Edilberto Sena (*)
Como explicar que o povo paraense seja tão pobre, quando há tanta riqueza no Estado? Daqui são exportados madeira, minérios, gado bovino e bubalino, energia elétrica, pescados, etc, como então os estudiosos afirmam que o Pará contribui com apenas 2% do Produto Interno Bruto do Brasil? Tudo o que no Pará se produz e vende chega apenas 2% do PIB nacional. E mais grave, no Pará estão alguns municípios que praticamente nada produzem para vender para fora.
Jacareacanga, Aveiro e Faro são os mais pobres, estão incluídos entre os piores no Brasil na questão de produção e venda para fora. Assim dizem os entendidos.
Será que o 2º maior Estado em tamanho, com tantas riquezas nos rios, floresta, solo e subsolo seja tão pobre? Mas é a pura verdade, em termos de medição do PIB
nacional, porque basicamente as riquezas do Pará, que não são poucas,são vendidas em bruto, não são industrializados no Pará e portanto não agrega valor econômico?
Quais indústrias de exportação estão em Santarém? O porto das Docas do Pará aqui tem
grande movimento de exportação, porém os produtos são basicamente, madeira e soja, in natura ou semi elaborado e só. É tão pouco o que oEstado do Pará produz industrializado para exportação, que mesmo sendo o quarto maior exportador de produtos no Brasil, seus produtos não agregam valores. Daí, enquanto as empresas exportadoras Vale, MRN, Serabi, ALCOA e outras lucram fortunas, mas o Pará continua com apenas 2% na lista do PIB brasileiro.
As conseqüências são as precariedades, da educação, da saúde, das estradas, da segurança e de outras necessidades sociais. Outras conseqüências dessa pobreza são, o alto índice de famílias que estão cadastradas no programa bolsa família, o baixo salário dos educadores, os municípios que vivem na penúria. Jacareacanga e Faro aparecem como os piores em produto interno bruto. Mas não são os únicos onde a maioria da população depende do dinheiro da prefeitura, há outros, como Aveiro, Curuá, Trairão, Prainha e outros mais.
Este é o país 6º mais rico do planeta, que está com 10 milhões de brasileiros ricos, muitos ricos, e com 150 milhões de pobres, entre os quais são 50 milhões de pessoas vivendo na miséria. Neste ritmo de caminhada desigual o Brasil levará 50 anos para se equipará ao padrão de vida de Cuba.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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