Confirmando o que antecipei em março de 2010, o governador do Distrito Federal disse ontem, com um ano de atraso, que o novo estádio Mané Garrincha custará “cerca de R$850 milhões”, e não R$ 650 milhões que foram mentidos por ele mesmo à população.
Mesmo atualizando o valor, Agnelo voltou a falar inverdades, porque a obra passará de R$ 1 bilhão. Em breve os jornais, obedientes ao discurso oficial, vão noticiar isso.
Motivo: no custo original não estava prevista a “cobertura”, disse o governador, que, com suas inverdades, lembra o folclórico personagem Pinóquio.
Agora sairá a licitação para a cobertura do estádio. Depois virá outra para o gramado, mais uma para a iluminação, outra para elevadores, geladeiras, poltronas, tecnologia da informação, carpetes, banheiras para os vestiários dos atletas, sanitários em geral e por aí vai.
Inventor
Quando está sem notícia para colocar seu nome em evidência, o governador do Distrito Federal (que esta semana volta às páginas policiais da revista Veja) inventa uma visita às obras do estádio Mané Garrincha. E qualquer bobagem que diga é publicada com destaque.
Diz Agnelo que licitação internacional escolherá empresa para assumir o Mané Garrincha. Ora, se o elefante em construção é um negócio rentável, como afirma, porque entregá-lo à iniciativa privada?
Está aí outra mentira: em 2008, três empresas estrangeiras estiveram aqui pesquisando o mercado, para projetar o uso do Mané Garrincha como arena multiuso. Dependendo do resultado, poderiam até bancar as obras do novo estádio. Porém, depois de três meses os especialistas foram embora. O desinteresse foi geral.
Enquanto isso…
A soma dos incentivos fiscais e gastos públicos relacionados ao estádio que o Corinthians está construindo em Itaquera (Zona Leste de São Paulo) gira em torno de R$ 581 milhões. O valor é superior ao custo total de seis das 12 arenas que estão sendo construídas ou reformadas para a Copa do Mundo de 2014, informam os repórteres Vinícius Konchinski e Vinícius Segalla, do UOL Esporte.
E teve aquela do Lula, dizendo que “a Copa não terá um só centavo de dinheiro público…”
(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.
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