Governo boliviano não aceitará passivamente a decisão da Gaviões. Apresentar um menor como autor do disparo que matou Kevin Beltrán. Um garoto que não pode ser extraditado. E a Conmebol nunca acreditou no blefe de desistência da Libertadores pelo Corinthians…
Cosme Rímoli (*)
A Gaviões da Fiel promete apresentar amanhã um menor.
Um garoto de 17 anos que teria disparado o sinalizador que matou outro garoto: Kevin Beltrán.
Já vazou a tese de que ele fez sem intenção.
Queria comemorar o gol e se atrapalhou com o sinalizador.
Não se apresentou como o autor do crime na Bolívia.
Porque viajou sob responsabilidade da torcida por ser menor.
Ele assumindo o crime nada acontece.
Porque o governo brasileiro não extradita criminosos.
Muitas vezes até italianos, como Cesare Battisti.
Ele é um ex-terrorista italiano com acusações de quatro mortes na década de 70.
A tese é essa.
A Gaviões apresenta um menor de idade como autor do disparo.
Nada acontece a ele.
E os 12 membros das organizadas, alguns dirigentes de torcidas, são soltos.
Deixam a penitenciária de Oruro.
Ao mesmo tempo, a Conmebol se dobra.
Diante da ameaça velada de o Corinthians abandonar a Libertadores.
Mesmo tendo de pagar R$ 600 mil e ficando de fora das três próximas que se classificar.
A entidade sul-americana revoga a medida de afastar seus torcedores.
Ninguém é punido pela morte de Kevin Beltrán, de 14 anos.
Ele perdeu a vida graças a um foguete que entrou no olho direito e esfacelou seu cérebro.
O sinalizador atingiu 360 quilômetros por hora.
Todos viram as costas, se esquecem do que aconteceu.
O garoto de 17 anos fica no Brasil sem preocupação.
E o Corinthians luta pelo bicampeonato da Libertadores.
Isso não vai acontecer.
A começar pelo blefe do clube abandonar a competição.
Mesmo a covarde Conmebol sabe que isso é uma bravata.
Feita para tentar pressionar o Comitê Disciplinar.
Amanhã sairá a decisão se revogará a própria sentença em relação aos estádios de porta fechada.
Por isso os boatos incentivados no próprio Parque São Jorge.
Para consumo da imprensa e pressão nos membros da Conmebol.
O octogenário José Maria Marin recomendou a Mario Gobbi desmentir o abandono.
Não haveria como pressionar a entidade de Nicolás Leoz dessa maneira.
Não diante da estúpida morte do menino de 14 anos.
Governo boliviano não aceitará passivamente a decisão da Gaviões.
Apresentar um menor como autor do disparo que matou Kevin Beltrán.
Um garoto que não pode ser extraditado.
E a Conmebol nunca acreditou no blefe de desistência da Libertadores pelo Corinthians...
Marin também recomendou a Gobbi que modere suas palavras.
"Acidente acontece" foi uma péssima maneira de resumir a morte de Kevin.
Se fosse filho ou neto do corintiano, ele não falaria dessa maneira.
Marin disse que sabe lidar com Nicolás Leoz.
Ele tem certeza de que a pena será diminuída.
Não extinta completamente.
Mas diminuída.
Gobbi seguiu as determinações.
Será mais prudente, terá o mínimo de sensibilidade na hora de se expressar.
E garantiu que o Corinthians não sai da Libertadores.
Não haverá desistência do torneio.
O governo de Evo Morales vê como uma questão de honra a punição.
O caso saiu da esfera esportiva há muito tempo.
O Itamaraty de Dilma Rousseff está dando assistência aos presos corintianos.
Mas não há a mínima condição moral de pressionar a Conmebol.
A justiça boliviana não irá comprar tão fácil a tese da Gaviões da Fiel.
Já fez sua investigação.
E chegou aos nomes de Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira.
Seriam eles os autores do disparo.
E os outros dez detidos são acusados de cumplicidade.
Deverão ser julgados em agosto.
Se não houver uma prova irrefutável, nada mudará.
Principalmente porque um menor estará se apresentando.
E no Brasil, onde não pode ser punido.
O confronto político está armado.
E é muito mais profundo do que parece.
Há até uma certa revolta na imprensa boliviana.
E descrença em relação ao garoto da Gaviões.
A direção corintiana continua cumprindo a sua palavra.
Está de costas para o que acontece com a torcida.
As organizadas que se virem para defender seus membros.
Assim como não terá apoio na hora de mostrar o tal menor de idade.
Para a diretoria de Mario Gobbi só interessa se livrar da punição.
Quer no estádio os torcedores que levaram R$ 15 milhões aos cofres na Libertadores de 2013.
E que seus jogadores tenham o apoio das arquibancadas.
Mas tudo está entrelaçado.
Muito confuso.
Mas se a covarde Conmebol promete não se dobrar...
Precisa acordar para o San José, mandante da partida.
E da falta de revista da polícia na entrada do estádio em Oruro.
Como os membros das organizadas entraram com os sinalizadores?
O clube merece uma severa punição.
A situação é muito pior em relação à justiça boliviana.
Não funcionará a simples lógica da Gaviões da Fiel.
Que basta apresentar o menor como autor do disparo.
E sem poder ser julgado em Oruro.
Que terá vida normal no Brasil sem a extradição.
E que os 12 membros das organizadas serão soltos na Bolívia.
Mesmo se as fotos do tal menor sejam irrefutáveis.
Advogados dizem que os corintianos seriam acusados de cumplicidade.
Porque ocultaram a identidade do autor do disparo.
E ainda facilitaram que se escondesse das autoridades.
Ainda não há nenhum motivo para comemorações.
Nem no Parque São Jorge.
Muito menos na superlotada cadeia de Oruro.
O temido 'Cárcere São Pedro'...
(*) Jornalista e que por 22 anos atuou no Jornal da Tarde/SP. Comentarista esportivo da Rede Record
Cosme Rímoli (*)
A Gaviões da Fiel promete apresentar amanhã um menor.
Um garoto de 17 anos que teria disparado o sinalizador que matou outro garoto: Kevin Beltrán.
Já vazou a tese de que ele fez sem intenção.
Queria comemorar o gol e se atrapalhou com o sinalizador.
Não se apresentou como o autor do crime na Bolívia.
Porque viajou sob responsabilidade da torcida por ser menor.
Ele assumindo o crime nada acontece.
Porque o governo brasileiro não extradita criminosos.
Muitas vezes até italianos, como Cesare Battisti.
Ele é um ex-terrorista italiano com acusações de quatro mortes na década de 70.
A tese é essa.
A Gaviões apresenta um menor de idade como autor do disparo.
Nada acontece a ele.
E os 12 membros das organizadas, alguns dirigentes de torcidas, são soltos.
Deixam a penitenciária de Oruro.
Ao mesmo tempo, a Conmebol se dobra.
Diante da ameaça velada de o Corinthians abandonar a Libertadores.
Mesmo tendo de pagar R$ 600 mil e ficando de fora das três próximas que se classificar.
A entidade sul-americana revoga a medida de afastar seus torcedores.
Ninguém é punido pela morte de Kevin Beltrán, de 14 anos.
Ele perdeu a vida graças a um foguete que entrou no olho direito e esfacelou seu cérebro.
O sinalizador atingiu 360 quilômetros por hora.
Todos viram as costas, se esquecem do que aconteceu.
O garoto de 17 anos fica no Brasil sem preocupação.
E o Corinthians luta pelo bicampeonato da Libertadores.
Isso não vai acontecer.
A começar pelo blefe do clube abandonar a competição.
Mesmo a covarde Conmebol sabe que isso é uma bravata.
Feita para tentar pressionar o Comitê Disciplinar.
Amanhã sairá a decisão se revogará a própria sentença em relação aos estádios de porta fechada.
Por isso os boatos incentivados no próprio Parque São Jorge.
Para consumo da imprensa e pressão nos membros da Conmebol.
O octogenário José Maria Marin recomendou a Mario Gobbi desmentir o abandono.
Não haveria como pressionar a entidade de Nicolás Leoz dessa maneira.
Não diante da estúpida morte do menino de 14 anos.
Governo boliviano não aceitará passivamente a decisão da Gaviões.
Apresentar um menor como autor do disparo que matou Kevin Beltrán.
Um garoto que não pode ser extraditado.
E a Conmebol nunca acreditou no blefe de desistência da Libertadores pelo Corinthians...
Marin também recomendou a Gobbi que modere suas palavras.
"Acidente acontece" foi uma péssima maneira de resumir a morte de Kevin.
Se fosse filho ou neto do corintiano, ele não falaria dessa maneira.
Marin disse que sabe lidar com Nicolás Leoz.
Ele tem certeza de que a pena será diminuída.
Não extinta completamente.
Mas diminuída.
Gobbi seguiu as determinações.
Será mais prudente, terá o mínimo de sensibilidade na hora de se expressar.
E garantiu que o Corinthians não sai da Libertadores.
Não haverá desistência do torneio.
O governo de Evo Morales vê como uma questão de honra a punição.
O caso saiu da esfera esportiva há muito tempo.
O Itamaraty de Dilma Rousseff está dando assistência aos presos corintianos.
Mas não há a mínima condição moral de pressionar a Conmebol.
A justiça boliviana não irá comprar tão fácil a tese da Gaviões da Fiel.
Já fez sua investigação.
E chegou aos nomes de Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira.
Seriam eles os autores do disparo.
E os outros dez detidos são acusados de cumplicidade.
Deverão ser julgados em agosto.
Se não houver uma prova irrefutável, nada mudará.
Principalmente porque um menor estará se apresentando.
E no Brasil, onde não pode ser punido.
O confronto político está armado.
E é muito mais profundo do que parece.
Há até uma certa revolta na imprensa boliviana.
E descrença em relação ao garoto da Gaviões.
A direção corintiana continua cumprindo a sua palavra.
Está de costas para o que acontece com a torcida.
As organizadas que se virem para defender seus membros.
Assim como não terá apoio na hora de mostrar o tal menor de idade.
Para a diretoria de Mario Gobbi só interessa se livrar da punição.
Quer no estádio os torcedores que levaram R$ 15 milhões aos cofres na Libertadores de 2013.
E que seus jogadores tenham o apoio das arquibancadas.
Mas tudo está entrelaçado.
Muito confuso.
Mas se a covarde Conmebol promete não se dobrar...
Precisa acordar para o San José, mandante da partida.
E da falta de revista da polícia na entrada do estádio em Oruro.
Como os membros das organizadas entraram com os sinalizadores?
O clube merece uma severa punição.
A situação é muito pior em relação à justiça boliviana.
Não funcionará a simples lógica da Gaviões da Fiel.
Que basta apresentar o menor como autor do disparo.
E sem poder ser julgado em Oruro.
Que terá vida normal no Brasil sem a extradição.
E que os 12 membros das organizadas serão soltos na Bolívia.
Mesmo se as fotos do tal menor sejam irrefutáveis.
Advogados dizem que os corintianos seriam acusados de cumplicidade.
Porque ocultaram a identidade do autor do disparo.
E ainda facilitaram que se escondesse das autoridades.
Ainda não há nenhum motivo para comemorações.
Nem no Parque São Jorge.
Muito menos na superlotada cadeia de Oruro.
O temido 'Cárcere São Pedro'...
(*) Jornalista e que por 22 anos atuou no Jornal da Tarde/SP. Comentarista esportivo da Rede Record
É ... o tal "jeitinho" tá começando a feder ...
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