segunda-feira, 9 de julho de 2012

Conflito em Belo Monte

Empresa faz proposta para encerrar conflito com índios em Belo Monte 


Folha de São Paulo 


A Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica de Belo Monte (PA), propôs aos índios que ocupam há 18 dias um dos canteiros de obras da usina a criação de dois comitês: um para acompanhar a vazão do rio Xingu e outro para monitorar o cumprimento das condicionantes da obra. 


De acordo com a Norte Energia, os índios teriam assento nesses comitês, ainda sem definição de número de integrantes. Representantes da empresa passaram esta segunda-feira (9) reunidos com lideranças indígenas. 


A reunião foi marcada para tentar resolver o impasse criado com a invasão dos índios, que apresentaram uma longa pauta de reivindicações e acabaram forçando a empresa a paralisar as obras no sítio Pimental, um dos cinco canteiros de obras da usina. 


O grupo é formado por cerca de cem índios das etnias arara, juruna e xicrin, no local desde o último dia 21 de junho. As discussões continuarão na terça-feira (10), quando os índios devem dar uma resposta às propostas da Norte Energia, sinalizando se sairão ou não do canteiro. 


A empresa está se comprometendo a cumprir somente as condicionantes previstas inicialmente no PBA (Plano Básico Ambiental) indígena, como construção de postos de saúde e escolas. 
Outros pontos da pauta, como a aquisição de caminhonetes, ônibus, cabeças de gado e até pagamento de quantias em dinheiro não serão respondidas pela Norte Energia neste momento. 


A empresa diz aos índios que esses itens, não previstos no PBA, poderão ser discutidos no comitê. Enquanto isso, as obras no sítio Pimental estão paradas desde a última quinta-feira (5) por causa da circulação de índios no canteiro. O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) aguarda uma definição da reunião. 


A hidrelétrica de Belo Monte, projeto prioritário do governo federal em construção no oeste do Pará, tem sido alvo de constantes protestos por causa dos possíveis impactos à população da região. 


Quando pronta, a usina será a terceira maior do mundo.

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