domingo, 31 de agosto de 2014

E tem gente que jura que esse País é sério

Após 45 dias, governo não sabe quanto gastou na Copa, nem perda ou ganho 

Rodrigo Mattos (*) 

Antes e depois da sua realização, a Copa-2014 foi exaltada pelo governo federal por um suposto impacto econômico positivo no Mundial. Nesta sexta-feira, a presidente da República, Dilma Roussef, responsabilizou o Mundial pelo PIB reduzido no segundo trimestre do ano. Fica claro que o governo não sabe se o evento representou perda ou ganho. Pior, sequer tem noção de quanto gastou no evento, conta que só deve ser conhecida em outubro. 

Vamos aos números. A matriz de responsabilidades do governo para o Mundial mostra uma estimativa de gasto de R$ 25,6 bilhões com todos os projetos do Mundial.
Era uma queda em relação ao valor inicial previsto (R$ 33 bilhões) porque vários dos projetos não ficaram prontos e foram excluídos. 

Bem, o problema é que essa conta é de setembro de 2013, isto é, há quase um ano. 
Desde então, o Ministério do Esporte tem prometido uma atualização nos números, mas retarda o fechamento da conta que deveria acontecer logo após a competição. 

“Ficou para outubro porque estamos esperando os retornos de todos os municípios e Estados sobre as obras da Copa'', afirmou o secretário-executivo do ministério, Luis Fernandes, ao blog. Ele informou que ainda não sabe nem estimar quanto que o número vai subir ou descer. Mas deu indicação de que não deve incluir novos itens, apenas revisar os antigos. 

A única exceção são as instalações provisórias para os estádios da Copa, que devem girar entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. Mas o governo não incluirá as Fan Fest, que tiveram despesas dos governos para sua realização. 

Se a União não sabe quanto gastou, também demonstra não saber direito quais os efeitos do Mundial sobre a economia. Antes da Copa, o Ministério apresentava estudos de consultorias que indicavam um impacto entre R$ 135 bilhões e 142 bilhões no Brasil. 
Ou seja, haveria um acréscimo em torno de 0,3% no PIB nacional, considerado o número de 2013. 

Após o evento, o governo ainda divulgou que turistas gastaram R$ 3,6 bilhões no país nos meses de junho e julho. Mais, afirmou que empresas brasileiras fecharam negócios de R$ 13 bilhões com a competição. 

Na verdade, o país teve uma queda no PIB de 0,6% no segundo trimestre de 2014, o que caracteriza uma recessão justamente no semestre da Copa visto que foi a segunda retração econômica seguida. Ao explicar o fato, nesta sexta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, viu impacto negativo do evento na economia por causa do excesso de feriados, tese corroborada pela presidente Dilma.

Segundo ele, os dez dias do país parado afetaram a atividade do país. “(Durante o evento) tivemos muito poucos dias úteis. A produção industrial caiu e o comércio cresceu pouco. De fato, não foi um bom resultado'', afirmou à “Folha de S. Paulo'' e ao UOL na semana passada. Antes do Mundial, ele previa que a competição seria positiva para comércio e serviços. 

Em resumo, 45 dias depois da final, o governo federal não sabe quanto gastou, nem quanto ganhou ou perdeu com a Copa. 

(*) Jornalista é colunista de esportes da UOL

sábado, 30 de agosto de 2014

O escancaro da pouca vergonha, da safadeza explícita

Renan faz acordo para elevar remuneração de juízes 

Congresso em foco 

 Presidente do Congresso se compromete com Lewandowski a acelerar votações que garantem aumento, gratificação e adicional para magistrados. Com mudanças, ministros do STF poderão receber até R$ 48 mil por mês. 

O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), se comprometeu com o presidente recém-eleito do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a aprovar propostas que elevarão a remuneração dos ministros da corte para até cerca de R$ 50 mil. Pelo acordo, o plenário do Senado deve aprovar, na próxima semana, durante o chamado esforço concentrado, um adicional por tempo de serviço que pode aumentar em até 35% a remuneração de magistrados e integrantes do Ministério Público. A proposta de emenda constitucional (PEC 63/2013) já foi examinada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e precisa passar em dois turnos pelo plenário. 

Renan também prometeu se empenhar para que outros dois projetos de interesse dos juízes avancem na Câmara, presidida por seu companheiro de partido Henrique Eduardo Alves (RN). O primeiro deles pode ser aprovado pelos deputados também no esforço concentrado. Henrique incluiu na pauta do plenário proposta que cria a chamada gratificação de substituição para magistrados que acumularem funções por mais de três dias úteis. O benefício, incluído em outra proposição, foi vetado esta semana pela presidente Dilma. E pode engordar em até um terço o contracheque dos integrantes do Judiciário que atuarem, por exemplo, em mais de uma corte ou substituírem colegas em férias ou licença. 

Aumento no Supremo 
A terceira ponta do acordo costurado por Renan com os juízes é a aprovação do projeto que eleva, dos atuais R$ 29.462,25 para R$ 35.919, a remuneração dos ministros do Supremo – teto do funcionalismo público. Com efeito cascata para o restante da categoria, a proposta foi aprovada ontem (28) pelos ministros, que reivindicam um aumento de 22%. O texto começa a tramitar nos próximos dias na Câmara. 

Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, os cálculos levaram em conta as perdas acumuladas entre 2009 a 2013 e a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPC-A) para 2014. O aumento será proposto antes mesmo que o Congresso vote pedido de reajuste – fixando o subsídio de ministro do STF em R$ 30.658,42 – que o Supremo pretendia fazer valer a partir de janeiro de 2014. 

Além do teto 
Na prática, os dois novos benefícios permitirão que juízes, desembargadores e os próprios ministros dos tribunais ultrapassem o teto constitucional. Caso as propostas sejam aprovadas, um ministro do Supremo poderá receber, além dos R$ 35 mil de remuneração, até outros R$ 12.571,65 de adicional por tempo de serviço. Nesse caso, os vencimentos poderão chegar até a R$ 48.490,65. 

Integrantes das três principais entidades representativas da magistratura vão se reunir com parlamentares no Congresso, na próxima semana, para tentar convencê-los a aprovar as propostas que, segundo eles, pretendem recuperar perdas salariais acumuladas na última década. 

Deputados e senadores não devem criar dificuldades para o reajuste do Supremo. 
É que, a cada final de mandato, os parlamentares fixam a remuneração da legislatura seguinte. No final de 2010, por exemplo, eles igualaram os vencimentos dos congressistas que assumiram no início de 2011 aos dos ministros do Supremo. Caminho que deve ser repetido este ano. Atualmente, os congressistas recebem R$ 26.723,13 por mês, além de outros benefícios. 

Discriminação 
“A magistratura federal está preocupada com a forma discriminatória com que vem sendo tratada”, diz o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Antônio César Bochenek. Na última terça (26), a presidente Dilma vetou artigo de uma lei que instituiu a gratificação por substituição para integrantes do Ministério Público. 
Durante a tramitação da proposta no Congresso, foi incluído um dispositivo que estendia o benefício aos juízes. Ao sancionar a nova lei, Dilma deixou o benefício restrito a promotores e procuradores. 

A presidente justificou que não havia previsão de recursos para a gratificação na lei orçamentária e que a Lei de Responsabilidade Fiscal impede a geração de despesa obrigatória de caráter continuado sem a estimativa de impacto orçamentário e financeiro e a demonstração da origem do dinheiro. 

Diante do veto, os magistrados retomam suas atenções para a aprovação do Projeto de Lei 7717/2014, que institui a gratificação para os juízes federais. O texto é o oitavo item da pauta do plenário da Câmara no esforço concentrado. Já a PEC 63, que aguarda votação no plenário no Senado, cria uma “parcela mensal de valorização por tempo de exercício” que se traduz num acréscimo equivalente a 5% do subsídio a cada cinco anos de efetivo exercício em atividade jurídica – até o máximo de 35%.

Disparidade salarial 
Para Bochenek, a gratificação e o adicional são necessários para evitar a “discriminação” e a disparidade salarial com o Ministério Público, contemplado com o primeiro benefício. Segundo ele, a Ajufe não ficou satisfeita com o reajuste proposto pelo Supremo.
Na avaliação da entidade, a remuneração dos juízes tem 30% de defasagem em relação a 2006, quando foi instituído o atual modelo de remuneração, sem os penduricalhos que havia antes. 

“A remuneração tem de ser digna e compatível com as funções de cada um. 
A magistratura tem uma grande responsabilidade funcional e social”, declarou o presidente da Ajufe ao Congresso em Foco. “Hoje um juiz recebe desde o início até o fim da carreira praticamente a mesma remuneração. É preciso haver estímulo até para não perdermos quadros”, acrescenta. 

Contrariedade
O aumento e a garantia de novos benefícios para os magistrados já provocam descontentamento em outras categorias que também reclamam da disparidade salarial. 
É o caso dos procuradores federais, ligados à Advocacia-Geral da União (AGU). 
“Como advogados públicos federais, também exercemos funções essenciais da Justiça. Mas estamos vinculados ao Executivo”, reclama o presidente da Associação Nacional dos Procuradores Federais (Anpaf), Rogério Filomeno Machado. 

Segundo ele, 20% dos aprovados no concurso para procurador federal desistem de tomar posse em razão do salário inicial, hoje em torno de R$ 16 mil. Bem abaixo dos cerca de R$ 25 mil iniciais pagos a promotores e juízes. “Deveríamos ter remuneração igual à da magistratura e à do Ministério Público”, defende Rogério.

A porção feminina de Deus

Leonardo Boff (*) 

Certa madrugada insone, retomei meu trabalho costumeiro ao computador. De repente, pretendi ter ouvido, não sei se do mundo celestial ou se de minha mente em estado alterado, uma voz, em forma de sussurro, que me dizia: “Filho, vou te revelar uma verdade que estava sempre lá, no meu evangelista Lucas, mas que os olhos dos homens, cegados por séculos de patriarcalismo não podiam enxergar”. 

“Trata-se da relação íntima e inefável entre Maria e o Espírito Santo”. E a voz continuava sussurando: “aquele que é terceiro, na ordem da Trindade, o Espírito Santo, é o primeiro na ordem da criação. Ele chegou antes ao mundo; só depois veio o Filho de Deus. Foi o Espírito Santo, aquele mesmo que pairava sobre o caos primitivo e que de lá tirou todas as ordens da criação. Pois desse Espírito Criador, se diz pelo meu evangelista Lucas:’ virá sobre ti, Maria, e armará sua tenda sobre ti; por isso, o Santo gerado será chamado Filho de Deus”. “Armar a tenda”, como sabes, significa morar definitivamente. Se Maria, perplexa, não tivesse dito o seu “sim”, faça-se segundo a tua palavra, o Filho não ter-se-ia encarnado e o Espírito não ter-se-ia feminilizado”.

“Vede, filho, o que lhe estou dizendo: o Espírito veio morar definitivamente nesta mulher, Maria. Identificou-se com ela, se uniu a ela de forma tão radical e misterirosa que dela começou a se plasmar a santa humanidade de Jesus. O Espírito de vida produziu a vida nova, o homem novo, Jesus. Para ti e para todos os fiéis é claro que o masculino através do homem Jesus de Nazaré foi divinizado. Agora, vá lá no evangelho de São Lucas e constatarás que tambem o feminino, através de Maria de Nazaré, foi divinizado pelo Espírito Santo. Ele armou sua tenda, quer dizer, veio morar para sempre nela. Repare que meu evangelista João diz o mesmo do Filho: ‘Ele armou sua tenda em Jesus”. 

“Não é o Espírito”, sussurra a mesma voz, “que toma o profeta para alguma missão específica e cumprida, termina sua presença nele. Com Maria é diferente. 
Ele vem, fica e não a deixa mais. Ela é elevada à altura do Divino Espírito Santo. 
Daí que logicamente, ‘o Santo gerado será chamado Filho de Deus’. Somente quem foi elevado à altura de Deus pode gerar um Filho de Deus. É o caso de Maria. 
Não sem razão, é a “bendita entre as mulheres”. 

“Filho, eis uma verdade que deves anunciar: por Maria Deus mostrou que além de ser Deus-Pai é também Deus-Mãe com as características do feminino: o amor, a ternura, o cuidado, a compaixão e a misericórdia. Estas virtudes estão também nos homens, mas elas encontram uma expressão mais visível nas mulheres”. 

“Filho: ao dizeres Deus-mãe descobrirás a porção feminina de Deus com todas as virtudes do feminino. Não deves esquecer nunca que as mulheres jamais traíram Jesus. 
Foram-lhe fiéis até ao pé da cruz. Enquanto os homens, os discípulos, fugiram, Judas o traiu e Pedro o negou, elas mostraram um amor fiel até o extremo. Elas, antes dos apóstolos, foram as primeiras a testemunharem a ressurreição de Jesus, o fato maior da história da salvação”. 

“O feminino de Deus não se esgota em sua maternidade, mas se revela no que há de intimidade, de amorosidade, de gentileza e de sensibilidade, perceptíveis no feminino”. 

“Não permita que ninguém, por nenhuma razão, discrimine uma mulher por ser mulher. Aduza todas as razões para respeitá-la e amá-la, pois ela revela algo de Deus que somente ela pode fazer, sendo junto com o homem, a minha imagem e semelhança. 
Reforce suas lutas, recolha as contribuições que traz para toda a sociedade, para as Igrejas e para um equilíbrio entre homens e mulheres. Elas são um sacramento do Deus-Mãe para todos, um caminho que os leva à ternura de Deus. Oxalá as mulheres assumam sua porção divina, presente numa companheira delas, em Maria de Nazaré. Mas o dia virá em que cairão as escamas que encobrem seus olhos. E então, homens e mulheres, nos sentiremos também divinizados pelo Filho e pelo Espírito Santo”. 

Ao voltar a mim, senti na clareza de minha mente, o quanto de verdade me tinha sido comunicado. E comovido, enchi-me de louvores e de ações de graça. 

(*) Teólogo, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da Ordem dos Frades Menores (franciscanos)

Quem diria hein Antenor?

Hoje o Blog Rabiscos do Antenor chega a marca de 9 mil postagens . 

Já são 5 anos e tudo isso que começou como uma brincadeira tomou essa proporção. 

Obrigado a todos que acompanham, que colaboram, que incentivam quando o blogueiro recua um pouco, enfim obrigado aos leitores que fizeram a marca de visitas chegar número de 420 mil . 

Vamos ver se chegamos as 10 mil postagens .. 

Valeu, gente !!!!

O macaco e a vadia.

Luiz Caversan (*) para a Folha de São Paulo

A história da moça flagrada pela TV chamando o goleiro do Santos de macaco é exemplar do momento surpreendente (e assustador) pelo qual estamos passando, em que as pessoas não fazem mais questão nenhuma, ao contrário, de tomar cuidados para expor suas intolerâncias, seus limites e em grande medida sua boçalidade. Mesmo correndo o risco elas mesmas e rapidamente de serem vítimas de práticas semelhantes às que adotam na sua triste vida. 

Porque depois de manifestar seu racismo achando que estava protegida pelo anonimato da arquibancada, tolinha, a moça captada em close na TV passou a ser alvo de agressões verbais, de sexismo, de ameaças diversas nos twitters e facebooks da vida. No mínimo foi chamada de vadia… 

Olho por olho é a velha ética rediviva e turbinada pelas redes sociais numa velocidade alucinante, veja que bastaram poucas horas para que ela fosse localizada, identificada e vitimada por gente como ela mesma. 

Ao xingar o goleiro, a guria não tinha dúvida de que exercia seu direito de expressão e, dane-se, sou apenas mais uma na multidão, mesmo… Ao linchá-la no Face, seus algozes têm certeza de que este tipo de justiçamento é correto, construtivo e legítimo. 

E assim vamos nós em meio a uma arena virtual em que se digladiam forças cada vez mais delinquentes e assustadoras, com a velocidade dos terabytes, em vez estar a serviço da sabedoria, mantendo-se atrelada às trevas e ao retrocesso. 

(*) Jornalista e consultor na área de comunicação corporativa da Folha de São Paulo

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Nova fábrica de carros

Chery inaugura fábrica no Brasil; Celer nacional chega em setembro 

UOL

Depois de mais de três anos de construção, a fábrica da Chery em Jacareí, cidade de aproximadamente 220 mil habitantes a cerca de 80 quilômetros de São Paulo (SP), ficou pronta. O lançamento oficial da primeira instalação fabril da empresa fora da China -- considerando produção integral, não por montagem CKD -- aconteceu na manhã desta quinta-feira (28). 

Nesta unidade será fabricado o compacto Celer (configurações hatch e sedã, com visual renovado). Unidades pré-série começam a sair da linha de montagem agora em setembro para o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, e exposição em concessionárias. 
A produção comercial se inicia em dezembro. 

Esta nova sede da Chery contou com aporte da matriz chinesa de US$ 530 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão), sendo US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 850 milhões) para a fábrica de automóveis e US$ 130 milhões (mais de R$ 250 milhões) para a de motores. Quando estiver totalmente operacional, a unidade terá capacidade de produção anual de 150 mil veículos. 

Participaram da cerimônia de inauguração o vice-presidente da República, Michel Temer, e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, candidatos à reeleição, além de executivos chineses, como Zhou Biren, presidente da Chery International e vice-presidente global da empresa. 

CELER É O 1º 
O Celer inicia sua produção com mais de 50% de índice de nacionalização, graças a importantes fornecedores locais, como Pirelli, Moura, Bosch, Goodyear, Basf e Petronas, entre outros. 

"Todas estas empresas estão situadas em um raio de até 100 km. E ainda contamos com um espaço ao redor da fábrica de automóveis que em breve poderá receber um polo de fornecedores", aponta Luis Curi, vice-presidente da Chery do Brasil. 

Espera-se aumento do índice de nacionalização, segundo a fabricante, para até 70% em dois anos, momento no qual as transmissões também começam a ser produzidas localmente. 

AMPLIAÇÃO 
O novo QQ, já testado por UOL Carros na China, surge apenas em abril do ano que vem. Para 2016, a marca anuncia planos mais ambiciosos: fará um utilitário esportivo no local e iniciará a exportação dos três modelos para Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru. 

Com a fábrica, a marca espera chegar a 3% de participação de mercado brasileiro ao longo dos próximos anos, além de praticamente dobrar a quantidade de concessionárias disponíveis no Brasil. "Com a fábrica operando, teremos maior demanda de mercado, o que também refletirá no aumento da rede. A meta é chegar ao fim de 2014 com 100 revendas", analisa Curi. 

A Chery vendeu 8 mil carros em 2013 e espera fechar 2014 com 15 mil carros vendidos. Atualmente, são 67 lojas espalhadas pelo Brasil.

Paul McCartney será 1º evento com capacidade máxima em estádio do Palmeiras

UOL 

O estádio do Palmeiras terá uma inauguração de luxo. 
Nada menos do que Paul McCartney e Rolling Stones serão as duas primeiras grandes atrações do local que desponta como principal arena multiuso do país. 
O UOL Esporte apurou, inclusive, que o show do ex-Beatle, que acontecerá na segunda quinzena de novembro deste ano, será o primeiro evento com capacidade máxima do Allianz Parque, com até 55 mil pessoas. Já a banda inglesa chega em março. 

Antes disso, a WTorre e a AEG, construtora e gestora, respectivamente, planejam uma série de eventos testes. A pré-inauguração, com o primeiro deve acontecer em 15 dias, com a exibição de um filme nos telões do estádio para um público de apenas convidados, com cerca de 3 mil pessoas. Vale ressaltar que a assessoria de imprensa da WTorre prefere não confirmar os eventos de forma oficial. 

Depois disso, outras atrações terão o estádio como sede. 
O primeiro de futebol jogo deve acontecer entre outubro e novembro, com uma capacidade reduzida, entre 20 e 25 mil pessoas. Há a possibilidade de um evento oficial em janeiro para a torcida do Palmeiras. 

A cautela para a oficialização da agenda acontece por burocracia. 
Para cada evento, a gestão do estádio precisa conseguir um alvará diferente. 
Por isso, há a dependência de aprovações de órgãos públicos, como a prefeitura e o Corpo de Bombeiros. Além disso, há o receio de que outro show seja confirmado e, depois, cancelado, como aconteceu com o One Direction, que foi deslocado para o Estádio do Morumbi. 

Por isso, o plano é fazer eventos-testes que tenham o público aumentando de forma gradual, para que tudo seja feito sem problemas que possam atrasar ainda mais o cronograma. 

A verba do evento não será repassada diretamente ao Palmeiras. 
No acordo entre clube e WTorre, consta que apenas uma porcentagem irá para os cofres alviverdes em diferentes propriedades. Para locação, por exemplo, 20% da renda líquida será palmeirense. Para o dinheiro movimentado com alimentação e estacionamento, 5% serão repassados. Esse percentual aumenta a cada cinco anos. 

A briga que acontece entre clube e construtora em uma Câmara de Arbitragem não deve atrapalhar os planos. Enquanto discutem quem tem o direito de comercializar as cadeiras, os eventos devem ter ingressos vendidos de forma avulsa, com a distribuição de renda conforme diz o contrato. O problema fica por conta do torcedor que teria o interesse em comprar um assento por um período maior. 

Por falar nisso, resta cerca de 3 mil assentos para que o estádio tenha finalizada a colocação de todas as cadeiras. 

O investimento para a construção do estádio gira em torno de R$ 550 milhões e é 100% proveniente da iniciativa privada. Como afirmou a coluna do Flávio Ricco, no UOL Entretenimento, a Arena palmeirense irá tirar praticamente todos os grandes eventos do estádio do Morumbi, do São Paulo.

Fantasma de Celso Daniel assombra companheiros

José Nêumanne (*) para o Estadão 

Quem poderia imaginar que na quarta campanha presidencial posterior ao aparecimento do cadáver do prefeito de Santo André licenciado para coordenar o programa de governo da candidatura vitoriosa de Luiz Inácio da Silva, do PT, o fantasma de Celso Daniel deixaria o limbo para assombrar seus companheiros? E, pelo visto, o espírito vindo do além não se limitou a puxar o dedão do pé de uns e outros em sono solto, mas deixou-os a descoberto em pleno inverno. Para sorte deles, este inverno não tem sido tão gélido assim. Mas a alma é fria que só. E como é! 

Sábado, em reportagem assinada por Andreza Matais, de Brasília, e Fausto Macedo, este jornal noticiou que a Polícia Federal (PF) apreendeu no escritório da contadora Meire Poza, que prestou serviços ao famigerado doleiro Alberto Youssef, contrato de empréstimo de R$ 6 milhões. O documento, assinado em outubro de 2004, reconhece dívida de tal valor, a ser paga em prestações em 2004 e 2005 pelas empresas Expresso Nova Santo André e Remar Agenciamento e Assessoria à credora, a 2S Participações Ltda. A primeira pertence a Ronan Maria Pinto, empresário do ABC e personagem do sequestro e morte de Celso Daniel, cujo cadáver foi encontrado no mato em Itapecerica da Serra em janeiro de 2002. A 2S pertencia ao publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas a pena de 37 anos, quatro meses e seis dias e multa de R$ 3,062 milhões. 

O elo encontrado pelos federais entre o assassinato do principal assessor de Lula na campanha presidencial de 2002, o escândalo de corrupção do mensalão e as denúncias apuradas na Operação Lava Jato, protagonizadas pelo doleiro acusado de lavar R$ 10 bilhões de dinheiro sujo, estava numa pasta identificada como "Enivaldo" e "Confidencial". A PF supõe que este seja Enivaldo Quadrado, condenado no mensalão. 

Morre Giovanni Bruno, da cantina Il Sogno di Anarello

Veja SP 

Poucos personagens no mundo dos restaurantes foram tão célebres quanto Giovanni Bruno em seu tempo. Entre as décadas de 1960 e 1980, ele reinou como um dos mais atenciosos maîtres-cozinheiros da cidade. 

Pura simpatia, esse italiano de Salerno conquistava a atenção de quem passasse pelo restaurante Gigetto, onde ele trabalhou logo que chegou a São Paulo, e também nas cantinas que montou na cidade, a última delas, o Il Sogno di Anarello, na Vila Mariana. Giovanni Bruno morreu hoje pela manhã, no centenário do Palestra Itália, seu time de adoração. Anarello, como era tratado por amigos, tinha problemas no coração e estava internado no Incor desde 18 de agosto. 
Ontem, sofreu seis paradas cardíacas consecutivas. Não resistiu e faleceu hoje pela manhã aos 78 anos de falência múltipla de órgãos. 

“Ainda não pensei o que fazer com o restaurante. Achei que ele fosse sair dessa”, diz a filha única, Solange Antonia Bruno Piva. “ Se continuarmos, será pela história que temos lá, pelos nossos funcionários.” Bruno deixa a viúva Cecilia, filha de italianos e espanhóis nascida no Ipiranga, e os netos Giovanni e Letícia. 

Praticamente expulso de uma Itália depauperada pela II Guerra Mundial, esse imigrante escolheu São Paulo como destino. Como tantos outros imigrantes, queria fazer a América. Chegou em companhia do pai e se instalou em um cortiço da Pompeia como contou na autobiografia Giovanni Bruno …aos nossos momentos. Dono de uma lábia e uma devoção ao trabalho incríveis, conseguiu emprego como ajudante de cozinha no Gigetto, na época um dos restaurantes mais concorridos da cidade. Ao rapaz de então 15 anos cabiam tarefas árduas como lavar pratos e descascar batatas. Com o tempo, o jovenzinho passou a fracionar e pesar o azeite levado às mesas, considerado artigo de luxo na época. Só depois de uma década conseguiu o posto de garçom. 

Dono de uma gentileza contagiante, conquistou os clientes que queriam ser servidos por ele. Era uma época em que os pratos eram montados na mesa, alguns deles inclusive finalizados no salão. Justamente por causa de um desses fregueses, que pediu um algo especial, atribui-se a Bruno a criação da mais emblemática receita da cozinha ítalo-paulista: o molho à romanesca. 

Embora faça uma referência à capital italiana, a mistura foi inventada a quase 10.000 quilômetros de Roma e não existe por lá. Tem como base o creme branco ao qual se adicionavam e continuam se adicionando os produtos “chiques” da época, todos saídos de latinhas: creme de leite, cogumelo-de-paris, petits pois (por favor, nada de chamar as leguminosas verdes de ervilha), além de presunto cozido cortado em cubinhos. 

Como a possibilidade de ascensão no Gigetto era remota, no fim dos anos 1960 junto com três outros garçons Bruno decidiu abrir uma casa com seu nome, tamanha a popularidade tida por ele com a clientela. O quarteto comprou a Cantina do Júlio, que ficava na Rua 13 de Maio. A festa de inauguração, em 20 de dezembro de 1967, foi retratada no Jornal da Tarde, mereceu chamada de capa com foto. 

O sucesso não durou muito, ao menos nesse endereço. Ele e seus sócios tinham 60 dias para deixar o ponto, a ser demolido para ampliação da rua. Acabaram perdendo tudo. Passaram depois por imóveis nas ruas Santo Antônio e Martinho Prado, ambas na Bela Vista. Em 1979, transferiu-se para os Jardins, onde adotou o nome Il Sogno di Anarello, apelido que ganhara do diretor teatral Antunes Filho anos antes. O aluguel, muito caro, o empurrou para um imóvel próprio na Rua Timbuí, 58, na Vila Mariana, no fim de 1983, onde está até hoje. Quatro anos mais tarde, a pedido de alguns vereadores, o então prefeito Jânio Quadros rebatizou a rua com o nome do restaurante. Até essa época, Bruno tinha tratamento de astro. 

Com a morte de Bruno, uma era, ao mesmo tempo simples e glamourosa na história dos restaurantes paulistanos, desaparece com ele. 

Escola é violenta com aluno, diz Cristovam Buarque

BBC Brasil 

Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, Cristovam afirma que a escola no Brasil "está sem moral". "A escola desvalorizada gera violência, e a violência desmoraliza ainda mais a escola. Os jovens sabem que saindo com o curso ou sem, de tão ruim que são os cursos, não vai fazer diferença, porque o curso não agrega muito na vida dele. Os alunos não veem retorno na escola", explica. 

Ministro da Educação do governo Lula entre 2003 e 2004, Cristovam Buarque chegou a se candidatar à Presidência em 2006 levantando como principal bandeira a "revolução na educação de base". Ele acredita que só ela poderia resolver de vez o problema da violência e fazer com que a escola voltasse a ser respeitada no país. 

BBC Brasil - Como o senhor define o problema da violência nas escolas do Brasil? 
Por que ele acontece? 
Cristovam Buarque - A sociedade brasileira é uma sociedade muito violenta hoje, então as pessoas se sentem no direito de agir violentamente, às vezes, até não necessariamente com agressão física, mas com palavras. As escolas estão rodeadas de traficantes, a violência do meio influencia. O outro é o fato de que a escola não é uma instituição valorizada e, ao não ser valorizada, as crianças também entram na mesma onda da não valorização, se sentem no direito de quebrar os vidros, se sentem no direito de levar as coisas pra fora. Aqui mesmo na UnB (Universidade de Brasília), eu vi a enciclopédia britânica sendo rasgada, porque o aluno em vez de tirar o xérox da folha que ele precisava, arrancou a página e levou. Os próprios professores são tratados como seres sem importância, que ganham salários baixos. Além disso os jovens sabem que saindo com o curso ou sem, de tão ruim que são os cursos, ele sabe que não agrega muito na vida dele. Os alunos não veem retorno da escola. 

BBC Brasil - Quais as consequências da violência na escola para a educação no país? Cristovam Buarque - A escola desvalorizada gera violência, e a violência desmoraliza ainda mais a escola. Os professores hoje estão fugindo, porque o salário é baixo e há muito desrespeito com relação à profissão deles. Quando a gente analisa o concurso para entrar na universidade, o vestibular, os últimos cursos na preferência dos vestibulandos são pedagogia e licenciatura, isso gera um clima de desvalorização. Para entrar em medicina são 50 por vaga, para pedagogia às vezes têm mais vagas que candidatos. 
Isso gera desvalorização. E aí as pessoas ficam quebrando as coisas, são violentas. 
Cria um ciclo vicioso. A desvalorização da escola aliada à violência do país induz à violência dentro da escola. É preciso ter disciplina na escola, mas para o professor ser agente da disciplina, ele tem que ter moral. Só que a escola hoje está sem moral. 
Uma das coisas básicas da disciplina é o aluno chegar na hora. 
Como chegar na hora se nem o professor dele chega na hora? Se o professor dele ficou dois meses de greve? O professor se vai um dia, não vai outro. A ausência do professor no Brasil é tão grande quanto a do aluno. Eles faltam igualmente. Então está faltando moral na escola. 

BBC Brasil - Quais seriam as medidas a curto prazo para conter o problema? 
Cristovam Buarque - Eu não vejo como resolver isso no curto prazo, só se for atribuindo Valium (calmante) para todo aluno, se colocar Valium na merenda. Brincadeira, mas é que é difícil ver uma solução a curto prazo. Qual o caminho a médio e longo prazo? 
Valorizar a escola, hoje o salário médio do professor na escola é R$ 2 mil, se você pagar menos do que paga para quem vai ser engenheiro ou médico, os melhores não vêm, eles não vão querer ser professores. Você tem que ter um salário compensador, eu calculo R$ 9.500. Só que para merecer esse salário, tem que ter um processo muito rígido de seleção do aluno, para ver se a pessoa tem vocação, tem que quebrar a estabilidade plena de que o professor continue no cargo sem se aperfeiçoar, tem que ser uma estabilidade sujeita a avaliações. Para a escola ser respeitada, o prédio tem que ser respeitado. 
As pessoas não saem quebrando shopping, porque é um prédio bonito, confortável. 
As crianças se sentem desconfortáveis na escola, por isso que elas são violentas. 
A verdade é que a escola é mais violenta com o aluno do que o aluno com ela. 
Ela obriga o aluno ficar sentado 6, 7 horas numa cadeira desconfortável, num prédio feio e mal cuidado. Como fazer isso funcionar no Brasil a curto e médio prazo? 
Ir implantando isso por cidade. Leva 20 anos no país todo, mas precisa de um ou dois anos para fazer em uma cidade. E até lá, como faz? É o que estão fazendo, colocar polícia, bom diretor. A polícia tem que ficar longe da escola, mas no longo prazo. 
No curto prazo ela é uma necessidade, porque ela diminui a violência da sociedade que está na escola. Além disso, é preciso identificar os alunos violentos. 
Um só jovem faz uma violência que desmoraliza a escola inteira. Então identificando os jovens que são agentes da violência você resolve o problema, levando ao psicólogo, tratando esse jovem. 

BBC Brasil - O que o senhor acha do modelo de educação nas escolas de hoje? 
Cristovam Buarque - Não dá para seduzir uma criança com métodos seculares como quadro negro, tem que ser computador, vídeo. O professor tem que ser capaz de cavalgar a tecnologia da informação, de se comunicar com a criança usando o computador. 
E finalmente a escola tem que ser 6h ou 7h por dia. O menino se comporta melhor na escola que ele fica o dia inteiro porque ela passa a ser um pouco da casa dele, a escola tem que ser a extensão da casa da criança. 

BBC Brasil - Aprovou-se no ano passado a medida de destinar 10% do PIB pra educação. Esse dinheiro é suficiente? Então qual é o problema da educação hoje em dia (se não é dinheiro)?
Cristovam Buarque - O problema é dinheiro, mas não é só dinheiro. Se chover dinheiro no quintal da escola, a primeira chuva vira lama. Se aumentar muito o salário do professor agora, isso não vai mudar nada. Precisa de todas ações juntas, a revolução mesmo da educação. Para pagar os R$ 9 mil (para os professores), para construir as escolas novas, você precisa de 6,5% do PIB (na educação de base, sem contar investimentos nas universidades). Esse negocio de 10% do PIB foi uma farsa. Por que não colocaram 10% da receita? Porque ao dizer que é do PIB, ninguém sabe de onde vai sair o dinheiro. 
O PIB não existe, ele é um conceito abstrato de estatística. Para fazer a revolução a qual eu me refiro, nós precisamos para a educação de base R$ 441 bilhões em 20 anos, por isso que eu digo 6,4% do PIB. Se supõe que pré-sal vai dar R$ 225 bi, ele poderia ser uma fonte desse dinheiro. Eu peguei 15 fontes de onde a gente poderia conseguir esse dinheiro e com elas a gente pode chegar a R$ 750 bi. (Quais fontes?) São várias, não vou citar todas aqui. Mas por exemplo, quem vai querer um imposto sobre as grandes fortunas, reduzir publicidade do governo, eliminar subsídio que se dá para educação privada, porque se a pública vai ser boa, não precisa bancar a privada, ou então voltar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), só que fazer ela ser toda destinada pra educação, pegar 50% do lucro das estatais que vão pro governo, usar rentabilidade de reservas? Tudo isso dá o dinheiro que a gente precisa. Não precisa dos 10% do PIB. 
Isso não existe. Eu defendo a federalização das escolas para tornar o ensino público uma referência no Brasil. Hoje, das 196 mil escolas públicas que nós temos, pouco mais de 520 são federais e essas são boas. A seleção do professor é mais cuidadosa, as instalações são melhores o regime de trabalho é melhor. Temos que levar esse padrão para todas as outras.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Dilma veta projeto de lei sobre criação de municípios

Portal A Tarde.com.br 

A presidente Dilma Rousseff vetou integralmente, por contrariedade ao interesse público, o projeto de lei que tratava da a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios. A mensagem de veto e justificativa pela decisão foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 27. O Ministério da Fazenda foi consultado sobre a proposta. A conclusão foi que a iniciativa representava gastos, colocando em risco o equilíbrio da responsabilidade fiscal. 

"Embora se reconheça o esforço de construção de um texto mais criterioso, a proposta não afasta o problema da responsabilidade fiscal na federação. Depreende-se que haverá aumento de despesas com as novas estruturas municipais sem que haja a correspondente geração de novas receitas. Mantidos os atuais critérios de repartição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o desmembramento de um município causa desequilíbrio de recursos dentro do seu Estado, acarretando dificuldades financeiras não gerenciáveis para os municípios já existentes", explica a mensagem de Dilma, direcionada ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

O plenário do Senado aprovou em 5 de agosto texto sobre a criação de municípios. 
O material seguiu para a sanção presidencial porque já havia passado pela Câmara dos Deputados. A votação da matéria tinha sido resultado de acordo entre Executivo e Legislativo após a presidente Dilma Rousseff ter vetado, em meados de novembro do ano passado, uma proposta apreciada pelo Congresso que regulamentava novos municípios.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Ibope: Dilma tem 34%; Marina, 29%; Aécio, 19%

UOL 

Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (26) mostra a ex-senadora Marina Silva (PSB) em segundo lugar na corrida presidencial, com 29% das intenções de voto. 

É a primeira pesquisa que o instituto faz depois da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e da definição de Marina como candidata a presidente pelo partido. Também é o primeiro levantamento feito após o início do horário eleitoral gratuito na TV e no rádio. 

Os candidatos fazem hoje o primeiro debate presidencial. O encontro acontecerá às 22h, na Band. 

A presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, lidera a disputa, com 34%. 
O senador Aécio Neves (MG), candidato pelo PSDB, caiu do segundo para o terceiro lugar e tem 19%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 

O resultado reforça a tendência verificada pela pesquisa Datafolha divulgada em 18 de agosto. No levantamento da semana passada, Marina já aparecia numericamente à frente de Aécio, com 21% contra 20%, mas havia empate técnico entre os dois, levando em consideração a margem de erro. Agora, a ex-senadora está com vantagem de dez pontos percentuais sobre Aécio e somente cinco pontos abaixo de Dilma. 

Na pesquisa Ibope divulgada hoje, o pastor Everaldo Pereira, candidato pelo PSC, e Luciana Genro, do PSOL, estão com 1%. Somados, os outros candidatos têm 1%. 

A proporção de eleitores dispostos a votar em branco ou anular é de 7%. 
Os indecisos representam 8%. 

Na última pesquisa Ibope Dilma aparecia com 38%, Aécio tinha 23% e Eduardo Campos, então candidato do PSB, estava com 9%. 
O resultado de hoje indica que a eleição deve ir para o segundo turno já que Dilma não tem mais do que a soma dos demais candidatos. 

O Ibope testou dois cenários de segundo turno. 
Em uma eventual disputa entre Dilma e Marina, a candidata do PSB aparece à frente, com 45%, contra 36% da petista. Neste cenário, são 11% de indecisos e 9% de eleitores dispostos a votar em branco ou nulo. 

No outro cenário, Dilma lidera com 41% contra 35% de Aécio, 12% de votos nulos ou brancos e 11% de indecisos. 

O instituto entrevistou 2506 pessoas entre o dia 23 e hoje.
Contratada pela Rede Globo, a pesquisa foi registrada no TSE com o número BR-00428/2014. 

Rejeição e avaliação do governo 
O Ibope também mediu a rejeição aos candidatos. 
A presidente Dilma é a mais rejeitada. A proporção de eleitores que dizem não votar na petista de jeito nenhum é de 36%. Marina é rejeitada por somente 10%; e Aécio, por 18%. 

De acordo com o instituto, 34% dos entrevistados consideram o governo Dilma ótimo ou bom. Para 36%, a administração é regular. E a proporção dos que a consideram ruim ou péssima é de 29%. Dois por cento dos não souberam responder

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Um gigante de 100 anos adormecido

Antenor Pereira Giovannini (*) 

Todos sabem que sou palmeirense. Mas, muito menos entusiasta do que já fui. 
E não pensem de quem tem haver com a atual situação do time na tabela do campeonato rondando o rebaixamento novamente. 

A podridão no futebol se assemelha em todos os aspectos ao que assistimos seja com a política nacional e seus escândalos mal resolvidos, ou com a nossa segurança, ou com a nossa saúde já de há muito na UTI, a nossa educação tão abandonada, enfim, a sociedade brasileira está enferma de há muito e ninguém enxerga ou quer ver e muito menos resolver os problemas. 

Por essas e por outras que o futebol deixou de ser uma coisa gostosa onde a gozação com os parentes e amigos se limitava a pagar um pingado na padaria ou um lanche , ou um refrigerante ao ganhador e a vida seguia e você não perdia a amizade, muito ao contrário, no próximo jogo lá estava você e os amigos na mesma gozação . 
Isso era sadio, salutar e fazia parte da vida. 

Hoje, morre-se ou mata-se por uma coisa que é de pouca importância : o futebol . 
Perdeu-se essa singeleza, perdeu essa pureza. 
Se nos bastidores existe a nojeira implantada por maus e incompetentes dirigentes, o retrato está no campo com o esporte praticado de maneira pífia, vergonhosa e até mesmo ridícula por quem um dia ensinava ao mundo a arte de praticar o esporte. 
Por isso a coisa esfriou e hoje nem jogos assisto. 

Mas, hoje o clube com quem desde pequeno me identifiquei completa 100 anos de vida . Um marco para um dos maiores clubes do País com perto de 15 milhões de torcedores e conquistas memoráveis. 


A memória me transporta ao estádio do Pacaembú levado pelo meu saudoso pai que se orgulhava em ser palestrino-palmeirense para assistir um Palmeiras x América do Rio de Janeiro. A velha concha cústica onde hoje é o tobogã. E onde ficava o placar do jogo que por falta de números o nr 1 e o nr 0 formavam o 10 pelo lado de fora . Final do jogo Palmeiras 10 x 3 .. ali conheci o grande Oberdã Cattani dono de mãos enormes, Valdemar Fiume, Liminha, Humberto Tozzi .... 

Em meio de novas conquistas o amor ao Palmeiras crescia ... como não lembrar do famosos 2x1 de virada contra o poderoso Santos de Pelé, Pepe, Zito com gols de Julinho Botelho e Romeiro. Valdir, Djalma Santos, Valdemar, Aldemar e Geraldo Scotto, Zequinha e Chinesinho, Julinho, Nardo, Américo Murolo e Romeiro..... valeu o super campeonato de 1959 . 

Mais tarde, a primeira Academia com um técnico argentino: Nelson Ernesto Filpo Nunes ... com ele no comando o time fez uma partida de inauguração do Mineirão vestindo a camisa da Seleção Brasileira contra seleção do Uruguai ... 3x0 Palmeiras de Valdir, Djalma Santos, Valdemar, Djalma Dias e Ferrari, Dudu e Ademir da Guia, Julinho, Servilio, Tupãzinho, Rinaldo . 

Tempos depois, tivemos uma nova Academia de grandes títulos com Leão, Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca, Dudu e Ademir da Guia, Edú, Leivinha, César e Nei ... Inesquecível. Grande jogos e grandes vitórias . 

Por um longo período o Palmeiras ficou em jejum de títulos depois dessa Academia. Somente em 1992 com a co-gestão administrativa junto a empresa italiana Parmalat abriu-se a possibilidade de aquisição de grandes jogadores e sendo assim foi formada uma verdadeira seleção Com isso tivemos Sérgio, Veloso, Cafú, Antonio Carlos, Cléber, Roberto Carlos, César Sampaio, Flávio Conceição, Amaral Mazinho, Edmundo, Edílson, Evair, Zinho, Galeano, goleiro Carlos, Marcos em começo de carreira, Toninho Cecílio, Tonhão . 

Na mesma sequencia anos mais tarde tivemos o famoso ataque dos 100 gols onde jogavam Müller, Djalminha, Rivaldo, Luizão ... 
Antes da virada do século a conquista suada e sofrida da Libertadores em pleno Parque Antartica e a chance de disputar com o campeão da Europa o título e Campeão Inter-clubes ... e a decepção por perder por 1x0 para o Manchester United e ter o sonho adiado para uma outra oportunidade. 

Oportunidade que nunca mais veio . Má gestões, péssimas contratações, jogadores de qualidade técnica duvidosa fizeram com que sua história de conquistas e títulos fosse manchada por 2 vezes com o rebaixamento para 2a. divisão do campeonato nacional . Mas, após o primeiro rebaixamento, o retorno se deu de maneira sofrível o que previa que um novo rebaixamento poderia ocorrer, como de fato se consumou. 

Hoje esse gigante centenário está novamente rondando a zona do rebaixamento e corre sério risco de nova queda em pleno centenário. 
Uma nova vergonha. 

Porém, como deixou gravado o brilhante jornalista Joelmir Beting : 
“Explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense é simplesmente impossível” e por isso mesmo com pouco espírito e interesse atual pelo futebol parabenizo essa massa de torcedores palmeirenses pelo seu centésimo aniversário e esperando que novas mentalidades administrativas surjam para que outros torcedores, como eu, sintam orgulho de ver seu time no lugar que ele sempre esteve, entre os vencedores . 

(*) Aposentado e morador em São Paulo

10 motivos para temer Marina Silva

Paulo Leandro Leal (*) 

1 – Marina Silva odeia o capitalismo, as empresas, empresários e o mercado. 
Derivada de uma formação político-ideológico tosca, firmada em sindicatos de base e reforçada por ONGs esquerdistas internacionais, Marina Silva comunga de ideias anticapitalistas, tem verdadeira ojeriza ao mercado e aos empresários, vendo-os como meros espertalhões que só se interessam pelos lucros. Marina Silva ainda enxerga o capitalista como um velho gordo de cartola e charuto, egoísta e sem nenhuma preocupação social. No governo, Marina irá deteriorar ainda mais o ambiente de negócios no Brasil, criando mais dificuldades, controles e burocracia para infernizar a vida do empresariado, especialmente os ligados ao agronegócio. 

2 – Marina Silva é anti-desenvolvimento 
Marina comunga de uma ideia que mistura má teologia com ideologia ambientalista.
O resultado é a cruza da vaca com o jumento. Não dá leite nem puxa carroça. 
Marina é contra o desenvolvimento. Na verdade, ela defende um desenvolvimento que, na verdade, implica em pobreza e miséria, pois sugere que vivamos em total harmonia com a natureza, o que só é possível para sociedades pré-civilização. 
Até os índios hoje querem confortos como energia elétrica e transporte. 
No governo, Marina vai implantar o modelo de desenvolvimento que, se obter sucesso, pode nos mandar direto para o século 18. Vai obstaculizar a realização de obras de infraestrutura, tão importante e fundamental para o crescimento do País. 

3 – Marina é uma esquerdista que não evoluiu 
No mundo todo a esquerda evoluiu, principalmente reconhecendo na democracia um valor primordial. Marina não comunga desta evolução. Ela traz como novidades pensamentos há muito ultrapassados e que redundaram em grandes fracassos mundo afora.
Não à toa, seu programa de governo contém sandices como o fortalecimento da Democracia Direta, com a criação de conselhos populares que teriam força para decidir o rumo das políticas públicas e, como consequência, de nosso País. 
Para quem não lembra ou não estudou, estes conselhos eram chamados na Rússia de Sovietes, e veio a ser a base para a criação da então União Soviética, ou União de Conselhos... como todos sabemos, este modelo não só fracassou, como mandou milhões de pessoas para os campos de concentração e para a morte, pois logo se transformou em um regime de totalitarismo total. 


4 – Marina Silva se acha uma enviada de Deus 
Nada mais antigo e pernicioso para uma nação que o messianismo. 
E Marina Silva é a encarnação de um messianismo velho e ultrapassado. 
Se coloca acima do sistema político e das instituições, como uma espécie de santa que paira acima das coisas mundanas, pura, ética, limpa, sem máculas. 
Um ser humano perfeito. Para piorar, seguidora de um evangelho torto, com o acidente que vitimou Eduardo Campos e como deixou de embarcar na fatídica aeronave que caiu (ou foi derrubada), Marina acha que foi obra do próprio Deus a sua sobrevivência, como uma intervenção divina nos caminhos da política e como compensação por ela não ter conseguido criar o seu partido. O corolário seria o seguinte: Não deixaram eu criar meu partido e ser candidata, mas Deus providenciou uma forma de eu ser a presidente. 
Se eleita, Marina vai invocar esta suposta predestinação divina, e dai é um passo para o autoritarismo e totalitarismo. Ora, se o próprio Deus está a favor de Marina, quem pode se opor. Ou, quem ficar contra Marina estará se opondo ao Criador. 
Este é o mesmo pensamento dos antigos Faraós e de muitos ditadores do mundo afora, que pensavam que eram reis ou a própria encarnação da divindade, cometendo, em nome deste discurso, todo o tipo de barbaridades. 

Aos 86 anos, morre o empresário Antônio Ermírio de Moraes

O Globo 

Morreu na noite deste domingo (24) em São Paulo, aos 86 anos, o empresário e presidente de honra do Grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes. Segundo informações da assessoria de imprensa da empresa, ele morreu em sua casa, no Morumbi (Zona Sul), por insuficiência cardíaca. 

O corpo do empresário será velado a partir das 9h desta segunda-feira (25) no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa. A partir das 16h, o cortejo deve seguir ao Cemitério do Morumbi, onde o emprersário vai ser sepultado. Antônio deixa a esposa, Maria Regina Costa de Moraes, e nove filhos. 

Em nota, o Grupo Votorantim afirmou que perdeu um "grande líder" que "defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor". 

O empresário nasceu em São Paulo em 1928. Seu pai, o engenheiro pernambucano José Ermírio de Moraes, criou o Grupo Votorantim, comprando as ações de uma empresa de tecelagem. 

Antônio Ermírio se formou em engenharia metalúrgica pela Colorado School of Mines (EUA). Iniciou sua carreira no Grupo Votorantim em 1949, ajudando a empresa a se destacar na produção de cimento, extração de alumínio, agronegócio e finanças. Em 1955, Moraes foi o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio. 

O empresário também teve atuação de destaque na área social. Por 40 anos presidiu a diretoria-administrativa do Hospital Beneficência Portuguesa, que entre seus serviços presta atendimento a pessoas de baixa renda. Ocupava o cargo de presidente de honra do hospital. 

No campo das artes, Antônio Ermírio escreveu três peças de teatro e diversos livros, ganhando uma cadeira na Academia Paulista de Letras. 

Em 1986, candidatou-se ao cargo de governador de São Paulo pelo PTB e ficou em segundo lugar, atrás de Orestes Quércia (PMDB). 

Em 2013, a vida do empresário foi retratada pelo sociólogo José Pastore em uma biografia: "Antônio Ermírio de Moraes: Memórias de um Diário Confidencial".

Veja a íntegra da nota do Grupo Votorantim: 

"É com grande pesar que o Grupo Votorantim comunica o falecimento do Dr. Antônio Ermírio de Moraes, aos 86 anos, na noite deste domingo, 24 de agosto, em São Paulo. 
Presidente de honra do Grupo Votorantim, Dr. Antônio era engenheiro metalúrgico formado pela Colorado School of Mines (EUA) e iniciou sua carreira no Grupo em 1949, sendo o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, inaugurada em 1955. 
Com o falecimento do Dr. Antônio Ermírio de Moraes, o Grupo Votorantim perde um grande líder, que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos. 
Dr. Antônio deixa a esposa, Dona Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos. O corpo será velado a partir das 9h desta segunda-feira no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa e o cortejo sairá às 16h rumo ao Cemitério do Morumbi, onde o corpo será enterrado".

sábado, 23 de agosto de 2014

Não vai ter eleição?

Merval Pereira (*) para O Globo 

Diz-se em política que somente dois fatos são importantes: o fato novo e o fato consumado. O fato consumado da morte trágica do ex-governador Eduardo Campos produziu o fato novo da candidatura de Marina Silva, que mudou a eleição. 
Agora, outro fato novo pode interferir nas eleições de outubro. 
Atribui-se ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, a ameaça de que, se abrir a boca, “não vai ter eleição”. Seria uma maneira de mandar um recado para seus muitos amigos políticos para que o tratassem bem, e à sua família. 

Como nos melhores filmes da máfia, ao ver que não tem chance de se livrar da prisão, e de que empresas de seus filhos começaram a ser investigadas ontem pela PF, “Paulinho”, como Lula o chamava, resolveu negociar com a Justiça delação premiada, incentivado pela mulher, Marici — que há tempos vinha se desentendendo com o advogado Nélio Machado, ontem trocado pela advogada paulista Beatriz Catta Preta, especialista em delações premiadas. 

O depoimento de Costa será para o juiz Sergio Moro, especialista em processos de lavagem de dinheiro que assessorou a ministra Rosa Weber no julgamento do mensalão. Com fama de rigoroso, Moro não soltou imediatamente os doleiros e pediu mais “esclarecimentos” ao Supremo Tribunal Federal quando o ministro Teori Zavascki deu uma liminar soltando todos os acusados pela Operação Lava-Jato. 

Deu tempo, assim, para que Zavascki recuasse da decisão inicial, mantendo todos presos por oferecerem perigo de fugir do país. Tudo indica que Costa vai falar o que sabe, o que pode, sim, influenciar as eleições de outubro, não a ponto de inviabilizá-las, mas de atingir políticos importantes em diversos partidos. 

Costa é fruto de um dos mais perversos efeitos colaterais do presidencialismo de coalizão, distorcido na era Lula. Indicado por consórcio partidário composto por PP, PMDB e PT, esteve à frente da Diretoria de Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012, saindo de uma espécie de geladeira em que fora colocado por sucessivas diretorias anteriores ao lulismo. Entre outros negócios da estatal, ele estava na diretoria que concretizou a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, contestada pelo Tribunal de Contas da União.

Nos documentos encontrados em sua casa e em empresas pela PF, há muitas indicações de negociatas envolvendo empreiteiras e políticos, tudo junto e misturado com a ajuda do doleiro Alberto Youssef, também preso. 

Um deles é o deputado federal André Vargas (sem partido), que está tendo sua cassação pedida pelo Conselho de Ética da Câmara por ter usado jatinho fretado por Youssef para um passeio com a família. Outro, o secretário nacional de Finanças do PT e tesoureiro da campanha de 2010 da presidente Dilma, João Vaccari Neto, acusado de ser um dos contatos de fundos de pensão com a CSA Project Finance Consultoria e Intermediação de Negócios Empresariais, empresa que Youssef usou para lavar R$ 1,16 milhão do mensalão, segundo a PF. 

O ex-deputado José Janene, um dos 40 réus no processo do mensalão no STF, morto em 2010, era acusado de ter se apropriado indevidamente de R$ 4,1 milhões, usando como laranja o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, também preso e que fez as acusações a Vaccari Neto dentro de uma negociação de delação premiada. 

Ele é réu em duas ações penais: uma sobre supostas remessas fraudulentas para o exterior do laboratório Labogen, de propriedade de Youssef e que pode causar mais danos ao candidato do PT ao governo de SP, Alexandre Padilha; outra de lavagem de dinheiro de Janene por investimentos em uma empresa paranaense. 
Padilha foi acusado de, como ministro da Saúde, ter aprovado o Labogen, que servia de fachada para o doleiro enviar dinheiro para o exterior. 

Documentos apreendidos com Costa, e que ele tentou destruir, mostram uma contabilidade detalhada sobre repasses de empreiteiras para campanhas políticas. Anotações do ex-diretor registram, por exemplo, o repasse, em 2010, de R$ 28,5 milhões ao PP, partido da base aliada cujo líder à época do mensalão era Janene, um dos responsáveis pela indicação de Costa ao cargo. 

As empreiteiras citadas no documento são Mendes Júnior, UTC, Constran, Engevix, Iesa, Toyo Setal e Andrade Gutierrez. Mesmo que fale tudo o que sabe, vai haver eleição, assim como houve a Copa. Resta saber com que candidatos.

(*) Jornalista , escritor e membro da Academia Brasileira de Letras.

As 50 melhores cidades do Brasil para viver, segundo a ONU

Revista Exame 
São Caetano do Sul (SP)


As cidades a seguir, concorde-se ou discorde-se, são o que o Brasil tem de melhor nas áreas de educação, renda e expectativa de vida, segundo a ONU. 

Elas integram o seleto grupo dos municípios com grau de desenvolvimento considerado “muito alto” no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), divulgado hoje pelo Pnud, órgão das Nações Unidas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. 

Para tanto, elas têm IDHM superior a 0,8. A média do Brasil hoje é 0,727, considerado alto (mas não muito alto). 

O indicador, que vai de 0 a 1 – e quanto mais próximo de 1, melhor - é semelhante ao famoso IDH calculado para os países do globo, mas algumas adaptações metodológicas tupiniquins foram feitas. Por isso, segundo o Pnud, não é possível comparar os números de países inteiros às cidades brasileiras. 

O IDHM não mede exatamente qualidade de vida. Embora, claro, municípios com elevados índices de educação, longeva expectativa de vida e renda alta tendam a ser bons lugares para se viver. 

Entre as capitais, venceu Florianópolis (SC), seguida de Vitória (ES). O levantamento é feito pela ONU a cada 10 anos, com base nos dados do Censo, do IBGE. 

Confira as cidades que estão na dianteira do país. 
Além do valor de cada subíndice do IDHM, estão incluídas em cada cidade a expectativa de vida, em anos, e a renda, em reais. 

1 - São Caetano do Sul - Sp - IDHM 0,862 
2 - Águas de São Pedro (SP) – IDHM 0,854 
3 - Florianópolis (SC) – IDHM 0,847 
4 - Vitória (ES) – IDHM 0,845 
5 - Balneário Camboriú (SC) – IDHM 0,845 
6 - Santos (SP) – IDHM 0,840 
7 - Niterói (RJ) – IDHM 0,837
8 - Joaçaba (SC) – IDHM 0,827 
9 - Brasília (DF) – IDHM 0,824 
10 - Curitiba (PR) – IDHM 0,823 
11 - Jundiaí (SP) – IDHM 0,822 
12 - Valinhos (SP) – IDHM 0,819 
13 - Vinhedo (SP) – IDHM 0,817 
14 - Araraquara (SP) – IDHM 0,815 
15 - Santo André (SP) – IDHM 0,815 
16 - Santana de Parnaíba (SP) – IDHM 0,814 
17 - Nova Lima (MG) – IDHM 0,813 
18 - Ilha Solteira (SP) – IDHM 0,812 
19 - Americana (SP) – IDHM 0,811 
20 - Belo Horizonte (MG) – IDHM 0,810
21 - Joinville (SC) – IDHM 0,809 
22 - São José (Santa Catarina) – IDHM 0,809 
23 - Maringá (PR) – IDHM 0,808 
24 - São José dos Campos (SP) – IDHM 0,807 
25 - Presidente Prudente (SP) – IDHM 0,806 
26 - Blumenau (SC) – IDHM 0,806 
27 - Rio Fortuna (SC) – IDHM 0,806 
28 - Assis (SP) – IDHM 0,805 
29 - Campinas (SP) – IDHM 0,805 
30 - São Bernardo do Campo (SP) – IDHM 0,805 
31 - São Carlos (SP) – IDHM 0,805 
32 - São Paulo (SP) – IDHM 0,805 
33 - Porto Alegre (RS) – IDHM 0,805 
34 - Rio Claro (SP) – IDHM 0,803 
35 - Jaraguá do Sul (SC) – IDHM 0,803 
36 - Rio do Sul (SC) – IDHM 0,802 
37 - Bauru (SP) – IDHM 0,801 
38 - Pirassununga (SP) – IDHM 0,801
39 - São Miguel do Oeste (SC) – IDHM 0,801 
40 - Vila Velha (ES) – IDHM 0,800 
41 - Botucatu (SP) – IDHM 0,800 
42 - Ribeirão Preto (SP) – IDHM 0,800 
43 - Taubaté (SP) – IDHM 0,800 
44 - Concórdia (SC) – IDHM 0,800 
45 - Rio de Janeiro (RJ) – IDHM 0,799 
46 - Goiânia (GO) – IDHM 0,799 
47 - Guaratinguetá (SP) – IDHM 0,798 
48 - Marília (SP) – IDHM 0,798 
49 - Sorocaba (SP) – IDHM 0,798 
50 - Fernandópolis (SP) – IDHM 0,797

Ex-médico Abdelmassih cumprirá 30 anos de prisão?

Luiz Flávio Gomes (*) 

Roger Abdelmassih foi condenado (por ora) a 278 anos de prisão, por ter cometido 52 estupros e atentados ao pudor contra suas pacientes. O ex-médico era um famoso especialista em reprodução assistida. Uma ex-funcionária foi a primeira que o denunciou. Diversas pacientes dele confirmaram os delitos e afirmam que eram atacadas quando estavam sozinhas ou sedadas. Fugiu do país em 2011 e acaba de ser preso em Assunção, no Paraguai. 

Mesmo que sua condenação esteja em grau de recurso, a prisão preventiva nesse caso é absolutamente necessária e constitucionalmente legítima. Nenhum juiz do país deixará de manter essa prisão preventiva (certamente), depois de ele ter fugido do país. 
O risco de nova fuga é evidente e patente. Caso típico de prisão cautelar. 

A pena total pode ter alguma redução nos julgamentos dos recursos ou na vara das execuções criminais. De qualquer modo, a pena total ainda será muito alta, em virtude da enorme quantidade de crimes. Tendo em vista a exorbitância da pena, estamos diante de um caso que poderá eventualmente significar o cumprimento do máximo previsto no Brasil: 30 anos (em regime fechado, para se evitar nova fuga).

Levando em conta o total de 278 anos, ele não terá direito a nenhum benefício penal. Quando a pena passa de 30 anos, na vara das execuções se faz a unificação delas para 30. Mas essa unificação, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (súmula 715), só serve para se saber a data máxima da execução, não sendo considerada para a concessão de outros benefícios, como livramento condicional ou progressão de regime. 

Qualquer tipo de benefício penal, portanto, deve ser computado — de acordo com o STF — pelo total da pena (não em cima dos 30 anos). Os crimes cometidos, de outro lado, são hediondos (estupro e atentado violento ao pudor). 

Nos crimes hediondos, o réu deve cumprir 40% da pena para conquistar o direito de progressão. Mas 40% de 278 anos significam 111 anos (há impossibilidade física e jurídica desse cumprimento). Mesmo que haja redução do total, a pena ainda será muito alta (40% sobre uma pena alta significa muito tempo). 

O caso, portanto, é de um possível cumprimento efetivo dos 30 anos, se a natureza permitir isso ao réu, que já tem 70 anos de idade. Não terá direito de saídas temporárias, que são válidas para o regime semiaberto e depois do cumprimento de 1/6 da pena. 
Não tem direito à prisão domiciliar, porque o regime fechado não a permite (somente o regime aberto). 

Até mesmo os indultos natalinos exigem o cumprimento de uma boa parte da pena. Qualquer que seja o percentual exigido no decreto presidencial, será sempre muito alto (em razão do total do castigo). 

(*) Jurista  é fundador da primeira rede de ensino telepresencial da América Latina.