Antenor Pereira Giovannini (*)
Certamente deve ser uma praxe na qual as obras públicas de um modo geral sejam literalmente levadas num português chulo “nas coxas”.
Todo dia a mídia sempre nos abastece de informações a respeito desse descaso.
Aqui em Santarém não é diferente.
Uma cidade na qual já existe uma enorme dificuldade em se obter recursos sendo absurdamente dependente de concessões estadual ou federal há muito pouco ou quase nenhum interesse em um acompanhamento sério, rígido tal qual o dinheiro fosse próprio. Aliás, essa regra se aprende em qualquer empresa privada onde qualquer dinheiro endereçado para realização de uma obra seja de que tamanho for, é acompanhado de forma intensa evitando-se desperdício e principalmente serviço errado.
Em obra pública a coisa vai sendo levada de roldão. Pelo menos é essa impressão que é passada quando se observa algumas obras públicas na cidade sendo feitas de maneira relaxada.
Um exemplo são as obras de recapeamento de ruas. Santarém tem ruas com mais buracos do que habitante o que causa um transtorno em se locomover e algumas das principais ruas vem de forma lenta sendo recapeadas, porém, pela má qualidade de gestão das obras nota-se que muitas delas em breve já estarão deterioradas, principalmente pela falta de escoamento de água fazendo com que em várias esquinas a água originária de ruas transversais sem alternativa, corta o leito dessas ruas recém re-asfaltadas fazendo com que o tráfego intenso já apresente deterioração que em breve se tornarão buracos.
Exemplo Rua Turiano Meira. É visível a deterioração nas diversas esquinas.
Outro exemplo é a Av. Mendonça Furtado que se imagina tenha sido licitada para seu re-asfaltamento na sua totalidade. Porém, o novo asfalto pára bem próximo a Praça dos Três Poderes exatamente onde há um enorme fluxo de ônibus que diariamente transitam por aquela região.
Conclusão são buracos e buracos que a cada dia aumentam de tamanho sendo que na conversão da praça pelo excesso de trânsito novos buracos se formam.
Não seria muito mais prudente terminar todo esse trabalho de re-asfaltamento para depois acertar o que fosse necessário ao longo do trecho? Alguém viu? Acompanhou?
Outra demonstração de pouco caso e desinteresse pelo bem estar dos moradores é na esquina da Rua Tropical com Rua Gonçalves Dias no bairro de Santana. As crateras formadas pela água impedem qualquer ação de trânsito obrigando a que carros pequenos dêem à volta pelo quarteirão sob possibilidade de ficarem entalados diante do tamanho das crateras.
Um absurdo. Alguém viu? Alguém se mexeu? E a Tropical foi uma das ruas re-asfaltadas alguns anos e a própria Gonçalves Dias teve aquele serviço porco de tapar-buracos alguns meses atrás, mas, com um serviço daquela qualidade somente poderia acontecer o que se observa nos dias de hoje.
E estamos apenas observando as ruas, fica-se imaginando as demais obras.
Mas, isso deve ser uma febre geral quando temos licitação para serviço público x liberação de recursos x conclusão das obras ...quanto mais “nas coxas” melhor.
(*) Aposentado e morador em Santarém
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