que o futebol sucumbe quando contraposto a outros valores fundamentais. No caso em concreto, fica muito evidente a fragilidade da importância do futebol diante do valor vida. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

CooPTei !

Blog do Noblat para jornal O Globo - Arte de Antonio Lucena

Daniel Day-Lewis: 3° Oscar de melhor ator

O Globo 

Daniel Day-Lewis conquistou o seu terceiro Oscar como melhor ator nesse domingo, na 85ª cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, batendo o recorde masculino de Jack Nicholson. O ator britânico, que está com 55 anos, foi o único homem a ganhar o maior número de estatuetas na mesma categoria até hoje. 

Nicholson acumula três Oscars também, mas apenas dois como melhor ator e um como melhor ator coadjuvante. Day-Lewis foi premiado, desta vez, pelo seu papel como o ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln, em “Lincoln”, dirigido por Steven Spielberg. 

Em 1990, Daniel Day-Lewis começou sua história na disputa do Oscar: recebeu a indicação pelo filme “Meu pé esquerdo” (1989), dirigido por Jim Sheridan. Sua atuação lhe rendeu a primeira estatueta da carreira. O longa é baseado na biografia do escritor e pintor Christy Brown (1932-1981), retratando o seu drama e a sua superação na vida por ter apenas o movimento do pé esquerdo. 

Em 1994, veio a segunda indicação do ator com o filme “Em nome do pai” (1993), também de Sheridan, mas não foi o vencedor. Nesse longa, baseado novamente em um drama real, Day-Lewis interpreta Gerry Conlon, uma das quatro vítimas de um erro judicial do Reino Unido. Conlon foi condenado injustamente a 30 anos de prisão sob a falsa acusação de ser um dos autores de um ataque terrorista planejado pelo Exército Republicano Irlandês (IRA). No ano em que gravou “Em nome do pai”, chegou a adquirir cidadania irlandesa. 

Quase dez anos após a sua segunda indicação, a academia de Hollywood lhe concedeu mais uma, em 2003, com o filme “Gangues de Nova York” (2002), dirigido por Martin Scorsese. No longa, Day-Lewis vive o antagonista Bill Cutting. No entanto, ainda não seria nesse momento que ele levaria para casa a sua segunda estatueta. 

Em 2008, ninguém conseguiu desbancar a atuação impecável de Daniel Day-Lewis no filme “Sangue negro” (2007), dirigido e roteirizado por Paul Thomas Anderson. Nesse drama, o ator assume o personagem Daniel Plainview, um magnata do petróleo, de personalidade dúbia e perversa.

Corrupção - crime ou esperteza?

Aloísio de Toledo César (*)  

Nestes dias em que os políticos do Partido dos Trabalhadores passaram a lamber uns aos outros, em comemoração pelos dez anos no poder, é o caso de perguntar: além da farra com dinheiro público, além do fim da corrupção como crime para se converter em ato de esperteza, o que mais eles estão festejando? 

Nesses dez anos eles conseguiram praticamente quebrar a Petrobrás, que era uma das empresas mais sólidas do mundo; reduzir o desenvolvimento do País a níveis inferiores aos do Paraguai e da Bolívia; fazer crescer a inflação, que fora zerada por Fernando Henrique Cardoso; e aumentar a carga tributária a praticamente 40% do produto interno bruto (PIB). 

Em nenhum outro país do mundo a venda de remédios sofre carga de impostos tão alta como no nosso. Os bens duráveis de consumo, afetados pela mesma carga tributária, custam muito mais do que nos outros países. E os preços são tão absurdos que os brasileiros ficaram viciados em viagens ao exterior apenas para comprar. 

Bilhões de dólares de brasileiros engordam a economia americana todos os anos porque os produtos lá vendidos custam muito menos do que aqui, no Brasil. Isso ocorre exatamente no momento em que os petistas aparecem rindo nas fotos. Rindo de quê? Com certeza eles estão rindo de nós e da farra que fizeram nesses dez anos. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Isso é Santarém - Pará

Praia de Alter do Chão - Santarém- Pará - Brasil

O assassinato na Bolívia

Governo boliviano não aceitará passivamente a decisão da Gaviões. Apresentar um menor como autor do disparo que matou Kevin Beltrán. Um garoto que não pode ser extraditado. E a Conmebol nunca acreditou no blefe de desistência da Libertadores pelo Corinthians…  

Cosme Rímoli (*) 

A Gaviões da Fiel promete apresentar amanhã um menor. 
Um garoto de 17 anos que teria disparado o sinalizador que matou outro garoto: Kevin Beltrán. 
Já vazou a tese de que ele fez sem intenção. 
Queria comemorar o gol e se atrapalhou com o sinalizador. 

Não se apresentou como o autor do crime na Bolívia. 
Porque viajou sob responsabilidade da torcida por ser menor. 
Ele assumindo o crime nada acontece. 

Porque o governo brasileiro não extradita criminosos. 

Muitas vezes até italianos, como Cesare Battisti. 
Ele é um ex-terrorista italiano com acusações de quatro mortes na década de 70. 
A tese é essa. 
A Gaviões apresenta um menor de idade como autor do disparo. 
Nada acontece a ele. 

E os 12 membros das organizadas, alguns dirigentes de torcidas, são soltos. 
Deixam a penitenciária de Oruro. 
Ao mesmo tempo, a Conmebol se dobra. 
Diante da ameaça velada de o Corinthians abandonar a Libertadores. 

Mesmo tendo de pagar R$ 600 mil e ficando de fora das três próximas que se classificar. 
A entidade sul-americana revoga a medida de afastar seus torcedores. 
Ninguém é punido pela morte de Kevin Beltrán, de 14 anos. 
Ele perdeu a vida graças a um foguete que entrou no olho direito e esfacelou seu cérebro. 

O sinalizador atingiu 360 quilômetros por hora. 

Insistem em dizer que o País é sério.. Piada!

Tribunal concede medalha a Renan Calheiros 

Frederico Vasconcelos (*) 

Na mesma semana em que um documento com 1,6 milhão de assinaturas pede o impeachment do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios concede ao parlamentar alagoano a medalha da Ordem do Mérito Judiciário, “pelos relevantes serviços prestados à Justiça do DF ou à cultura jurídica em geral”. 

Renan recebeu o Grão Colar, “o mais alto da Ordem do Mérito Judiciário, representado por medalha pendente ao pescoço em dupla corrente”. 

O senador não é citado no corpo da notícia divulgada pelo tribunal, mas seu nome está na lista dos 150 agraciados, anexada na publicação oficial. 

A seguir, o Blog reproduz a notícia divulgada pelo TJDFT na sexta-feira: 

Na noite dessa quarta-feira, 20/2, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, por meio do Conselho Tutelar da Ordem do Mérito Judiciário, homenageou 150 personalidades com a mais alta distinção honorífica do TJDFT: a entrega da medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Distrito Federal – OMJDFT. 

A Solenidade grandiosa e concorrida, ocorreu no Centro de Convenções de Brasilia e foi prestigiada por muitas autoridades, amigos e familiares dos homenageados.

Entre os agraciados, estão senadores, deputados, presidentes e ministros de Tribunais superiores e estaduais, autoridades militares e eclesiásticas, desembargadores, juízes, procuradores, promotores, jornalistas e servidores do TJDFT. Além desses, nove instituições públicas e privadas também foram homenageadas: a Secretaria de Segurança Pública do DF; o Comando Militar do Planalto; os Tribunais de Justiça de Minas Gerais, de Roraima e de Mato Grosso do Sul; as instituições de ensino superior Centro Universitário do DF e de Brasilia; além da Terracap e do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo.  

Também foram homenageados a Presidenta e o Vice-Presidente da República, Dilma Roussef e Milchel Temer, e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, ministro Joaquim Barbosa, que não puderam comparecer ao evento. 

A Ordem do Mérito do TJDFT é concedida pelo Tribunal, por meio do Conselho Tutelar, formado por desembargadores da Casa. O Conselho é Presidido pelo Chanceler da Ordem, Presidente do Tribunal, desembargador João de Assis Mariosi, e formado pelos Conselheiros da ordem, que são o 1º Vice-Presidente, desembargador Sérgio Bitencourt; o 2º Vice-Presidente, desembargador Lecir Manoel da Luz; o Corregedor da Justiça do DF, desembargador Dácio Vieira; e pelos desembargadores mais antigos da Corte, Otávio Augusto Barbosa e Getúlio Vargas de Moraes Oliveira. 

Os agraciados receberam as comendas nos diferentes graus: Grão Colar, o mais alto da Ordem do Mérito Judiciário, representado por medalha pendente ao pescoço em dupla corrente; Grã-Cruz, faixa colocada transversalmente, partindo do ombro direito; Comendador, medalha pendente ao pescoço; Alta Distinção, medalha pendente sobre o peito no lado esquerdo; Distinção, medalha pendente sobre o peito no lado esquerdo. Também podem ser agraciados com a Insígnia da Ordem os Estabelecimentos de Ensino, as Instituições Jurídicas Civis e Militares, representados por suas bandeiras ou estandartes, nacionais ou estrangeiras, por ações que as credenciem a esse preito de reconhecimento e gratidão.  

A OMJDFT foi instituída pelo Tribunal, em 13 de setembro de 1999, pela Resolução nº 10, para agraciar e homenagear pessoas que tenham se destacado pelos relevantes serviços prestados à Justiça do DF ou à cultura jurídica em geral. A solenidade de ontem foi a 8ª entrega de comendas realizada pelo TJDFT. Os agraciados são indicados pelos Desembargadores do TJDFT, Juízes, Diretores dos Fóruns e o Secretário-Geral do TJDFT, e os nomes são aprovados pelo Conselho Tutelar da OMJDFT. 

(*) Repórter especial da Folha de São Paulo e escritor 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Filé à cubana

Ingredientes:  
800g de file mignon em bife 
4 bananas nanicas 
8 bastões de provolone 
2 xícaras de farinha de trigo 
3 ovos 
6 colheres de sopa de leite
1/2 maço de brócolis 
Sal a gosto 
2 xícaras de farinha de rosca 
Óleo suficiente para fritar 
2 xícaras de Arroz branco 
2 colheres de sopa de óleo 
1 xícara de ervilha 
1 xícara de milho 
1 xícara de presunto picado 
4 figos 

Modo de preparo: 
Separar os bifes e temperar com sal e pimenta a gosto. 
Empanar os bifes, as bananas e o provolone primeiro na farinha de trigo, depois no ovo batido com leite e sal e em seguida na farinha de rosca, separadamente. 
Fritar em óleo quente até ficar crocante. 
Passar os brócolis rapidamente em uma água quente. 
Em separado colocar o óleo, o presunto, o milho e a ervilha até aquecer. 
Preparar o arroz e adicionar 

Cortar os figos em 4. 

Precisamos falar sobre Kevin

André Barcinski (*) 

Falou-se muito, nos últimos dias, sobre a punição da Conmebol ao Corinthians. Falou-se mais sobre isso, inclusive, do que sobre Kevin Espada, o menino de 14 anos que morreu no estádio em Oruro, atingido no rosto por um sinalizador disparado da torcida do Corinthians. Proponho uma reflexão. Imagine que os papéis fossem invertidos: uma torcida organizada de um time da Bolívia veio apoiar seu time em algum estádio brasileiro – não importa se o Pacaembu, o Engenhão, o Mineirão, qualquer um. 

No meio do jogo, integrantes dessa organizada boliviana soltam um sinalizador, que atinge e mata um menino brasileiro de 14 anos. 

Como os brasileiros reagiriam? 

Em primeiro lugar, gostaríamos de ver todos os responsáveis presos, claro. E não só o que disparou o sinalizador, mas também os que levaram os artefatos para o estádio. 
Depois disso, tenho certeza que todos gostariam de saber como esse sinalizador entrou no estádio. Quem o comprou? Quem pagou por ele? Como ele foi trazido da Bolívia para o Brasil? Como entrou no estádio? Havia outros sinalizadores iguais com a torcida? 

Finalmente, seria preciso descobrir se existe relação entre o clube boliviano e esse torcedor. Quem pagou a viagem do torcedor até o Brasil? O clube banca os ingressos desse torcedor? Os dirigentes do clube conhecem e apóiam esse torcedor? 

Se ficar comprovada a relação entre o clube e o torcedor, o clube também precisa ser responsabilizado. 

O que não pode ocorrer é o festival de demagogia que estamos vendo: de um lado, torcedores rivais culpando os corintianos, como se todos os corintianos – e só eles – fossem criminosos. Um nojo. 
Do outro, dirigentes e boa parte da mídia esportiva, tentando imputar o crime a uma pessoa só, como se fosse um caso isolado, e fazendo de tudo para inocentar o clube. Isso é imoral. 

Vamos deixar uma coisa bem clara: não falo só do Corinthians, mas de TODOS os clubes brasileiros que têm relações promíscuas com as organizadas: eles precisam, de uma vez, cortar qualquer ligação com as torcidas. 

Os torcedores de verdade – não os profissionais da arquibancada – deveriam exigir que seus clubes rompessem imediatamente com essas facções. 

Além disso, os clubes tinham a obrigação moral de responder a algumas perguntas: eles dão ingressos para as organizadas? Dão dinheiro? Existem membros de organizadas trabalhando nos clubes? Quantos torcedores profissionais são sustentados pelo clube? 

Sobre a punição ao Corinthians, achei justa. Infelizmente, nossos dirigentes têm os bolsos mais sensíveis que as consciências.
Espero que, além de presos os responsáveis pelo sinalizador, se apurem as responsabilidade de dirigentes e do próprio clube também, para que todos os clubes – TODOS – aprendam que apoiar organizadas pode ser bom negócio a curto prazo, mas tem seu preço no fim. 

E enquanto alguns reclamam de não poder ver seu time no estádio e outros marcam protestos contra a Conmebol, a família de Kevin Espada enterra o menino. 

(*) Crítico da Folha de São Paulo
 

Frei Betto e a renúncia do Papa

Frei Betto: 'daqui em diante, haverá sempre pressão para o Papa renunciar' 

Terra 

Adepto da Teologia da Libertação, desautorizada e perseguida por Bento XVI quando prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o escritor Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, vê poucas chances para uma grande reforma na Igreja Católica após a escolha do novo papa. Segundo o religioso, apesar de renunciar, Bento XVI terá grande influência na escolha de seu sucessor, que dificilmente tocará em temas polêmicos da Igreja enquanto o papa renunciante estiver vivo. Na opinião de Frei Betto, a renúncia do Sumo Pontífice pode abrir um importante precedente. "Daqui em diante, haverá sempre pressão para o papa renunciar. Basta desagradar uma das tendências católicas", previu. 

Durante a ditadura militar, Frei Betto foi preso por duas vezes por sua militância em movimentos pastorais e sociais. Foi um dos organizadores das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e, na década de 1970, aproximou-se do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então líder sindical. No auge da repressão aos sindicatos do ABC paulista, conheceu Dom Cláudio Hummes, um dos cinco cardeais brasileiros que participarão do conclave para a escolha do novo papa. Na época responsável pela diocese de Santo André, Dom Cláudio abriu as portas das igrejas para as assembleias sindicais, proibidas pelo governo. 

Em entrevista exclusiva ao Terra, Frei Betto falou sobre a trajetória de Dom Cláudio e os principais desafios que aguardam o futuro papa, que, segundo ele, será jovem e provavelmente europeu. "Será um verdadeiro milagre a eleição de um não europeu", projetou o escritor. Leia, a seguir, a seguir algumas respostas de Frei Betto: 

Terra - Como o senhor recebeu a notícia da renúncia de Bento XVI? 
Frei Betto - Surpreso. Foi um gesto de grande humildade. Desagradou os conservadores da Igreja Católica. Daqui em diante haverá sempre pressão para o papa renunciar. Basta desagradar uma das tendências católicas. 

Terra - O senhor acredita que a decisão de renunciar ao posto, por parte de Bento XVI, pode propiciar uma mudança de postura da Igreja Católica com relação a temas polêmicos, como o celibato, o homossexualismo, os métodos contraceptivos e as pesquisas com células-tronco? 
Frei Betto - Acho duas coisas: será eleito um cardeal com menos de 73 anos. O eleito, ainda que progressista, não tocará em nenhum desses temas enquanto Bento XVI estiver vivo. 

Terra - Quais os principais desafios do futuro papa? 
Frei Betto - São três: implementar as decisões do Concílio Vaticano II (encontro convocado pelo papa João XXIII, que entre 1962 e 1965 debateu formas de atualizar as doutrinas da Igreja à contemporaneidade); abrir o debate sobre a moral sexual, pois ainda hoje os casais católicos só podem ter relações sexuais se houver intenção explícita de procriação; e dialogar com os avanços da ciência, como células troncos e fertilização de embriões. 

Receitas e dietas para emagrecer são como o capim

Drauzio Varella (*) 

Receitas e dietas para emagrecer são como o capim, estão em toda parte. Talvez não exista campo da medicina com tantos mitos e pressuposições divulgadas pelos meios de comunicação, sem evidências científicas que lhes deem suporte.

O "New England Journal of Medicine" publicou uma revisão na qual foram avaliadas as informações sobre obesidade transmitidas pela internet, imprensa escrita e literatura científica. 

O estudo identificou sete mitos divulgados como verdades científicas: 

1 - Pequenas reduções do aporte calórico diário ou pequenos aumentos do gasto energético provocam emagrecimento significativo mantido por períodos longos. 
A sugestão de que devemos esperar grandes reduções de peso em resposta a pequenas mudanças no estilo de vida, deriva da regra das 3.500 kcal (calorias, popularmente) estabelecida há meio século, segundo a qual cada redução dessa quantidade de calorias na dieta faz perder 450 gramas de peso corpóreo. 

Levantamentos recentes mostram que existe grande variabilidade individual nessa perda, porque, quando o peso cai, as necessidades energéticas básicas do organismo diminuem. Em outras palavras, quando a pessoa emagrece, a energia que o corpo precisa para funcionar em repouso também diminui. 

Essa relação explica porque as dietas funcionam bem no início, mas vão perdendo a eficácia à medida que o peso diminui. 

2 - Estabelecer alvos modestos, mais realistas, funcionam melhor do que pretensões de perder muitos quilos. 
Embora evitar a frustração por haver fracassado em atingir metas de emagrecimento mais ambiciosas tenha certa lógica, as evidências científicas apontam na direção oposta: programas que propõem perdas substanciais apresentam resultados melhores. 

Agronegócios podem perder R$ 46 bi

Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria 

Cinco bilhões de euros. Este é montante do capital que o governo da Bahia acaba de perder. Mas, a nível nacional, o prejuízo pode ser bem maior e, em dez anos, alcançar R$ 46 bilhões que deixam de ir para os negócios do campo em todo o país, segundo especialistas do setor, por causa das restrições legais à compra de terras. 

No caso baiano, o valor seria investido na produção de celulose. 
O grupo europeu recuou frente à impossibilidade de comprar em seu nome a imensa área necessária para a plantação de eucaliptos.

"Este é apenas um dos muitos negócios que a Bahia tem perdido por causa da insegurança do marco regulatório", diz Eduardo Salles, secretário de Agricultura da Bahia. 
As perdas baianas refletem um dos grandes desafios nacionais: a fuga de volumes expressivos de capital externo, que impactam mais duramente as culturas de cana, soja e eucalipto, cuja produção necessita de grandes extensões de terra. 

Estudo assinado pelas consultorias Agroconsult e MBAgro aponta que, para suprir o mercado mundial grãos, algodão, cana e florestas plantadas, o setor agrícola demandará R$ 93,5 bilhões em investimentos até 2022. O total é baseado na premissa de que a produção brasileira precisa crescer 40% até 2020, conforme previsão da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde). 

Metade deste valor -R$ 46,7 bilhões- teria como origem o investimento externo.
"Depois do parecer da Advocacia Geral da União que estabeleceu as restrições, o que estava programado, veio. Os recursos planejados ficaram paralisados", diz Anaximandro Almeida, assessor-técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). 

Os números do Banco Central mostram evolução do investimento estrangeiro direto (IED) no setor de agricultura e pecuária entre 2007 e 2008, com queda em 2009 (devido à crise financeira mundial) e retomada em 2010 e 2011. Ano passado houve queda. 

O setor de produção florestal acompanha essa evolução, com exceção da queda registrada em 2008. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), há estimativas de que o vazio do capital estrangeiro somará R$ 37 bilhões e 40 mil empregos que deixaram de ser criados.

 "No setor sucroalcooleiro, o capital não chegou mais: há três anos não temos projetos em andamento por causa da insegurança do investidor internacional", diz Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira. 

 Crédito 
"Quanto a investimento na produção agropecuária, tudo indica que nos últimos 30 anos, devido a profundos cortes no crédito rural, o setor não tem contado com os recursos necessários", diz Geraldo Barros, professor da USP/Esalq e coordenador-científico do Cepea/Esalq/ USP.

 Segundo Barros, dada a insuficiência de recursos próprios, o investimento estrangeiro direto pode representar a alavanca que recolocará o agronegócio na rota desejada de longo prazo.

E o cara saiu pela porta da frente e foi para casa

Gil Rugai é condenado a 33 anos e 9 meses por morte de pai e madrasta 

Estadão 

Os advogados de defesa vão recorrer da sentença. Segundo Marcelo Feller, “o júri é reflexo da sociedade, que é preconceituosa”. O defensor de Gil Rugai ressaltou que o resultado foi apertado – 4 votos pela condenação e 3 pela absolvição – e afirmou que se tivesse “mais alguns dias” poderia ter revertido a desvantagem. A defesa tem cinco dias para manifestar o desejo de recorrer. Ao todo, foram ouvidas 15 testemunhas de acusação e defesa. Se o recurso for aceito, Gil pode ser novamente julgado ou mesmo absolvido diretamente. 

Durante os 90 minutos de explanação, a defesa tentou desconstruir a imagem de “mostro” que, segundo eles, foi atribuída ao réu em todo o processo. Ao se referir a ele, usaram termos como “padreco”, “moleque”, “esquisito” e “estranho”. Os defensores afirmaram que Gil é apenas um menino que perdeu o pai e a madrasta. 

Eles gastaram boa parte do tempo de argumentação tentando derrubar a tese do horário do crime. Uma xerox com uma suposta conta telefônica de um dos vizinhos da vítima foi apresentada. Neste documento, cuja autenticidade não pode ser comprovada, já que se trata de apenas de uma parte da conta, um vizinho teria telefonado para o vigia da rua onde o crime ocorreu por volta das 22h, após ouvir os disparos. Outro registro telefônico mostrado pela defesa, do tele fixo do escritório de Gil, a 4,5 km da casa do pai, mostra que ele ligou às 22h14 do local para uma amiga: não podeira, portanto, segundo os defensores, estar na cena do crime. 

Os advogados também voltaram a desqualificar as testemunhas de acusação, que apontavam que Gil no local dos assassinatos, afirmaram que ele portava uma arma e que tinha problemas com o pai. A dupla de defesa negou qualquer motivação para o réu ter matado o pai. 

Depois do encerramento do juri, os advogados de Gil apontaram um novo suspeito para o caso: Aguinaldo Silva, assistente pessoal da empresa de Luiz Carlos Rugai, a Referência. Segundo Marcelo Feller, um dos defensores do réu, Silva tinha uma dívida trabalhista de R$ 600 mil com a empresa. 

O crime
Gil Rugai é o único suspeito de matar Luiz Carlos Rugai e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, na noite de 28 de março de 2004. O assassinato aconteceu na mansão em Perdizes onde o casal morava, na zona oeste. Alessandra foi atingida por cinco tiros e Luiz Carlos, por quatro. 

Hoje com 29 anos, o réu ficou dois anos e meio preso, depois que provas periciais e o testemunho de um vigia noturno da rua da residência indicaram a sua presença no local. 

Nota do Blog: A pergunta que qualquer leigo faz é do que adianta um juiz condenar um cidadão a 33 anos de cadeia se ele sai pela porta da frente do fórum e vai para casa e não para cadeia? É a lei .. mas que lei é essa ... que País é esse já dizia Renato Russo .. os senhores deputados, senadores e a propria Presidente do País não tem vergonha de legislarem um País com tantas leis e que no final acaba sendo o País da impunidade? Esse pessoal não tem vergonha para sentarem de forma urgente e mudarem a legislação penal e acabarem com todas essas rotas de fugas que os criminosos conseguem dentro da própria lei penal? Que País é esse onde alguém que matou um casal de forma cruel e covarde, dormindo e sem chances de defesa pegam mais de 30 anos de cadeia e depois de 10 anos saem na base da liberdade provisória??? Onde estamos? Criem vergonha na cara senhores deputados e senadores e resolvam fazer algo que vocês de há muito não fazem que é trabalhar ....

Desordem e Retrocesso

Maria Helena RR de Sousa (*) 

Ô, Brasil, por quem foi que te trocaram? Não és mais o meu país. Esse clima de ódio, de hostilidade, de raiva, de desamor, isso não é nosso. Quem foi o infeliz que te injetou esses sentimentos negativos? Quem fez questão de imitar quem não devia? 

Por que essa covardia com uma mulher de 37 anos que tem como única arma a palavra? Que vem de outro país e que luta pelo que acha bom e correto? Que não se mete conosco, que não veio trazer algo que fosse pernicioso para nosso Brasil? 

Olhem bem para a foto de Yoani Sánchez e as poderosas armas que usa e depois me digam: o que é aquele bando de sujeitos e sujeitas que a segue pelo Brasil? Vão querer me convencer que aquelas tristes figuras amam Fidel Castro a ponto de não tolerar que uma sua crítica abra a boca para falar? 

De onde vem essa paixão por Fidel? Quem a instilou nesses ignoramus? Quero ver se eles sabem o que se passava aqui nas décadas de ’60, ’70, ‘80, ’90, que dirá em Cuba. Queria que um deles, à queima-roupa, respondesse algumas perguntas sobre História ou Geografia das Américas! 

Perdemos a educação e a vergonha na cara. Indignação? Ainda se usa isso? Condenação pelo STF é condecoração! As cenas na Livraria Cultura (assim como o palanque do aniversário do PT e seus participantes), que triste retrato do Brasil. 

Kennedy foi a Paris em 1960 e passeou em carro aberto. Não pensem que os EUA eram amados pelos franceses. Não eram. Para aqueles ingratos, os amerlots, como eram chamados, gastavam muito dinheiro nas lojas, compravam tudo que viam, lotavam os restaurantes e ainda por cima invadiam bares e cinemas com sua música e seus filmes e seduziam as garotas. Mas foi tratado com toda a politesse e com a segurança que uma nação organizada oferece a seus visitantes. 

Bill Clinton e sua filha Chelsea estiveram no Vietnam 25 anos depois do fim daquela guerra de consequências brutais até hoje. Só que o povo vietnamita é instruído e sabe que ele não foi o responsável pela guerra, que até nem nela lutou e por isso, povo e governo receberam muito bem pai e filha. 

Já fui encantada com os barbudos de Sierra Maestra, mas desde que eles transformaram Cuba numa triste e decrépita monarquia, o encanto se desfez. Contudo, ainda aposto numa coisa: Fidel, homem inteligente e instruído que é, desconfio que está impressionado com o que vê por aqui e a matutar: ‘Que povinho mais sem categoria’... 

Deixo com vocês Fidel Castro em viagens aos EUA. Ele tinha, como tem, inimigos mortais naquele país, mas nenhum idiota ia conseguir chegar perto dele e lhe puxar um fio da barba como fizeram com os cabelos da Yoani nesta selva chamada Brasil. 

Isso foi num tempo em que a ordem e o progresso, lá como cá, ainda tinham voz. 

(*) Escreve para o blog do Noblat no jornal O Globo

A novela na vida real

Pacote com 115 metas contra tráfico internacional de pessoas 

O Globo 

Um crime difícil de ser constatado, de ser levado à Justiça e de ter seus responsáveis punidos. O tráfico de pessoas é um crime considerado invisível. 

O primeiro relatório com as informações sobre ele, do governo federal, revela que, entre 2005 e 2011, foram instaurados no Brasil 157 inquéritos por tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual.

Apenas 91 resultaram em processos. Nesse período, 381 pessoas foram indiciadas, mas 158, menos da metade, foram presas. O levantamento é da Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça. 

Para tentar combater esse tipo de crime, o governo prepara um pacote ambicioso, com 115 metas, e vai publicar uma portaria na próxima segunda-feira detalhando essas ações. 

As medidas integram o II Plano de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Hoje, a legislação pune apenas o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. 

Não prevê punição para tráfico para fins de trabalho escravo, servidão, trabalho doméstico, remoção de órgãos, e de crianças para fins de mendicância. Pela proposta, essas modalidades passarão a ser tipificadas, a partir de projetos de lei enviados ao Congresso Nacional.

O que diria Jesus?

Zuenir Ventura (*) 

A revista “Visão”, de Portugal, fez uma enquete junto a personalidades da cultura e da política portuguesas para especular sobre o que Jesus diria se aqui voltasse. Com bom humor cristão, o romancista António Lobo Antunes desqualificou o trabalho: “Como voltar, se de cá ele nunca saiu?” 

Mas digamos que Ele tenha dado uma saidinha e que viria não ainda para julgar os vivos e os mortos, mas numa visita rápida para ver como estão as coisas. Não se trata de um exercício de adivinhação, e sim de hipóteses com base nos textos bíblicos, o que nos permite entrar no jogo também fazendo nossas simulações. 

Por exemplo, Cristo com certeza ficaria feliz de constatar que, em tempos de Twitter, nenhum líder tem tantos seguidores quanto Ele: de 2 a 3 bilhões. Por outro lado, em termos de qualidade, não ia ficar nada satisfeito com o que veria à direita e à esquerda, fora e dentro da igreja. A primeira decepção seria constatar que a sua pregação de paz e amor foi substituída pela violência urbana e pelas guerras praticadas em nome do Pai. 

E o que Ele diria da crise atual — econômica, financeira e moral — e da má distribuição da riqueza, contra a qual tanto pregou? Certamente se indignaria ao saber que o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia nos 49 países mais pobres do mundo duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307 milhões. 

E que, enquanto isso, as dez mais ricas têm mais dinheiro do que Suécia, Finlândia e cada um de outros 150 países. A concentração pode ter sido consequência de Sua parábola: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.” Vai ver que, diante da anunciada dificuldade de entrar lá em cima, os ricos tenham preferido permanecer aqui no Reino da Terra, que é para eles um paraíso. 

O maior desgosto do nosso Salvador, porém, seria descobrir o risco de descer conclamando inocentemente — “Deixai vir a mim as criancinhas” — e ser mal interpretado, tendo em vista a onda de escândalos de pedofilia que atinge o clero. 

Imagina se a Sua chegada coincidisse com a divulgação esta semana do dossiê de 300 páginas elaborado a pedido do Papa por três cardeais e que é uma espécie de radiografia do Vaticano — uma antologia de escabrosos casos de corrupção, promiscuidade, desvio de dinheiro, escândalos sexuais, rede de prostituição homossexual. Chocado, Bento XVI teria desabafado afirmando que o seu sucessor deverá ser bastante “forte, santo e jovem para enfrentar o que o espera”. 

Tomara que Jesus interfira na escolha, em vez de, desiludido, repetir a velha piada: “Pare o mundo que quero descer.” 

(*) Jornalistra e escritor