Eliane Cantanhêde (*)
Os articuladores e manifestantes do movimento "Fora, Renan!", com milhares de assinaturas na internet, miraram no que viram e acertam no que não viram.
A intenção era, primeiro, impedir a posse de Renan Calheiros na presidência do Senado, criando constrangimento para a de Henrique Alves na da Câmara. Depois, minar as "condições de governabilidade" sobretudo de Renan, mais conhecido da plateia e mais emblemático.
Não deu certo, mas obriga os presidentes do Senado e da Câmara a se esfalfarem para dar respostas à pressão e mostrar que são melhores do que parecem. Há nisso, obviamente, um forte lado marqueteiro. Mas há também efeitos práticos.
Renan promete reduzir cargos comissionados e transformar o serviço médico do Senado em posto de emergência, despachando os médicos para o SUS. Se vai ter força para fazer, não se sabe. Mas a promessa é boa.
E Henrique reuniu os líderes, num dia, e colocou para votar, no outro, o fim (em parte) do 14º e do 15º salários de Suas Excelências. Com a mudança, em vez de receberem em todos os quatro (ou oito anos) de mandato, vão passar a ter direito em apenas dois, o de chegada e o de saída (mesmo os que, reeleitos, saem sem sair).
A excrescência significa cerca de R$ 54 mil a mais para cada parlamentar e de R$ 30 milhões a menos para os cofres públicos por ano. Como foi criada em 1946 --há quase 70 anos, portanto--, não era nada simples acabar com ela. Só mesmo por forte pressão da sociedade.
Como, aliás, ocorreu com o descalabro do Tribunal de Contas do DF, que tenta aumentar de 43,53% para 65% os salários de seus funcionários. A medida, vetada pelo governo do DF e aprovada pela Câmara Distrital, acaba de ser suspensa por liminar do Tribunal de Justiça. Depois, claro, de parar na imprensa.
Moral da história: resistir, pressionar e gritar é preciso, sempre e cada vez mais. A luta continua!
(*) Jornalista, é colunista da Folha de São Paulo
Os articuladores e manifestantes do movimento "Fora, Renan!", com milhares de assinaturas na internet, miraram no que viram e acertam no que não viram.
A intenção era, primeiro, impedir a posse de Renan Calheiros na presidência do Senado, criando constrangimento para a de Henrique Alves na da Câmara. Depois, minar as "condições de governabilidade" sobretudo de Renan, mais conhecido da plateia e mais emblemático.
Não deu certo, mas obriga os presidentes do Senado e da Câmara a se esfalfarem para dar respostas à pressão e mostrar que são melhores do que parecem. Há nisso, obviamente, um forte lado marqueteiro. Mas há também efeitos práticos.
Renan promete reduzir cargos comissionados e transformar o serviço médico do Senado em posto de emergência, despachando os médicos para o SUS. Se vai ter força para fazer, não se sabe. Mas a promessa é boa.
E Henrique reuniu os líderes, num dia, e colocou para votar, no outro, o fim (em parte) do 14º e do 15º salários de Suas Excelências. Com a mudança, em vez de receberem em todos os quatro (ou oito anos) de mandato, vão passar a ter direito em apenas dois, o de chegada e o de saída (mesmo os que, reeleitos, saem sem sair).
A excrescência significa cerca de R$ 54 mil a mais para cada parlamentar e de R$ 30 milhões a menos para os cofres públicos por ano. Como foi criada em 1946 --há quase 70 anos, portanto--, não era nada simples acabar com ela. Só mesmo por forte pressão da sociedade.
Como, aliás, ocorreu com o descalabro do Tribunal de Contas do DF, que tenta aumentar de 43,53% para 65% os salários de seus funcionários. A medida, vetada pelo governo do DF e aprovada pela Câmara Distrital, acaba de ser suspensa por liminar do Tribunal de Justiça. Depois, claro, de parar na imprensa.
Moral da história: resistir, pressionar e gritar é preciso, sempre e cada vez mais. A luta continua!
(*) Jornalista, é colunista da Folha de São Paulo
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