Marin e Aldo Rebelo mostrarão a lei que premiará a irresponsabilidade dos clubes brasileiros. Mais de R$ 3,6 bilhões de impostos serão perdoados. Uma festa indecente com o dinheiro público. Que país é esse?
Cosme Rímoli (*)
O futebol brasileiro mostrará sua força na quarta-feira.
Não, não no inútil amistoso entre Brasil e Chile no Mineirão. Mas em Brasília.
Lá estará a verdadeira seleção.
Marin, Aldo Rebelo, Romário, Mario Gobbi, Bandeira de Mello.
Representantes da Receita Federal, INSS e da Caixa Econômica.
E mais dezenas de políticos e presidentes de clubes.
Aportarão lá para referendar a Lei Proforte.
O deputado Vicente Cândido do PT tornará pública uma indecência.
Perdoar 90% dos mais de R$ 4 bilhões que os clubes devem aos cofres públicos.
Dívidas de décadas com Imposto de Renda, Previdência e FGTS.
Em compensação, os clubes seriam obrigados a investir na base.
Na formação de novos jogadores.
Os clubes que mais devem ao governo são os quatro cariocas.
Mas a medida beneficia todos os grandes.
Todos devem.
Outra vez o governo resolve premiar a incompetência, a irresponsabilidade.
Seguir pela demagogia, salvar clubes que deveriam estar falidos por má gestão.
Não é será um ato de amor, a renúncia fiscal tem efeito colateral.
O de agradar milhões de torcedores, milhões de eleitores. Isso é ótimo.
Em 2014, por coincidência, haverá eleições no País.
O lobby será imenso e a lei deverá ser aprovada.
Pouco importando o sacrifício.
O Brasil tem mais de 15% da população abaixo da linha da miséria.
Problemas terríveis de segurança, educação, saúde.
Mesmo assim, abrirá mão de pelo menos R$ 3,6 bilhões de arrecadação.
Dinheiro que era obrigação dos clubes pagar.
Será um desperdício com o dinheiro público.
Vergonhoso prêmio dado a décadas de má gestão, irresponsabilidade.
Dirigentes deixavam de propósito de pagar impostos para comprar jogadores.
Sabiam o que estavam fazendo.
Há décadas a dívida foi rolando, empurrada com a barriga.
Havia um senso comum, que um dia ela seria perdoada.
Chegaria algum político e daria aos clubes o benefício que o cidadão não tem.
Quem tiver a curiosidade, acesse impostometro.com.br.
Lá está contabilizado o quanto a população já pagou de impostos este ano.
Do dia primeiro de janeiro até hoje, 21 de abril, a conta é absurda. R$ 524 bilhões e 795 milhões.
O brasileiro é o país que mais paga impostos no mundo.
E o que tem menor benefício revertido na sua vida.
Que o cidadão comum não tem como fugir.
Não há deputado entrando com uma lei que lhe dê 90% de perdão.
Marin precisa que este projeto seja aprovado.
Quer continuar no poder.
Sua imagem está desgastada demais pela ligação com a Ditadura.
Por ter sido governador biônico de São Paulo.
Com a compra superfaturada da nova sede da CBF.
Provada por reportagem da Folha.
Ele pediu desculpas a Rebelo por ter menosprezado do seu poder.
Suas palavras foram divulgadas pelo youtube.
Mas políticos sempre se entendem.
O ministro não só o perdoou como indicou sua assessoria de imprensa.
Marin de pronto aceitou.
E os dois estão mais ligados do que nunca.
Rebelo nunca teve cinco por cento de popularidade que o futebol está lhe dando. Nacionalista, brigou pela instituição do dia do Saci Pererê.
O homem de uma perna só seria celebrado em vez do Halloween.
Festa importada que celebra o sobrenatural, no dia 31 de outubro.
Sua proposta fracassou.
Assim também como foi um fiasco a sua luta pela mandioca.
Ele queria que os pães franceses tivessem 10% da raiz tuberosa brasileira.
Não conseguiu. Mas perdoar dívidas de clubes de futebol é mais fácil.
Muito melhor do que lidar com Saci Pererê e mandioca.
O deputado Vicente Cândido do PT de São Paulo tem ligação com o futebol.
Está tentando tirar de qualquer maneira os 12 corintianos presos em Oruro.
Sempre chega à imprensa sua ação na Bolívia.
Trabalha com afinco em prol dos membros da Gaviões e Pavilhão Nove.
Em meio a tudo isso, Romário.
O deputado vai participar e promete brigar.
Não que a lei não seja aprovada.
Mas que os clubes tenham de pagar pelo menos 30% dos seus impostos.
E defender o que todos não querem, a profissionalização dos dirigentes.
Ele desejam continuar amadores.
Para que não sejam responsabilizados por suas irresponsabilidades.
Querem menos ainda tornar os clubes empresas.
Não, desejam continuar a se esconder.
Usar a nomenclatura 'entidades sem fins lucrativos'.
Pronto.
Uma imoralidade que permite abusos.
Como mais de R$ 4 bilhões em dívidas com os cofres públicos.
Marin e Aldo Rebelo nem querem ouvir falar em profissionalização.
Os dois desejam é fazer a Receita Federal, o INSS e a Caixa abrir mão de uma fortuna.
Que mais de R$ 3,6 bilhões de dívidas comprovadas evaporem.
Com a desculpa de forçar os clubes a investir nas categorias de base.
Formar jogadores que eles mesmos irão desfrutar.
Vender, emprestar e embolsar todo o lucro.
O projeto é na verdade um perdão, uma doação de bilhões de reais.
Dinheiro que deixará de beneficiar o cidadão comum.
E fará a festa de muitos dirigentes irresponsáveis.
No fundo, além da revolta, fica um sentimento pior.
A certeza de que todos sabiam o que aconteceria.
Políticos livrariam os clubes de suas obrigações financeiras.
Ganhariam em troca popularidade. Permanência na CBF.
A população terá detalhes na quarta-feira do mais um gesto revoltante.
E ficará de braços amarrados.
O nome da lei chega perto, mas não define o que realmente acontece.
Não deveria ser Proforte.
Deveria se chamar Lei Para os Fortes.
Os grandes clubes e seus milhões de torcedores serão agraciados.
E sem o peso dos impostos poderão fazer o que estão acostumados.
Novas contratações milionárias, oferecer salários inacreditáveis.
Não há nada que os impeça de se endividar novamente.
Sempre haverá políticos dispostos a perdoá-los.
Em nome de popularidade, de votos.
E o cidadão comum acabará prejudicado de novo.
É ele quem acaba pagando esta bandalheira dos clubes.
Nesta quarta-feira o futebol brasileiro mostrará sua força.
A de fazer sumir R$ 3,6 bilhões de impostos.
Graças a Aldo Rebelo, Vicente Cândido, Marin.
E aos maravilhosos políticos deste nosso Brasil varonil...
(*) Jornalista e comentarista esportivo
O futebol brasileiro mostrará sua força na quarta-feira.
Não, não no inútil amistoso entre Brasil e Chile no Mineirão. Mas em Brasília.
Lá estará a verdadeira seleção.
Marin, Aldo Rebelo, Romário, Mario Gobbi, Bandeira de Mello.
Representantes da Receita Federal, INSS e da Caixa Econômica.
E mais dezenas de políticos e presidentes de clubes.
Aportarão lá para referendar a Lei Proforte.
O deputado Vicente Cândido do PT tornará pública uma indecência.
Perdoar 90% dos mais de R$ 4 bilhões que os clubes devem aos cofres públicos.
Dívidas de décadas com Imposto de Renda, Previdência e FGTS.
Em compensação, os clubes seriam obrigados a investir na base.
Na formação de novos jogadores.
Os clubes que mais devem ao governo são os quatro cariocas.
Mas a medida beneficia todos os grandes.
Todos devem.
Outra vez o governo resolve premiar a incompetência, a irresponsabilidade.
Seguir pela demagogia, salvar clubes que deveriam estar falidos por má gestão.
Não é será um ato de amor, a renúncia fiscal tem efeito colateral.
O de agradar milhões de torcedores, milhões de eleitores. Isso é ótimo.
Em 2014, por coincidência, haverá eleições no País.
O lobby será imenso e a lei deverá ser aprovada.
Pouco importando o sacrifício.
O Brasil tem mais de 15% da população abaixo da linha da miséria.
Problemas terríveis de segurança, educação, saúde.
Mesmo assim, abrirá mão de pelo menos R$ 3,6 bilhões de arrecadação.
Dinheiro que era obrigação dos clubes pagar.
Será um desperdício com o dinheiro público.
Vergonhoso prêmio dado a décadas de má gestão, irresponsabilidade.
Dirigentes deixavam de propósito de pagar impostos para comprar jogadores.
Sabiam o que estavam fazendo.
Há décadas a dívida foi rolando, empurrada com a barriga.
Havia um senso comum, que um dia ela seria perdoada.
Chegaria algum político e daria aos clubes o benefício que o cidadão não tem.
Quem tiver a curiosidade, acesse impostometro.com.br.
Lá está contabilizado o quanto a população já pagou de impostos este ano.
Do dia primeiro de janeiro até hoje, 21 de abril, a conta é absurda. R$ 524 bilhões e 795 milhões.
O brasileiro é o país que mais paga impostos no mundo.
E o que tem menor benefício revertido na sua vida.
Que o cidadão comum não tem como fugir.
Não há deputado entrando com uma lei que lhe dê 90% de perdão.
Marin precisa que este projeto seja aprovado.
Quer continuar no poder.
Sua imagem está desgastada demais pela ligação com a Ditadura.
Por ter sido governador biônico de São Paulo.
Com a compra superfaturada da nova sede da CBF.
Provada por reportagem da Folha.
Ele pediu desculpas a Rebelo por ter menosprezado do seu poder.
Suas palavras foram divulgadas pelo youtube.
Mas políticos sempre se entendem.
O ministro não só o perdoou como indicou sua assessoria de imprensa.
Marin de pronto aceitou.
E os dois estão mais ligados do que nunca.
Rebelo nunca teve cinco por cento de popularidade que o futebol está lhe dando. Nacionalista, brigou pela instituição do dia do Saci Pererê.
O homem de uma perna só seria celebrado em vez do Halloween.
Festa importada que celebra o sobrenatural, no dia 31 de outubro.
Sua proposta fracassou.
Assim também como foi um fiasco a sua luta pela mandioca.
Ele queria que os pães franceses tivessem 10% da raiz tuberosa brasileira.
Não conseguiu. Mas perdoar dívidas de clubes de futebol é mais fácil.
Muito melhor do que lidar com Saci Pererê e mandioca.
O deputado Vicente Cândido do PT de São Paulo tem ligação com o futebol.
Está tentando tirar de qualquer maneira os 12 corintianos presos em Oruro.
Sempre chega à imprensa sua ação na Bolívia.
Trabalha com afinco em prol dos membros da Gaviões e Pavilhão Nove.
Em meio a tudo isso, Romário.
O deputado vai participar e promete brigar.
Não que a lei não seja aprovada.
Mas que os clubes tenham de pagar pelo menos 30% dos seus impostos.
E defender o que todos não querem, a profissionalização dos dirigentes.
Ele desejam continuar amadores.
Para que não sejam responsabilizados por suas irresponsabilidades.
Querem menos ainda tornar os clubes empresas.
Não, desejam continuar a se esconder.
Usar a nomenclatura 'entidades sem fins lucrativos'.
Pronto.
Uma imoralidade que permite abusos.
Como mais de R$ 4 bilhões em dívidas com os cofres públicos.
Marin e Aldo Rebelo nem querem ouvir falar em profissionalização.
Os dois desejam é fazer a Receita Federal, o INSS e a Caixa abrir mão de uma fortuna.
Que mais de R$ 3,6 bilhões de dívidas comprovadas evaporem.
Com a desculpa de forçar os clubes a investir nas categorias de base.
Formar jogadores que eles mesmos irão desfrutar.
Vender, emprestar e embolsar todo o lucro.
O projeto é na verdade um perdão, uma doação de bilhões de reais.
Dinheiro que deixará de beneficiar o cidadão comum.
E fará a festa de muitos dirigentes irresponsáveis.
No fundo, além da revolta, fica um sentimento pior.
A certeza de que todos sabiam o que aconteceria.
Políticos livrariam os clubes de suas obrigações financeiras.
Ganhariam em troca popularidade. Permanência na CBF.
A população terá detalhes na quarta-feira do mais um gesto revoltante.
E ficará de braços amarrados.
O nome da lei chega perto, mas não define o que realmente acontece.
Não deveria ser Proforte.
Deveria se chamar Lei Para os Fortes.
Os grandes clubes e seus milhões de torcedores serão agraciados.
E sem o peso dos impostos poderão fazer o que estão acostumados.
Novas contratações milionárias, oferecer salários inacreditáveis.
Não há nada que os impeça de se endividar novamente.
Sempre haverá políticos dispostos a perdoá-los.
Em nome de popularidade, de votos.
E o cidadão comum acabará prejudicado de novo.
É ele quem acaba pagando esta bandalheira dos clubes.
Nesta quarta-feira o futebol brasileiro mostrará sua força.
A de fazer sumir R$ 3,6 bilhões de impostos.
Graças a Aldo Rebelo, Vicente Cândido, Marin.
E aos maravilhosos políticos deste nosso Brasil varonil...
(*) Jornalista e comentarista esportivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário