Élio Gaspari (*)
Depois que as escolas de samba passarem, a doutora Dilma poderá chamar o comissário Aloizio Mercadante para afinar o discurso do governo em relação à promessa de que seriam realizados dois exames do Enem neste ano. Quando essa iniciativa nasceu, em 2009, esse era o projeto e nisso estaria a sua maior virtude. Em vez de jogarem um ano de suas vidas numa só prova, os estudantes teriam duas oportunidades. (A garotada americana tem sete.) A cada ano, o governo prometeu que o segundo exame seria realizado no vindouro. Nada.
Em janeiro de 2012, a doutora disse o seguinte:
"No ano que vem, [serão] duas edições".
Um mês depois, Mercadante acrescentou: "Estamos trabalhando nessa possibilidade".
Em janeiro passado o jogo virou.
O ministro Mercadante disse ao repórter Demetrio Weber que "não temos, neste momento, a necessidade de um novo exame. O problema não é o risco, o problema é o custo. Nós dobraríamos os custos do Enem".
Tudo bem, mas quem precisa de dois Enems são os estudantes, não o comissariado, e quem prometeu dois testes foram seus dois ministros da Educação e a doutora Dilma.
O último exame custou R$ 271 milhões, e Mercadante argumenta: "Quantas creches eu construo?".
Se é para fazer conta de padaria, o ministro poderia perguntar quantas creches construiria com o dinheiro que seus companheiros recebem acima do teto de R$ 26 mil mensais vindos de conselhos e auxílios-moradia. Coisa de uns R$ 2 milhões anuais.
Ademais, tendo prometido entregar 6.000 creches até o fim de 2014, em dezembro de 2012, a doutora entregara apenas 20. Cabe a pergunta: o MEC tem um banco de questões capaz de aguentar dois testes do Enem?
Quem acreditou nas promessas de Fernando Haddad enquanto ele esteve no Ministério da Educação fez papel de bobo. Inclusive o signatário, que não acreditou na promessa da doutora, por escaldado.
(*) Jornalista é colunista da Folha de São Paulo
Depois que as escolas de samba passarem, a doutora Dilma poderá chamar o comissário Aloizio Mercadante para afinar o discurso do governo em relação à promessa de que seriam realizados dois exames do Enem neste ano. Quando essa iniciativa nasceu, em 2009, esse era o projeto e nisso estaria a sua maior virtude. Em vez de jogarem um ano de suas vidas numa só prova, os estudantes teriam duas oportunidades. (A garotada americana tem sete.) A cada ano, o governo prometeu que o segundo exame seria realizado no vindouro. Nada.
Em janeiro de 2012, a doutora disse o seguinte:
"No ano que vem, [serão] duas edições".
Um mês depois, Mercadante acrescentou: "Estamos trabalhando nessa possibilidade".
Em janeiro passado o jogo virou.
O ministro Mercadante disse ao repórter Demetrio Weber que "não temos, neste momento, a necessidade de um novo exame. O problema não é o risco, o problema é o custo. Nós dobraríamos os custos do Enem".
Tudo bem, mas quem precisa de dois Enems são os estudantes, não o comissariado, e quem prometeu dois testes foram seus dois ministros da Educação e a doutora Dilma.
O último exame custou R$ 271 milhões, e Mercadante argumenta: "Quantas creches eu construo?".
Se é para fazer conta de padaria, o ministro poderia perguntar quantas creches construiria com o dinheiro que seus companheiros recebem acima do teto de R$ 26 mil mensais vindos de conselhos e auxílios-moradia. Coisa de uns R$ 2 milhões anuais.
Ademais, tendo prometido entregar 6.000 creches até o fim de 2014, em dezembro de 2012, a doutora entregara apenas 20. Cabe a pergunta: o MEC tem um banco de questões capaz de aguentar dois testes do Enem?
Quem acreditou nas promessas de Fernando Haddad enquanto ele esteve no Ministério da Educação fez papel de bobo. Inclusive o signatário, que não acreditou na promessa da doutora, por escaldado.
(*) Jornalista é colunista da Folha de São Paulo
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